AD SENSE

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Pelas ruas de nossa humanidade - Um passeio pelos encontros de personagens pitorescos que fizeram Gramado

Foto: O Pitoresco escriba deste blog, aos 8 anos de idade, no tempo em que assoviava para provocar o Chico macuco

O que é uma rua, senão o estreitamento do tempo de jornada entre pessoas? O que são casas senão espaços onde se dorme, come, e se confraterniza com nossos amigos e familiares? O que são lojas e indústrias, senão lugares onde trocamos bens por valores e valores por bens, para nosso consumo e bem estar? O que é uma cidade, senão a soma destes encontros, valores e lugares, onde nascemos, e fazemos nascer, morremos, e choramos pelos que morrem, enquanto não chega a nossa vez?

Gramado é isso tudo,agregada pela beleza das ruas, pelo perfume dos jardins, pelo ar gelado das noite, e pelo esplendor do amanhecer no Vale do Quilombo. Gramado é o conjunto das lembranças de pessoas que passaram por nossas vidas, e não fora a audácia impertinente de um e outro historiador, nossos amanhãs seriam tão vazios quanto vazias seriam nossas lembranças destas ruas, lugares ou pessoas. Então, faço minha parte para que não haja vazios na minha Gramado da saudade, dores e vivências.

Pinguinho
Pinguinho foi um destes personagens que nunca encontrará o leitor nos anais de relevância política para louvar seus feitos nos púlpitos ornados de flores e platéia perfumada e galante. Pinguinho era um velhinho, acho que da família Wingert, que perambulava pelas ruas centrais de Gramado, fumando seu velho cachimbo de madeira e fumo em rolo, envolto em um capote de lã, e usando um chapeuzinho surrado de priscas eras. Magrinho, de nariz aquilino saliente, sem dentes, Pinguinho sorria sempre e acenava com reverência a quem o cumprimentasse. Pinguinho descia até à antiga Estação Rodiviária, tomava seu traguinho, e ia embora, silencioso, do mesmo modo que chegara. Não discutia política, nem falava mal do governo. Apenas tomava seu "martelinho de pinga", e deslizava pela tarde, rumo ao ranchinho onde morava na Vila Piratini. Pinguinho desapareceu, assim como apareceu. Silenciosamente sozinho.

Valdecir
Não sei o sobrenome dele. Talvez nem ele mesmo soubesse. talvez alguém saiba, mas esse alguém, não sou eu. Era apenas Valdecir. Perambulava pelas ruas centrais,  e aportava sempre na Estação Rodoviária, onde confraternizada com os transeuntes, e educadamente cumprimentava uma a uma das pessoas, e sorria. Não era difícil de ser notado, porque tinha uma aparência incomum, um queixo avantajado, como o queixo do Rei Carlos V, da França. Não, Valdecir nunca foi rei, e nem sabia o que era um rei, muito menos, desejar ser um. Valdecir apenas queria sentir-se bem no lugar, e ser importante, diante dos políticos que também frequentavam o lugar. às vezes, Valdecir até lia um jornal, ou fingia que lia, pois era comum posar com o jornal virado pra baixo. mas se até ex-presidentes fazem isso com livros, por que o valdecir não poderia fazer? E fez.

Zé Maria
Tadinho do Zé Maria. Um manino, um rapazote, de sensível retardo mental, que perambulava pelas ruas, com um saco nas costas, pedindo esmolas e andando pra lá e pra cá. Mas foi notável em seu tempo, porque todos conheciam o Zé Maria. De fala enrolada, dicção e articulação infantil, fazia-se feliz com pouco, com bananas vez ou outra. Certa ocasião, assentado á porta de alguma casa comercial despachando uma penca de bananas de uma só vez, com a boca cheia de pasta mascada de banana, dizia, sorrindo:
- "Mânana! Cumendo mãnana! Maliga ceia de mânana! Eta, cumê mânana!"
Zé Maria era abusado pelos malvados da cidade, e não escondia isso, o pobre. Quando perguntado, por deboche como era o abuso, apenas dizia, com a voz embargada:
- "Are que nem pimenta!" E chorava.

Taquinho
Taquinho era uma figurinha ímpar. Caminhava com jeitão de malandro, jogando ombros e cabeça de um lado a outro, calçando sapatos com dois números maiores que seus pés. Tinha um jeitão sempre sorridente, e era o "mascote" dos debochados que frequentavam o Café Cacique. Não fazia mal à uma mosca sequer, e não falava mal de ninguém. Nem tinha porque, pois daquele jeitinho manso e malandro, conquistava pessoas, e os debochados, pensando serem malandros, atiçavam as palhaçadas do pimpolho, em troca de guloseimas do lugar, que não eram de se desprezar. Assim, Taquinho era protegido deles, e ainda que dormisse em carros velhos á noite, na manhã seguinte, à hora do cafezinho, lá estava o taquinho, pronto para fazer alguém rir, e receber em paga os sonhos e café do Clávio Braun. Taquinho sublimou-se no esquecimento, mas não na minha memória. Eis o Taquinho entao.

Angelim Miraguaia
Os Miraguaias eram um clã de irmãos, filhos da Dona Leonora, que moravam lá pelos lados das terras dos Abraão, entre a Vila Moura e o Mato Queimado. Mulatos, mestiços, não sei ao certo, eram uns bugres fortes e despachados para o trabalho braçal. E também pra cachaça. Dóceis, afáveis e amáveis, educados, tinham estilo e linguagem própria em seus momentos etílicos. Angelim, creio que era aposentado por alguma coisa, e tinha uma rotina quase diária, de ir na bodega comprar mantimentos, que os carregava em uma "mala de garupa", um saco de duas bocas, levado ao ombro, cujas bocas distribuíam o peso entre uma e outra. E ao fim das compras, tomava um tragoléu bagual, para costurar pelo caminho, pegar pinto, andar em ziquezague, cantando bravatas com a voz embargada pelo timbre alcoólico contumaz deste costume etílico. Reza a lenda, que ao chegar em casa, metia o pé na porta e berrava:
- "Mamãim! Eu te quebro os córno!"
Nunca quebrou nada. Eram amigos, Bebiam juntos e se emborrachavam um do lado do outro.

Chico Macuco
O velho Chico Macuco era miudinho, usava um bigodão preto, cabelo liso, à moda índio, sobrancelhas fechadas, e sempre sisudo. Era carrancudo, severo, e não tinha paciência com a gurizada, que se escondia nas mitas e assoviava quando ele passava, imitando um "Macuco", um passarinho, que creditou-lhe o apelido. Ele odiava este apelido, e saía com seu porrete atrás dos guris, doido pra ensebar o camboim no lombo dos piás malevas. Eu devo, pelo bem da minha integridade moral, confessar, que assoviei só uma vez pra ele. Ainda bem que eu corria muito rápido, senão achoque taria algumas costelas tortas hoje em dia. Mas foi uma vez só. Nunca mais eu fiz. Não com o Chico Macuco.
Minha avó mantinha a firme crença de que Óleo da Capivara curava  anemia, e sempre que ele passava, encomendava a ele um litro do tal óleo. Pro bem das capivaras, ele nunca entregou nada.

Míntia
Míntia era um sorridente andarilho que perambulava pelos botecos e pelas casas, em busca de um biscate para comprar seus tragos e comprar alguma boia nas vendas. Vivia com a mãe, num casebre lá na Avenida Central, mas seu roteiro era o centro e vilas (na época não eram chamados de bairros ainda). Caminhava parecido com o Taquinho, maneando a cabeça de um lado a outro e jogando o corpo na direção da cabeça. Tenho que admitir, que o rapaz era dedicado à cachaça, e tragoléu era seu dia a dia. Mas era uma boa pessoa, querido pelas crianças, nunca fez mal à uma mosca seques, e teve um triste fim: Morreu queimado, em um incêndio em uma casinha anexa ao pavilhão da Prefeitura.  Muitos estudantes foram ao seu velório. Notável. E ele era bem pobre. Notável mesmo.

