AD SENSE

domingo, 21 de novembro de 2021

ARTESANATO GRAMADENSE, de Elisabeth e Erich Rosenfeld em GRAMADO de priscas eras

Artesanato Gramadense

Este lugar e bem mais que uma lembrança arquitetônica, que nem estilo tem, senão algumas caixas de tijolos cobertas com telhas de fibrocimento. A questão não é o estilo, mas o conteúdo, que povoa a memória de quem passou por lá, e a falta de memória de quem não o conheceu.

No início dos anos 60, chegaram à Gramado, os alemães, imigrantes, Elisabeth e Erich Rosenfed. Ela, artista plástica, premiada, e ele, funcionário de uma Cia. Alemã de tecnologia. Eis o que relata Dr. Ricardo Rosenfeld, neto do casal:


"Oi Paulo. Minha avó-drasta, 2a esposa de meu avô, nasceu em 20/10/1907, na cidade de Flensburg. Batisada com o nome de Elisabeth Redlefsen Schaberg. Quando casou com meu avô ficou apenas Elisabeth Rosenfeld. Abraço."

Eram proprietários das terras. Na localidade do Caracol, inclusive onde fica a Cascata, e venderam, comprando a terra de Gramado, que tinha cerca de 100 metros de frente, talvez mais, por cerca de um quilômetro, no sentido norte. Havia mato, arroio, cascata, campo, aclives e depressões, e sobre o alto de uma colina, construíram a casa, que se vê, aos fundos. 

 Continua após a publicidade

Continua após a Publicidade
Clique na imagem acima para visitar o anunciante

Visite no Instagram  o Empreendimento atual (Clique para visitar)

Elisabeth, tinha um Fusca branco, e Erich, passeava com seu elegante Simca Chambord, pela cidade, além de seu inseparável cachimbo, que denunciava sua presença simpática, por onde passava.

Elisabeth era muito brincalhona, e adorava passar trotes, no dia primeiro de abril. Era generosa, e conheço relatos e testemunhos de pessoas a quem ela estendeu a mão, até mesmo financeiramente. Adorava contar histórias, especialmente as histórias vividas por pessoas de suas relações, que vieram para o Brasil, fugindo dos horrores da guerra. Eram pessoas cultas.  Lembro de um piano de meia cauda, preto, que foi vendido para um médico local, e substituído por outro de quarto de cauda, muito lindo, que ficava na sala da casa.

Elisabeth Rosenfeld

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Logomarca do Artesanato Gramadense. 
Cortesia de Cezar Augusto Nerys de Oliveira


Ao Tear, Elisabeth Rosenfeld, e atrás, à direita, Ilse Bohn
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Eu desconheço a razão, mas estas são algumas dentre as raras fotografias que mostram Elisabeth, e não é por falta delas, pois bem recordo que ela gostava de fotografar e ser fotografada no seu cotidiano. Enfim, uma lástima, que tenha se sublimado nos espólios, o remanescente material e memorial destas pessoas e lugar. Apelo então `minha, e de outrem, memórias, para alguns pitorescos.
Sou bastante grato aos netos de Erich e Elisabeth, meus queridos amigos desde a infância, Ricardo e Mônica Rosenfeld, por cederem estas imagens.

Anuncie aqui. Prestigie este trabalho  


Gramado era já visitada por pessoas de diversos lugares, especialmente Porto Alegre, e São Paulo. Não posso deixar de mencionar que o Instituto Balneo Lodoterápico, da família Nelz, contribuiu para a internacionalização da cidade. Mas sobre estes, falarei em outro capítulo.
1 - Lucinda Parissenti
2 - Manoelina
3 - Nelda Pante
4 - Elisabeth Rosenfeld
5 - Remi galgaro
6 - Nelson Tegner
7 - Luis Brombatti
8 - Carmen Tegner
9 - Irene Grade
10 - Luis Parissenti (João canela)
11 - Erich Rosenfeld
12 - Iraci Gross
13 - Iracema Lüdtke
14 - Marlene Bohn
15 - Elvira Nienow
16 - ...???
17 - Ivo Schaumlöeffel
18 - Ivo Niclotti
19 - Fioravente Brombatti
20 - Valmor Benetti (Flechinha)
21 - Lucinda Bohn 
22 - Nelsi Pimel (Morena)
23 -Marlene Bohn
24 - Ilse Bohn
25 - Eronita Galgaro
26 - Sebastiana de Oliveira
27 - Irani Gross
28 - Rita
29 - Nailor Benetti
30 - Gelson Oliveira Rodrigues (Pelé)
31 - Dinah Teresa Rodrigues dos Santos
32 - Teresinha Pimel (Zita)
33 - Elida de Moura
34 - Lucide Pimel
35 - Lucinda Bohn
36 - Irma Rossa
37 - Nadi Rodrigues dos Santos
38 - Angelina Muraro

