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domingo, 28 de janeiro de 2024

Copy or Reproduce - Ethics and the Furniture Market in Brazil



I can only talk about Brazil and its market, since my professional borders have not advanced beyond them, even though, over fifty years dedicated almost entirely to the creation of furniture and interiors (some gardens have also found their way onto my drawing boards from time to time). back when), I took a few strolls, with this purpose, around the old world, but only just being nosy, curious.

I have always had integrity in my creative career, and I have always understood the uncertainty of the creative state of things, which did not always meet the expectations of the manufacturers, even though many of them did not know what they wanted when hiring, but after it was presented, they knew that it was not going to happen. that was what was shown, and then, patiently, I went back to the drawing board, until the fluids balanced, and the collection was materialized.

It is also true that there was a time when I believed that it was enough to be creative to please the market, until, with great difficulty, I also learned that creativity is just one part of the job, and that it only fulfills its purpose when added to experience. and above all, the clarity of communication between the manufacturer, the market, and between them, the Designer, who, before being good at drawing, should (and still must) have objective training to understand both languages, and obtain chiasmus, the middle of the "X", that point of balance between one and the other. It should easily understand the language of the market, and it should understand the language of the "Shop Floor", because in the good relationship between the creator of the project and the executor of production, there should be full harmony. And that was how I worked, and I still work today.

But, as with everything, there are pitfalls, and one of the pitfalls is the manufacturer's (justified) insecurity in launching a product that is too innovative, and stalling sales, having to return to the production of "Commodities", those products in common use across the world. all competitors, where price is disputed rather than model, wasting time, enthusiasm, and money, and even credibility, due to lack of market vision, in launching products that do not rotate in stores.

The big issue is the market, and here we talk about the Brazilian market, which interests us. The first reading is the fallacy that "Brazilians do not understand and do not know how to value design", which limits the possibility of innovation, and sends manufacturers to the old and unpleasant practice of resorting to copies, with the possibility of lowering costs for become more competitive. And they do, for a limited period of time, but enough to give them pause to think about the next step. The problem is that the next step, the one in which they will be able, with more resources, to develop their own products, with original design, creating "brands", and here begins the bifurcation, as this will never happen, since the convenience of selling of low-value copies, has already completely dominated creative ambition, and this businessman will hardly get used to the presence of creative professionals, who have always been seen as inaccessible, eccentric, arrogant, and vain with their creations. And the door definitely closes, due to this condition.

There is, however, a window of possibilities, where the manufacturer, retailer, and Designer will find the aforementioned "chiasmus": The creation of a new niche with its own brand, different from the company's conventional brand, detaching the new creative brand from the " beans and rice" traditional. A new line, a new brand, a new sales team, and a new market niche, in other stores, other centers, and an independent production, marketing, and commercial management structure. Only in this way, the chances of success, slower, with different timing of results, can be achieved. It's in the Bible: You don't put new wine in old wineskins. They will not resist, and the wine and wineskins will be lost, as well as the most important thing: The credibility of the manufacturer, who stops being an entrepreneur and becomes an adventurer. And not even sports professionals can be called adventurers, because for each podium, there are many years and hours, sweat, and training and strategy, for each victory achieved.

And with the following question: Is the model mine, because I developed it, or ordered it and paid for it from a serious professional, or won it, or was I granted permission to reproduce it? No? So I went on the internet and copied it, simply because it was there and "anyone can copy it, without responding, at least morally due to lack of ethics?" None of that? So, the name is different. If I find a burnt matchstick inside someone's land, and I take it away without asking permission from the owner of the house, what's the name of that? What if instead of a burnt toothpick, a valuable ring, found in the same place, becomes theft? Of course yes, they both are. The value doesn't matter, but knowing that what doesn't belong to me, I have no right to appropriate. That simple. A thief is a thief!

