AD SENSE

domingo, 21 de março de 2021

Conhecimento, ou emoção?


Pacard, NÃO é Rabino, Pastor, Padre, preletor, Político,ou Xamã. É apenas um Dati (estudioso das Escrituras), e Servo do Altíssimo. Palestrante e Mentor, isso sim.

נר־לרגלי דברך ואור לנתיבתי׃

A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos, e luz que clareia o meu caminho.

Salmo 119:105

Não sei até onde é proveitoso o excesso de oportunidades de fama e notoriedade que as redes sociais proporcionam. De um momento a outro, em um único dia, uma sequência de gemidos, chamados de música, e imagens que movimentam a libido dos assistentes, pode transformar um medíocre qualquer, em uma celebridade mundial.

Não apenas na música, como nas artes visuais, na literatura, na política, e no conhecimento humano, notórios vazios se inflam em tempos absurdamente ínfimos, ao ponto de transformar pobres em ricos, e ricos em milionários, simplesmente porque um símbolo de um polegar levantado ativou, por sua multiplicação, o algoritmo, o gatilho cibernético, que induz à liberação monetária, pela única lógica de que a estupidez humana foi potencializada através da facilidade com que tudo pode se propagar no vazio. Eis a lógica do absurdo da fama repentina das redes sociais: entram pelo ouvido e encontram caixas cranianas abandonadas, facilitando a propagação dos fótons falsos pela escuridão da mente. É assim que a estupidez se propaga com tanta velocidade e com tamanha ferocidade. Mentes vazias se preenchem com o que entrar, não são seletivas, não devolvem o lixo ao lixo, antes, devoram tudo, e de tudo o que for vomitado dentro delas.

Esse fenômeno não acontece apenas na política, embora seja esta o manancial de oportunidades para que a adrenalina da eloquência obtenha mais adesões, do que a quietude do estudo, onde as barreiras mentais não se deixam transpor sem uma argumentação sólida, que só se fortalece pelo conhecimento.

É por coisas desta natureza, que crescem as ideologias vazias do populismo, seja de Direita, Centro, ou Esquerda, ou das organizações religiosas que, pela malandragem pseudoteológica, proliferam aos borbotões, à custa do vazio mental de seus prosélitos. É por esta razão, que se proliferam pastores, políticos, "coaches", "mentores", palestrantes motivacionais que levantam o ânimo de multidões, fazendo bater palmas, abraçar, dar pulinhos, chorar, suspirar, rir, gargalhar, sorrir, e arrepiar-se, sem que sais dali sem uma única página de conteúdo para decidirem por si mesmas sobre o que realmente querem para rir, chorar, emocionar-se, levantar, sentar, aplaudir, ou calar-se.

Nenhuma referência bíblica existe nessa direção. Nenhum dos grandes homens e mulheres das Escrituras, garantiu seu sucesso e o sucesso de seus liderados, senão através do ensinamento, da auto análise, do questionamento próprio, e do incentivo contínuo de busca de conhecimento, de sabedoria, de ciência, e de domínio próprio. 

D-s nunca deu respostas, mas deu lições e fez os Homens pensarem por si mesmos, avaliarem seus erros, e medirem suas potencialidades, antes de qualquer empreendimento que os motivava a iniciar.

- "Onde estás, Adão?" - Perguntou, em lugar de dizer: "Filho desobediente!"

- " O que tens na mão, Moisés?" - Em lugar de dizer: Toma tua vara e a transforme numa serpente.

À todos que D-s quer enviar, antes faz perguntas, mas à quem O desafia com perguntas indecorosas, dá respostas evasivas:

- "Se o Faraó me perguntar "Quem És", o que direi? - Disse Moisés!

- "SEREI QUEM SOU!" - Respondeu O Eterno, ou seja, D-s não permitiria que Seu Magnífico Nome fosse tripudiado pela boca indecorosa de um pagão assassino.

Assim, questionar é ensinar e ensinar é aprender, diz o Talmude. "Aprende a Torá, ensinando a Torá". E o que ensina é o mesmo que aprende, e nada se pode aprender sem questionar a quem ensina. Esta é a receita para a certeza tomar o lugar da fé. O conhecimento do caminho por onde se caminha e o lugar onde se quer chegar. Este é o sentido de conhecimento. Mas e a emoção, então, é vazia?

De modo algum! A emoção é a faísca que acende a chama, mas é a lenha sólida quem mantém o fogo. A lenha é o conhecimento, e as chamas são a luz da confiança que iluminam o caminho por onde se deve andar, que guia os passos para andarem com segurança, ainda que seja pelo Vale da Sombra e da Morte.

Houve um tempo, em que ensinava-se a decorar. Criou uma geração de pessoas frias. Daí, veio a geração de pessoas que aprendeu a rebelar-se contra os costumes vazios as que simplesmente escolhiam o que desejavam decorar, até que chegou a geração que começou a questionar (por que tenho que aprender "potenciação" na quinta série, se nem sei onde vou usar isso?), portanto, aprender é questionar, é buscar fontes, é esmiuçar e esquadrinhar o conhecimento, até que pela multidão dos conselhos se encontre a sabedoria.

