AD SENSE

quinta-feira, 16 de março de 2017

Teoria do Descontentamento




Teoria do descontentamento nada mais é que a disposição de sentir-se infeliz, magoado, frustrado, por não lograr êxito nos planos que traçamos, nos sonhos que acalentamos, e no dispendioso tempo que investimos em empreender aquilo que desejamos.

A frustração é o bem necessário ao aprimoramento dos recomeços. É  construir reconstruções sobre civilizações vencidas, sobre os despojos dos erros ou acertos que ainda não aconteceram nas tentativas de galgar o sucesso.

O descontentamento não é o choro convulsivo da derrota, mas as interrogações acerca dos pontos frágeis dos passos em falso sobre as pedras soltas do caminho. É perceber ao longo da caminhada que nem tudo que é verde pode ser floresta, e nem tudo que é escuro está relacionado à noite, mas que mesmo no escuro da noite mais escura, seremos capazes de encontrar uma faísca de inspiração que nos permita compreender que aquilo que pareceu um erro, foi um ensinamento. Aquilo que pareceu dor, foi o alívio. Aquilo que pareceu fracasso, foi a arrancada para o sucesso.
(Continua após o comercial)


Caminhar em frente é tropeçar, pois ninguém tropeça parado. Ninguém erra dormindo. Ninguém deseja aquilo que já tem. Então, o descontentamento pelo tropeço é a pitada que faltava para o passo firme. É o combustível para a reta final. É a certeza de que a bandeirada da vitória pode estar atrás da próxima curva.

Tenho errado mais do que acertado nas coisas que pensei para o futuro, pois parte destes futuros que sonhei já se tornaram passado, e não encontrei meus sonhos em nenhum deles. Sou néscio, por isso? Não creio. Sou apenas alguém a quem o descontentamento e a ânsia pelo sucesso se entrelaçam cada vez mais forte com o medo do fracasso, porque na juventude, todas as ânsias são por chegar em algum lugar o mais cedo possível, mas na idade madura, chegar é algo que não pensamos mais, senão que apenas nos disponibilizamos para a vida, para que nos presenteie com a paz de espírito.

O descontentamento com paz é saber que a caminhada terá valido à pena, se as penas tiverem sido cumpridas ao longo dos desvios que a vida nos ofereceu.E desta forma, nenhum descontentamento terá sido em vão.




Hard Rock, Premio de Turismo, e a "elegância" do Prefeito



Leio que Gramado recebe pela terceira vez o prêmio de atrativo turístico mais lembrado do Rio Grande do Sul. E vejo o Prefeito Fedoca, feliz da vida, recebendo o prêmio. Que nada fez por merecer, uma vez que esse tipo de prêmio, se for sério, é dado por votação, e estas votações tem um prazo com antecedência para que tenham credibilidade. Sendo assim, ou o prêmio é fajuto, ou Fedoca deveria ter tido a elegância de convidar seu antecessor, no mínimo, para posar na foto. 

Se fizesse isso, Fedoca não estaria traindo nenhum princípio partidário,uma vez na inauguração da Rodovia das Hortênsias, executada pelo antecessor, Pedro Simon, o Governador Alceu Collares cometeu a elegância de convidar Simon para as festivas inaugurais.

Leio ainda a belíssima retórica de Fedoca sobre a eventual possibilidade aprovar ou não o projeto do Hard Rock Hotel e seus periféricos. Fedoca, excelente advogado, dá todas as voltas e diz que talvez aprove, mas que talvez não aprove, se estiver tudo certo, pode ser que sim, mas se a leitura for desfavorável ao Meio Ambiente, pode ser que não. Resposta óbvia e correta, pois em ambos os casos, está amparado pela Lei, que não é de sua lavra, mas também de seus antecessores.

De qualquer forma, está valorizando o passe, e o grupo Hard sabe que a contrapartida legal e justa será ainda mais hard. 



Anastácio Orlikowski, meu Mestre divertido




O nome completo era Anastácio Dietrich Orlikowski, mas por economia de palavras, ele ia direto ao assunto e permitia, mais que isso, adorava, ser chamado de MIKI. Este apelido nasceu de uma dupla musical da juventude, com o irmão, quando animavam bailes, sob o epíteto de Mickey & Mouse. De Mickey, ficou Miki pela vida afora.

Exímio tocador de bandoneon, Miki era também exímio em muitas coisas mais. Desenho, pintura, escultura, xilogravura, litogravura, gravação em metal, modelagem, cutelaria, e sobretudo biscoitos com café. Não. Ele não sabia fazer biscoitos, ou pelo menos, nunca o vi fazendo.Mas comia muitos biscoitos. Eram, na verdade, seu cachê pelos ensinamentos que dava. Biscoitos e cafezinho. Talvez este o segredo de sua juventude, ao nos deixar, ainda sorridente e brincalhão, aos 92 anos de idade, mas juízo de 15, e sabedoria de 100.