Believe me, I'm old. I've seen shit...!
Pacard - Designer, Writer




Copiar ou Reproduzir - A Ética e o Mercado Moveleiro no Brasil


Imagem: AI Bing

Eu só posso falar do Brasil e seu mercado, uma vez que minhas fronteiras profissionais não avançaram fora delas, ainda que, ao longo de cinquenta anos dedicados quase integralmente à criação de móveis e interiores (alguns jardins também se enfiaram nas minhas pranchetas de vez em quando), eu tenha dado umas voltinhas, com este bjetivo, pelo mundão velho, mas só de metido mesmo, curioso.
Sempre fui íntegro em minha carreira criativa, e sempre compreendi a incerteza do estado criativo das coisas, que nem sempre correspondiam às expectativas dos fabricantes, apesar de que muitos destes não sabiam o que queriam, ao contratar, mas depois de apresentado, sabiam que não era aquilo que fora mostrado, e então, pacientemente, lá ia eu de volta à prancheta, até que os fluidos se equilibrassem, e a coleção era materializada.
Bem verdade é também que houve um tempo em que acreditei que bastava ser criativo para agradar ao mercado, até que, à duras penas, também aprendi que criatividade é apenas uma parte do trabalho, e que esta apenas cumpre sua finalidade, quando somada à experiência e sobretudo, a limpidez de comunicação entre o fabricante, o mercado, e entre estes, o Designer, que, antes de ser bom no traço, deveria (e continua devendo) ter tirocínio objetivo para compreender as duas linguagens, e obter o quiasmo, o meio do "X", aquele ponto de equilíbrio entre um e outro. Deveria entender com facilidade a inguagem do mercado, e deveria compreender o idioma do "Chão de Fábrica", pois no bom relacionamento entre o criador do projeto, e o executor da produção, deveria haver plena sintonia. E era assim que eu trabalhava, e trabalho até hoje.
Mas, como em tudo, existem os poréns, e um dos poréns é a insegurança do fabricante (justificada) de lançar uma produto inovador demais, e empatar as vendas, tendo que retornar à produção de "Commodities", aqueles produtos de uso comum à todos os concorrentes, onde se disputa preço e não modelo, perdendo tempo, ânimo, e dinheiro, e até mesmo credibilidade, por falta de visão de mercado, em lançar produto que não giram nas lojas.

A grande questão é o mercado, e aqui falamos do mercado brasileiro, o que nos interessa. A primeira leitura é a falácia de que "o brasileiro não entende e não sabe valorizar o design", o que limita a possibilidade de inovação, e remete os fabricantes à velha e desagradável prática de recorrerem às cópias, com a possibilidade de baixarem custo para se tornarem mais competitivas. E se tornam mesmo, por prazo limitado, mas o suficiente para tomarem fôlego em pensar no passo seguinte. O problema é que o passo seguinte, aquele em que poderão, com mais recursos, desenvolver seus próprios produtos, com design autoral, criando "griffes", e aqui começa a bifurcação, pois isso nunca vai acontecer, uma vez que a comodidade da venda de cópias de baixo valor, já dominou inteiramente a ambição criativa, e dificilmente irá, este empresário, ambientar-se com a presença de profissionais de criação, que sempre foram vistos como inacessíveis, excêntricos, arrogantes, e vaidosos com suas criações. E a porta definitivamente se fecha, por essa condição.


Há, porém, uma janela de possibilidades, onde fabricante, lojista, e Designer, encontrarão o referido "quiasmo": A criação de um novo nicho com marca própria, diferente da convencional da empresa, desvinculando a nova marca criativa, da linha do "feijão com arroz" tradicional. Uma nova linha, uma nova marca, uma nova equipe comercial, e um novo nicho de mercado, em outras lojas, outros centros, e uma estrutura independente de gestão produtiva, de marketing, e comercial. Só assim, as chances de sucesso, mais lento, com timming diferente de resultados, poderão ser alcançadas. Está na Bíblia: Não se coloca vinho novo em odres velhos. Não irão resistir, e perder-se ão vinho e odres, além do mais importante: A credibilidade do fabricante, que deixa de ser empreendedor e torna-se aventureiro. E nem mesmo os profissionais do esporte podem ser chamados de aventureiros, pois para cada pódio, há muitos anos e horas, suor, e treinamento e estratégia, para cada vitória alcançada.
E com o agravatenda seguinte pergunta: É meu o modelo, porque eu desenvolvi, ou encomendei e paguei a um profissional serio, ou ganhei, ou me foi concedida autoriazão para reprodução? Não? Então eu fui na internet e copiei, simplesmente porque estava lá e "qualquer um pode copiar, sem responder, no mínimo moralmente pela falta de ética?" Nada disso? Então, o nome é outro. Se eu acho um palito de fósforo queimado dentro do terreno de alguém, e levá-lo embora sem pedir permissão do dono da casa, qual é o nome disso? E se em lugar de um palito queimado, seja um anel valioso, achado no mesmo lugar, passa a ser furto? Claro que sim, ambos o são. Não importa o valor, mas saber que aquilo que não me pertence, não tenho direito de me apropriar. Simples assim. Ladrão é ladrão!

Acreditem em mim, sou velho. Já vi côzaa...!




sábado, 27 de janeiro de 2024

O Bicho da Goiaba - A dor que adoça



Imagem: AI Bing*

"Amós respondeu: “Não sou profeta e nunca fui treinado para ser profeta. Sou apenas um boiadeiro e colhedor de figos. Mas o SENHOR me tirou de junto de meu rebanho e disse: 'Vá e profetize a meu povo, Israel".Amós 7:14-16 

Ouvi, com certa curiosidade a explicação sobre o que o texto dizia, a respeito do profeta Amós: Fazendeiro e "colhedor de figos", e pensei cá nos meus botões: "Por que o autor bíblico tem a preocupação de encaixar um fato tão insignificante na narrativa? talvez para acentuar sua pobreza? Ou dizer que o profeta tenha sido um agricultor coletor? " Não sei, isto é, não sabia. Então aprendi nessa ocasião que "colhedor de figos era uma função adequada à tarefa de "adoçar" uma espécie de figo selvagem, vendido aos pobres, ou pelos pobres.
O que acontecia era o seguinte: O coletor fazia um pequeno corte em cruz , ou um furo, na parte terminal do figo, a parte oposta ao Pedunculo, a haste que fornece nutrientes à flor, e depois disso, à fruta, até sua maturidade. Tal corte, ou furo, permitia que uma pequena mosca pousasse ali e depositasse seus ovos, e estes, ao eclodirem, geravam penas larvas que cresciam ali à volta da fruta, no espaço entre a casca e a polpa, o que acontece com outras frutas também (o afamado bicho da goiaba é um destes), fazendo com que a fruta produzisse enzimas de proteção, cheias de açúcares, indesejáveis aos invasores, e aqui não me estendo mais na explicação, já que não entendo nada de biologia ou química, mas foi isso o que ouvi. Satisfeito, segui a vida, sem me preocupar com os figos de Amós.
Anos mais tarde, havia duas goiabeiras serranas (Feijoa Selowiana), sendo uma delas plantada por mim, detro do meu terreno, e outra, muito antiga e frondosa, no terreno de um vizinho que tinha ojeriza por crianças e vizinhos, e mais ainda pela ideia de que alguém lançasse um olhar desejoso à qualquer uma das frutas de seu matagal composto de frutíferas, cujos frutos eram apreciados apenas por ele. Porém, um galho muito grande desenvolveu para o meu lado da cerca, porque era aberto e penetrava muita luz solar, o que favorecia a floração e frutificação, o que não ocorria do lado dele, uma vez que era sufocado pelas demais árvores.
A minha goiabeira produzia belas frutas, mas eram bastante ácidas. Já a do vizinho, mas dentro do meu terreno, portanto de minha propriedade o que ultrapassasse a cerca a meu favor, por serem de uma árvore mais antiga, adaptada ao solo, e sei lá por que outras razões, eram mais doces, muito mais doces.
E como sou neto de Maria Elisa, debochada que só, eu via o vizinho grunhindo palavras mescladas com baba de palheiro, algo que me parecia ser um rogo de pragas, algo assim,  e o cumprimentei. Aí peguei uma cesta e comeceu a colher goiabas, no meu lado da cerca, e como sou educado, ofereci umas pra ele, que muito pistola, duzentos por cento putaço, agradecia e saia de perto pra chorar escondido.
Deixa estar, que comedor experiente de goiabas pelos matos, e lembrando das palavras da Bíblia acerca de Amós e seus figos, pensei: "E se o mesmo acontece com as goiabas, já que aquelas que estão caídas, já tem bichos nela, quando se retira as larvas próximas à casca, aquilo que sobra por dentro, é uma polpa quase transparente, perfumada, como um gel e doce, muito doce?" E era mesmo. Passei a procurar estas goiabas dali pra frente.
Mas não termina aqui.
O mesmo, observei com as frutas machucadas que cicatrizam a parte danificada, sem estragar, percebi que tirando com cuidado aquele machucadinho, a parte mais doce da fruta é aquela que cercou a ferida, criando enzimas de proteção (essa parte eu perguntei a um biólogo, que confirmou, que as enzimas são criadas pela fruta e não pela larva). Gostei, e também adotei isso ao escolher frutas. Mas a gota d'água desse ensinamento foi quanto aprendi que devo comprar abacaxi verde, cortar a coroa, lavar bem, e emborcar a fruta dentro de um pote durante tres ou quatro dias, para que os açúcares desçam, por gravidade, disseminando-se pelo restante da fruta. Pensa num abacaxi bem doce e saudável esse.
Daí, descobri, por vivência própria também, que à medida em que as dores da vida, os tropeços e percalços em nossa vida, elas são comparáveis aos machucados da fruta, ao abacaxi emborcado, e ao bicho da goiaba. Sabendo separar a cascas dos invasores, e aproveitar a polpa, a vida torna-se muito doce.
Acontece comigo, o tempo todo.