Há milhões de eloquentes oradores, e há o histórico infame de alguns que, pela emoção de suas palavras, destruiu multidões. Há eloquentes pregadores, que enriquecem à custa da pseudo felicidade alheia, que precisam abastecer-se semanalmente do néctar das palavras agradáveis de suas pregações. E há os que buscam conhecer os mecanismos da fé e das emoções, construindo em si mesmos, a estrutura emocional para ser usada com moderação e ponderação, quando a oportunidade vier.

Aos que necessitam das igrejas físicas e das aglomerações sociais para abastecer o tanque da felicidade, faço uma comparação a um pedaço de ferro, banhado de cromo. Este cromo é polido e brilhante, mas no momento em que um ambiente corrosivo o envolve, a fina camada deste metal não protege a estrutura de ferro que está dentro, e o ferro mostra a que veio, e se corrói, até ser completamente destruído. Assim também é a fé e a emoção sem uma base sólida de conhecimento. Assim somos nós, quando trocamos o estudo das Escrituras, pelo ensinamento enlatado em citações esparsas de eloquentes motivadores de massa, e temperados por espetáculos musicais a quem chamam de "Louvor", estamos comendo a sobremesa em lugar do alimento saudável, estamos nos embriagando pelo brilho polido de uma lâmina microscópica de cromo ou até mesmo ouro, quando nosso espírito não suportará as intempéries do mar de tristezas dos dias maus, e nesse tempo, não teremos mais como cromar nossa fé, pois cromo não se liga à ferrugem. Se não nos disciplinarmos ao estudo apurado e contestação do que vemos, lemos, e ouvimos, pelas comparações dos escritos e ensinos, enquanto não tivermos a capacidade de estruturarmos nossas próprias opiniões a respeito daquilo que chamamos doutrinas, não teremos fé, mas uma casca emotiva, que é arrancada até pelos dedinhos macios de uma criança. Fé sem conhecimento é vazia, e fé sem obras que a sedimentem, é morta.

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quinta-feira, 4 de março de 2021

O pizzaiolo espanhol

Vocês podem achar que tou de implicância com os europeus, mas acho que o problema é comigo, tipo, não exatamente comigo, mas com as escolhas dos lugares que vou. Francamente, aparace cada uma.

A praia de Gandia é uma estação de veraneio, na província de Valência, nas costelas da Espanha, junto ao Mar das Baleares (Mayorca, Menorca, e outras orcas que nem lembro mais), uma pistolinha avançada a Oeste do Mar Tirreno. É um paraíso de grande qualidade, na baixa temporada, porque na alta temporada, triplica o populacho, de Europeus apobretados, tipo os...ah, tipo ninguém. Apobretados é suficiente! E por ser uma praia de pobretões, é pra onde eu fui, óbvio, conhecer as praias de pobres da Europa, porque aqui no Pindorama só tem praia de rico (vide Curumim e Arroio Teixeira), e não tem como ir.

Europa, pra quem não sabe, gastronomicamente falando, é igual ao Brasil: você paga pouco e come até rachar a cincha, deixar a pança lustrosa, tipo assim,  café colonial em Gramado, ou churrascaria em São Paulo, tipo isso.

Já percorridos alguns países onde se come fazendo biquinho, ou se apanha do pizzaiolo, aportei, com minha corriola, certa feita, numa rua, procurando comida, coisa de comer e encher o bucho, como bom brasileiro faz, e Ôh grória! Encontramos uma placa na frente dum estabelecimento, que dizia (a placa): 
- "Coma cuanto lo quieras y paga 700 Pesetas!" (700 Pesestas equivalia a uns 3 dólares, mais ou menos, Uma pechincha, alpem da palavra mágica: Coma cuanto lo quieras! E eu queria, ah como eu queria. Entramos. Era o céu dos buffets, tudo livree, à vontade: Paellas, de todo tipo, pizzas gigantes, saladas de encher os olhos, arroz colorido de todos tipos, um céu, um céu, imaginem!

Enchemos o bandulho, de sair com spaguetti de meio metro pendurado no canto do beiço, para chupar aos poucos enquanto fazia a digestão. Como estávamos em turma, um ficou organizando o rateio para pagar a conta, e eu aproveitei e fui saindo pelo lado da cozinha. Lugar amplo. A porta da cozinha era tipo "Saloon", com duas folhas, de vaivém, e tinha vidros, que permitia contemplar o serviço de cozinha do estabelecimento. Olhei aquilo, arranquei com violência o spaguetti que ainda faltava e disfarçadamente joguei no prato de um oriental, que se atrapalhava para comer de garfo, e como tinha os zoínho fechado, nem viu o que eu fiz. Dirigi-me à meus amigos e, discretamente disse:
- Meu povo! Deem uma olhada no pizzaiolo, ali na cozinha!

O povo foi, e dali, de olho arregalado, em silêncio funesto, em fila indiana, e comportadamente, saímos, direto a uma farmácia, em busca de sal de fruta. Eu explico. Não que a comida não fosse boa. Sim, era muito saborosa. Bem gordurosa, como a gente gosta. A questão era o pizzaiolo, com um abdômen protuberante, com avental amarrado à cintura, braços imensos, cabeludos, o peito peludo, como o Tony Ramos, branco de farinha, porque ele pegava uma montanha de massa com os dois braços, batia, na bancada, levantava, e batia com a massa no peito, e a jogava novamente na bancada, repetindo e repetindo até dar a textura da receita, que evocou-me à lembrança do italiano que ganhou a receita do pai, do avô, do bisavô e do Vitorio Emanuelle...num compasso ritmado de flamenco:
- Ratataá, tarraratatá, cataplaft, cataplaft, tarratatatá, OLÉ!

Fora isso, foi barata a bóia. Foi mesmo! Bem nutritiva, pois pelos próximos dois dias, ninguém mais conseguiu comer nada. Não tinha fome. Pensa!


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O Catchup na pizza do italiano



Crime inafiançável é colocar catchup na pizza. Aprendi isso a duras penas, em Milão, certa feita, quando saboreei uma pizza, nem tão grandiosa assim, pois pizza pra valer, das bagual mesmo, é aqui no Brasil. Os italianos são muito frescos pra pizza, credo, massinha fina, uma lambida de molho e uns queijinhos em cima, e chamam aquilo de pizza. Eu olhei aquele disquinho de farinha tostada, e pedi um catchup. MAS AI PRA QUÊ que eu tinha que pedir catchup. Pensa só no olhar de ÓDIU que o desgramado do gringo olhou pra mim. A veia do pescoço engrossou, e só ouvi um gemido, um grunhido, e vi uma lágrima escorrendo beiço abaixo. Saiu dali, enxugando ozóio com o avental enfarinhado, e chamou o pizzaiolo. Sabe o Stromboli, do Pinóquio? Coisa pior saiu daquela cozinha gordurosa. Veio na minha direção, gesticulando (achei estranho, pois italiano não gesticula, são quase fleumáticos) e lascou, em 96 decibéis, cuspindo todo enquanto falava:
- "Ma perché, mio ​​padre, che ha imparato da suo padre, e che ha imparato da suo nonno, che era il pizzaiolo di Vitorio Emanuelle, e ha creato la ricetta della nostra pizza tradizionale di famiglia ... lì arrivano questi Americani che mettono CATCHUP nella nostra pizza del centenario , accidenti, scomunicato!"
Báh! Sabe eu? Nunca mais pedi catchup em pizzaria na Itália. Eu levo a minha de casa e ponho quietinho. Fiquei muito injuriado, não pelo gritedo, mas por me confundir com americano! Gringo por gringo, prefiro os de Farupilha e Cacias. A pizza deles é bem melhor! Gostou do texto? Tem mais nos meus livros. Compra um lá, vai. É só clicar na imagem abaixo.

Eliete Moschem Capellari, Janine Pires Bergold e outras 5 pessoas
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Nas casas que tem Camélias

















Imagem gerada por IA*

Aposte comigo, se quiser, mas na casa onde tem um antigo pé de Camélia, os quartos cheiram a Maçanilha; a sala é perfumada com chá de Maçã com Canela, e a cozinha tem um velho fogão com a chapa brilhando, assim como brilham as bem areadas panelas penduradas no velho paneleiro esmaltado.

Na casa onde tem camélias no jardim, também não faltam flores antigas, como Cravos e Rosas, Cravinas, e Brincos de Princesa que brincam feito crianças ao embalar do vento.
Na casa onde tem Camélias, um velho gato dengoso se lambe, na janela da varanda, onde vasos pendurados exibem Gerânios e Samambaias vaidosas, em velhas panelas pintadas com outras delicadas flores, assim como delicados são os ornamentos das floreiras das janelas, cuidadas por uma velhinha que veste um longo vestido surrado, de estampa xadrez cinza-chumbo e fios vermelhos em contraste com a cor tristonha do avental.
Na casa que tem camélias, uma panela ferve ao fogo, exalando aroma de frutas sendo transformadas em alguma geleia, para adornar e temperar o pão que assa no velho forno de barro, logo ali, do lado de fora da porta.
Na casa que tem Camélias, tem retratos antigos emoldurados em delicados quadrinhos, cuidadosamente arranjados pelas paredes dos corredores e da sala de estar, ainda que pequenina, muito acolhedora.
Na casa que tem Camélias, tem histórias, causos e lembranças.
Tem até mesmo saudade de tempos que foram guardados juntos com os vidros de conserva, em prateleiras ornamentadas, sobre a mesa de jantar.
Na casa que tem Camélias, tem um bule de café fumegando sobre a mesa, e um velho fazendo graça com sua amada, enquanto ela o repreende pelo excesso de açúcar no café, e estende à ele um pratinho de biscoitos que acabou de tirar do forno.
Na casa que tem Camélias, tem um lugar sempre vago à mesa das lembranças.
Na casa que tem Camélias, as horas andam muito devagar, quanto o tempo corre depressa.
Na casa que tem Camélias, sopra uma suave brisa que embala as velhas cortinas, as cortinas puídas e perfumadas de lavanda, que serviam de esconderijo para as crianças, nos velhos tempo em que ainda haviam crianças se escondendo debaixo da mesa, e correndo pelo jardim atrás das galinhas, acompanhadas pelo velho vira-latas zarolho, que vinha lamber a mão em troca de um afago ou um pão seco.
Na casa que tem Camélias, tem vida, ainda que quase no passado.
Que saudade, da casa que teve Camélias em minha vida.
(Pacard, 2021 - Cadeiras na Varanda)





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terça-feira, 2 de março de 2021

D-s não existe , por isso eu tenho esperança


Passei por uma experiência, nos últimos dias, que, em outros tempos, teriam me colocado aos prantos, subindo pelas paredes, e em completo desespero: Um AVC, que é uma caixa de Pandora, cujas surpresas se despejam sempre com amargor. 