Quando começou, Elisabeth tinha um pequenino atelier na garagem do chalé onde morava. Logo, percebeu que precisava ampliar suas possibilidades criativas, e construiu um pequeno atelier (aliás, foi a primeira vez que ouvi palavras como: Mosaico, Atelier, e Artesanato). Neste atelier, contratou um especialista em fornos, um tal de Olímpio, e com ele, veio um assistente, o Nelson Tegner. Olímpio terminou a tarefa, e foi embora. Mas Nelson ficou, e ficou tanto tempo, que muitos anos depois, bem de vida, já, comprou a propriedade particular onde moraram Elisabeth e Erich (ou Erico) Rosenfeld.
O negócio de cerâmica não prosperou, pois já havia uma amiga de Elisabeth, uma senhora egressa de um campo de prisioneiros pelos nazistas, chamada Wanda Duczynka (Não sei se é assim que se escreve), ceramista, e nunca irei saber, mas quero presumir que Elisabeth não quis promover concorrência com a amiga.
Amigos, aliás, não faltava aos Rosenfeld. Logo, foi construída a casa maior, e o chalé, passou a ser a casa de hóspedes, onde os Rosenfeld recebiam artistas, eruditos, de Porto Alegre e São Paulo. Alguns também da Alemanha. 
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Foto à esquerda, acima: Orlando Alves de Moraes
Foro à  esquerda, abaixo: Samuel Isaac Cardoso (Desconheço quem está à sua direita, atrás)
Foto acima à direita, sentido horário: Angelina Muraro, Elvira Nienow, e Maria Elisa Dias Cardoso. Atrás, de pé, Samuel Isaac.
Foto do meio: Ilse Bohn
Foto menor, abaixo: Reconheço Maria Elisa, Elvira e Samuel. Não identifico os demais.

Elisabeth comprou um Tear de madeira para tecer tapetes de lã, que era comprada dos fazendeiros de São Francisco de Paula, mas a lã chegava suja, da mesma forma que era tosada, assim, precisava ser lavada, e era minha avó, maria Elisa, quem fazia esse serviço.


Esta é uma imagem de internet, mas os teares eram bastante similares à estes

No terreno dos fundos da casa, um imenso gramado, bem cuidado, que terminava numa mata e esta estendia-se até à rua dos Abraão, que hoje, liga o Bairro Moura ao Dutra.
O cidadão ao fundo, era o Seu Joanão, um preto velho que tinha carregado sotaque de italiano. Uma criatura de doçura e mansidão, que jamais vi igual. Sempre sorrindo, conversava com simplicidade, e cuidava daquele jardim como se cuida de uma criança. Seu Joanão tinha um filho adotivo, Alcindo Portulan, que foi marceneiro no Artesanato Gramadense.


O tear foi a sensação da vizinhança, que se amontoava à porta do pequenino atelier, já ampliado, para acomodar a engenhoca, jamais vista por aquele povo (eu também era daquele povo). Uma especialista, vindo de São Paulo, Dona Carla Blum, foi encarregada de montar o tear, e treinar pessoas para a nova atividade do já afamado atelier de Elisabeth Rosenfeld.
 O trabalho era reconhecido, e a cada dia apareciam mais pessoas dos arredores, oferecendo seus préstimos serviçais à “Dona Rosenfela”, como diziam os mais símplices, que tinham um certo brilho no olhar, ao vislumbrar um emprego, um aprendizado para os filhos, e um futuro mais digno para a família.
E o Artesanato só crescia. O estacionamento, externo, cascalhado, ficava abarrotado de carros, com placas de Porto Alegre, Caxias do Sul, Novo Hamburgo. Os negócios prosperavam, e Elisabeth descobriu um modo de permitir que seus colaboradores também prosperassem.

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Elisabeth não era envolvida em política, mas era bem relacionada com a alta sociedade civil e militar.
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld

Se gostou deste trabalho, as imagens estão à venda em formato impresso, por coleções ou sob demanda.
Segue nosso catálogo em SÉPIA, traço, de toda a coleção.
Solicite detalhes.
48 999 61 1546 whatsapp





Anuncie aqui



Lavação de Lã

Minha avó, Maria Elisa, lavava e secava a lã, de modo muito rudimentar, no inícios, nas priscas eras do Artesanato Gramadense. Nem sei se chamava assim naquele tempo.
Atrás dela, "Seu Joanão", um Preto velho, que tomava conta do jardim. Pensa numa alma generosa e gentil: era ele. Era Negro, mas tinha sotaque carregado no italiano, pois foi filho adotivo de italianos da colônia


Elisabeth então contratou pessoas com certo refinamento, para colocá-las à frente do atendimento aos visitantes. Tais colaboradores, Elisabeth recusava-se de chamar de “vendedores”, mas os chamava de “Recepcionistas”. 