Lino e Landa
Eles eram irmãos. unidos demais. Perambulavam pela cidade, indo do Lago negro ao Mato Queimado, e voltavam para a Vila Moura, onde moravam. Eram filhos da Dona Chinoca, sobrinhos da Dona Chiquinha. Dona Chinoca (eu não sei o nome, nunca soube) era uma velhinha benzedeira. Benzia todo mundo (menos eu, que era de outra crença). Maioria dos meus vizinhos e amigos já sentaram á sua frente e a viram costurando um paninho, rezando suas rezas, esfregando o pano nas orelhas do benzido, e deixando o trapinho atrás da porta, para que quem o visse, tirasse dali e o levasse embora, porque estaria levando consigo, o mal que afligia a pessoa. Não sei se funcionava, mas era assim que ela fazia. Lino e Landa eram especiais, tinham a mente de crianças, e caminhavam em fila indiana. Ele uns dez metros à frente, e ela, com sua sacola de donativos recebidos, atrás. Lino sorrindo, e Landa se queixando, atrás dele. Chamava á todos de "Pai" e "Mãe". Quando fui aprendiz de enfermagem, eles iam no Posto de saúde queixar-se de algumas doenças, imaginárias na maioria, e que por sadismo, recebia uma sacola de injeções, e eram encaminhados ao hospital, onde eu trabalhava, para que recebessem as aplicações daquelas injeções.  Era costume de algumas enfermeiras maldosas, aplicarem de modo que doesse muito, na coutada da landa, e ela chorava muito. Quando comecei a trabalhar, recebi a atribuição, e passei a aplicar as injeções. Eram injeções de óleo, muito doloridas. Eu aplicava com cuidado, pois eu tinha um pouquinho de consciência sobre a dor, especialmente a dor alheia, e mais ainda, a dor de um indefeso. Depois disso, quando nos víamos pela rua, ela apontava o dedo, sorria, e gritava bem alto:"Pai! Pai!". Eu ria. Era só o que podia fazer, além de não maltratá-la. Landa morreu há alguns anos, e o Lino, da última vez que o vi, estava ainda sorridente, muito bem vestido, totalmente grisalho, e morando no mesmo lugar. Que bom.

Seu Portela
Eu já escrevi sobre este personagem, mas vale juntá-lo aos pitorescos neste ensaio. Portela era um velhinho, quando o conheci, arcadinho, com apenas dois dentes inferiores, e acho que uns dois superiores, isso não lembro bem. Andava com uma calça de lã, com uma perna arregaçada acima da outra, levando uma malinha de garupa, e um cajado, para acelerar o passo, Reza a lenda, contada pelos meus primos, que o velho era bom de adaga, pois fora marinheiro em alguma das embrenhadas da Marinha brasileira, eu não sei dizer qual, pois também conta-se que ele morreu aos 105 anos de idade. Quando o conheci, estava perto dos cem anos, e era muito ágil. Comia escondido, envergonhado por comer muito rápido, costume que aprendera na vida militar. Não sei se verdade, ou por pagodeira, contavam que ele tinha uma xaxim, ao que dera o nome de "Catirina",e de vez em quando chegava borracho em casa, e metia a faca espicaçando o xaxim. Mas eu acho que era só deboche da gurizada pra troçar do velho. Eu gostava muito dele, pois era orgulhoso e esperto. Passava em nossa casa, pois sabia que minha velha avó, de sangue e alma judia, sempre tinha um prato de sustânça pra quem chegasse á sua porta, com fome. Mas ele não ia de mãos vazias; Levava sempre no "borço", uma balita pros guris, meu tio Samuel Issac e eu. Seu Portela deixou saudade.

Outro dia eu conto mais.






segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

No dia em que eu quis ser comunista (Ficção*)


Nasci de olho arregalado, e a parteira, que também benzia, nas horas vagas, vaticinou à mamãe:
- É um ticudo, mas apesar disso, será um varão curioso!
Mamãe só ouviu a parte do "ticudo", e sorriu, aliviada, pois no lugar onde nasci, atribuia-se aos varões a sina de que se tornariam "foiceadores", e às donzelinhas, auspiciava-se que se tornassem "costureiras". Nobres ofícios, não hei de negar, porém mamãe era ambiciosa, e esperava mais do rebento, e o universo conspirou (essa foi pegajosa) e selou os lábios carnudos da parteira, que num tom engasgado, apenas foi capaz de pronuciar: "ticudo será, curioso se tornará!" (as pitonisas, nome antigo das benzedeiras, arriscavam uns versos e cavavam umas rimas para darem ar de mistério ao vaticínio) Certo foi que nasci curioso.

Minha curiosidade tinha certos limites, hei de afirmar, mas às vezes, eu adentrava em campo minado, só pra sentir a cósca das bombas. Um destes terrenos, era o idealismo marxista, a quem eu desejava ansiosamente sorver dos ensinos. Assim, resolvi tornar-me um comunista. Mas não era um comunistazinho mequetrefe qualquer, não senhor. Eu queria ser um comunista daqueles bem, daqueles encardidos, ranzinzas, estes eu queria ser, bem assim.

Decisão tomada, fui ler primeiramente o livro sagrado da foice e do martelo: O Capital! Mas aí foi que a máquina de pensar começou a emperrar, quando vi a foice e o martelo. Mas pra que foice e martelo, se os comunistas que eu conhecia estavam enfiados nos cantos sujos de casas velhas, feito ratos e baratas, planejando e arquitetando planos para dominar a burguesia? Foice era pra trabalhar nos campos e martelo, para construir cidades. E comunista constrói alguma coisa? Mas fui. Procurei o comitê local, numa ruela suja próxima da fábrica de pneus, e bati à porta. Alguém berrou lá de dentro:
- Hasta la victória!
Era uma senha, pensei comigo. Entrei no time, e completei a frase, que já conhecia:
- Siempre!
Um camarada com óculos do tipo "fundo de garrafa" engordurados, abriu a porta devagar e enfiou a cabeça do lado de fora, espiando de um e de outro lado. Como viu que eu estava só, fez um sinal com a cabeça para que eu entrasse. Obedeci,solenemente, afinal era um camarada do comitê quem me autorizava adentrar no estabelecimento, e só não usei a palavra "com reverência", porque como candidato a comunista, eu precisava me convencer de que era ateu. Mas foi uma emoção forte, devo ser sincero. Entrei, segurando com as duas mãos, voltadas para baixo, um livro de V. Kopnin, intitulado: "Dialética como lógica e teoria do conhecimento". Era impresso na URSS, e eu o consegui com um bancário de um banco estatal. O banco era estatal, mas estava lotado por comunistas. Isso me emocionava.
Assentado em uma cadeira velha, tendo á frente uma velha mesa, cheia de documentos, estava o chefe local do comitê, o Vlad, Vladimir Rodrigues. Seu nome era Jurandir, mas Vladimir era mais adequado, e tornou-se seu codinome. Comunista tinha isso de usar codinomes. Eu estava ansioso por ingressar, ser aceito logo, e ganhar um codinome. Tinha até pronto um papel de codinomes sugeridos. O meu preferido era Leonid.  Eu gostava de Vladimir, mas logo de cara encontrei um Vladimir, e logo o chefão, fiquei um pouco receoso de que isso pudesse glosar meu acesso ao partido. Então Leonid talvez fosse mais adequado a mim. Tinha que começar de baixo.