Conheci Miki em 1977. Eu era aspone de turismo em Gramado, e responsável pelas atividades culturais do Município. Foi neste frutífero tempo que conheci e convivi com pessoas geniais, como "Sô Zé", outra figura excêntrica ao cubo, um mineiro de barba e cabelos brancos, enormes, um hippie com mais de cinquenta anos. Foi ele quem apresentou-me aquela figurinha miudinha, debochada com quem imediatamente tornei-me inseparável amigo, e que mesmo que a distância nos tenha afastado, a amizade foi contínua.

A última vez que consegui falar com ele, foi em 2008. Eu estava trabalhando em Lages, e quis levá-lo para uma palestra com os alunos do curso de Design de uma universidade local. Conversamos por telefone, mas infelizmente a palestra não chegou a acontecer.


Há dois anos atrás, fui à Bento Gonçalves, e intentei vê-lo, mas o tempo exíguo e os compromissos não me permitiram. Paciência. A vida separa mesmo os amigos de um modo ou de outro. A vida, e agora, a morte. Aos 92 anos, leio, com atraso, uma notícia que o velho poeta, e meu grande mestre Anastácio, contou sua última piada. Fez, pela última vez alguém rir e chorar. E sacaneou a vida. Não. eu não estava lá pra ver isso, mas conheço-o tão bem, que se me contassem que tenha sido diferente, eu mandaria que procurassem então ele escondido em algum canto rindo deles, porque este é exatamente o jeito que eu imagino que ele tenha feito sua despedida. Algumas palavras de profunda sabedoria, e uma palhaçada de recheio para não perder o jeito.

Miki foi meu padrinho de casamento e professor de desenho, perspectiva, luz e sombra, xilogravura, litogravura, modelagem, e começão de biscoitos. Quando comecei minha carreira de designer (à época era mais elegante ser chamado de Projetista), em 1979. Foi assim que aconteceu (ô memória filha da mãe essa, barbaridade):Ainda aspone da Secretaria de Turismo, eu odiava meu chefe. Gritava comigo na frente dos outros, passava o dia me dando esporro, enfim, alguém desagradável ao extremo, de quem eu desejava ardentemente livrar-me o quanto antes. E eis que atendendo às minhas súplicas, O Eterno envia à mim um marceneiro, que foi encomendar a criação de uma logomarca para sua fábrica de móveis, chamada Móveis Gramado.  Criei então a logomarca solicitada, e o homem ficou tão admirado com o desenho, que era um roupeiro em perspectiva, que me convidou para ser projetista de sua fábrica. Perguntei quanto ganharia, e o salário seria o dobro que eu ganhava pra levar mijadas como aspone. Aceitei na hora e combinei iniciar cinco dias depois. Apenas um detalhe: Eu não sabia projetar móveis.

Corri pra casa do Miki e contei o feito. Ele então olhou pra mim e disse: "Então temos daqui até segunda feira para que eu te ensine a projetar móveis. Vamos tomar um café, e começar as aulas". E assim foi. Depois disso, todos os dias, ao fim da tarde, por algum tempo, passava lá na fábrica para dar continuidade ao meu aprendizado. Foram muitos pacotes de biscoitos e bastante cafezinho, Mas valeu a pena.

Existem pessoas que valem a pena tê-las conhecido. Existem outras, que o vento das lembranças passa e leva embora sem deixar nenhuma saudade. Mas do Miki, confesso que, talvez pela idade que chega tropeçando nas juntas e chutando os artelhos, derramei umas poucas lágrimas pela notícia triste, mas óbvia, como é óbvia a vida. Felizmente, logo em seguida, lembrei das palhaçadas que ele fazia, deixando as pessoas em saia justa, pelas quais estou rindo até  hoje.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Sobre oposição e outras considerações



Opositar é um verbo que transcende a discordância das ideias e atitudes, e direciona a um composto de reflexões que trazem ao debate as possibilidades do contraditório, para formação das ideias e suas desejadas conclusões.

Baseado isso no pensamento judaico, onde o contraditório faz parte do diálogo, sem o qual não haveria o debate, e sem o debate não seriam levantadas as hipóteses, teses e antíteses que levariam à desejada síntese, que é o âmago da civilidade.

Sou questionado se por tanto oferecer reflexões acerca da linha política seguida pelo Prefeito Fedoca, seria eu, porventura, inimigo dele, ou de seus aliados.

Não! Não sou e nunca fui inimigo do Fedoca, e repetidas vezes disse aqui que fomos amigos em priscas eras de juventude, e por não ter havido nenhuma querela que nos confrontasse diretamente, em momento algum foi rompido este laço de respeito e admiração pela pessoa (espero que reciprocamente) um do outro.

Então, para que não paire nenhuma dúvida disso, aqui farei um breviário daquilo que admiro no atual Prefeito de Gramado, mesmo tendo eu próprio sido participante ativo da candidatura do candidato que, no meu entender, poderia ter sido mais preparado para o cargo (e aqui não abro debate sobre opiniões, e gracinhas jocosas sem argumentos necessários seriam ganidos impúberes de energúmenos despudorados à procura de querelas para contender). Sendo assim, relato o que sei de Fedoca, e que torna-o digno de meu profundo respeito, independente de suas ações administrativas ou ideologismo político.