As pessoas recebiam nas fábricas, o seu salário, e era tudo. Os Rosenfeld inovaram, pelo menos lá. Os colaboradores recebiam religiosamente a cada quinze dias, uma parcela do salário, e recebiam ainda, um adicional, um prêmio coletivo pelo desempenho do grupo, ao que chamavam de “Gorjeta”. Assim, enquanto existiu o Artesanato Gramadense, sob a direção dos Rosenfeld, e ainda depois, pelo casal Rubim, pagava os melhores salários da categoria na cidade.

Continua após a Publicidade

Conheça este projeto (Contato  48 999 61 1546  whatsapp)



De tempos em tempos, era oferecido um churrasco coletivos, extensivo às famílias, e mais que uma confraternização, todos recebiam prêmios por merecimento.

Estes eventos eram oportunidades culturais, ao que, ao longo do crescimento, e da construção de mais prédios, formando quase uma vila, Elisabeth construiu um, em especial, que chamou de “Teatrinho”. Todas as unidades recebiam nomes, mas o “Teatrinho” era um teatro em miniatura, com direito à coxia, palco, e auditório.














A Torre
Era costume, que as casas tivessem uma despensa de alimentos, reservada para conservas e estoque de cereais, bebidas e outros alimentos menos perecíveis, antes da popularização dos mercados, e dos congeladores domésticos. Assim, compotas e doces de frutas, conservas em vinagre e sal, ou mesmo secos, eram guardados em locais menos acessíveis, ao dia a dia da lida na cozinha.

Elisabeth tinha um lugar assim. Ficava no porão da torre da caixa d’água, que tinha um quartinho onde eram guardadas ferramentas de jardim, e no chão, um alçapão discreto, dava lugar ao porão, onde estava guardado um tesouro de especiarias e guloseimas.

Continua após a Publicidade
Para comprar o livro, com 99 histórias hilárias sobre Gramado, clique na imagem acima

Foram os netos dos Rosenfeld, Ricardo e Mônica, meus amiguinhos de infância, quem me enveredaram para o mundo da bandidagem, que ingressei para o mundo do crime, cujo alvo era o porão das compotas. Traçávamos muitos planos, uso de máscaras, lanterna, mapas, para efetuarmos a abordagem aos calabouço onde eram feitas prisioneiras as latas e os vidros de conserva, que ansiavam por sua libertação, pelos valentes cavaleiros da comilança. Na verdade, isso foi feito apenas uma, talvez duas vezes, pois o serviço de contraespionagem e a segurança do complexo, denunciaram nossas investidas, após descobrirem vidros abertos, e comprovarem por especialistas, que ratos não tinham tecnologia para abrirem “Vidros-Veeck” com os dentinhos. Assim, para frustração de nossos planos criminosos, foi nos oferecida a oportunidade para que nos servíssemos, à vontade, na dispensa convencional da cozinha de Dona Elisabeth. Paciência. Vida que segue. O crime perdeu talentos valiosos.

Cortesia de Rodrigo Parissenti

Esta placa em mosaico, moldada com pedras de ametista (garimpadas em Gramado), tacos de madeira, pastilhas de construção, e desenhos, retrata os primeiros trabalhos de Elisabeth, que sempre contou com auxiliares em suas obras. A placa ainda está fixada na parede de um dos prédios em ruínas.
Todos os retratados ali, existiram de fato, e eu sou aquele agachadinho com uma carda de abrir lá, dentro de uma gamela.

Os Artesãos
Eu nunca tinha ouvido a palavra “Artesanato”, até então, assim como também desconhecia a palavra “Atelier”, “Tear” Mosaico”, e até “Doce de Leite”, senão quando passei a frequentar o círculo social e cultural de Elisabeth Rosenfeld.

Mais que fazer arte ou artesanato, Elisabeth motivava as pessoas a que se tornassem hábeis e também criativos. Grande parte da arte que ela trouxe ao mundo, dizia respeito às pessoas. Onde muitos viam pobreza, Elisabeth viu pessoas. Onde muitos viam pessoas, Elisabeth viu talentos. Onde muitos viam talentos, Elisabeth viu um futuro. E as pessoas abriram os olhos e viram oportunidades.

Assim, Elisabeth demonstrava em sua obra, nos desenhos, nos entalhes, nos mosaicos, grafias pictóricas antropomórficas, onde o Homem e o Ambiente se mesclavam. O painel ao lado, ainda existe, colado sobre uma parede de um dos espaços, hoje em ruínas, que mostra o dia a dia de seu trabalho de artesanato, e as pessoas que participavam dele.

O menino agachadinho, cardando lã, era eu. Na bancada, estavam, ela própria, pintando, e nos teares acima, basta saber quem eram as primeiras colaboradoras, que seus nomes estarão ali, e assim com os escultores, os marceneiros, e os fiadores de lã para os teares.

A vida social de Elisabeth e Erich Rosenfeld
Não quero dar "spoiler"! aqui, pois sei que ainda contarei muitas histórias mais sobre estes visionários.