Um lesionado cerebral, é completamente imprevisível, pois dependendo de onde a lesão acontece, lá dentro da massa encefálica, o indivíduo, tanto pode cair morto no mesmo instante, quanto perder completamente os movimentos, e os sentidos, quanto mudar sua identidade, gosto por comida, e infinitas alterações de comportamento e ação. Esse é o cérebro, o que nunca foi totalmente usado, e já começa a causar rebuliço na vida das pessoas, não apenas a que foi afetada, mas as que a cercam e dela dependem, fazendo inverter os papéis, e quem era marido, se torna filho, quem era filho, se torna pai.

Durante o período crítico das incertezas de minhas lesões, eu só tive uma certeza: nunca consigo deixar de me surpreender comigo mesmo diante da adversidade, e também multiplico-me entre as pessoas que acompanham minhas publicações, que surpreendem-me sobremodo, com empatia e sensibilidade.

Fui religioso a vida toda, mas sempre tive vergonha de manifestar isso, por razões diversas, e ao fim de cada sábado (eu sou sabatista), sentia-me culpado, porque naquela semana, e naquele dia, eu não fui missionário o suficiente para "resgatar almas para Jesus", e ao entrar a semana, os afazeres da vida aplacavam minha angústia, até que chegasse novamente o glorioso sábado, para encontrar-me com D-s, na minha igreja, com seus cultos muito bem organizados, pessoas perfumadas, aparentemente felizes, e o culto era um momento de consagração, especialmente no convite coletivo para os abraços, e o chamado à frente para as orações. Assim era minha religião. E assim eu me sentia também, durante os apelos evangelísticos para distribuição de folhetinhos, na ânsia de que cada folheto entregue seria a última e única esperança de salvação da pessoa que os recebesse. Sentia-me grato e abençoado quando alguém batia a porta na minha cara, pois lembrava que os santos do passado foram até mesmo queimados vivos, pelo amor ao evangelho que pregavam. Ah, como eu invejava os santos do passado, mas ao mesmo como era grato porque hoje não queimam mais santos vivos nas praças, pelo menos não no lugar onde eu moro. Mas eu continuava incompleto, infeliz,  distante de D-s.

O tempo passou, e passei a lembrar das histórias que minha avó contava sobre nossas origens judaicas, e recomendava que eu não devesse comentar isso, pois poderia ser perseguido, como foram perseguidos os nossos antepassados, e durante minha turbulenta juventude, trocando de emprego, tomando calote, e fazendo trapalhadas, ela atribuía isso, não à minha juventude eufórica, mas à certeza de que eu era perseguido. Dizia ela: "Eu não tenho alcance (sou ignorante), mas quando tu tiveres alcance, busque conhecer mais sobre a tua história). O tempo passou. A vida continuou. Ela descansou. E eu fui buscar saber mais sobre mim e meu povo.

Não mudei de religião, nem tampouco me desliguei da igreja que frequentei a vida toda, embora tivesse pensado muito sobre isso, mas finalmente aquietei o ímpeto de rebeldia, e concluí que minha igreja não estava errada, assim como as outras também estejam certas, na leitura que conseguem compreender sobre a relação do Eterno com o Ser Humano. Desta forma, parei de implicar com a religião dos outros, e como eu não professava mais nenhuma religião, isto é, não me investia de apologética (defesa da doutrina), e aquietei-me em refletir sobre meu próprio relacionamento com D-s, e o fiz, buscando conhecimento das Escrituras em quem escreveu elas: o povo judeu! Poético e irônico até, que os judeus escreveram a Bíblia, e apareceram os romanos, os alemães, os americanos, para tentar ensinar-lhes a interpretá-la. Assim, por coerência, não me converti ao judaísmo, mas passei a ver com olhos mais tolerantes a cultura, assim como consegui, aos poucos, compreender a tênue linha que me separava, por meio da religião, da compreensão do pensamento de D-s para o Homem,  por uma leitura ampla e perspicaz das sutilezas da língua e dos costumes, da tradição.

Os meus sábados se tornaram leves desde então, e fui deixado pela angústia que me abraçava, porque não era suficientemente competente para o campo missionário, porque parei de contar "estrelas para minha coroa no céu, por almas resgatadas", e passei a contar apenas as horas que faltavam para que chegasse a noite, ou a minha soneca do meio dia, momento em que eu deitava (sim, D-s me ouve deitado também), e relaxado, conseguia conversar longos minutos com O Eterno, naturalmente pedindo desculpas por ter dormido entre um e outro "amém".

Sem a tabelinha de perguntas e respostas acerca da fé, programadas para serem preenchidas corretamente, a cada pergunta, encontrei muitos espaços em branco, sem respostas, ou sem perguntas adequadas, e que a partir destes vazios, fui procurar, não as respostas, mas as perguntas, para as respostas que eu tinha, e que eram insuficientes para aquietar meu coração pecador.