Ótimo contador de anedotas, sei  muitas (todas políticas) que ouvi dele, em rodas de amigos no Café Cacique, ou Lancherias do Dinda, Hortênsias ou Bara do Bellotto, na Estação Rodoviária, quando era na Av. Cel. Diniz, hoje, Av. Das Hortênsias.

Brincalhão, tinha sempre um olhar maroto e um sorriso em diagonal para elevar o humor do ambiente onde chegava. carismático, tinha que cumprimentar um por um, quando chegava ou saía no Gramado Tenis Clube, onde todos passavam o verão (eu era pobre, mas como me sustentava desde menino, pude comprar meu título no clube,e era lá que estavam muitos dos meus amigos).

Generoso, foram muitas as vezes que abasteceu o café da manhã de alguns desfavorecidos pela fortuna, como o "Taquinho", que já era parte do grupo, tamanha a intimidade e liberdade que sentia, tendo Fedoca como seu patrono entre os amigos.

Perspicaz, como quando, (isso eu não vi, mas ouvi falar e se não for verdadeiro, certamente ofereço a ele o contraditório, se é que Fedoca lê o que eu escrevo)estava para contratar uma secretária, recebeu a moça, num dia de chuva copiosa, e deu à ela um guarda-chuva e um regador, ordenando que ela fosse lá fora regar as plantas. Certamente a moça ficou estranhada, e de fato, não sei se foi contratada, mas entendi perfeitamente a situação da excentricidade, onde ele testava a fidelidade da eventual colaboradora, e sua capacidade de receber instruções sem tomar tempo do chefe com questionamentos inúteis. Confesso que ja pensei em fazer o mesmo,  mas nunca apareceu ninguém pedindo emprego num dia de chuva.

Debochado, tinha uma resposta de tirocínio na ponta da língua quando era apertado em alguma piadinha jocosa, o que respondia com educação, e um palavreado rico no vernáculo, e abarrotado de verdades. Foi dele que ouvi pela primeira vez a palavra "promiscuidade", ao referir-se às coisas que ouvia-se dizer de certas congregações religiosas.


Fomos vizinhos por certo tempo. Aluguei uma sala de seu pai, cuja porta ficava ao lado de seu pequeno apartamento, onde sempre o tive como um vizinho cortês e decente.

(Continua após comercial de apoiadores deste blog, aos quais agradeço)


Jamais ouvi qualquer comentário que deturpasse sua índole, exceto por opiniões acaloradas de desafetos políticos, o que desconsidero, por entender que denuncia sem fatos é ilação e falso testemunho, e disso, jamais poderei ser acusado, antes pelo contrário, prezo pela verdade, e a verdade no seu tempo devido, pois dizer a verdade quando ficar calado poderia ser a melhor solução em resolução de conflitos, não é mentir, mas preservar a integridade dos envolvidos, posto que humanos, e passiveis de falhas. Falar por falar de alguém, de modo pejorativo, ainda que verdadeiros os fatos, é agir com língua viperina, e também piperina, o que não se pode confundir com criticar atitudes, ideias, resultados indesejados.
Seja portanto esclarecido que irei continuar a defender minhas ideias, assim como as ideias com as quais concordo das pessoas que me procuram para tal, contanto que cada reflexão seja entendida como ponto de partida para que novas soluções sejam pensadas e debatidas por todos. É assim que eu faço.

Não quero que minha liberdade de criticar seja transformada em obrigação de criticar sempre. Se tenho vontade de elogiar, eu o farei sem nenhum constrangimento. Hoje, por clareza de meu caráter, elogio ao meu adversário político. Outro dia, farei o mesmo com outros personagens que andaram em meu caminho, ora comigo, ora contra mim,mas buscando de todos o melhor. Não creio na dicotômica ordem do certo e errado o tempo todo em todas as pessoas, mas que todas as pessoas, um dia erram e noutro buscar reparar o passo em falso. Vou contar historias de pessoas. um dia, pode ser a sua. Até porque a minha ainda não terminou para ser contada.

domingo, 12 de março de 2017

Hard Encrenca para Fedoca




E agora como fica a coerência do discurso,com a possibilidade de resgatar a economia moveleira de Gramado?
Como ficam os moveleiros que apoiaram Fedoca e Evandro, com a esperança de restabeleceram os empregos que estão se esvaindo, pela troca de economia de Gramado?

130 milhões é a receita do Município de um ano inteiro. Um empreendimento desta magnitude pode ser jogado no lixo? Poder, pode, mas Canela irá recebê-lo de braços abertos. E vai. Ganha a região, da mesma forma. Mas a questão é política. Se Fedoca aceitar, passa recibo de falastrão. Se não aceitar, passa recibo de néscio. Se cozinhar o assunto, fica pior ainda, pois pode sofrer a pressão do empresariado pode reverter o apoio que teve e ainda tem.
Seu marqueteiro precisa fazer hora extra, pois o assunto pode esquentar os ânimos, e também o festival de explicações.
Tomara que nesse embate, Gramado seja vencedor.