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Elisabeth era uma excelente amazona, com muitos prêmios de equitação.
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Elisabeth em sua casa, no Caracol,. anterior à propriedade de Gramado (no Artesanato Gramadense).

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Elisabeth em seus passeios, desbravando as matas
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Arte e cavalos. Ah sim, tinha música e literatura também. Sempre elegante, esta era Elisabeth.

Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
ESSA foto ME representa! essa era a Elisabeth que conheci. Gostava de gente do povo. não tinha frescura
Arquivo de família Rosenfeld - Cortesia, Mônica e Ricardo Rosenfeld
Pense num casal elegante, nobre, aristocrático, e de uma simplicidade luxuosa: Elisabeth e Erich Rosenfeld

E agora, a notícia triste
Triste ocaso do descaso
Atualmente o patrimônio do que restou do Artesanato Gramadense, encontra-se, não apenas em ruínas, mas em interminável litígio judicial por conta de uma sequência de gestões desastrosas depois que mudou de mãos, não sei dizer em que período isso aconteceu, exatamente.
 Uma lástima. Eis um tesouro com histórias, que está se desmanchando pela falta de conhecimento.

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard
Fotos: Pacard


Fotos: Pacard

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard



Fotos: Pacard

Fotos: Pacard

Fotos: Pacard







Se você gostou desta matéria e está gostando do blog, compartilhe com seus amigos, mas também escreva sua história e envie, com fotos antigas, pode também gravar vídeos, contando, pode entrevistar seus familiares idosos, e nos auxiliar a guardar estas histórias, e trazê-las para que seus filhos e as gerações que virão, possam conhecer o passado que foi construído para que chegássemos aqui.
Se você trabalhou, ou tem alguém na família que tenha trabalhado no Artesanato, grave vídeos, recolha histórias, ou passe o contato destas pessoas, porque esta página será sempre dinâmica, sujeita à atualizações.
Apoie esse trabalho. A história vai agradecer.

Pacard, autor
Para contatar comigo: 48 999 61 1546  whatsapp apenas


Chez Pierre, no Casarão da Borges - O "Happy Hour" dos artistas, em GRAMADO de priscas eras




 

Clique na truta defumada e deliciosa para visitar o anunciante




 
Você pode imprimir e gastar seus lápis de cor, todinhos colorindo o Casarão.
Se desejar imprimir as imagens coloridas para emoldurar na sua casa, solicite as imagens em Alta Resolução, prlo Whatsapp 48 999 61 1546. Valor de cada imagem: R$ 29,90





Estas janelas eram emblemáticas. Quem é desse tempo, sabe o significado. Prefiro deixar no mistério.




Casarão da Borges
A casa pertenceu à família Castilhos, e quando a conheci, morava lá Dona Alice Castilhos, funcionária pública da Prefeitura, conhecida como “Tia Alice”, uma pessoa doce e meiga, que tratava à todos om elegância. Fomos colegas, no tempo em que trabalhei da Secretaria de Turismo, e a conheci bem. Era dona de um fusquinha cor de café com leite, que, ao que soube, ficou de herança ao seu sobrinho João Alfredo, o “Fedoca”, que foi Prefeito do município, seguindo os passos do seu pai, Walter Bertolucci.
Mais tarde, foi alugado para uma artista plástica, que trabalhou durante muitos anos com cerâmica artesanal, na parte de cima da casa.

Desconheço o autor - Imagem de Internet

Foto - Osvaldo Tissot (Imagem de internet)


O porão foi palco de duas boates, até a década de 70, e depois, foi utilizado como restaurante especializado em Queijos e Vinhos, o Chez Pierre, do saudoso amigo, Pedro Gobbi, o “Pierre”.
A especialidade da casa eram o Fondue, e a Raclette, uma bandeja com picles, embutidos picados, e queijo derretido.
Antes disso, o porão foi utilizado como boate: Primeiro, chamada de "Sambão", e depois, "Toca", administrada pelo empresário Beto Schwingel, de Igrejinha, que perdeu a vida em um acidente. Depois disso, então, foi instalado o Chez Pierre, pelo empresário Sommelier,  Pedro Gobbi.

Continua após a Publicidade

Conheça este projeto (48 999 61 1546 whatsapp apenas)
Em 1978, foi realizado um filme entre Gramado e Canela, pela Linx Filmes e Editora Três, dirigido por Walter Hugo Khoury, com atores conhecidos no elenco, como Rosina Malbouisson, e a italiana Paola Morra. Nesse tempo, eu trabalhava como assessor de turismo, e fui designado pelo prefeito Nelson Dinnebier, a acompanhar e auxiliar a produção do filme, intermediando locações, e o que fosse necessário no ambiente local. Então, além de ganhar um saboroso cachê, e boca livre nos melhores restaurantes da cidade, pelo tempo da produção, quase sessenta dias, nosso local favorito era o Chez Pierre, ao qual, os diretores da Linx não lembravam do nome da Raclette, e a chamavam de “Tarraqueta”. Assim, o Chez Pierre, era também chamado, pelo grupo, de “Tarraqueta”.
Quanto ao filme... Bem, a categoria "Trash" ainda não havia sido criada naquele tempo. Mas se encaixa perfeitamente.
Acrescenta a informação, a Dra Lucia Bezzi, de que  "nome do cine Embaixador foi escolhido em um concurso que cada um dava um nome e o escolhido foi o dado por Marília Daros, nossa querida historiadora  e a boate a Toca parece-me que também foi de propriedade de Cláudio Berend - farmacêutico."

