Daí, o Apolônio Lacerda foi à uma bailanta, pra módi bebericar umas brahma, e dançar umas marca cas prenda.
A noite era quente, mas põe quente nisso. O calor do dia foi daqueles que até cachorro, na bunda, sua. E o Apolônio suava também. Suava e fedia. Tava embrenhado numa catinga que só vendo, ou melhor, cheirando. Até urubus que passavam por cima dele, lá no alto, se bombeasse bem dereitinho, perceberia que voavam de costas.
Noite adentro, Apolônio prega o ôio numa chinoca mui serelepe, zóio azul, batão vermeio, trancinha amarrada com tope de seda, e que também negaceava o Apolônio, ancim, de revesgueio. Não deu outra: Apolônia secou o bigode com a manga da camisa, já encharcada de cerveja e suor, e se plantou defronte à moçoila, que ao seu parecer, talvez fosse até casadoira, bateu palmas, como era o costume, para apartar duas chinas que dançavam juntas, ou à prenda que estava dimpé no canto do salão, à espera dum galalau que lha fizesse a côrte. Pois feito! Foram dançar, um com o outro e outro com o um. A prenda e Apolônio.
O gaiteiro, que nesse ponto da noite, já emborcado em duas guampas de canha, destroncava a choramingona e rasgava chote, vaneira, chamamé, tango, tudo num poutpurri remelado, e a poeira levantava no meio do salão. E Apolônio suava, mas suava...
A prendinha, delicadamente aproximou-se da oreia do Apolônio, e comentou, timidamente:
- Você sua, sêo Apolônio, ô....!
Apolônio deu um largo sorriso, tascou um beijo daqueles bem lambusados na pinguancha, e piscando os dois zóio ao mesmo tempo, respondeu:
- Pôus eu também vou ser seu, princesa!
Carsulina fez uns cataplasmas de catinga de Mulata com óleo de Capivara pra módi fumentar o lombo do Apolônio, que não fazia ideia que a prenda era fia do Idalino "Cicatriz", o intendente arrecém empossado, que fora lotado no Bassorão enquanto esfriava um lufa-lufa que se meteu no Morro do Calombo, onde servia até então.
(As Apolonésias poliandricas, Tomo II - bebo 3, by Pacard)
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