Camarada Vladimir olhou-me com a cabeça baixa, erguendo apenas os olhos, por cima dos óculos redondos, com aspecto de investigação de caráter, no caso, o meu.
- Escriturário?
- Sim, camarada. Sou escriturário sênior em um banco estatal.
- Lacaio do capitalismo! Vocês contam dinheiro e extorquem o proletariado, enquanto os campesinos engrossam as mãos e suam sangue para lhe fornecerem o pão que come? Pensou nisso?
- Não, camarada! - Respondi, profundamente envergonhado, porque eu comia muito pão mesmo. Depois disso, senti-me compelido a comer coisas menos campesinas, como enlatados, pois enlatados não vinham do campo. Vinha das fábricas. Mas não falei nada. Nem foi preciso falar, porque ele continuou seu discurso de culpa:
- Nos campos e nas cidades, nas fábricas burguesas, títeres dos ianques imperialistas, que esparramam seus enlatados nas casas do povo.
Misericórdia!- Pensei. Mal comecei a ser comunista, e estou com um ódio indescritível da burguesia. Só não tomei uma atitude mais radical naquele instante, porque eu não tinha ideia do que comeria se jogasse o pão e as latas de ervilhas e sardinha no lixo.
Vladimir anotou meu nome numa caderneta amarelada, acendeu um charuto cubano, soltou uns círculos de fumaça, e estalou os dedos em direção ao gorducho de óculos de fundo de garrafa,
- Passa um telegrama pro camarada Oliveira.  Diga que iremos fazer piquete na segunda feira pela manhã. Queremos fechar aquela fábrica até o fim da semana.
- Fechar uma fábrica? - Pensei. E o que ganhariam, fechando fábricas? Causaria desemprego.
Parecia que Valdimir lia meus pensamentos.
- Fecharemos todas as fábricas e promoveremos o desemprego, para um despertar dos trabalhadores. Secaremos a fonte de deterioração da vontade proletária, e com isso, os libertaremos de sua ganância opressora. O camarada Lênin fez isso, destruindo plantações de batatas na Polônia, e conseguiu adesão do proletariado à causa. Não é supimpa, camarada?

Olhei para meu velho relógio e pus a mão na testa, espantado:
- Me perdoe, camarada!  Tenho um importante relatório por concluir, e ainda preciso do emprego. Voltarei a contactar com você.
E saí a passo largo. Fiquei assustado com esse tipo de comunismo que conheci. Pensei então em outras correntes de pensamento. Saí dali e caminhei até uma universidade, porque fui informado que o Diretório Acadêmico tem excelentes pensadores, imaginei, e vou buscar a teoria da coisa para decidir-me. Fui. Barbaridade! Melhor que não tivesse ido. Mas fui.

Quero dizer que não tenho problema nenhum com moças que não de depilam. Nenhum mesmo. Apenas acho que não prejudicaria o movimento, se as camaradas tomassem um banho de vez em quanto. Um por semana, por exemplo. Bem, isso também não era problema meu, pois li que o camarada Guevara também odiava banho. Achava muito burguês. Então que seja. Abaixo a burguesia. Abaixo o sabonete yankee! Pasta de dente também é yankee? Pois que seja: Abaixo o creme dental e a exploração das proletárias de corpos esbeltos para alimentarem o capitalismo burguês e porco imperialista!
Bem, de fato eu gostava de tomar banho, achava lindo olhar as pernas macias e bem depiladas da moças, e sentia enjoo quando alguem não lavava o suvaco. Acho que não era bem isso que u esperava do comunismo. Achava eu que no comunismo, haveria oportunidade para que todos tivessem chances iguais, oportuniades iguais, e que o mundo poderia ser mais justo.
- Isso! Exclamava Vladimir. Isso mesmo. Se você tem sobrando, tem que dividir com quem não tem.
- Ué! Mas o cristianismo e o judaísmo, e até o islamismo, não ensinam o mesmo?
- Fale baixo, camarada! O que você quer? Destruir o aparelho revolucionário? Comunista que se preza tem que ser ateu
Quanto mais Vladimir falava. menos comunista eu queria ser. Resolvi dar um tempo. Esperar para ver como ficariam as coisas. Conversar com Aristeu. Aristeu era de uma ala mais liberal, menos radical. O radicalismo me assustou. Eu não queria pegar em armas, tirar gente de dentro de casa. Isso me assustava muito.
Aristeu era um aluno do curso de antropologia, mas fazia também umas cadeiras de sociologia, e liderava uma nova linha de pensamento, onde a palavra comunismo não era mais importante. Pachorrento, Aristeu ensinava que aquele velho comunismo bolchevique estava em decadência. Agora, as rodas de avaliação levantavam pensadores franceses: Focault, Beauvoir, um pouco de Nietsche, mas deixava a Europa fria, e engajava-se no tropicalismo latino, para construir um novo socialismo aberto, cujo melhor atributo não era derrubar uma casa ou tirar seus moradores á força, mas engajá-los e transformá-los através da dissolução da família, assexuando os filhos, e subindo a categoria do cachorro como membro da família. Solução perfeita, pois rebaixando o nível racional da burguesia e elevando a moral canina e felina, a massa seria invencível. O resto, seria uma questão de arranjos localizados aqui e ali. Fantástico! Mandar a família á merda, era o máximo. Pensei nos natais e confraternizações tradicionais incômodas de não precisaria mais abraçar os chatos, emprestar dinheiro e a bicicleta ao cunhado, e ter que suportar as piadinhas infames dos beberrões da repartição, em festas do chefe. Aceitei então um convite de Aristeu para uma reunião ideológica com os militantes. Fui. Era à noite, no centro de convivência da universidade pública.
Foi montado uma bancada improvisada para os dirigentes do movimento,e fui convidado a assentar-me junto deles. Senti-me importante. Importante mesmo. Logo eu, que nem decidido estava, de saída, sou convidado a compor uma mesa diretora. Isso encheu-me de responsabilidade, e minha postura foi ereta, impávida. Aristeu começou um discurso, conclamando os companheiros para a luta e pela libertação da América. Libertação da América? Libertação de que? De quem?

- Do neo liberalismo, companheiro! Da influência dominadora dos americanos (isso não mudou), e da globalização. Tínhamos que combater as queimadas na Amazônia, defender os coalas na Austrália, que também pegava fogo; abraçar uma árvore no centro da cidade que seria podada naquela semana,  adotar os "humaninhos de rua", os cachorrinhos; levantar uma campanha de assinaturas na web para impedir que dessem mais folhas de bambu que os pandas necessitavam porque estavam ficando gordos demais. Havia muito mais ainda:  Um grupo de rapazes, estranhamento fantasiados, trinavam canções com vozes em falsete, elaborava um movimento tresloucado, ao qual davam o nome de "performance", com uma tira de pano levantado ao alto, como uma cobra que serpenteava pelas pessoas, gritando palavras de ordem, e contra alguma coisa, que acho que eles não tinham bem certeza do que era.

Uma moça bem forte, puxou-me e me lambuzou de beijos, e abraçou-me com voluptuoso frenesi. Não foi ruim, mas achei o gogó dela meio avantajado, e sua voz rouca, parecia grave. Não sou preconceituoso, mas eu tenho certeza que debaixo da maquiagem encorpada, havia tocos de barba de dois dias. Talvez ela estivesse tomando hormônios por algum distúrbio glandular., Vai saber..

Mas não fiquei comovido com essa visão do comunismo. Concluí que o comunismo bolchevique ensinava que tudo é de todos.
- Todos não. Os proletários! - Retrucou o camarada de óculos tipo fundo de garrafa.
- Mas os bolcheviques mandariam os burgueses dissidentes pra Gulag. Sobrariam apenas os proletários.
- Então? Foi o que eu disse. Tudo para todos!
Continuei: No novo socialismo de Gramsci, ninguém é de ninguém; O que tiver que ser, a gente dá o contra e esculhamba tudo. Afinal, é a geração dos "Memes", do deboche.
Desisti por ora deste tipo de comunismo também. Pensei: O tempo vai passar e as coisas se decantam. Vou cuidar da vida.