Anuncie aqui

E eu, o que tenho a ver com esse relato? Pois então. Eu era "aspone" (Assessor de porcaria nenhuma) do então Secretário de Turismo, e por ser de completa inutilidade na função, eu era designado a acompanhar estes movimentos ligados à cinema, gravações de comerciais, e eventos culturais, que nesse tempo, eram promovidos pela Secretaria de Turismo. Mas esse é um causo pra ser contato quando eu mostrar como era o Cine Embaixador, nome que antecedeu ao "Palácio dos festivais", e sucedeu ao "Cine Splendid". Então, pra quem acha que sou volúvel em modificar o nome do blog, de acordo com o estilo de publicações, saiba que Gramado é por natureza um lugar mutante. Mas também falarei disso em outra oportunidade, quando irei abordar a economia de Gramado através dos tempos.

A Raclette ou "Tarraqueta", segundo o vernáculo dos artistas de "As Filhas do Fogo". (Clique na imagem para saber como é o preparo)

Walter Hugo Khoury, Cineasta


Cartaz do filme de Walter Hugo Khoury, "As Filhas do Fogo", gravado em Gramado.

Rosina Malbouisson  (Atual Rosina Sardenberg) (Imagem de internet)
Karin Rodrigues (Imagem de internet) Karins teve uma participação menor no filme

Paola Morra (Imagem de internet)
Serafim Gonzalez (Imagem de internet)
Serafim, além de ator, era escultor, casado com Mara Antônia Hüsemann Gonzalez (Imagens indisponíveis), quem também participou das filmagens, ao lado do marido.
Durante os intervalos da filmagem, reuniu um grupo de escultores de Gramado (Nailor Benetti, Samuel Isaac, e outros) e esculpiu um tronco, com a efígie de uma mãe, com filho ao colo, que ficou exposta, até apodrecer e ser retirada, na pracinha infantil ao lado da Escola Mário Bertolucci.


Maria Rosa (Imagem de internet)

Assista aqui o filme "As Filhas do Fogo, rodado entre Gramado e canela, em 1978
Atenção: Filme NÃO recomendado para menores.
>

Se você gostou desta história e das imagens, pode gostar ainda mais dos meus livros e dos meus trabalhos em Design. Clique nas imagens para adquirir o livro e conhecer outros trabalhos meus.


Se gostou deste trabalho, as imagens estão à venda em formato impresso, por coleções ou sob demanda.
Segue nosso catálogo em SÉPIA, traço, de toda a coleção.
Solicite detalhes.
48 999 61 1546 whatsapp




Anuncie aqui













quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A saturação mental dos tempos do fim


Não escolhi este título para impressionar, nem aterrorizar ninguém, até porque tudo tem um fim, enquanto estivermos nesse mundo, onde ainda se discute o início, e mal nos damos conta que, enquanto discutimos a origem, estamos chegando ao destino. Mas o que é o destino, se nem aproveitamos ainda o cenário da jornada? Seria o destino aquele fim dramático preconizado pelo medievalismo recorrente em muitas doutrinas? Ou será que é aquela paisagem de flores e nuvens, ansiosamente desejada por outros, ainda dentro da mesma linha medieval puritana de conforto às almas sedentas por um lenitivo espiritual que possa justificar tanto sofrimento pelos espinhos e pedras da jornada?

Definitivamente eu não sei, e já que não sei, entro na porta ao lado, que é a porta da crença, que nela entrando, ainda há outras duas portas, por escolher: A porta da esperança e a porta da descrença. Na porta da descrença, não há interruptor de luz, e o caminho que se encontra é de escuridão completa. Já a porta da esperança é repleta de luzes e pela soma de todas as cores, que é o branco absoluto, cintilante, sonoro, perfumado, e climatizado em vinte graus de temperatura. E daí pra frente, o grande mistério das luzes e melodias que nos acompanha até o infinito (é claro que não estou criando nenhuma definição teológica a respeito, até porque cada orientação denominacional já tem o seu próprio mapeamento dos caminhos da eternidade. Só uma coisa é unânime: Depois daqui, nada é empírico. É tudo "a priori", o que é bom também, pois abre as salas vazias da imaginação que podem ser abastecidas pela fé.