Leia a reportagem original
Uma marca que é sinônimo de atração turística está avaliando investir em um projeto de R$ 150 milhões em Gramado: o Hard Rock Hotel. O empreendimento prevê hotel, três restaurantes, uma rock shop (loja de souvenirs ligados ao ritmo), spa e centro de convenção. O projeto está em análise nas secretarias de Meio Ambiente e Planejamento. Nesta semana, uma comitiva formada por empresas que representam a Hard Rock Hotel estiveram na cidade serrana para reuniões na prefeitura. 

Uma das hipóteses em análise é de que ao menos parte do R$ 37 milhões reservados para mobília e estofamento sejam aplicados em móveis de Gramado, impulsionando a geração de emprego e renda na cidade.


Uma das empresas que representa a Hard Rock é a Venture Capital Investiments (VCI. Se o projeto for aprovado pela prefeitura, a expectativa é que a inauguração do hotel ocorra em dois ou três anos. O empreendimento deve ser um teste para Gramado. O prefeito João Alfredo de Castilhos Bertolucci (PDT), o Fedoca, foi eleito com discurso de travar o excesso de especulação imobiliária na cidade. 
Ao receber os representantes da marca, disse reconhecer a força da marca Hard Rock, mas insistiu na necessidade de pensar o empreendimento no conceito de sustentabilidade ambiental. A Hard Rock está em 69 países, com 24 hotéis, 203 cafés e 11 cassinos. No total, são 39 mil funcionários. A rede já realizou mais de 30 mil eventos pelo mundo.
Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/marta-sfredo/noticia/2017/03/hard-rock-avalia-gramado-para-projeto-de-r-150-milhoes-9745345.html


domingo, 5 de março de 2017

Os bastidores das brigas do PP




Neste comentário serei breve para não perder a oportunidade do momento, muito estranho, por sinal, que corrói a boa política gramadense.

Prólogo

Vou tentar analisar algumas situações, para tentar entender o contexto. Vamos lá, por tópicos. Começo com uma eventual cronologia da situação política do PP e UPG, em Gramado.

Primeiro Ato

1 - Luia, Jeferson e Ubiratã, do PP,  são cotados para cabeça de chapa na eleição de outubro passado.
2 - Manu, PRB também deseja concorrer na cabeça de chapa. Olha para o PSDB e vê possibilidade que sua candidatura cresça.

Segundo Ato

3 - PP faz pesquisas internas que concluem que nenhum destes candidatos tem força para derrotar Fedoca e seu vice, seja ele quem for.

4 - As pesquisas apontam que o único capaz desta façanha seria o imbatível Pedro Bala, que naquele momento não queria nem ouvir falar de campanha. Cultivar azeitonas era o mais próximo de seus interesses até então.

5 - Pesquisas apontam ainda que nem Ubiratã, nem Luia, e nem Jeferson, somariam muito numa chapa com Pedro Bala, e que teriam que buscar noutro partido coligado o nome para vice.

6 - O nome escolhido não foi o de Manu, do PRB. Nem qualquer outro vereador na ativa. Foi o de Drumm, do PDSB.

Terceiro Ato

7 - Em cima da risca, é dada a largada. Começa a campanha. São escolhidos os "cabeças de chapa", Pedro e Drumm. Resta aos demais, a vereança. Bons guerreiros que são, engolem o choro e tocam em frente. Luia gruda uma durex e estica o sorriso. Ubiratã bate de porta em porta de seus velhos eleitos, a quem conhece um a um pelo nome, e vai catando seus votinhos. Muitos.  Bate pela terceira vez a marca de mais votado. Luia corre em silêncio e ganha também os seus votos. Jeferson deu uma cochiladinha quando o despertador tocou, e cochilou mais uns minutos. Perdeu o trem, e não saiu candidato a nada. Passou à frente de todos, porque retomou seu cargo e sua vaga no novo governo, de quem foi recebido com pompa e circunstância.

Quarto Ato

Vergonhosamente escandalosa a situação que se arma no Legislativo. Luia demite a Procuradora, e nomeia pessoas de seu círculo de relacionamento e confiança. Seria incompetente a demitida? NÃO! É competentíssima, diz a própria oposição. É do outro partido?Não! É das fileiras pepistas. Nora do Presidente do partido.

Aqui a plausível explicação para o revanche. Entenda a situação.

1 - Luia tem indícios, ou talvez mesmo certeza, que o Presidente do PP articula sua fritura em uma possível candidatura a Prefeito pelo Partido.  Seria o candidato natural por incontáveis razões.
2 - Luia engole o choro, e é eleito, como mencionei acima. Para apaziguar a situação, o Presidente do PP costura sua candidatura à presidência da Câmara, negociando com o PMDB um eventual cargo, para apoio do Luia, e tira Ubiratã do páreo, pois Ubiratã seria o candidato natural, por ter sido o mais votado. Luia vence e começa a trabalhar sua revanche (vingança é uma palavra feia demais). Demite a Procuradora, e cria com isso uma cisão irremediável no PP.
(Continua após o comercial)


Epílogo

Por que usei a expressão "vergonhosamente"? Porque em nenhum momento percebi, assim como os eleitores também não tenham percebido nenhum tipo de interesse no bem estar da comunidade, senão apenas disputas de poder, e mais vergonhoso ainda, disputas acirrada por dois ou três cargos que não sejam da alçada do executivo.