A primeira e mais importante coisa que descobri foi o paradoxo sobre o Espírito Santo, ou, como se diz em hebraico, que faz mais sentido, o "Ruah Hacodesh"-  Sopro Divino, que é manifesto no Ser Humano, unicamente, pois sempre foi incutido em mim que O ES seria como uma porção de água, que preenche uma esponja, isto é, que sem isso, seríamos vazios completamente, como no vácuo que existe em uma lâmpada de bulbo. Então, fiz diversas leituras até, e a lâmpada de bulbo, poderia ser uma delas, com algum resquício de convicção, considerando que somos vazios, mas a luz divina, sendo manifesta em nós, nos faz brilhar. Bom isso, mas faltava algo, embora eu nunca tivesse dúvida da existência de D-s, ficava estranho pensar que haveria certa formulação verbal ou emocional que "atraísse" O ES para meu corpo, como aquela máquina do filme "os caça-fantasmas", que capturam espíritos em um aspirador de pó. Não! D-s, o D-s Criador do Universo ou dos Multiversos, do Átomo e de suas infinitesimais partículas, não era isso, e não haviam matrizes de captura do amor de D-s nem de Sua manifestação em mim, como se eu fosse aquela esponja vazia. Foi aí que mergulhei no estudo, na busca do entendimento, e como diz a linguagem bíblica, na busca da sabedoria. Foi nessa condição, de esvaziamento dos preconceitos, que entrelacei o que sabia de minha fé, com a fé de meus ancestrais, e foi assim que entendi uma coisa, de uma vez por todas: D-s não existe! D-s É! Simples assim. 

Existir tem um antônimo, que é inexistir, e aquilo que inexiste, pode vir a existir. D-s nunca inexistiu, portanto também não existe, mas É, porque Ser não tem antônimo, Ser é absoluto, e sendo absoluto, também eu não posso me esvaziar de D-s, para que Seu Espírito me preencha, e assim, nasce um vazio, e mais uma pergunta: Então, como posso saber que D-s habita em mim, se sou criatura e não recipiente?

Vamos ao mar. Lá tem um peixe, e o ambiente de existência do peixe é a água. A água não está no peixe, a não ser que ele respire, deixe que entre em seu corpo, porque para o peixe, água é vida. Mas o peixe também é em grande parte também formado de moléculas de água. Assim, o peixe é formado de água, mas não é água, e vive na água, e necessita dela para continuar vivo. D-s É assim. D´s não está em nós,. Nós é que estamos n'Ele, mas Ele emana em nós, manifesta-se em nós, quando respiramos o Seu Ser, quando permitimos que nos preencha com Sua Centelha Divina. E isso não contradiz as Escritura, pois como Jesus disse que: "Eu e O Pai Somos Um", e em sua oração, pede que seus discípulos sejam UM n'Ele, assim como Ele e O Pai são Um, da mesma forma a Unidade de D-s em nós é essa compleição onde somente nos sentimos plenos quando percebemos que essa "Água Viva", viva em nós e nos preencha, e tal como o peixe, somente quando inspiramos, isto é, desejamos Sua manifestação, é que nos tornamos plenos com O Pai. Simples assim.

Ora, se D-s habita em mim, e eu n'Ele, torna-se partícipe o sofrimento de meu corpo, mas quando nos deixamos preencher por essa Centelha, o corpo ainda sofre, mas nosso sono é mais leve.

D-s não é uma caixa de desejos, onde com fórmulas e recitações mágicas, ou "orações fortes", possamos controlar Sua vontade em nos servir. D-s É quem sabe de nossas aflições, e nos fortalece para a eternidade, o nosso destino maior. D-s não fica atrás de uma montanha espiando os nossos passos para nos julgar, mas habitando em nós, sobe conosco a montanha, para nos elevar aos céus.

Nosso mundo chegou ao fim, como um elástico que estica até arrebentar, e estamos agarrados nele, porém não chegamos ao fim do mundo, e sim ao começo da eternidade, onde será nosso definitivo lugar. E a eternidade é um lugar indescritível, um tempo absoluto sem o passar das horas, e as distâncias não serão maiores do que um passo, porque estaremos mais plenos da essência divina quando lá chegarmos. Eu não tenho medo. Eu tenho esperança!

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

O país da alegria ou a alegoria de um país?

Imagem: internet

Pacard, Escritor, Designer, e não é folião. Um pouco bagunceiro, no máximo*

Nunca gostei do carnaval. Nunca. Nunquinha. Nunca entendi o surto programado de alegria etílica que transforma cidadãos em foliões que desnudam suas fantasias secretas, e as trazem ao lume dos festejos, sob a alegoria de brincadeira. Pode ser tudo, menos brincadeira.

Conheci pessoas que durante o ano inteiro, não colocavam um único gole de bebida alcoólica na boca, mas quando chegada a semana de carnaval, terminavam a terça feira em coma alcoólica no hospital. Eu mesmo, quando fui aprendiz de enfermagem, aos dezessete anos, atendi, em meus plantões, foliões alcoolizados, com olho queimado de cigarro (como isso acontecia, nunca tentei descobrir), sujos, vomitados, e outras imundícies que não cabe detalhar aqui. 

Mesmo assim, sentiam-se "completas e cheias de vida" durante os dias de carnaval!