Mas, sinto dizer que não é sobre o além que eu quero falar aqui e agora. Quero falar sobre o momento em que vivemos, em que há muitos, religiosos e cientistas, e qualquer um que tenha um mínimo de capacidade de reflexão e com olhar filosófico histórico do cenário, que sim, estamos sapateando e fazendo barro, em idas e vindas, nos tempos do fim, e para impressionar mais, no fim dos tempos. Isso é o que é. Sendo assim, urge que deixemos um pouco de lado os grandes projetos para a construção de Babel, e pensemos na edificação da torre de nossas vidas: a presente e a futura (em uma daquelas portas que mencionei há pouco). O tema proposto é sobre a tal saturação mental, essa que você está começando a sentir porque meu texto está começando a se esticar, e ainda não fui ao ponto. Tenha paciência, e leia mais um pouquinho, pois já chego lá.

Recebo uma enxurrada de e-mails e anúncios a cada instante, de empresas ligadas à tecnologia, que me fazem pensar que acreditam que, por eu saber ligar e desligar um computador, que não seja por pauladas e chutes, eu seja capaz de entender o interminável novo léxico de termos técnico aterrorizantes que despejam em mim, e me oferecem cursos para que eu me atualize nessa linguagem, que pelo acelerado das coisas, está transformando magistralmente e tão avassaladora quanto um Tsunami (olha aí outra palavra que só aprendi depois que um aconteceu), e sim, não estamos percebendo, mas estamos trocando de civilização da mesma forma que uma serpente, ou uma cigarra, trocam de casca. Quanta ironia. A serpente mata e come a cigarra, se puder, mas ambas atravessam a mesma situação para seu amadurecimento. Assim estamos nós, trocando de casca, de pensamento, de atitudes, acumulando medos que antes não existiam, e nos sentindo dominados por quem jamais imaginou dominar, de um modo tão veloz, como veloz é o vento de uma tempestade.

Diante da avalanche de propostas que chegam à mim, imediatamente deleto (se dissesse apago, estaria sendo classificado como antiquado) o arquivo, antes que me contamine a tentar entender o significado daquela terminologia tão barulhenta para meus ouvidos sensíveis, acostumados a ouvir palavra por palavra das canções, e assimilar a poesia das melodias.  Expressões como "Backup, browser, bug, crack, hacker, download, data-base, entre tantas, se eu não souber do que se trata, é melhor que eu nem passe perto da máquina eletrônica que governa nossas vidas, então. Eu não recebo mais cartinhas de instituições oferecendo planos de saúde, mas "Healthcare planes", com um linguajar que absolutamente eu não tenho mais capacidade para assimilar na velocidade em que são despejados na minha mente. É aí que eu travo. É nesse amontoado de palavras e estrangeirismos que nosso cérebro satura, e é no amontoado de informações que nossas decisões se tornam confusas.

O excesso de conhecimento satura o campo cognitivo (aquela parte do miolo em que a gente aprende alguma coisa), e as decisões tornam-se automáticas, pelo comparativo de fontes, isto é, quando recebo uma notícia interessante, não sento mais à sombra de uma árvore, para refletir sobre o assunto, mas percorro o Google para saber o que outras fontes disseram sobre isso, e estabeleço uma estatística que me facilite a tomada de decisão pela média favorável. Não sou mais eu quem decido em que devo acreditar, mas a estatística faz isso por mim. Assim, não importa se eu compreendo ou não as palavras velozes do estrangeirismo tecniquês que me cobre de verbetes, mas importa que eu perceba, em algum momento, que chegou a hora de me desligar, porque o infeliz do computador não se desliga sem que meus olhos já estejam absolutamente fechados, e minha mente lacrada para o exercício da razão.

Paralagramabundas perengtemptas. Não isso não significa absolutamente nada. Eu só escrevi isso para ter certeza de que você nem leu até aqui, e já voou para o Tik Tok, que dá pra rir mais e pensar menos.




sexta-feira, 12 de novembro de 2021

A tríade Social



Tríade é a denominação dada à um conjunto de deuses da mitologia que eram incorporados, e ao mesmo tempo, fracionados, em três pessoas que compunham um compacto divino. No cristianismo, deu-se, em português, o título "Trindade", assim como em inglês, "Trinity", tem o mesmo significado, isto é, as Três personalidades divinas, cumprindo funções diversas, no relacionamento com o Ser Humano. Não é este o tema que aqui proponho à reflexão, apenas empresto o termo pagão, para organizar um conceito de diversidade pessoal, mas com objetivo comum, e forças uniformizadas, para fechamento destes propósitos, os quais, penso que sei, mas apenas em teoria, e certamente não tenho como saber, senão por especulação, que é o método mais comum, no que se refere à questões escatológicas.