Estou com essa reflexão  desfavorecendo a UPG, o PP? Claro que não! Mesmo porque a UPG e o PP não estão restritos a uma cúpula diminuta de coronéis que se digladiam por território, mas é um colegiado de metade da população gramadense que votou em Pedro e Drumm, e que, mesmo que sua civilidade os faça apoiar aquilo que de bom venha trazer o governo de Fedoca e Evandro, ainda há brios e sentimentos, opiniões, que devem ser valorizadas e respeitadas destas pessoas.

A UPG se fortalece com esse tipo de esfacelamento destas lideranças que não souberam administrar a perda como ganho, e que briga a tapas pela última laranja que sobrou no pé, até que venha a próxima colheita.

Há ainda quatro invernos no caminho desta colheita. Há um campo por plantar e há muitos camponeses e muitas campesinas ávidos por ver florescer novamente este pomar. Gramado espera, mas não pode esperar sentado.

Aqui há um chamamento aos que acreditam que se possa passar um rodo na velha política do toma l-a-dá cá, que claramente é  o que está acontecendo, e que possamos trazer à superfície as boas práticas da política que edifica e enaltece a civilização.




sexta-feira, 3 de março de 2017

PP de Gramado jogando a toalha?



Os rumores prenunciam os fatos. Onde tem fumaça tem fogo. Eu poderia citar muitos comparativos que deem um comparativo ao que prenunciam os ventos advindos dos corredores do PP, onde os fantasmas acordaram e as correntes não deixam ninguém dormir no castelo.

O Presidente da Câmara demite a Procuradora, causando um rebuliço e revolta sem tamanho entre seus pares. Vereadores se digladiam entre si dentro do próprio Partido. Não existe um caminho comum, uma estratégia, um entendimento, entre os partidários, especialmente os vereadores, que em teoria, deveriam representar metade dos eleitores de Gramado, menos sessenta e dois votos. Mas não é o que está acontecendo.

Ao que se comenta nos bastidores, não existe mais diálogo entre tais vereadores.Não vou citar nome, porque não tenho interesse, até porque nem todos os vereadores envolvidos, mesmo tendo sido procurados, quiseram se manifestar. Direito respeitado. mas também direito respeitado do eleitor, do militante que sofreu na derrota, e que esperava do seu representante uma postura digna de abraçar a causa que prometeu em campanha. Mas que causa? De fato, quais vereadores ofereceram causa alguma, exceto a de continuar no passo que já vinham andando? e depois se chateiam quando são chamados de continuístas, interesseiros. Não os chamo de nenhum adjetivo. Apenas analiso sua postura acovardada e mesquinha, brigando por motivos estúpidos e se curvando ao acaso das propostas que poderão surgir do Executivo.
(Continua após o comercial)

Certamente não há nenhuma necessidade de ter algum tipo de inteligência no Executivo, em confrontar ideias e atitudes de sua oposição fraca, pífia, enfadonha. Aliás, enfadonha não é, uma oposição que tropeça nos próprios passos em salão sem percalços, é risível, pândega, pobre.

Fedoca não parou de vencer. Continua vencendo a cada trapalhada que cometem seus opositores. E ri-se disso. E rindo-se disso, ri-se ainda mais do povo, que não tem mais voz no comando de sua cidade. Não tem voz do Executivo, porque loteou cargos a estrangeiros, e não tem voz na oposição, quem em lugar de manifestar-se com convicção, gasta sua energia em embates de arrabaldes, por mesquinhos interesses pessoais.

O que vai acontecer com o PP, se não houver uma virada de página nesse tipo de postura? Provavelmente será extinto, e seus vereadores, terá oportunidade de ingressarem em novas siglas, observando-se a Lei Eleitoral para que não percam seus cargos por traição, embora isso já esteja acontecendo.

O PP sempre foi o elo forte desta aliança que formava a UPG. Hoje está se mostrando fraco e sem comando. Eis aqui o brilho que se esvai do "Cartão de Visitas do Rio Grande".

Depois reclama-se que os jovens percam seu interesse pela política. Isso não é política. É uma bolha que se esvai na primeira brisa, ao primeiro pingo de chuva que cai. E olha que vem temporal pela frente. O país atravessa uma crise, onde sessenta milhões de pessoas estão com as contas atrasadas. Gramado está na ponta mais alta da pirâmide das necessidades. O primeiro corte a ser feito. O glamour pode acabar, mas as pessoas não podem ser descartadas. E daí? Qual o projeto que tem para Gramado, quando a crise os alcançar?


quinta-feira, 2 de março de 2017

O Primo Rico e o Primo Pobre



Nos anos 60 e 70 havia um quadro de humor na TV Globo, com os atores Brandão Filho e Paulo Gracindo., onde em situações hilariantes, um primo miserável (Brandão Filho), faz uma visita ao primo milionário (Paulo Gracindo).