Os anos se passaram. Fui pras redes sociais procurar os velhos camaradas. Achei a maioria.
O camarada dos óculos de fundo de garrafa tornou-se banqueiro. Passou a financiar empreiteiras e políticos.
A moça que me lambuzou e deixou todo marcado de batom, tornou-se empreiteiro. Hernandes & Galileu. Ganharam dinheiro com Resorts, motéis, e casas noturnas. Investiram também na religião. Financiam pastores em franquias de uma religião chamada: "Igreja Penta-Bossal Bola da Vez do Sétimo Dízimo", mas nesse tipo de negócio, usam laranjas. Não querem ligar-se a negócios escusos. É tudo feito ao apagar das luzes.

Vladimir entrou na magistratura.  Foi pro Supremo. Aristeu conseguiu uma colocação como assessor de um senador. Casou-se. Com Vladimir. Gramsci foi mais contundente no argumento. A Dialética como lógica e teoria do conhecimento, virou papel reciclado. Higiênico

E eu, investi em negócios de manutenção ambiental. Sou jardineiro. E filósofo. Entrego pizza, e também jogo búzios, e sendo ateu, isso me deixa mais focado nos resultados. A gente tem que ser polivalente nesta sociedade de consumo. Consumo de coisas da China. A velha e boa China de Mao, Comunista. Da gema.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

A Parede Branca


Um dia fui à procura de D-s. Encontrei uma grande galeria de arte religiosa, com uma placa que dizia: D-s está aqui. Entre e veja por si mesmo.
Eu entrei. Lá dentro havia um corredor cheio de portas. Em cada porta, havia uma placa que dizia: "O D-s dos Cristãos".
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Entrei, e vi um belíssimo quadro, ornado por uma moldura dourada, cheia de ornamentos e floreios. Na pintura, havia uma tela de inigualável beleza, que mostrava uma pomba branca pousando sobre um moço, loiro, de olhos azuis, e barba da cor do ouro refinado, e atrás de si, uma luz de azul intenso à volta, e branca à medida que chegava ao centro. Estranhei que embora a luz estivesse atrás, seu semblante era igualmente iluminado e tudo o que era mostrado naquele quadro, brilhava como o sol do meio dia. À volta, o ambiente era cercado de anjos com rostos belíssimos, sobrevoando e abraçando-se á moldura, espargindo eles próprios outro tanto de luz, com a mesma intensidade da que vinha de trás, e do alto, e o próprio chão, onde os brancos pés do moço pisavam sobre nuvens, tudo, tudo era luz de intensidade formidável.
Senti-me pequeno demais para permanecer naquele lugar, senti-me fraco e envergonhado, porque vi minhas mãos e meus pés, e senti o meu cheiro de cansaço e suor. Aquele não era o meu lugar, então entendi que aquele quadro não mostrava o D-s que eu buscava.
Na segunda porta, a placa dizia que ali estava apresentado o D-s dos islâmicos. Pouco pude ver, pois havia um manto negro envolvendo a pintura, porque os islâmicos não podem pintar nenhum tipo de representação de Alá, O Nome de D-s nesta religião. Um alto falante chamava os visitantes para a oração, e como eu não era desta religião, senti-me invasor daquele lugar. E não pude ver D-s por causa da cobertura do quadro na parede, então saí dali também.
Na terceira porta, estava o D-s do budismo. Uma belíssima e bem nutrida estátua de um Buda sorrindo, assentado, diante de uma flor de lótus. Na parede ao seu lado, haviam imagens de multidões famintas, em guerra, doentes, um caos. No entanto, o Buda continuava a sorrir. Fiquei confuso, e também saí daquele lugar. Não vi D-s por lá.
Na quarta porta,Havia uma inscrição cercada de letras coloridas. Era a sala do D-s africano. Vi muitas vestes e máscaras, ouvi tambores, vi pessoas dançando, naquele quadro, vi animais degolados ao lado de flores e comida. Vi charutos e cachaça, e ouvi vozes e cânticos ritmados, que eu não consegui entender também, e então saí dali´, porque não vi D-s naquela ilustração.
Uma sala com apenas uma inscrição à porta, dizia: "D-s dos ateus - Aqui Ele não está". Achei curioso, e entrei, afinal, o D-s que se oculta, pode muito bem ocultar-se no inesperado. E entrei. Havia uma grande lousa, cheia de fórmulas matemáticas, e teorias para provar o improvável. Achei graça, e não me detive ali também, pois Onde ninguém busca à D-s, certo é que não O encontrará em lugar algum, muito menos nesta sala. Fui embora depressa, pensando meste paradoxo.
A penúltima sala tinha uma Estrela de David, na porta, e uma Mezuzá no umbral. Beijei a mezuzá, e entrei som solenidade. Na enorme tela na parede, havia uma pintura que contrastava entre pessoas sofridas, e heróis em luta. Entre humildes rabinos, e imponentes reis. Ao centro da tela havia a letra Shin, de Shalom, (paz). Um toque de shofar (corneta de chifre de carneiro) dava o ar solene do lugar. Mas não vi D-s naquela sala. Sem esperança já, saí de lá, e não tive vontade de entrar na última sala. Tive medo, na verdade. Medo de não me encontrar com D-s. Mas juntei coragem e entrei. Era uma sala branca, desde o chão, paredes e teto. Na parede em frente, havia uma imensa tela branca como a neve, e à sua frente, no chão, havia um balde com tinta branca, e um menino e uma menina, segurando, cada um,  um pincel, embebidos na tinta branca da lata.



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Novidades e excelente público marcam início do VI Gramado In Concert


Fotos de Rafael Cavalli


VI Gramado in Concert inicia com
ótimo público e novidades
Teatro e turnê internacional da Orquestra foram anunciados

A sexta edição do Gramado in Concert – Festival Internacional de Música iniciou em grande estilo nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, lotando o auditório do Expogramado. O público superior a 800 pessoas, que formava uma longa fila no saguão para a entrada, foi devidamente recepcionado e entretido pelo Maestro Cosminho e o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará. Trata-se do novo mascote do evento e grupo que realizarão os Concertos Itinerantes em locais variados da cidade, às 16h, sempre de surpresa.  Interpretado pelo ator Diogo Grulke, o nome do maestro é alusivo ao Troféu Cosmos que premia o vencedor do Concurso de Composição.
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Na sequência, a Orquestra Sinfônica de Gramado, regida pelo Maestro Linus Lerner, apresentou um repertório variado de obras sinfônicas com destaque para os solistas professores do festival. Entre eles, Daniel Wolff ao violão no Concerto de Aranjuez, Edwin Soo Kim ao violino em Czardas, a soprano Liliana del Conde em dois momentos, na ária da rainha da Noite, da Ópera A Flauta Mágica, de Mozart, e em Granada de Agustín Lara, além do trompetista Henrique Weege, vencedor do Concurso Jovens Solistas do ano passado, no Concerto para Trompete em Mi maior, de Johann Nepomuk Hummel.  Menção honrosa para participação dos músicos Ivo e Lachezar Stankov, da Bulgária, em duas obras de Mendelssohn. A dupla da Bulgária, formada por piano e violino, acompanhou o maestro na gravação de um CD com a London Royal Philharmonic Orchestra e que foi lançado oficialmente no Concerto de Abertura.  Vale lembrar que o gaúcho Linus Lerner é o primeiro brasileiro a reger uma gravação da tradicional e renomada orquestra de Londres. No final do concerto foram apresentadas Seleções de West Side Story, de Leonard Bernstein. Em meio aos aplausos do auditório lotado, o maestro Linus Lerner comemorou: “dizem que música erudita não tem público. É só dar oportunidade que o povo aparece”, ressaltou.
A programação do primeiro final de semana contou ainda com diversas apresentações em diversos locais de Gramado. No sábado, a programação iniciou com Laerte Hugentobler e seu violão às margens do Lago Negro, seguido da Camerata de Cordas da Universidade Federal do Ceará na Praça das Etnias, a Orquestra Antunes Câmara, de São Paulo, na Rua Coberta e as participações especiais da Orquestra Sinfónica Nacional Juvenil Bicentenario del Peru, na Escola Senado Salgado Filho e a Tallinn Old Town Music Orchestra, da Estôniam no Serrazul Hotel. No domingo, o Concerto de Música Antiga – Barroco Vivo, na Igreja do Relógio, o Trio Haylli, do Peru, na Rua Coberta, além da Seoul Metropolitan Youth Orchestra, da Coreia do Sul, no Serrazul Hotel.

