Meu querido amigo e colega de ginásio, Marzinho, que lástima peder um amigo dessa forma.
Lmbro que éramos colegas de ginásio, na primeira série, do curso noturno, onde mais tarde foi a escola da APAE.Tagarelas, os dois, éramos demais, e o velho e saudoso professor Robertão (Roberto Sperb), entrava em sala com "sangue nozóio", e já me botava na rua, e muitas vezes, o Marzinho, por solidariedade, resmungava alguma coisa, e a sentença dobrava, pros dois. Saíamos abraçado, dando risada e íamos tagarelar lá fora, por alguns minutos, até que Robertão abria a porta e nos chamava de volta.
Marzinho foi um daqueles amigos com o qual pouco convivi, senão apenas na escola, mas cuja amizade ultrapassou as décadas de percalços das nossas vidas.
Em 2016, o procurei, em sua relojoaria, para comprar uma pulseira nova para meu relógio favorito, e ele, com estranha dificuldade, tremendo muito, apanhou a pinça e colocou os pinos e a nova pulseira.
Não pude evitar um comentário sobre sua saúde, imaginando que estivesse com Mal de Parkinson, mas não, porque, segundo me disse, havia contraído uma doença degenetariva cerebral, própria de pessoas que trabalham por muito tempo concentradas, com olhar fixo, que é o caso dos ourives e relojoeiros. Entristeci-me pelo caso, abracei o amigo, e seguimos as vidas. Nunca mais o vi. Exceto, esta mensagem de hoje, que se de um lado, me deixou abalado, por outro folgo em lembrar de seu bom caráter, cuja recompensa é um beilhete de entrada na grande sala dos justos que dormem, até o dia da ressurreição, onde espero reencontrá-lo, e desta vez, que possamos tagarelar à vontade, e que o Robertão, também lá esteja, e nos abrace também, para emendarmos a prosa, acompanhada de serestas embaladas pelas liras dos anjos e pelo violão do velho professor.
Desenho aqui meu sentimento de tristeza e saudade, e meu abraço e oração aos familiares do querido Marzinho.
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