O pobre é incisivo em expor sua debilidade, suas necessidades, sua miséria, enquanto o rico, cego pelo brilho da fortuna, só consegue entender aquilo que sua mente tem a oferecer: o deslumbramento.

O que parece uma grosseria, aos olhos do expectador, onde o rico demonstra insensibilidade diante do assédio nada sutil do pobre, na realidade mostra uma inteligente crítica da condição humana diante do hedonismo da glória, onde o conceito de necessidades de um e de outro é distanciado por uma densa espuma de valores, que abafa o som da voz do suplicante miserável, ao atravessar esta cortina, e ao chegar aos ouvidos do deslumbrado primo, soa como um derramamento de elogios à sua própria fortuna e modo de viver.

Interessante como o rico fala de lagosta, e a devora diante do pobre, que saliva e brilha o olhar, mas que no momento derradeiro de satisfazer-lhe a fome, o rico lembra que está de dieta, e impõe ao pobre suplicante aquilo que o impede de devorar a iguaria. E o pobre se resigna à sua condição miserável, enquanto passeia pelo palácio do rico, que também o impede de assentar-se em seus luxuosos sofás, porque suas roupas estão sujas.

Era um quadro de humor, mas que retrata tão bem a Natureza do Ser Humano. Retrata com tanta sabedoria o ângulo de visão de um e  outro diante de suas necessidades pessoais. O primo rico, deslumbra-se em admirar e apresentar ao pobre a sua nova limusine dourada, enquanto o olhar do pobre está atento à geladeira do rico.

(Continua após o comercial)

Nós somos todos os dias Primo Rico e Primo Pobre, quando desnudamos nossas ansiedades em busca de soluções para nossos problemas, nossos desafios, e o fazemos através da humilhante condição de vítimas de nossa pequenez, enquanto focamos na geladeira, em lugar de focarmos na limusine, e isto fazemos, porque damos mais ouvidos para nosso estômago do que para nosso cérebro.

Somos Primo Pobre quando deitamos no Primo Rico a responsabilidade de atender nossos fracassos, enquanto nós próprios não tivemos capacidade de acreditar nos nossos sucessos.

Somos Primo Pobre mendigando ao Primo Rico um pouco da coragem que precisamos para descer um degrau abaixo e nos humilharmos completamente, em lugar de fortalecermos nossas pernas para que os degraus do nosso próprio sucesso sejam propulsores de nossas próprias conquistas.

Somos Primo Pobre quando a autocomiseração, piedade de nós mesmos, excede a autodeterminação, e quando ambas se confundem no compasso trôpego de nossas ansiedades quando fitamos a geladeira, enquanto o Primo Rico se deslumbra com a limusine com cheiro de nova.

Somos também o primo Rico, quando aqueles que nos buscam, e o fazem porque direcionam alguma confiança em nossa capacidade de supri-los, mas ainda assim nosso coração descompassa mais acelerado para nossa limusine, em lugar de ouvir o ronco vazio de seu estômago quando fita nossa geladeira.

Somos Primo Rico que desdenha o primo Pobre quando necessitamos tê-lo ao nosso alcance para que nosso ego não se definhe pela nossa medíocre ambição, mas que nos locupletamos quando seus gemidos ecoam pelo vazio de nosso caráter, que vê na pobreza apenas um espetáculo deprimente, e não uma oportunidade de enaltecermos a razão pela qual nos tornamos ricos.

Diz o Talmude que somos "Fiéis Depositários da fortuna de D's", e que como tal, estamos sujeitos à demissão por justa causa ao menor deslize, e não  pode haver maior deslize a um Fiel Depositário do que não corresponder à confiança nele depositada na guarda dos bens alheios.

O infiel depositário torna-se iníquo quando enrijece seu olhar em direção à limusine, quando ao seu lado há um Primo Pobre ansioso para que abra aquela geladeira e disponha a mesa para uma ceia com um irmão.

Que primo sou eu? Pobre, que sonho com o banquete da geladeira, ou rico, que me farto com a vaidosa paixão pelo brilho da limusine, que nada faz senão levar-me para longe de mim mesmo, e do pobre que me molesta, cobiçando a minha geladeira?