Cabe destacar que a tradicional Sala da Lareira do Serrazul recepcionou na noite de sábado um encontro para jornalistas e formadores de opinião. O Secretário da Cultura, Allan John Lino e os maestros Linus Lerner e Leandro Serafim proporcionaram um bate papo descontraído sobre o evento e, entre diversos, assuntos tratados, duas informações importantes concentraram as atenções. A confirmação da primeira turnê internacional da Orquestra Sinfônica de Gramado (OSG), já anunciada pelo maestro Linus no Concerto de Abertura. Agendada para junho, 44 músicos e duas solistas sob o comando do maestro desembarcam em Portugal onde farão duas apresentações seguindo para roteiro que inclui Espanha, França e Itália. A OSG também prepara agenda de shows pelo interior do Rio Grande do Sul e cidades de Santa Catarina e Paraná.
E ao ser indagado sobre as perspectivas e possibilidades de Gramado ter um teatro, atendendo aos apelos de músicos, atores, produtores e, obviamente, de turistas e da comunidade, o Secretário da Cultura fez uma revelação histórica. Com capacidade de 1,5 mil lugares, a construção do primeiro teatro de Gramado deve iniciar ainda neste ano através de uma Parceria Público-Privada. Será um moderno espaço com salas de aula, biblioteca e cafeteria e que deve ser erguido em terreno doado pela prefeitura no ExpoGramado.  Segundo Allan, o fundador da Orquestra Sinfônica de Gramado (OSG),  com a economia com a montagem de estruturas temporárias o teatro se pagaria em se pagaria em cerca de dez anos, sem considerar o valor que pode agregar abrigando peças e espetáculo que hoje a cidade não tem como receber. O Secretário da Cultura destaca ainda o apoio da Universidade Feeevale que ofereceu seus profissionais para elaborar o projeto, que teria custo de cerca de R$ 2,5 milhões caso o município fosse bancá-lo.  O Maestro Linus Lerner complementou, exaltando a possibilidade de poder contar com espaço para apresentar em Gramado, peças como O Quebra- Nozes, o famoso balé de Tchaikovski, para citar apenas um exemplo. Linus garante que “teremos interessados em trazer esse e outros espetáculos para cá". Allan ressaltou que “não é um projeto simples, porque além de todas as questões arquitetônicas próprias de um teatro, como tamanho de palco e altura, acústica, e outros, há questões estruturais da obra, como solo, plano diretor da cidade e infraestrutura".
A programação do evento continua até o próximo sábado, 15 de fevereiro. Cabe enfatizar a concepção pedagógica do Gramado in Concert e a realização de suas 22 oficinas, a cargo de 33 professores brasileiros e internacionais, para cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina. Lembrando que nesta terça-feira, 11 de fevereiro, acontece no Serrazul Hotel, às 17h30, a Final do Concurso Jovens Solistas.
O VI Gramado in Concert – Festival Internacional de Música é promovido pela Secretaria da Cultura de Gramado e tem a direção artística do Maestro Linus Lerner, coordenação artística do Maestro Leandro Libardi Serafim e Coordenação de Produção, de Viviane Soares da Bis Gestão Cultural. 

Confira a programação final do evento até o encerramento no próximo sábado.

Programação 10/02/2020 (Segunda-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Trío Haylli (Perú) – 10h30 – Lar de Idosos Maria Nazaré
Seus componentes são estudantes da Universidade Nacional de Música do Peru. O grupo surgiu em 2017 e tem por objetivo apresentar obras compostas para piano, trompete e canto, de compositores como Scarlatti, Händel, Bach, Purcell, assim como, difundir a música acadêmica e popular do Peru e da América Latina.


Conhecendo o Festival – 14h- FAURGS
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.
Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Trío Haylli (Perú) - Cia.sax (SP) - Quinteto Lorenzo Fernandez (RJ) – 17H30- Hotel Serra Azul
Os três grupos selecionados no edital de Grupos de Câmara do VI Gramado in Concert, dividirão um concerto em um dos principais palcos do festival.

Professores in Concert – 20h – Hotel Serra Azul
Este recital é um dos momentos mais aguardados por alunos e o público do festival, pois é hora de ouvir e ver os professores executando obras solo, duos e trios em seus específicos instrumentos.

Programação 11/02/2020 (Terça-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Tallinn Old Town Music School String Orchestra (Estônia) – 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Rasmus Puur, 26 jovens com idade entre 13 e 19 anos, estudantes da Old Town Educational College de Tallinn, Estônia, apresentarão um repertório de músicas eruditas e folclóricas de seu país.

Conhecendo o Festival – 14h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Quinteto Lorenzo Fernandez (RJ)- 16h- Instituto Santíssima Trindade
O quinteto foi criado em 2011 na cidade de Rio de Janeiro e é composto pelo oboísta Juliana Bravim, pelo flautista Rômulo Barbosa, pelo fagotista Jeferson Souza, pelo clarinetista Cesar Ribeiro e pelo trompista Alessandro do Rosário Jeremias. Tem como principal missão apresentar músicas contemporâneas para quinteto de sopros. O grupo acumula diversos prêmios importantes e um CD lançado em 2015.

Final do Concurso Jovens Solistas- 17h30- Hotel Serra Azul
Apresentação dos 07 finalistas do concurso. (10mim por candidato). A Comissão de avalição escolhera os 03 primeiros colocados que ganharão prêmios. Além disso, haverá um premiado escolhido pelo público. O resultado será divulgado no final do concerto das 20:00hrs.

Orquestra Sinfônica Nacional Juvenil Bicentenário del Perú- 20h- Hotel Serra Azul
Sob a regência do Maestro Jorge Eduardo Ahumada Angulo, 12 jovens entre 14 e 29 anos, integrantes da orquestra principal, estarão apresentando, em formato de camerata de cordas, repertório erudito tradicional e obras de compositores peruanos.

Programação 12/02/2020 (Quarta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Seoul Metropolitan Youth Orchestra (Coréia do Sul) – 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Kyung Young Chung, 12 jovens selecionados dentre 120 que compõem a orquestra fundada em 1984 na cidade de Seoul, Coréia do Sul, estarão se apresentado no festival em formato de camerata de cordas.

Conhecendo o Festival – 14h- FAURGS
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Recital de Alunos- 17h30- Hotel Serra Azul
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.
Professores in Concert- 20h- Hotel Serra Azul
Comemorando os 250 anos de nascimento de Ludwig Van Beethoven os professores do festival interpretarão obras de diferentes momentos da vida deste grande compositor.