Nunca consegui entender  qual é o prazer em beber até perder os sentidos, o paladar, a capacidade de estabelecer uma comunicação verbal ligeiramente compreensível, e ainda assim, sentir-se saudoso dessa circunstância absurda. Ainda assim, sou, civilizadamente, obrigado a respeitar que tem nesse estado de torpor psíquico materializado, o seu estado de graça e felicidade anual. E tenho que concordar, porque em datas como natal, aniversário, ou até mesmo eleições, alguém está frustrado, infeliz, melancólico. Eu mesmo, não tenho no natal o melhor modelo de confraternização, e aniversário, há muitos anos que não tenho celebrado mais. Nem meu, nem de ninguém. Já o carnaval, é unânime que, aos que nele se integram, seja uma festa ímpar de liberdade e folia sem limites, porquanto, segundo reza a lenda, o orifício excretor de ébrio é de domínio público. Assim, qualquer sinal que avançam nesse estado mental, pode ser atribuído ao álcool, e tudo é perdoável. Até mesmo sentir falta disso quando não é permitido. Ora, que tempos vivemos, Ô... Eu estudo profecias desde menino, e sempre ouvi falar que um dia, as pessoas seriam proibidas de exercerem seus costumes religiosos, e isso por impedimento de Lei, mas o que nunca imaginei que o principio das dores viesse exatamente com aquilo que o meio religioso (e eu junto) considera uma larga celebração pagã, fosse proibida (ainda que por argumentos sanitários), de enriquecer as destilarias, e como via de consequência, abarrotar as UTIs, pelos acidentes de trânsito, comas alcoólicas, ou efeitos colaterais dos excessos de comida e bebida, exaustão, etc.

Se eu fosse um sujeito dado às tabelinhas de causas e consequências, sob o olhar religioso, diria que são os pecadores pagando por seus pecados. Mas não posso dizer isso, porque carnaval não é o único veículo que pode conduzir a pecados, porque há outros, tão, ou mais graves. Muito mais. Eu poderia citar a má política, que engravida o caráter de quem já tem uma veia fraca para a vaidade, ou poderia mencionar a cabeça coroada de maus juízes e péssimos ministros (falo apenas dos maus e dos péssimos, e excluo os bons e excelentes), ou ainda poderia falar da ganância dos ricos, ou da inveja dos pobres. Não tem jeito. Eu poderia falar que a vaidade de pensar na própria santidade seja um dos mais convidativos. O mal quando quer produzir, acha matéria prima até com quem dorme. Então, como não sou sujeito à tais tabelinhas, apenas digo, que talvez tenha sido (eu disse "talvez", a providência divina, em fechar as passarelas, para aliviar os hospitais, porque a praga das pandemias é ainda mais imediata que os males das bebedeiras. Um e outro, matam, mas o trago mata com pinças, enquanto as pandemias matam com rodo.

O país das alegorias transforma-se agora na alegoria de um país sem direção, como o instrumento urinário masculino de um ébrio. Torna-se espetáculo de horrores em circo de desajustados. E diferente do Carnaval, que termina na quarta feira de cinzas, o mundo com sua pandemia está "sine diem", sem previsão de entrega da tranquilidade que nunca existiu.

Apertem os cintos e segurem o choro, porque, o verão da cigarra que cantava e dançava, cessou, e a formiga é mesquinha, não vai dividir o mofo de sua ração escondida nas profundezes, com quem quer que seja.

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Resposta, ou Solução? O que você espera de D-s?


Resposta, ou Solução? O que você espera de D-s?

Pacard é escritor, designer, e gosta de complicar as coisas simples*

O seguinte diálogo é hipotético, mas ilustra minha reflexão nesse tema.

Na aula de matemática, o professor pergunta ao aluno:

- Joãozinho! Responda, qual é a raiz quadrada de 144?

- Não sei, professor!

- Então vai levar zero na prova.

- De jeito nenhum - disse Joãozinho! Eu dei a resposta certa, mas foi o senhor quem errou, ao fazer a pergunta de modo inadequado!

- Explique - Disse o professor.

- O senhor pediu que eu desse uma resposta à sua pergunta. E eu dei. "Não sei!", foi a resposta. Porém, a sua pergunta deveria ter sido: "Qual a solução da raiz quadrada de 144?" Se eu tivesse dito qualquer numero aleatório, aí nós dois teríamos errado, pois o senhor não soube  propor o enunciado, e eu não teria correspondido à sua expectativa de dar uma solução ao problema, que o senhor, efetivamente não perguntou.



A moderna simplificação e distorção das coisas, fez brotar uma geração de busca de respostas, em lugar de busca de soluções, no que diz respeito ao relacionamento com O Criador. E não, a culpa não é desta geração, a quem é fácil atribuir imperfeições e enaltecer, como comparativo, os bons tempos antigos. Não eram bons. Eram apenas os tempos daquele tempo, e nada mais. Cada tempo é o melhor dos tempos, porque é o único tempo que realmente existe. O resto é passado, com suas lembranças, ou futuro, com suas aspirações, mas um e outro, ainda sem respostas.

O que buscamos são respostas, mas do que necessitamos, são soluções. Quando invocamos O Criador para que resolva nossos problemas, antes de clamar por soluções, precisamos ouvir respostas, não d'Ele, mas de nós mesmos. O Pentateuco, que é a fonte de todos os demais livros da Bíblia, por si só, seria suficiente, se fosse estudado com o esmero que sugere em suas páginas, mas como não fazemos isso, portanto não podemos compreendê-lo adequadamente, é que foram enviados os profetas, e redigidos os demais escritos, como adendos e notas marginais (da margem, auxiliares), e com isso, nos acostumamos a esperar respostas prontas às nossas questões, cujo contexto pode ser interpretativo demais, gerando uma dependência escriturística, que termina em preguiça mental, e pior que isso, preguiça espiritual. Só que o Pentateuco não nos dá respostas. Apenas conta histórias, e em caso de dúvida, faz perguntas, porque a resposta já foi dada. Basta procurar.