Justiça suspende cobrança de R$ 624 mil feita pelo TCE ao ex-prefeito de Gramado



O ex-prefeito de Gramado, Nestor Tissot, ganhou na Justiça a antecipação de tutela para suspender a cobrança, no valor de R$ 624.704,10, que estava sendo feita a ele, pelo Tribunal de Contas do Estado, em relação ao ano de 2009.  Mesmo tendo aprovado as contas do ex-prefeito, o TCE fez apontamentos contra Nestor Tissot.
Segundo os advogados do ex-prefeito, “os apontamentos não possuem fundamentação jurídica e, por isso, estão sendo contestados na justiça”. Atuam na defesa do ex-prefeito os advogados Marcos Pons e Bruno Coletto.
O teor inteiro da decisão da Juiza Aline Ecker Rissato é o seguinte:
“Vistos. Trata-se de ação anulatória de ato administrativo do Tribunal de Contas do Estado do RS ajuizada pelo ex-prefeito Nestor Tissot que, em tal condição, sofreu imposição de multa e glosas em suas contas da gestão. Refere que as contas foram aprovadas, com tais apontamentos.
Foram esgotados os recursos na esfera administrativa, sendo notificado para pagamento do valor de R$ 624.704,10. Pediu, a título de antecipação da tutela, a suspensão da exigibilidade das certidões que embasam a cobrança.
Da análise das alegações e documentos juntados, bem como das decisões no âmbito administrativo, verifica-se que há fundamento suficientemente hábil a confortar a pretensão inicial, a menos a título de cautela, diante da evidente urgência, já que houve a notificação para pagamento, sendo iminente o risco de inscrição em dívida ativa.
O autor, na condição de gestor do Município de Gramado, teve suas contas de 2009 aprovadas pelo Tribunal de Contas, com imposição de multa e glosas por suposto pagamento de vantagens a servidores a título de gratificação, diárias sem comprovação de pernoite, passagens aéreas com superfaturamento, além de irregularidades na prestação de contas do convênio etc.
(Continua após o comercial)
Pois bem. A probabilidade do direito, ao menos em uma análise inicial, beneficia o autor, sendo a urgência, como já mencionado, evidente. Quanto aos valores pagos aos servidores a título de vantagens, há demonstração de que o autor teria tomado as providências que lhe cabiam para a busca do ressarcimento aos cofres públicos do que indevidamente teria sido pago, com devolução mediante desconto em folha de pagamento (la. 136/139).
Pelo que se tem, em uma análise preliminar, não teria havido desídia por parte do autor que, dentro das atribuições que lhe cabiam, tomou as providências necessárias no âmbito administrativo. No que tange às diárias, da mesma forma, restaram devidamente comprovadas pelas notas fiscais acostadas ao feito, observando-se, ainda, que, em se tratando de viagem para fora do Estado, como demonstrado, não há falar em figura do pernoite, uma vez que se trata de valor fechado para o total da viagem.
Em relação às alegadas irregularidades na prestação de contas do convênio, os valores foram a ele destinados, não havendo nenhuma espécie, em cognição sumária, de desvio ou ilicitude. Ora, as notas fiscais n.ºs 173, 182, 192775, 3556, 794 e 172 (fls. 103/108) são claras ao demonstrarem a destinação específica do convênio firmado.
Assim, demonstrada a boa-fé do autor na destinação dos valores ao convênio firmado, o que é fundamental para a promoção da cidade no nordeste, tornando evidente o turismo da localidade. A probabilidade do direito, ao menos em uma análise inicial, beneficia o autor.
A urgência, como já frisei, é evidente. Diante do exposto, preenchidos os requisitos do art. 300 do NCPC, defiro a tutela provisória pretendida e, em consequência, determino a suspensão da exigibilidade das certidões objeto do processo de contas nº 004868-0200/09-0, certidões nº 1086/2016 e 1087/2016. Intime-se o demandado. Cite-se. Oficie-se, comunicando-se o Município de Gramado para ter ciência.”



Fonte
http://www.caiquemarquez.com.br/justica-suspende-cobranca-de-r-624-mil-feita-pelo-tce-ao-ex-prefeito-de-gramado/

quarta-feira, 1 de março de 2017

Índio quer apito


Reza a historia, escrita pelos  colonizadores, que ao aqui aportarem, aquelas criaturas esdrúxulas, embrulhadas em trapos fedorentos e cheias de penduricalhos, ao serem avistados pelos nativos, após farejarem-se mutuamente, constataram que a coisa poderia ser resolvida sem gente perfurada. Pelo menos não muito, porque pelo mau cheiro que sentiram, os nativos perceberam tratar-se de carne estragada. Não dava pra comer. Carne congelada e descongelada muitas vezes. maturada fora do vácuo. Não própria para consumo. Sem carimbo do CIF. 

Por outro lado, os MST da época, descobriram que poderiam  levar vantagem na coisa, pois as terras não eram assim lá tão valorizadas. Não havia o INCRA, o ICMBio, o IBAMA, o PT, o PMDB, etc, e entraram de sola com a negociação direta. Sem rodeios. E acertaram em cheio na receita. Foi lá que começou a negociata.
(continua após o comercial)

No início, eram espelhinhos, colares de metal, panelas, bacias, milhagens de caravela, pontos no cartão, etc. Mas a coisa foi sofisticando, e os salamaleques descambaram para coisas mais notáveis, tipo: verbas da Coroa para adquirir novos escravos, ou então estabelecerem uma nova província, enfim. Modernizaram a coisa, e temos então até hoje estes hábitos de reatar namoro, entregando flores à moça, mas sem esquecer de levar um agradinho pra sogra também, pra garantir a mão da moça.

Falando nisso, achei bem decente da parte do primo desviado do trabalhismo, uma visitinha de cortesia, levando um regalo pro recém chegado governante. Isso é fazer a boa política com civilidade, sem perder a tradição, e quem sabe assegurar que possa, em breve reatar o velho namoro dos filhos de Vargas... Essas coisas acontecem. E seja em espelhinhos, bugiganguinhas, ou verbas a fundo perdido, um regalo é um regalo e é a melhor forma de reatar um namoro. Só falta chegar no apito.