Programação 13/02/2020 (Quinta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Orquestra Antunes Câmara (SP)- 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Ênio Antunes, 15 jovens estudantes do Projeto Arte do Som e do Projeto Musicando, do Programa Fábricas de Cultura da Zona Leste, apresentarão repertório composto por obras eruditas que vão do período Barroco aos nossos dias, incluindo obras de compositores brasileiros.

Conhecendo o Festival – 14h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.


Recital de Alunos- 17h30- Hotel Serra Azul
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.

Banda Sinfônica do Festival- 20h- Expogramado
Sob a regência do Maestro gramadense Leandro L. Serafim, Coordenador Artístico do festival, a banda formada por cerca de 90 alunos do festival apresentará obras eruditas e populares compostas ou adaptadas para esta formação e terá ainda a participação de professores do festival como solistas.

Programação 14/02/2020 (Sexta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Como Vem Dueto- 11h- Rua Coberta
O pianista e compositor Roger Coicev, juntamente com o violoncelista Kainã Valentim apresentarão obras de compositores eruditos como J.S. Bach e ainda composições próprias do duo.

Conhecendo o Festival – 14h- Expogramado
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Recital de Canto Lírico- 17h30- Hotel Serra Azul
Neste recital, alunos da classe de canto solista, orientados pelos professores Inácio de Nono e Liliana del Conde, apresentarão diversas árias e canções acompanhados pelos pianistas do evento.

Orquestra Sinfônica B do Festival- 20h- Expogramado
Alunos da classe de regência orquestral, orientados pelo maestro Linus Lerner, apresentam obras sinfônicas de importantes compositores do cenário erudito a frente da Orquestra Sinfônica B do festival, composta por aproximadamente 100 músicos. Teremos ainda, a participação de alguns professores como solistas.

Programação 15/02/2020 (Sábado)

Recital de alunos- 10h- Centro Municipal de Cultura
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.

Camerata de Violões do Festival- 11h- Igreja do Relógio
Sob a coordenação do professor Daniel Wolff, a camerata formada por cerca de 15 alunos de violão do festival, apresentará obras compostas e arranjadas especificamente para esta formação.

Recital das Classes de Sopro e Percussão- 14h- Rua Coberta
Neste recital serão apresentadas obras ensaiadas no decorrer das classes de instrumento sob orientação dos professores de sopros e percussão do festival.

Cia.Sax (SP)- 16h- Hospital São Miguel
Criado em 2016 na EMESP Tom Jobim sob orientação do professor Milton Vito, o grupo vem realizando diversas apresentações, tendo inclusive, recebido prêmio em concurso de jovens solistas. Fazem parte do grupo os saxofonistas Gabriel Fanzeres, Samuel Alves, Gustavo Andrade e Khaleb Gonzaga.

Orquestra Sinfônica A do Festival- 19h- Expogramado
Sob a regência do Maestro Linus Lerner, diretor artístico do festival, a orquestra apresenta o Concerto de Enceramento. Comemorando os 250 anos de aniversário de nascimento do compositor Ludwig Van Beethoven o festival encera com a grandiosa 9º Sinfonia acompanhada de solistas e um coro de mais de 100 vozes oriundo de coros da região, classe de canto solista e da oficina de canto coral do festival.

Festa de Encerramento com a Big Band do Festival- 23h- à definir
Sob a coordenação de Willams Costa, a Big Band formada por cerca de 20 alunos do festival apresentará clássicos do jazz e da música brasileira de forma descontraída na festa de encerramento do evento.


Mais informações: www.gramadoinconcert.com

Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

Festival de música erudita gratuita acontece de 7 a 15 de fevereiro

Liliana del Conde, Soprano - Foto: Divulgação

Inicia o VI Gramado in Concert
Festival de música erudita gratuita acontece de 7 a 15 de fevereiro

A serra gaúcha será palco de 7 a 15 de fevereiro do VI Gramado in Concert – Festival Internacional de Música.  O evento oferece o melhor da música erudita em uma programação totalmente gratuita com concertos de orquestras, grupos de câmara e solistas além de oficinas que recebem cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina.
A Cerimônia de Abertura acontece nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, às 19h30, no ExpoGramado com a Orquestra Sinfônica de Gramado - OSG. Devidamente regida pelo maestro Linus Lerner, a OSG apresentará obras sinfônicas que terão como destaque, solistas professores do festival.  O concerto também marca o lançamento oficial do CD gravado pelo Maestro Linus Lerner  com os músicos Ivo Stankov e Lachezar Stankov com a London Royal Philharmonic Orchestra. Formado por piano e violino, o Duo Stankov também fará um concerto e ministrará aulas no festival. Cabe destacar que o maestro Linus Lerner, gaúcho de Novo Hamburgo, é o primeiro brasileiro a reger uma gravação da tradicional e renomada orquestra de Londres.
A programação conta com orquestras, grupos de câmara e solistas com a participação de três orquestras jovens internacionais: a Seoul Youth Orchestra, da Coreia do Sul, a Orquestra Sinfônica Nacional Jovem do Peru e a Tallin Old Town String Orchestra, da Estônia. Serão apresentadas em diversos locais de Gramado, 55 atividades, sendo 45 recitais e concertos e dez do “Conhecendo o Festival”, uma ação pedagógica que proporciona visitas guiadas aos ensaios abertos ao público, recebendo as pessoas que tiverem interesse em conhecer os bastidores do evento e que acontece no Expogramado, de segunda à sexta-feira, às 10h e às 14h.
Entre as novidades, destaque também para os Concertos Itinerantes, às 16h, em diversos bairros e pontos turísticos da cidade com o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará, sempre acompanhado do novo “mascote” do evento. Trata-se do Maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke e que tem seu nome em alusão ao Troféu Cosmos, criado pela artista plástica Débora Iron e que tradicionalmente premia o vencedor do Concurso de Composição. Os locais não serão divulgados porque a ideia é realizar apresentações de surpresa.
O festival vem crescendo a cada ano e a internacionalização já é uma realidade da sexta edição. Além de 20 professores brasileiros, o evento conta com 13 professores internacionais vindos da América Latina, Europa e EUA. Segundo o secretário Allan, é preciso enfatizar “a concepção pedagógica do Gramado in Concert”.  As oficinas receberão cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina e o evento - que acontece anualmente - tem dois pilares fundamentais: a promoção da formação e qualificação de músicos através das oficinas e a democratização do acesso à cultura através de uma programação de concertos com entrada gratuita durante todo o período do festival. Vale lembrar que são 22 tipos de oficinas: violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico, trompete, trombone, trompa, tuba, eufônio, flauta transversal, oboé, fagote, clarinete, saxofone, percussão, regência orquestral, violão, canto solista/erudito, piano, canto coral e ensino coletivo de cordas, sopro e percussão.
O Gramado in Concert ainda promove dois concursos com o objetivo de estímulo à criação, formação e valorização de jovens músicos bem como sua profissionalização. São os concursos de Composição Erudita e Jovens Solistas, que premiam em dinheiro os vencedores e têm número crescente de inscritos que buscam esse reconhecimento. Vale lembrar que o V Concurso de Composição recebeu um total de 29 inscrições de nove estados brasileiro e selecionou a obra “Alvorecer - Fantasia Sinfônica” do goiano Emanuel Gomes Ferreira e que será apresentada no Concerto de Encerramento.
O gran finale acontece dia 15 de fevereiro, às 19h, no Expogramado, sob a regência do Maestro Linus Lerner e comemorando os 250 anos de aniversário de nascimento de Ludwig Van Beethoven, a orquestra encerra a sexta edição do festival com a grandiosa 9ª Sinfonia, acompanhada de solistas e um coro de mais de 100 vozes oriundo de coros da região, classe de canto solista e da oficina de canto coral do festival.
Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

E falando em gratidão, Rodrigo e Maurício Oppitz




Falar bem é uma arte e uma ciência que deveria ser ensinada nas escolas, pregada nos púlpitos, discursado nas praças, e rezado no recato da oração. Falar mal, é um trato com a língua viperina, com a semente do mal. Por isso, não se fala mal das pessoas,, e sim de suas más ações, do mau comportamento. No máximo, que fique claro.