Pacard
Escritor - Designer

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Papo de Caipira doido

Imagem IA - Bing

- Mas me diga o sinhô, se eu sô ôme de duas meias palavra!
- E me diga vosmicê se meia palavra das minha num havéra de valêr polo menas umas déiz  palavra das sua, e ainda deixo trôco pra matá sua fome!
- Minha fome é gana de estribuchá um zoiúdo de sua marca, cabra safado!
- Veiáco é munto pôco, pra lhe chamá, iscumungado!
- Bicudo das carça xuja!
- É tua mãe e teus ermãoi, xujêra! Vô te afofá o lombo!
- Pous antes eu te retáio de navaiáda, cachôrro!
- E o que foi que vosmecê respondeu?
- Nem dei pelota!
- Passar bem, cumpadi!
- Passar bem, cabôco!
- Bamo pescá treizontonte?
- Só se não chovê!
- Mas se chovê de tarde, cumpadi?
- Nóis vai de manhã, sô!
- Ara!
-Ara!
-Bão?
-Bão!
-Tão tá bão!
-E a famía como tá?
- A muié tá injuriada!
- Ah, coitada! E já benzeu?
- Bamo dispois!
- E a fiarada?
- Todos doze?
- Não! Só uns oito. os ôtro eu ispiculo na outra vortiada!
- Os cuatro mais novo, tão bão !
- E os mais véio?
- Tão bão tumém!
- Ara, sô!
- Ara!
- Eita vida boa que só!
- Ah, se miorá fica bem mió!
- Ah se fica, cumpadi!
- E as fia já casaro?
- As mais nova ô as mais véia?
- As mais veia!
- Casaro não siô!
- E as mais nova?
- Tumém não!
- A porcada tá gorda?
- Os preto ou os maiádo?
- Os maiádo.
- Tudo gordo, sim sinhô!
- E os preto?
- Esses tumém. Tudo gordo!
- São capado?
- Os gato ou os porco?
- Os porco.
- Tudo capado!
- E os gato?
- Tumém!
-Agora me vou, cumpadi!
- Vai pra adonde, cumpádi?
- Agora ou dispois?
- Agora!
- Vou sair daqui!
- E dispois?
- Dispois já vou tar longe.
-Ah bão!
-Bão memo!
- Tá achano bão que eu vá cumpadi?
- Não. Só vai tá bão dispois que se foi.
-É por ofensa ancim que se extraveia amigo!
- Extraviou um amigo, cumpadi?
- Indagorinha!
- Bamo campiá então. Foi aqui perto?
- Foi. Mas bamo campiá debaixo do poste que tá alumiado. Aqui tá escuro.
- Eita vida boa,  cumpadi!
- Eita!







AHAVÁ - Ser amado é ordem Bíblica? Não!

Acredito, por ouvir falar, pois não sou psicanalista ou assemelhado, que a frase mais ouvida nestes consultórios seja essa: "Eu não sou...