Texto e contexto, enunciado, respostas e soluções, devem encaixar-se no caminho, como sinalizadores, e não como destino final da jornada.

D-s não dá respostas, antes, faz perguntas, e indica as placas do caminho, que já estão lá para serem lidas, pensadas, e seguidas. Quando diz a Josué, que não o deixará, não irá desampará-lo, diz também que não tenha medo, não se espante, e tome suas próprias decisões, e que estas, serão apoiadas pelo braço forte do Criador, contanto que estejam de acordo com aquilo que foi orientado havia pouco tempo antes, por intermédio de Moisés. Assim, D-s diz a Josué que ele é livre, mas alerta que tal liberdade pressupõe regras, e que tais regras são precedidas por perguntas, e seu enunciado deve ser claro, límpido como cristal, e que somente com essa clareza de atitude e pensamento, com limpidez de alma, é que Josué compreenderá a importância de agir em conexão
com as orientações do Criador.

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Jó, fez perguntas, mas D-s devolveu as perguntas e fez-Se claro de que mostrava soluções às perguntas que Jó não soubera fazer. D-s só faz perguntas, quando a solução está na nossa frente, e é preciso um chamamento mais contundente para despertarmos da letargia continuada à qual nos adestramos.

Orar é um diálogo, e neste diálogo, temos o momento das perguntas, o abrir de alma, mas sempre lembrando que D-s não nos deve respostas, mas nos oferece soluções, e estas soluções são sempre condicionais. Não significa que vamos negociar com D-s: "Eu troco isso por aquilo!", Longe disso. Vamos levar ao Criador as nossas ansiedades, e na falta de entendimento para que façamos as perguntas certas, esperemos a solução para nossa falta de conhecimento e de experiência, que segundo os sábios, levam à esperança, e da esperança, para a fé, é só um pequeno passo, chamado confiança. Pedimos respostas, quando o que precisamos é de soluções, e pedimos soluções, quando precisamos antes é saber fazer as perguntas. Não à D-s, mas à nós mesmos. É como alguém que procura desesperadamente pelos óculos e estes estavam diante dos seus olhos o tempo inteiro.

Ah, ia esquecendo de dizer, que Joãozinho levou zero mesmo assim, por encurralar o professor. Falar a verdade e desmascarar um ignorante é bom para o ego, mas péssimo para as relações interpessoais, especialmente diante de uma autoridade. O sistema de ensino vigente não permite que seja exercido outro modo de adestramento, que não a tabelinha de perguntas e respostas, ainda que o enunciado seja dúbio.

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Big data, connectivity, and running over old people



Big data, connectivity, and running over old people

Pacard is a writer, designer, and almost too old **

I was almost always an innovator. When I was told to learn wood carving in a company, I was rebellious, and said that I wanted to be a "Furniture Designer-Designer". And I went. Then, when they called me "Designer-Designer", I said that it wasn't like that anymore, I was already "Designer". Ah, how they laughed at me. But they got tired. Around 1986, I met some guys, who proposed that we set up an AUTOCAD bureau. Barbarity! it was too much, all I wanted, to master the technology. Autocad, the program used to design FIAT cars.

The bureau did not come out, but I bought a computer, CP-400 from Prológica. It was useless, but I had a computer. This gave prestige. In the 90s, a friend lent me a PC, 286, with a color monitor: COLORED monitor! A pen that printed in black and white. But it was worth it. And it was evolving. Today, here at home there should be about 5 computers, plus cell phones, which are more efficient than all the PCs together that I have had until the year 2000 (two Macintoshes do not count). The world has evolved, and I have kept pace. So I thought.

My two youngest children are from the technology field. This ended our dialogue, because they engaged the fifth, while I was still looking for the clutch pedal, when I discovered that a decent car no longer has a clutch. I'm glad I don't have a decent car. I like to shift gears. It's safer when I know who's in control.

My daughter is almost a doctor, with a doctorate, so our dialogue is just "good morning, how are the kids doing?" I am terrified of saying anything that is not of a technological nature or of the high academic clergy. Not even. So humanity walks, from keyboard to keyboard until it reaches the quantum synapse, which scans the mind and shows it on the screen before we think. That scares you know. Especially when the person was over sixty years old. I was over sixty years old. But I'm not the son of a scared father, so I have no idea how I got so scared.

Not that I'm afraid. I am not, but it scares me the gigantism of things. Big Data, for example. My salts, how am I going to live with something that already begins with a name of your size? How am I going to live with something that shows the keyboard the place where my fingers should squeeze? How can I have respect for something that my fingers tap on a letter, and on the screen a photograph of me from when I was little appears? Mercy! I was a little boy, and did it become so trivial? In the past we used to see childhood portraits, accompanied by a tear from the aunts, and a table full of goodies. But and now? What is made of goodies, if not those that fill our mornings on the social media timeline? Those wonderful puddings and baked goods, made by an aunt, from India, who cuts an onion in the palm of the hand, with a scythe, and does not remove a piece of the finger? How to compete with that? So, is it not to make people afraid?