Falar bem dos amigos é uma prática que deveria ser levada a sério, mas especialmente de quando se fala em tom de gratidão, em suave melodia de lembranças agradáveis. E eu tenho muitas, acreditem em mim. Boas lembranças de bons amigos.

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Falei do André Tissot, em postagem recente, e falei do Prefeito Arno Michaelsen, em outro ensaio, e falei de muitas pessoas já. Continuarem a falar, pois nem sei se gostam de ler, mas faz-me bem externar minha gratidão à quem me fez bem algum dia.

Trabalhei na antiga Sonelli, em Canela, em 1980, ou 81, não recordo direito, mas gerenciei um departamento naquela indústria, e tive dois grandes amigos lá dentro: Rodrigo e Maurício Oppitz.

Neste tempo, tive mais proximidade ao Maurício, com quem inicie (e mantenho) grande amizade. Maurício era diferente dos jovens bem nascidos de sua época. Veio de uma família de posses, mas nunca fez de sua condição financeira, motivo para espezinhar ninguém. Nenhum de seus irmãos fez isso. Eram jovens simpáticos, que sabia, aproveitar a vida, mas o trabalho próximo ao chão de fábrica os tornou humanos, verdadeiros, amigos de verdade, e isso eu pude comprovar muito, mas muitos anos depois. Cerca de trinta anos mais tarde, onde um e outro, eles, e eu, tomamos rumos diferentes na vida. O tempo nos separou por mais de três décadas. No entanto, quando nos aproximamos novamente, as histórias pareciam ter acontecido no dia anterior, tantas eram as lembranças e as prosa para botar em dia todas elas.

Nesse reencontro, eu morava em Florianópolis, e eles também. A velha Sonelli já não exista mais, mas os moços ergueram sua própria empresa, liderando o setor daquilo que produziam, e goravam o Brasil e o Mundo fazendo negócios, sempre bons negócios.
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Um dia, liguei para o Rodrigo, e perguntei se ele se ofenderia se eu oferecesse algum trabalho, na
minha área, de Design, e o fiz, esperando uma negativa, pois pareceu-me por demais ousado, reencontrar amigos de juventude, e à queima-roupa, falar de trabalho. Surpresa minha: Ele concordou, e em pouco tempo, estava eu prestando consultoria e desenvolvendo projetos para o grupo que dirigem. Foram quase dois anos, onde conversávamos quase diariamente, e não só sobre trabalho, mas falávamos de literatura, de religião, de política, contávamos piadas, e falávamos da vida em geral.

O trabalho encerrou, mas a amizade apenas cresceu. E diariamente, desde então, recebo uma mensagem diária de saudação, louvor à D-s, e gestos de amizade, do Rodrigo, independente da condição econômica minha e dele serem absurdamente diferentes. Rodrigo não faz de seu status um abismo para tratar bem seus amigos. E eu, na condição de quem desenha e constrói coisas, procuro construir diariamente uma ponte para nossa proximidade afetiva, moral, espiritual, intelectual, e certamente também profissional.

Um dia eu estava escrevendo e ilustrando um livro infantil (Biluca Bimbão - O sapo que queria voar), e comentei com ele, sbore a dificuldade de ser escritor, e correr atrás do sustento ao mesmo tempo.  Perguntou-me sobre o livro, e mostrei a ele o progresso do trabalho, em andamento. Perguntou-se quanto eu necessitaria para concluir o projeto. Expliquei então que como eu fazia toda a parte gráfica, ilustração, edição, seria o trabalho de tres a quatro meses, com dedicação exclusiva, e disse o quanto eu tinha de despesas para isso. Rodrigo apenas pegou o talão de cheque e a caneta, e perguntou-me: Posso parcelar em três vezes?

Assim, pude concluir a edição deste livro, o único infantil que fiz.

Peço sempre à D-s, em minhas orações, que meus amigos sempre tenham em mim alguém em quem continuem a confiar. É só o que me interessa. O resto é a caminhada rumo á eternidade. Um longo caminho, cheio de histórias por lembrar.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Linus Lerner - Da Royal London Philarmonic Orchestra ao Gramado In Concert (Ou vice-versa)






A Orquestra Sinfônica de Gramado, sob a regência e comando de Linus Lerner, será a primeira orquestra gaúcha convidada a fazer um tour por Portugal, França, Alemanha e Itália, ainda em 2020. Vamos falar então de seu regente e Diretor, Linus Lerner. Eis o Homem!


Humildemente falando, ele é apenas um reles primeiro brasileiro a gravar com a Royal Philarmonic Orchestra of London. Coisa pouca.  Um cafezinho na esquina. Todo mundo, diariamente grava com esta orquestra. Nada demais. Só que não!
Lindomar Linos Lerner, ou como passou a ser conhecido após um deslize gráfico publicado em uma entrevista de um jornal brasileiro, Linus Lerner, o Coordenador e um dos fundadores da Orquestra Sinfônica de Gramado, com experiência de canto com o Maestro  Eleazar de Carvalho, carrega na bagagem o amor por Gramado. Carrega o talento de um Maestro cujo sobrenome deveria ser também Brasil.
Vivendo há 22 anos nos Estados Unidos, Linus não esquece Gramado, nem sua amizade com o silencioso Maestro Allan Lino, cuja amizade fez render este maravilhoso espetáculo de musicalidade e sublime inspiração à milhares de jovens musicistas que sonham assentar-se nos palcos ao lado de vozes e sinfonias, banharem-se em melodias, e afinarem alma e talento entre as notas, fusas e para mim confusas semifusas, abraçarem as colcheias, suspirarem em tons e semitons, guiados com frêmito compulsivo por vezes, suave por outras, bailado da batuta de grandes Maestros. Como Linus Lerner. Como outros, muitos mais.
Nascido em Novo Hamburgo, RS, Linus Lerner é diretor artístico e maestro titular da Orquestra do Sul do Arizona (Southern Arizona Symphony Orchestra (SASO) em Tucson no estado do Arizona, diretor artistico e maestro titular da Orquestra Sinfonica do Rio Grande do Norte (OSRN), sou diretor artistico e principal maestro da Orquestra Sinfonica de Gramado (OSG) alem de exercer os cargos de diretor artístico e maestro do Festival de Opera de San Luis Potosi e Concurso de Canto Internacional Linus Lerner no Mexico, e também diretor do Festival Internacional de Musica Gramado in Concert que entrará na sua sexta edição este mês de fevereiro entre os dias 7 e 15.
Como já citado, Linus Lerner, nacido em Novo Hamburgo, onde viveu ate os 22 anos quando mudou-se para Porto Alegre para concluir seu bacharelado em regência coral pela UFRGS. Teve grandes experiencias na cidade onde estudou o curso técnico de musica na Escola Senador Alberto Pasqualini (um dos poucos no pais na época). Foi professor e criador do sistema de aulas de violão em grupo (inédito no pais na época) junto a escola Musisinos com os Professores Mauro Harff e Rubin Jacoby (integrantes do grupo Caverá) alem do violonista Paulo Stahl e do grande amigo acordeonista e biologista ja falecido Paulo Saul. Um dos primeiros grupos que montou foi o grupo Vocal Salamaleque e logo em seguida a Camerata Consort de Violões que obteve um grande sucesso por também ser uma das poucas "orquestras" de violões no mundo junto com a cantora e também violonista de Novo Hamburgo Liris Neumann que segue hoje carreira como cantora, regente de coros e musicoterapeuta. Entre outros integrantes da camarata, o que é muito valido ressaltar aqui, estão hoje a cantora de carreira internacional Carla Maffioletti entre outros como o André Brandalise também musico terapeuta estabelecido em Porto Alegre. Em Novo Hamburgo também fui regente dos coros da Sociedade Ginastica onde realizamos o show "Bem Brasil" que viajou pelo pais alem do coral Canarinhos de Novo Hamburgo e do Coral 25 de Julho entre tantos outros grupos.  
Ano passado, 2019, Lerner, o Maestro, comemorou com um concerto com a OSRN os seus 35 anos de carreira. A musica sempre foi o que fez  desde a tenra infância. Como nasceu numa familia pobre nao teria condições de pagar aulas ou ate comprar instrumentos. Na verdade sempre quis estudar piano mas isso era fora de cogitação e acabou tendo suas  primeiras aulas de violão financiadas pelo seu irmão Celio Lerner. 