Nessa linha de raciocínio, encontro três nomes bastante conhecidos, que cumprem essa função, pela natureza de seus trabalhos e empresas: Mark Zuckerberg, Papa Francisco, e estou com certa dificuldade de identificar nesse pacote, o terceiro integrante, pois que ficaria entre Wladimir Putin, Joe Biden, ou Xi Jinping, ou uma soma dos três, para formar um único corpo, assim como eu poderia incorporar a Zuckerberg, ainda, Elon Musk, e Jeff Bezzos, como acrescentaria a Francisco, lideranças islâmicas e evangélicas, para que também tomassem assento em uma única cadeira, com propósitos similares. Agora explico.


No livro de Revelação (Apocalipse), está assim descrito: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis. (Ap. 13:18). Ora, durante muitos anos, fiz um cálculo muito simples, trocando letras por números, e somando o resultado, e encontrei três personalidades, cada uma, com seu vetor direcionando ao outro: O papado, Bill Gates, e até Ellen. Gould White. Assim, de acordo com o viés, com o lado do muro em que se encontra o estudioso desta doutrina, encontrará a "besta" no quintal do vizinho. Já vi versões diferentes, e uma versão diz que este número é número de Homem (Ser Humano), e que precisa ser calculado (estudado meticulosamente). 

Numa leitura livre, é necessário compreender que no fim do fim, haverá uma junção de forças e inteligências, que formará um "governo único", isto é, um sistema unificado de controle do mundo, sob a bandeira da paz, da família, de valores humanísticos, e sob viés telúrico, isto é, tendo o planeta como uma "mãe" (Gaya), que amamenta e protege seus filhos, e que depende destes para que não pereça ela própria, antes geradora da vida ("o pó retorne à terra, de onde veio" Ecl. 12:7). Então, por esta relação, temos aqui nesta tríade humana, representantes do corpo (Musk, indústria, energia), da alma (Zuckerberg, entrelaçamento social), e do espírito (Francisco e demais religiosos). Todos eles, completam um conjunto de poder que carrega um forte magnetismo de poder, e convergem a cada dia para uma fusão, cujo núcleo se aquece em acelerada velocidade, onde uma força multiplica a força complementar e é fortalecida em contrapartida pelo somatório das massas ideológicas das demais.

Bem verdade é que, em declarações de uma, em relação á outra, há divergências notáveis (Musk critica Zuckerberg, e Francisco critica os dois), mas que todas elas contribuem para um estudo com mais acurada percepção, onde o quarto poder gravita à volta dos três citados, e joga sementes ao vento, para ver de que lado sopra o vento, isso até o momento em que os quatro ventos (Depois disso, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, segurando os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. Ap 7:1-4) sejam liberados para agirem. Na minha particular leitura, acredito que o primeiro dos ventos já foi libertado, restando então, os três demais, que acompanharão ou darão voz à esta tríade (não destas pessoas, mas do que elas representam), e neste furor de vozes e sons, se ouvirá o compasso de cavaleiros em acelerado tropel, que darão fechamento do fim dos tempos, bem no tempo do fim.

Não! Não estou assustado. Não me assusta aquilo que conheço. Apenas apreensivo pela possibilidade de que eu perca o foco do meu objetivo final, que é encontrar-me com O Messias prometido. Quero ser contado entre os salvos, junto com meus amados.

domingo, 12 de setembro de 2021

Badaró - O jogo de bulita



Badaró era um piazote bem resolvido com a vida, sabia o que queria ser: Alcoviteiro! Isso era um plano de vida, uma meta a ser buscada com determinação. Tinha lá os seus dez ou onze anos, quando deu-se o feito, que aqui relato.

Desbocado que só ele, retrucava a tudo com uma rima e uma empulhada, se a ocasião fosse oportuna. Respeitava os mais velhos, e sobretudo, a mãe, dona Castorina, uma senhora corrugada pela vida, e dotada de certa acidez natural, que carimbava com olhar de reprovação a quem cruzasse seu caminho. Vivia ralhando com os piás, com o marido, uma borracho acomodado, que bebia e cantava milongas de saudade, todas elas ininteligíveis, porque o tragoléu continuado amortecia a coordenação labial, e assim, emitia sons que mais se assemelhavam à desacatos entre babuínos, do que sintaxe coordenada para produzir palavras.

Badaró jogava bulita com a meninada do lado de fora, no terreiro, arrecém barrido por Castorina, enquanto ela lavava a loiça, com a janela, um tampão de madeira, aberta, e bombeava de quando em quando as atitudes dos malevas, entre uma areada e outra das panelas reluzentes de contínuo que ostentava no velho paneleiro da casa.

- BADARÓOO! - Berrava ela. Passa pra drento, digêro, porque te agácho as carça e te dou umas parmada na bunda, guri!

- AH! Vai tomá no cu da sinhóra! - Respondia, de chôfre, o desbocado badaró, sempre respeitoso.

Isso dito, continuava o jogo de bulita.

- Ispichinháque!

- Dá cá um fede!

Ah, fiadaputa! De bustefão não vale!  Qué cambiá teu bustefão pela minha águida e cinco barrucha?

- Só pela águida e déis barrucha!

- Tá bão, oito barrucha e a águida e fechemo agora!