Big Data came to run over the old and age the young, without passing through life. The new old ones are like fruits we picked greens, and were forcibly ripened, which has color and size, but the flavor didn't even come close. Connectivity doesn't connect, but it harnesses, ties, and squeezes tight. It is good for those who have strength in their knees, but old people don't have more knees. They were exchanged for poultices that smell like camphor in Emplastro Salompas. Connectivity embraced | Big Data and killed us to eat the liver. With Bits and Bytes grilled in the overheated processor. Thankfully, we're not going to live long to see what comes next. I hope it is brief, to hurt a little and not lock the screen.

By the way, since you've read this far, how about reading one more of my books? Just click on the image below, and happiness will be at your fingertips.



A Big data, a Conectividade, e o atropelamento dos velhos


A Big data, a Conectividade, e o atropelamento dos velhos

Pacard é Escritor, Designer, e quase muito velho**

Quase sempre fui inovador. Quando me mandaram aprender escultura em madeira em uma empresa, fui rebelde, e disse que queria ser "Desenhista-Projetista de Móveis". E fui. Daí, quando me chamavam de "Desenhista-Projetista", eu disse que não era mais assim, já era "Designer". Ah, como riram de mim. Mas cansaram. Lá por 1986, conheci uns caras, que me propuseram que montássemos um bureau de AUTOCAD. Barbaridade! era demais, tudo que eu queria, dominar a tecnologia. Autocad, o programa usado para desenhar os carros da FIAT.  

O bureau não saiu, mas eu comprei um computador, CP-400 da Prológica.Não servia pra nada, mas eu tinha um computador. Isso dava prestígio.  Nos anos 90, um amigo emprestou-me um PC, 286, com monitor colorido: Monitor COLORIDO! Uma pena que imprimia em preto e branco. Mas valia à pena. E a coisa foi evoluindo. Hoje aqui por casa deve ter uns 5 computadores, mais os celulares, que são mais eficientes que todos os PCs juntos que já tive até o ano 2000 (dois Macintoshes não entram na conta). O mundo evoluiu, e eu acompanhei o passo. Assim pensava eu.

Meus dois filhos mais novos, são da área da tecnologia. Isso acabou com nosso diálogo, porque eles engataram a quinta, enquanto eu ainda procurava o pedal de embreagem, quando descobri que carro decente não tem mais embreagem. Ainda bem que não tenho carro decente. Gosto de trocar as marchas. É mais seguro quando sei quem está no controle.

Minha filha é quase Doutora, de doutorado mesmo, então nosso diálogo não passa de "bom dia, como vão as crianças?". Morro de medo de dizer alguma coisa que não seja de cunho tecnológico ou do alto clero acadêmico. Não mesmo. Assim caminha a humanidade, de teclado em teclado até chegar à sinapse quântica, que faz uma varredura na mente e mostra na tela antes da gente pensar. Isso assusta sabe. Principalmente quando a pessoa passou dos sessenta anos de idade. Eu passei dos sessenta anos de idade. Mas não sou filho de pai assustado, então não faço ideia de como fiquei desse jeito tão apavorado.

Não que eu seja medroso. Não sou, mas me assusta o gigantismo das coisas. A Big Data, por exemplo. Meus sais, como vou conviver com algo que já começa com um nome de sua dimensão? Como vou conviver com algo que mostra ao teclado o lugar em que meus dedos devam apertar? Como posso ter respeito por algo que meus dedos batem numa letrinha, e na tela aparece uma fotografia minha de quando era pequeno? Misericórdia! Eu já fui pequeno, e isso ficou tão banalizado? Antigamente a gente via retratos de infância, acompanhados de uma lágrima das tias, e uma mesa farta de guloseimas. Mas e agora? O que é feito das guloseimas, senão aquelas que abarrotam nossas manhãs na linha de tempo das redes sociais? Aqueles pudins e assados maravilhosos, feitos por uma tia, lá da Índia, que corta cebola na palma da mão, com uma foice, e não tira pedaço do dedo? Como competir com isso? Então, não é de meter medo na pessoa?

A Big Data veio para atropelar os velhos e envelhecer os jovens, sem que transitem pela vida. O novos velhos são como frutas apanhávamos verdes, e eram amadurecidas à força, que tem cor e tamanho, mas o sabor não passou nem perto. A conectividade não conecta, mas atrela, amarra, e aperta com força. É bom pra quem tem força nos joelhos, mas os velhos nem joelhos tem mais. Foram trocados por cataplasmas que cheiram à cânfora em Emplastro "Salompas". A conectividade abraçou a |Big Data e nos matou para comer o fígado. Com Bits e Bytes grelhados no processador superaquecido. Ainda bem que não vamos viver muito pra ver o que vem depois. Espero que seja breve, pra doer pouco e não travar a tela.

A propósito, já que leu até aqui, que tal ler mais um dos meus livros? Basta clicar na imagem abaixo, e a felicidade estará ao seu alcance.



Bella Ciao e Modelo Econômico de Crescimento - Táticas e Estratégias que modelam o Pensamento Político

Imagem: Bing IA Pacard - Designer, Escritor, e Artista, que tem nojinho de políticos vaidosos* "E sucedeu que, estando Josué perto de J...