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Viveu em sua cidade natal ate os 22 anos quando me mudou-se para Porto Alegre para terminar o seu bacharelado em regência coral pela UFRGS. Teve grandes experiencias na cidade onde estudou o curso técnico de musica na Escola Senador Alberto Pasqualini (um dos poucos no pais na época). Foi professor e criador do sistema de aulas de violão em grupo (inédito no pais na época) junto a escola Musisinos com os Professores Mauro Harff e Rubin Jacoby (integrantes do grupo Caverá) alem do violonista Paulo Stahl e do grande amigo acordeonista e biologista ja falecido Paulo Saul. Um dos primeiros grupos que montou foi o grupo Vocal Salamaleque e logo em seguida a Camerata Consort de Violões que obteve um grande sucesso por também ser uma das poucas "orquestras" de violões no mundo junto com a cantora e também violonista de Novo Hamburgo Liris Neumann que segue hoje carreira como cantora, regente de coros e musicoterapeuta. 
Entre outros integrantes da camerata, o que acha muito valido ressaltar aqui, estão hoje a cantora de carreira internacional Carla Maffioletti entre outros como o André Brandalise também musico terapeuta estabelecido em Porto Alegre. 
Em Novo Hamburgo também foi regente dos coros da Sociedade Ginastica onde realizaram o show "Bem Brasil" que viajou pelo pais alem do coral Canarinhos de Novo Hamburgo e do Coral 25 de Julho entre tantos outros grupos. 
Linus guarda muitas lembranças de Novo Hamburgo e  uma grande lembrança foi que regeu em  uma orquestra pela primeira vez no festival de coros dos meninos cantores, foi a "Missa da Coroação", de Mozart, na Catedral com mais de 300 cantores e uma grande orquestra alem de ser um dos solistas na mesma obra na segunda apresentação. 
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Outra grande inspiração veio da virtuose,  Pianista, Olinda Alessandrini (hoje também professora e organizadora da parte de musica de câmara do festival Gramado In Concert). Quando estava na quinta série do primário (ensino fundamental), Linus foi assistir algumas palestras dela, onde explicava a musica clássica para jovens, e assim nasceu a paixão. Isso foi la no teatro Carlos Magno que provavelmente esteja fechado hoje. Linus tem muitas memórias daquele palco, muitos shows realizados por la. Bom lembra que aos 13 anos de idade, o maestro trabalhava para o Banco do Brasil como "office boy" e aos 15, deixou tudo para ser professor de violão junto a Musisinos e teve sua "escola" junto a comunidade de São Jose do Hortêncio, alem de Arroio Veado  (Município de Presidente Lucena, RS)e Linha Nova Baixa, RS,  entre outros. 
Lerner reside 30% nos Estados Unidos na cidade de Tucson, 40% no Brasil entre Natal e Gramado e os outros 30% viajando pelo mundo. Isso oscila um pouco a cada ano mais a media é mais ou menos assim. Na verdade o que o levou a sair do Brasil foi a busca de conhecimento, sede de aprender mais e estudar em outra língua e outro pais, como os Estados Unidos onde a cultura é muito mais valorizada. Seu plano inicial era de ir para a Alemanha mas acabou recebendo bolsa para os Estados Unidos. Estava regendo coros na época, inclusive o coral da Sociedade Ginastica de Novo Hamburgo,  e também estava começando uma carreira como cantor de ópera. Ganhou uma bolsa bolsa foi para as duas coisas, ou seja, foi para estudar canto e ao mesmo tempo foi como regente do coro da Miami University em Oxford, Ohio mas acabou ficando somente um ano nessa universidade pois foi aceito no Conservatório de Musica da Universidade de Cincinnati que é ainda hoje uma dos conservatórios de musica mais respeitados nos Estados Unidos e no mundo. Estudar la para Lerner foi uma experiencia incrível e mudou sua vida totalmente. 

Linus Lerner o único gaúcho a se apresentar no Carnegie Hall, sendo esta uma das melhores experiencias de sua vida. "Ainda hoje tenho aquela impressão sonora nos meus ouvidos...reger naquele teatro e fazer musica naquela perfeição acústica é como estar regendo um CD. Segue sendo o teatro mais fantástico acusticamente que regi ate hoje", dia Linus sobre esta experiência.

Reitero que Linus Lerner  é o primeiro brasileiro a gravar com a Royal Philarmonic Orchestra de Londres, e assim descreve sua emoção: "não tenho palavras para expressar minha gratidão pois a Royal Philharmonic Orchestra é uma das melhores do mundo e que sempre admirei desde muito jovem. Ainda me belisco para saber se não estou sonhando e talvez grave outro CD com eles no proximo ano. O CD ja esta lançado e somente estou esperando o lançamento dele nas plataformas online como Spotify and Apple Music e talvez quando esta matéria seja publicada ele ja estará disponível. Vou receber minhas primeiras copias do CD na abertura do Festival Gramado In Concert onde faremos o lançamento do mesmo no Brasil. O CD ja recebeu duas criticas internacionais e ambas são muito positivas".

Assim Linus descreve seu trabalho no GRAMADO IN CONCERT:
"Eu sou o diretor artístico e um dos fundadores junto com o hoje secretario de cultura de Gramado Allan John Lino e o professor e maestro Leandro Serafim. Sempre sonhei em fazer um festival em Gramado, acho que a cidade esta para a musica clássica como a musica clássica esta para Gramado, se casam muito bem! Desde muito jovem participei do Natal Luz de Gramado, na época ainda quando Eleazar de Carvalho. Como diretor artístico do festival estou muito feliz com o nível que o festival chegou em tao pouco tempo. Nos somos o único festival no Brasil que traz tantas orquestras convidadas, este por exemplo serão 3 orquestras internacionais (Estônia, Peru e Coreia do Sul) e uma orquestra de Sã Paulo alem da orquestra Anfitriã do Festival,  a Orquestra Sinfônica de Gramado e as orquestras e bandas que serão montadas durante o festival. Enfim são mais de 40 apresentações em um período de 9 dias e o mais importante: a qualidade musical. Alem de ser diretor artístico do Festival eu regerei o concerto de abertura com a Orquestra de Gramado apresentando alguns professores como solistas e regerei também o concerto de encerramento do mesmo com duas obras maravilhosas: Abertura 1812 (comemorando 180 anos de nascimento do compositor Tchaikovsky e a grande Sinfonia No. 9 de Beethoven comemorando os 250 anos de compositor que foi o mestre de todos os mestres. Alem do concertos que regerei, também estarei dando aulas de regência e meus alunos regerão o concerto no penúltimo dia com a orquestra B do festival que também apresentara grandes obras e alguns professores como solistas. "



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Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

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