Cusparada na palma da mão, e um aperto de mão, e negócio feito. Bustefão pra lá, águida e oito barruchinhas pra cá.

- Bamo batê outra partida?
- Às deva ou às brinca?

- Uma às brinca e dispois às deva!

- BADARÓ! - Berrava Castorina.  Lava as mão e passa pá drento, que a bóia tá pronta! Chama os guri pra vim cumê junto, mas lava as mão também.

A piazada entrava, de mãos limpas, em fila, espiando desconfiadas, enquanto Castorina à porta, examinava com olhar severo, um por um, e por fim, ao entrar o desbocado Badaró, ela dava-lhe um tabefe sonoro na bunda, e olhava para o lado para rir, solita. Era um píá maleva, mas não era um maura de todo. Fio único, dava-lhe o consolo da companhia, nos tempos bicudos, que não cessavam.

Silenciosamente, de olho arregalado, os piás comiam sua couve com polenta, enquanto, por baixo da mesa, com a mão enfiada no bocó, contavam as barruchas, já planejando a próxima partida. Às deva!


Projetos  - Arquitetura temática

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Três, ou mais palavras




O Amor

Amor é uma palavra "coringa", nos tempos modernos. Tudo é "amor": amor à alguém, amor à algo, amor reprodutivo, ou simplesmente prazeroso, tudo é chamado de amor. É uma palavra que necessita de um dicionário em cada situação, porque se encaixa em muitas situações.

Amor, para os gregos antigos, era organizado em quatro capítulos:

Eros - o amor do desejo

Fileos - O amor entre as pessoas em si

Storge - O amor da necessidade de filhos pelas mães

Ágape - O amor universal.

Já os hebreus, tinham uma palavra: Ahavá, que significa: "doar-se". Nesta leitura, amar não é carregar baterias para servir-se mais tarde, mas descarregar a própria bateria, sem nada esperar em troca, porque aquilo que é dado em troca, deixa de ser Ahavá, mas passa a ser sobrevivência, ou até egoísmo. Assim, quem ama, simplesmente ama, independente do julgamento de quem é amado, pois assim como o vaso não pode julgar as mãos do oleiros, o que é amado, não pode dimensionar a extensão do que ama.

Ahavá é um paradoxo, porque aplica-se ao que ama, com a mesma intensidade com que é aplicado ao que é amado, com a diferença de que quem ama, tem obrigação de amar, mas o que é amado, é livre para decidir se também deseja amar.


....



As disputas

Nunca fui bom em esportes, talvez, por duas razões: porque não tenho nenhuma habilidade, e a segunda, em razão da primeira, eu nunca venceria uma disputa.

Levei isso para a minha profissão, e por isso, nunca participo de concursos, porque me assusta a ideia de gostar de ser melhor que os outros. Não sou. No entanto, acredito em ser melhor hoje, do que fui ontem, e amanhã, desejo pensar que farei melhor do que faço hoje. Não por mim, mas pelos que dependem da qualidade daquilo que ofereço.


...



Liderança

Por que as pessoas, religiões, partidos, tem tanta fixação por liderança, formação de líderes, vencedores. Não isso exatamente o oposto do que ensina a Bíblia, sobre mansidão, humildade, docilidade, e vontade de servir?

Não é mais nobre o que serve, do que aquele que se põe a fazer com que outros o sirvam?

Desejo de ser líder, e buscar especialização nisso, é a parte obscura do caráter, que pesará no dia do julgamento final.

Maior é aquele que encontra na mansidão o seu equilíbrio, do que o que anseia por subir à tribuna e vociferar palavras de ordem, para que os inertes as repitam.

Buscar o louvor próprio é temperar a água com sal. Não sacia a sede em tempo algum. O poder é água salobra. A mansidão é água da fonte mais limpa.


...



Humildade

Ser humilde não é falta de capacidade. O humilde não é o mais fraco, mas o mais prudente. A humildade é um preventivo da humilhação. É incomum alguém vangloriar-se de ser o mais humilde de um grupo, ou corporação, pois é mais bajulado aquele que é notado por sua protuberante presença no grupo. 

Todos apreciam a luz do candeeiro, mas ninguém tece louvores ao óleo que alimenta a chama. Não há luz sem combustível. Não há mérito no pódio, sem o que correu ao lado, e não alcançou aquele lugar. 

Ser o número dois ou ocupar a última posição, não faz nenhuma diferença ao que alcança o destino. A porta das realizações não se abre apenas para o primeiro, mas para todos os que não desistirem de entrar por ela. Ser o primeiro, é apenas demonstração da ansiedade expressa pela vaidade ao olhar para trás.




Bella Ciao e Modelo Econômico de Crescimento - Táticas e Estratégias que modelam o Pensamento Político

Imagem: Bing IA Pacard - Designer, Escritor, e Artista, que tem nojinho de políticos vaidosos* "E sucedeu que, estando Josué perto de J...