Coisas que sua geração não viu em Gramado




Deu pra ver que estou puxando assunto com quem tem menos de quarenta anos, certo? Menos de quarenta, e o pai ou mãe por perto pra explicar algumas coisas que vai ficar boiando. E vou além: com quem tem menos de quarenta, nasceu e cresceu em vila pobre, e se divertiu às pencas atirando bosta nas casas. Pronto. Se identificou, né? Então posso prosseguir, pois é com você mesmo que estou falando. Com o cara que teve que catar jasmim de cachorro para que sua mãe fizesse chá, e o obrigasse a tomar, com objetivo de "sair o sarampo".Parece nojento? Na época também parecia. Felizmente, não passei por isso, mas você passou, que eu sei que quem tem mais de quarenta, passou. 

Sua geração também não viu a série "Perdidos no espaço", e nunca soube o que era ficar com pescoço esticado espiando o céu para ver se a fabulosa "Dama Verde" iria aparecer, direto de uma galáxia, para pular na sua cama, que era afofada com colchão de palha. Nunca fez isso né? Nem eu.

E por falar em colchão de palha, fala sério, você não faz a menor ideia do que seja mijar na cama, e cama com colchão de palha, não é mesmo?  Não. Não faz. Tá certo. Deixa assim.

E chamichunga, heim? Por acaso você já foi chupado por uma lesma preta que só saía com fósforo aceso? e o lugar preferido, sendo a virilha, já pensou como era sentir uma chama bem pertinho da zona de recreação, pra espantar chamichunga?

E homens usando chapéu, mulheres usando eslaque, garotos usando calças curtas, e meninas usando saia plissada. Serio mesmo que você viu? Isso em que filme? Sério. fala a verdade. Nunca viu.

Sua geração não viu Gramado como apenas uma cidadezinha qualquer, pacata e divertida. Nunca viu uma gincana, onde apenas membros da comunidade participam, ou no máximo algum primo que mora fora e os visita. Sua geração nunca viu um concurso de beleza de mocinhas do interior, ou dos estudantes. Não deve ter visto isso, porque sua geração abominou a valorização da mulher enquanto bela, e passou ao politicamente correto, onde mulher não é objeto de apreciação, e se quiser pode ter até cabelo no saco.

Sua geração nunca participou de uma festinha de garagem. Nunca chamou professor de "senhor", nem professora de "senhora". Sua geração transformou a cerimônia do senhor  e senhora, em "tio e tia". 

Sua geração não sabe o que é um velório dentro de casa, na sala de visitas. Você, ali, os parentes, os amigos, o defunto, como centro das atenções na salinha, mascando discretamente um toco de vela, onde à sua volta reina a dor, o silêncio, mas que saindo dali, na cozinha, lá pela madrugada, não podem faltar cucas, café, bolinho frito e mais uma sopa bem boa. Mas "oh! onde já se viu, um morto dentro de casa" Mas ué? até poucas horas antes era a casa dele, pombas! Então porque assim que esticou as canelinhas, já tem que ser corrido a vassouradas pra capela mortuária, e correndo o risco de ser confundido com outro, e chorado por estranhos? Até vejo a cena:
Capelinha vazia, uma pessoa de longo vestido preto ao lado do caixão, abraçando outra pessoa de vestido preto que choraminga com elegância, aí chega um bêbado, que entra por engano e por não estar enxergando direito, vê aquele objeto comprido enfeitado, ali no meio da salinha, pensa que é uma festinha de aniversario, porque confunde o ataúde com um bolo, vai lá e tenta tirar uma das pessoas de vestidão preto pra dançar, toma um fora, porque era um padre, enfim. Fica muito impessoal esse negócio de velório fora de casa. Mas isso, a sua geração não viu.

(Continua após o comercial)

Sabe o que mais sua geração passou batido?  Serenatas ao luar.A geração abaixo dos quarenta anos só vê aglomeração em batida policial, carnaval, e panelaço. Bem, tá certo. A geração anterior era proibida de fazer panelaço. Dava cana e pau de arara. Tá. Pula o panelaço então. Vamos passar pra TV em preto e branco. Isso sua geração nunca viu. Mas aí você perdeu o melhor, pois em Gramado, havia apenas dois aparelhos receptores coloridos, e um deles foi colocado na praça para que todo o povo pudesse assistir ao vivo a transmissão da Festa da Uva de Caxias do Sul, isso porque o Ministro das Comunicações, Higino Corsetti, era caxiense. 

Ah, lembrei que também sua geração não é capaz de dizer de pronto quem é o Ministro das Comunicações? Não né? Ahh, mas o nome de todos os Ministros do STJ você sabe, não sabe? E por que isso? Porque dá-se importância ao que não se pode ter. Entendeu a sutileza? Heim? Hum?




Bella Ciao e Modelo Econômico de Crescimento - Táticas e Estratégias que modelam o Pensamento Político

Imagem: Bing IA Pacard - Designer, Escritor, e Artista, que tem nojinho de políticos vaidosos* "E sucedeu que, estando Josué perto de J...