AD SENSE

sábado, 9 de fevereiro de 2019

A Caminhada - Ensaio




Antigo adágio popular reza que "Água parada não move moinho", ou ainda, que "Pedra que rola não cria limo", e há também outro que diz que "Águas paradas são profundas". Enfim, se puxar pela memória, muitas serão as citações que fazem referência a movimento, ação, ou em contrário, estagnação, indecisão, inanição.



É próprio do Ser humano, o movimentar-se, e movimentar-se vai muito além de apenas mover-se aleatoriamente de um lugar a outro.  A movimentação consubstancia a amálgama (aqui redundei, mas paciência, velho é assim mesmo) de coisas e ideias, ambições, ou senso de participação no processo criativo infinito, ao qual fomos destinados desde a criação do mundo e dentro dele, buscarmos nosso cantinho ajeitado para a felicidade, aquela que nos faz parecer um esquilo correndo dentro de uma roda giratória diuturnamente, para esgotar as energias provida pelos ácidos graxos e sua rica alimentação de oleoginosas guloseimas, e não corresse ele dentro desta roda infinita, tornar-se ia gordo e obsoleto para sua natureza de esquilo. Assim, se a natureza do esquilo é comer e correr, a natureza do Homem, é caminhar e viver, e viver aqui é bem mais que comer e correr, porque sendo criado à imagem e semelhança do Criador, nossa natureza é criativa e construtiva, edificadora, propositiva, e insaciavelmente criativa.

Passamos a vida em uma caminhada rumo a um destino certo, mas escondido, e a única certeza que temos é em nossa crença de que entre nós e nosso destino, há um caminho a percorrer, e que se não nos movermos em direção à ele, certamente ele também não moverá uma palha para buscar-nos. Somos destinados a caminhar e caminhar sempre, e não há como acelerar o passo, porque o destino parece perceber nossa ânsia pelo fim, e afasta-se de nos lentamente, para que encontremos a celeridade de equilíbrio, sem rastejar nem tampouco correr. 

O destino não caminha a nossa jornada. Ele apenas nos espera, e nesta espera, não caminhamos de mãos vazias, mas carregamos um cesto, para coletarmos frutos pelo caminho, para a jornada incerta. Tal cesto não é demasiado grande, que não o  possamos suportar, nem tão pequeno, que pouco possa armazenar as benesses que levaremos até o ponto de chegada. Neste cesto, coletaremos frutas, que renderão outros frutos, uma vez que a finalidade não é chegarmos com os cestos abarrotados,mas acompanhados por aqueles com quem tenhamos dividido, compartilhado nossas frutas, sendo que tais companhias serão os frutos das frutas, e o fruto da jornada serão os  portais que nos esperam para o banquete final.

Nesta caminhada, encontraremos subidas e descidas, e não estaremos sós, antes, cruzaremos por muitos outros,com muitas outras cestas, umas cheias, outras vazias, uns tristes, outros alegres, uns afortunados, outros empobrecidos, e nas subidas mais íngremes e escarpadas, nossos cestos parecerão pesados, o que nos permitirá torná-los leves, distribuindo as frutas que coletamos, aos que coletaram menos que nós. Nesta subida, faz-se mister que subamos de cabeça baixa, para que, se necessário for descer para ajustar nossa rota, o façamos de cabeça erguida. Assim, de encontro em encontro, de fruta e fruto em fruto e fruta, perceberemos que a chegada é precedia por uma planície, e que flores e perfumes alcatifam nossos pés ao frescor das manhãs, e que perceberemos, em dado momento, não termos mais cestas em nossos braços o peso das cestas,mas o calor de outros braços que foram alimentados por nossas frutas. No destino da jornada,não levaremos mais nada, senão a nós mesmos, e aqueles com quem estivemos ao longo do caminho. De cabeça baixa ao subir, e levantada ao descer, pois o contrário disso nos faz perder o rumo da vida, o sentido da existência, e o premio tão desejado.




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