Renovar para não sucumbir
O que a pandemia trouxe de bom
Pacard - Escritor - Designer
Parece ser uma piada de mau gosto, dizer que algo de bom tenha saído de uma pandemia, com milhões de mortos pelo mundo, e traduzindo para o pessoal, a impagável quantidade de pessoas com qualidade, próximas, seja por parentesco, amizade, ou contemporaneidade, que nunca mais iremos cumprimentar durante o breve espaço de tempo entre o nascimento e o descanso, que chamamos de vida.
Ainda assim, para que o ânimo e a vontade de continuar não se perca, precisamos tomar um gravetinho, e remexer nas cinzas, levantar escombros, para descobrirmos que nem tudo foi perdido, a começar por nossas próprias vidas, haja vista que estamos aqui, levemente estraçalhados, e ainda assim, íntegros da determinação de continuar em frente, rumo aos sonhos que havíamos desenhado pela aquarela da esperança.
Desde que o mundo é mundo, desque que o Ser Humano descobriu a função das mãos e pés, e de todos os demais sentidos, sobretudo, de sua capacidade de repensar caminhos diante de obstáculos, nenhum caminhar é linear, mas todas as vidas desta longa história são como um prato de Lámen, aquele espaghetti crespinho, emaranhado entre si, e ainda assim, saboroso. A vida é saborosa, e quanto mais emaranhada, mas e mais desafios à nossa criatividade, ao uso de noss capacidade de recomeçar, é aflorada, e a cada instante somos diferentes do instante anterior, somos mais criativos, somos mais dinâmicos e resilientes. É assim que é a vida: um compêndio de resiliências, como adobes que constroem edifícios e pirâmides, como pilares que sustentam nosso caminhar.
Eu, assim como outros bilhões de eus espalhados pelo mundo, estamos nessa ebulição criativa, e basta que não fechem as portas que encontramos, para que nelas entremos, e ali façamos morada, não como invasores, mas como bons vizinhos. É assim que quero ser: um vizinho laborioso em uma coletividade de pessoas que não caminham para a escuridão, mas que se fazem luzes para iluminarem caminhos àquels que mal abriram os olhos, com luzes tênues em crescente, para que não sejamos ofuscados e venhamos a tropeçar pelo excesso de confiança vazia. Isso é o que quero dizer: não caminhamos sós, mas importa mesmo é que continuemos a caminhar.
Pacard, Pétalas, 2022
#esperanca,#determinacao ,#trabalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário