AD SENSE

terça-feira, 2 de maio de 2017

Gramado- Quem é você?




Comentei em um vídeo , noutro dia, que Gramado desconhece sua identidade cultural. Ninguém me contestou. 

E já que por presunção, eu talvez estivesse certo, vou continuar, então,  neste raciocínio da falta de conhecimento acerca da identidade de Gramado.

Já comentei sobre a identidade étnica ou familiar. 

Você sabe quem você é? Sabe de onde veio? Sabe quem são seus bisavós paternos e maternos? 

Já sentou para conversar com seus avós sobre os ancestrais de sua família? Já sentou para contar aos seus filhos acerca de sua historia pessoal? 

Seus filhos conhecem sobre aquele dia que você foi salvo de algum perigo assustador? Ou seus netos conhecem a história de como você e sua esposa ou esposo se conheceram?

Quem não sabe de onde vem, também não sabe quem é. Quem não sabe quem é, não saberá pedir informações sobre o caminho que deverá seguir, quando estiver perdido no meio da multidão ou em um cruzamento de muitas ruas. Corre o risco de ver o dia passar, a noite chegar, ver as luzes se apagarem, sem que você não tenha se movido de seu lugar. 

Corre o risco de não  ter saído de sua zona de conforto, mesmo que desconfortável ela seja, pois quando estamos perdidos, até o desconforto é melhor que a incerteza.

E pra que? Para chegar ao fim da vida de boca aberta, escancarada, como dizia o maluco, esperando a morte chegar? 

Para descobrir que sua cabeça não se articula mais com a mesma facilidade, e quando percebe, a artrose tomou conta de seu pescoço, impedindo que se volte para os lados, ou olhe para o passado, buscando lembranças, porque percebe tarde demais que as lembranças que construiu não são as suas lembranças, mas apenas aquelas que a mídia vomita em sua memória sem que você perceba, até que devagarinho, tombando como tomba uma árvore (hoje não estou original, desculpem-me Raul e Éxupéry)vai escoando pelo ralo do esquecimento.

Quem é você? Quem são seus pais? Quem são seus avós? você descende de alemães ou italianos? Eram portugueses os seus pais, os seus antepassados? Em qual navio chegaram?

Não! Estas perguntas não são para você, não. São para os seus filhos, para os seus netos. São para os que escolherão teu asilo, e disputarão os bens que tu amealhou, para garantir uma vida digna aos que te sucederiam. 

Eles chegaram. Chegaram, e você não os viu passar. Chegaram, e dançaram na sua frente, quando crianças, mas você estava ocupado demais construindo o futuro deles na caderneta de poupança. Chegaram e passaram, dançaram e cantaram. Te abraçaram e te beijaram, mas você não viu.

Quem é você, Gramado? Assim falando, até parece que estou falando com uma pessoa e não com um amontoado de prédios que desenham silhuetas no entardecer, e poluem de belas imagens os websites das agências de viagem pelo mundo afora.

Chamo você, leitor, de "Gramado", porque a minha Gramado das lembranças é uma Pessoa, formada por um conjunto de outras pessoas, que olhavam para todos os lados e se banhavam nas cachoeiras que se espalhavam pelos caminhos atapetados de fontes borbulhantes e águas cristalinas.

Quando te chamo de "Você", Gramado,  não vejo um coletivo, mas uma única pessoa, que apenas tem nomes diferentes em casa casa onde vive, nas ruas por onde passa.

Gramado! Quem é você? Uma cidade de turismo que se perdeu no emaranhado do sucesso, ou uma cidade bem sucedida que se emaranhou no esplendor do turismo? O  que é você? uma cidade plena de gastronomia para engrandecer as barrigas, ou uma cidade de enigmas para enriquecer as mentes?

Por quem brilham as tuas luzes? Brilham por ti, que as acendeu, ou brilham por aqueles que te haverão de suceder no cintilar contínuo de estrelas que podes apagar todas as manhãs?

Quem é você, Gramado? Que historias contarão os teus filhos, e depois deles, os filhos dos teus filhos, pelo emaranhado do tempo, que teimas em perder todos os dias?

Ah, Gramado, que recolhes água em cestos de vime, e apenas te molhas, mas nada ajuntas. Gramado que não sabe mais quem é. Não lembra mais de onde vem, e não tem a menor ideia para onde vai.

Eu sei que nem sempre pensar é agradável. Pensar às vezes incomoda, porque quando pensamos, construímos catedrais de nuvens, onde o sopro da brisa pode derrubá-las, e todos os dias temos que começar tudo de novo.

Mas mesmo assim, vale a pena pensar. Pensar onde Gramado quer chegar. O que Gramado quer ser. E pensar não é tarefa que terceiriza. Penso eu e deve pensar também você. Ou vai deixar que pensem por você aqueles que te dispensam você toda vez, depois que foram eleitos? 

Penso que não. Penso que  podem eles motivá-los a que empunhem bandeiras com suas siglas a que gritem seus nomes pelas ruas, mas não podem frear suas ideias, nem pisar em seus pensamentos, porque são eles próprios quem devem submeter-se às tuas ideias, às tuas lembranças, aos teus sonhos.

Ainda há tempo de pensar. Pense nisso.








segunda-feira, 1 de maio de 2017

Gramado: a Bonequinha de luxo que pensa

Heloïse - poupées de collection - Perle

Provavelmente um título que nunca vou receber será o de Cidadão Gramadense, porque no entender de muitos, aquele que expõe as vergonhas da irmã solteira, não merece o sobrenome que carrega. 

Mas quem lê com atenção as linhas, as vírgulas, e as entrelinhas, sabe que o que faço é provocar reflexões, e não seria eu, entre muitos, alguém que gostaria de refletir sobre flores que desabrocham na eterna primavera, disfarçada de inverno,  sorridente e altiva, para os visitantes da belíssima e amada noiva deslumbrante, que é esta cidade serrana?

Sendo assim, o que faço é levar à curiosidade de fazer pensar que debaixo do belo vestido branco ornamentado, talvez possam existir duas pernas cheias de varizes, ou ainda que a nubente não esteja depilada, ou sei lá o que mais.

Ocorre que que semelhante a uma noiva, que se mostra como a promessa de futura mãe de muitos belos filhos, e não menos desejável como esposa, possa talvez esta senhorita ter problemas de coluna, varizes, como já mencionei, ou qualquer outro problema, exames médicos de rotina são essenciais para que sejam detectados eventuais nódulos no seio ou no útero, que irá gerar as futuras gerações de meninos e meninas, filhos desta mãe, filhos desta terra.

Temos vergonha de pensar, e principalmente que saibam que pensamos, porque fomos castrados ao longo da história, pela acusação leviana de que os que pensam, se rebelam, e os que muito pensam, se tornam loucos. E assim, quando pensamos, pensamos em secreto, porque temos medo que descubram que pensamos, e temos mais medo ainda que descubram aquilo que nós pensamos possa ser diferente daquilo que nos mandam que pensemos. E assim, pensando, destruímos aquele cantinho  da mente que nos torna diferentes de um amendoim torrado, de uma abóbora, ou de um orangotango. O cantinho do pensamento, da reflexão, da dúvida, do questionamento.

Outro complexo que temos é a autocomiseração, o complexo de coitadinho, quando achamos que o pensamento e a expressão do que pensamos, de forma reflexiva, isto é, quando conjecturamos, possa nos expor como malucos, visionários, sonhadores, ou pior que isso: como alguém que esteja transpondo o sagrado recinto dos grande nomes que acham que pensam por nós. Acreditamos que não temos direito de penetrar no santuário da mente, e especialmente das mentes brilhantes, porque somos nada, ninguém, apenas cidadãos.

Por isso gosto de pensar, pensar que penso, e especialmente fazer pensar. E o que penso sobre Gramado é que deram è nossa cidade um título que mais se parece com biscuít de açúcar sobre o bolo da noiva do que um conjunto de mentes brilhantes que fervilham sobre as ruas na forma de cidadãos.

Quando provoco o cidadão a pensar,e pensar em Gramado, estou provocando você a pensar que a bela noiva tenha grossas varizes nas pernas escondidas, e que se não for tratada, possa contrair flebite, trombose ou gangrena. Aí será tarde demais.

Como pensar o melhor pensar? Buscando aquilo que não se mostra.Vasculhando verdades atrás da mídia. Lendo as notícias e relendo as entrelinhas. Perguntando, e evitando respostas simples. É assim que se pensa. É assim que se familiariza com as camadas que nao nos querem mostrar. Por isso, os que acham que pensam, pensam que devem temer aqueles que buscam pensar. Sendo assim,, Gramado, a bela noiva, deve mostrar os seus membros pensantes, porque uma cidade (ah que chato ter que repetir isso), é bem mais que ruas, prédios, festas ou luzes. 

Uma cidade, um Município, um Estado, ou um País, pode até não ter terras de um lugar pra chamar de seu, mas se tiver mentes que chame de suas, qualquer lugar será um bom lugar para estacionar o pensar. Até mesmo Gramado. 

Por isso sou provocador. Ou alguém pensa o contrário de mim? Que bom. Pelo menos pensa.



sábado, 29 de abril de 2017

Por que eu escrevo para Gramado?



Não raras vezes sou questionado pelas razões pelas quais dedico-me à escrever, e mais ainda, por quais motivos dedico minhas reflexões à Gramado, embora há quem as leia também de outras querências. Seriam motivos de interesse político pessoal? Estaria eu preparando caminho para candidatar-me à algum cargo político nesta cidade?

Já respondi várias vezes, e repito: Não! Não sou candidato e não tenho nenhum plano de entregar meu titulo ao Cartório Eleitoral para que registre-me como tal em momento algum. Nem em Gramado, nem em lugar nenhum,

Se escrevo, está óbvio, é porque gosto de escrever, e principalmente pensar, o que tem sido um dos meus passatempos favoritos. Penso. Quando digo que penso, eu PENSO, não faço simplesmente o trivial de deixar a mente escorregar pelo vazio do que vejo, mas construo e elaboro questões intrincadas, e procuro nunca desistir sem encontrar respostas plausíveis, que convençam à mim mesmo, antes de lançá-las nas gavetas da memória, ou escrevê-las. Eventualmente também as expresso falando, quando encontro quem, cuja paciência se permita ouvir-me elucubrar.

Mas se escrevo e direciono meus textos à Gramado, estou colocando em prática aquilo que prego, que uma civilização brota do pensamento e não do ouro. Brota das artes e das ideias. E civilização não tem tamanho nem tempo, mas atitude para que aconteça. Pretensão gigantesca a minha, de provocar uma cidade inteira a pensar. Mas é isso que às vezes tem acontecido, quando meus textos, nem sempre fáceis, recebem aprovação maciça de leitores, que os leem uma, duas ou mais vezes, e os compartilham, para que as ideias que proponho não caiam no vácuo da finitude.

Minha tarefa é esta.  Propor um pensar, primeiramente, modesto, mas num crescente contínuo, um pensar grande, e neste grande pensar, desatrelar as emoções para um agir explícito.

Uso a política e os políticos como cenário de minhas reflexões porque são estes propulsores das paixões cidadãs, e embora nem todos saibam a diferença entre o lado direito ou esquerdo do cérebro, estão lá para que façam fluir a vontade do povo. E o povo pensa. E se provocado a pensar, pensa ainda melhor. É a prova que a massa pode ser racional, desde que motivada a pensar antes de agir.

Como disse, eu não sou candidato, mas quando escrevo as coisas certas, muitos candidatos podem beneficiar-se com o que escrevo e acoplarem às suas plataformas de campanha, porque já são ideias filtradas pelos leitores.

Tenho observado uma média diária de quinhentos a seiscentos leitores, mas em determinados temas, chega a cinco ou seis mil leitores em um único dia. Em uma única cidade. Isso prova que não é preciso noticiar crimes, nem mulheres nuas, para que as pessoas permaneçam mais de cinco minutos na mesma página.

Obrigado, leitores. Divulguem este blog. Contribuam com suas ideias e inscrevam-se para receberem as novas publicações em sua caixa de e-mail.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Falta de Pensadores Políticos no Brasil - Video




Baleia Azul - O perigo pode ser ainda maior: Por robôs na web

Artigo clipado. Menção autoral no final

Você precisa saber que a Baleia Azul pode ser um novo tipo de ameaça digital

É possível que bots sociais, baseados em computação cognitiva, estejam simulando gurus humanos curadores dos desafios, segundo o CTO da Aker N-Stalker

Da Redação

Publicada em 21 de abril de 2017 às 10h20

Pessoas do mundo inteiro acompanham com grande preocupação as notícias sobre um jogo que incentiva automutilação, situações de risco e violência e até tentativas de suicídio entre adolescentes na Internet.
O desafio chamado de Baleia Azul (Blue Whale), que tem causado grande comoção nas redes sociais e muita repercussão na mídia, segue envolto em dúvidas. Nasceu como meme? Existe de fato em grupos de WhatsApp e do Facebook? Induz jovens a atentarem contra a própria vida? 
Grupos de pesquisadores e jornalistas internacionais de sites de checagem de fatos defendem que a ligação do desafio com o suicídio de jovens não passa de uma lenda urbana que, por retroalimentação, acabou funcionando como fator de crescente popularização do jogo.
Como lendas urbanas modernas, a história se alastra rapidamente, servindo de inspiração para ações reais, com mortes e mutilações, mesmo que isoladas.
Tempos atrás, a  SafeNet da Bulgária apontou como origem dos rumores uma matéria falsa (fake news) publicada na Rússia em 15 de março de 2016, e que afirmava que 130 adolescentes russos já haviam se matado depois de participar do suposto "jogo" através de uma rede social russa.
Em fóruns hackers internacionais não faltam teorias conspirativas que atribuem a criação do "jogo do suicídio" e sua associação a mortes de internautas a governos autoritários interessados em produzir pânico coletivo contra a "excessiva liberdade" das redes sociais. Ao estimular a lenda urbana do Blue Whale associada a ondas de suicídio, governos do Leste Europeu estariam, na verdade, fomentando o apoio popular à imposição de vigilância, limitações e censura às redes sociais de seus países.
À parte esta lógica conspiratória, já há claros indícios de que as ações violentas atribuídas ao engajamento com o desafio têm pouquíssima ou nenhuma relação efetivamente comprovada, exceto pelo fato de que parte das vítimas teria realmente frequentado comunidades de pessoas com propensão mórbida, por onde também circulariam bots do Baleia Azul.
Sim, bots. Um dos pontos obscuros dessa história é se há realmente ou não a participação de pessoas se utilizando da história para induzir outras pessoas a cometerem suicídio. 
Desde o aparecimento do Blue Whale, há mais de dois anos, apenas uma única pessoa (um romeno de 21 anos) até agora foi identificada e presa sob a acusação de agir como curador. Mesmo existindo esse suspeito, seu julgamento vem sendo sistematicamente adiado por falta de provas cabais de seu envolvimento, segundo reportam fontes como a ONG NetFamillyNews e a entidade SafeNet da Bulgária.
Profissionais de segurança sustentam que o "curador" do jogo, a pessoa que envia as mensagens, é uma Inteligência Artificial agindo a partir de um "chatbot" que emula humanos com alto nível de verossimilhança. Na opinião deles, desde seu aparecimento até hoje, o Blue Whale e sua origem estão envoltos em um nível de mistério típico dos instrumentos hackers voltados para a obtenção de lucro direto (através de roubo, fraude, extorsão ou sequestro) ou para a captura de dados valiosos e a escravização de computadores infectados.
Problema de segurança
Considerando-se esta hipótese do uso de robôs, o Baleia Azul estaria inaugurando uma nova era dos incidentes de segurança, com ataques de engenharia social em massa que afetam de forma direta e altamente impactante o comportamento do usuário.
De acordo com Thiago Zaninotti, CTO da Aker N-Stalker, o padrão de comunicação interativa implementado pelo modelo do Baleia Azul, é perfeitamente compatível com os atuais bots, baseados em princípios de computação cognitiva. 
"Em geral, os bots sociais, utilizados para finalidades criminosas ou lícitas, dispõem de recursos poderosos de autoaprendizado e são movidos por algoritmos de engenharia social que, embora relativamente sofisticados, estão se tornando cada vez mais corriqueiros nas estratégias de atração e engajamento de vítimas por parte do cibercrime", comenta Zaninotti. 
"O jogo está assentado em um menu fixo de "50 desafios" que cada usuário deve obedecer, em uma ordem igualmente repetitiva, e em um conjunto limitado de atividades recorrentes. Para efeitos de comunicação verbal, tudo isto compreende um número pequeno de variáveis, passíveis de serem semanticamente mapeadas em esquemas de ação e reação bastante restritivos", afirma Rodrigo Fragola, CEO da Aker.
Segundo ele, a criação de um chatbot para as finalidades propostas pelo jogo seria algo tão simples e banal quanto implementar um assistente robótico para apoiar a venda de passagens aéreas ou para sugerir modelos de calçados adequados ao estilo de um consumidor previamente perfilado por engenharia social.
Na visão do CEO da Aker existe, portanto, uma considerável possibilidade de haver bots no lugar de "gurus humanos" orientando os usuários, o que nos remeteria a um cenário assustador. "Caso se confirme a hipótese, teremos na sociedade global uma combinação explosiva de robotização das relações sociais associada a um grande potencial de epidemias psicóticas. Unindo-se esta tecnologia de bots com as de realidade aumentada e a virtualização progressiva da experiência, podemos chegar a um ambiente social com potencial destrutivo enorme", comenta Fragola.
Na avaliação da Aker, se o modelo fosse automatizado, ele poderia realizar ações de mineração de dados em redes sociais e identificar pessoas ideais para serem alvos na propagação de spam contendo códigos maliciosos. Para abordar suas vítimas, o sistema criaria falsas "personas" (ou "falsos avatares") com afinidades sociais bem definidas e preparadas para interagir com internautas dispostos a novos relacionamentos (ou a jogos) e abertos a aventuras nas diversas redes sociais.
Pessoas emocionalmente fragilizadas, como adolescentes com histórico de depressão e outros sofrimentos psicológicos graves, seriam o alvo perfeito e, aliás, ações de injeção do Blue Whale já foram identificadas em fóruns de ajuda mútua e aconselhamento de pessoas dependentes de drogas e com diversos tipos de psicose. "Mesmo não havendo conexão real entre a morte de jovens e o jogo, a possibilidade de se usar robôs para potencializar o efeito de doenças mentais em massa é extremamente preocupante", comenta o CEO da Aker. 

Para exemplificar a força desse modelo automatizado, Rodrigo Fragola menciona um trabalho acadêmico realizado no Brasil por pesquisadores da UFMG junto ao twitter. "Depois de analisar milhares de perfis de pessoas comuns no Twitter, os pesquisadores mineiros criaram 120 chatbots imitando usuários normais que, em 30 dias, conseguiram angariar mais de 3 mil seguidores (e interlocutores regulares) na rede. Inclusive com grande sucesso em termos de postagens retuitadas por usuários humanos da rede".
Independentemente de ter ou não ocasionado mortes, o fato que o Blue Whale traz à tona é o de que a computação cognitiva irá aumentar, em muito, a capacidade de manipulação das massas, seja por parte de governos ou de grupos do crime organizado.
"Está na hora da sociedade e da comunidade de segurança começarem a refletir sobre este fato. A corrida em busca de tecnologias para detectar, destravar e perseguir a origem desse tipo de ataque, com potencial de gerar convulsões em massa, já mobiliza todo o setor de segurança. Mas só com muita educação adequada às novas realidades da sociedade em nuvem é que poderemos aumentar o nível de segurança das crianças e adolescentes na Internet", conclui Fragola.
Independente disso tudo, a Safernet Brasil pontua que conteúdos e fóruns online e grupos em aplicativos de troca de mensagens que incentivam formas de automutilação e suicídio existem sim na Internet e sempre foram reportados por muitos usuários. Em pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 11% de crianças e adolescentes relataram terem tido acesso às páginas que ensinavam formas de se machucar e 6% de cometer suicídio, isso representa mais de 2,5 milhões de crianças e adolescentes no Brasil. São dados preocupantes. 
O nome do "jogo" já viralizou na Internet e não faltam hashtags e fan pages. Entre os grupos, deve-se separar aqueles com indivíduos que estão efetivamente cometendo o crime de induzir, instigar ou auxiliar a morte de alguém, tipificado no Art. 122 do Código Penal, daquelas que foram criados como consequência da onda de alarde e para “causar” ou fazer trolagem.
Proibir o acesso a Internet pelos filhos, confiscar celular e monitorar o uso de aplicativos através de programas “espiões” são medidas pouco educativas e fadadas ao fracasso. Elas não previnem os riscos e compromete o vínculo de confiança que deve existir entre pais e filhos.  Família e escola precisam estar perto dos jovens, promoverem o diálogo, conversar de forma franca e aberta sobre como os adolescentes podem lidar e responder a esses riscos. "É parte do desenvolvimento saudável - e preparação para a vida adulta - que o adolescente desenvolva habilidades para lidar com os riscos à sua volta, isso se chama resiliência, que só pode ser desenvolvida enfrentando riscos num ambiente onde ele possa pedir ajuda e com espaço para falar sem pré-julgamentos e reprimendas", explica a Safernet Brasil em sua página no Facebook.
A própria organização oferece um serviço gratuito de escuta, acolhimento e orientação especializada destinado a crianças, adolescentes, pais e responsáveis que estejam vivenciando alguma situação de risco ou violência online. Sua equipe de psicólogos está disponível das 14h às 18h através de chat ou por e-mail, em  www.canaldeajuda.org.br.  Quer ajudar? Faça essa informação circular na sua empresa!
Aspectos jurídicos
O advogado José Antonio Milagre, afirma em artigo publicado pelo IDGNow! que o alerta é conscientização! Além de conversar com seu filho, aluno, colega, amigo e alerte dos riscos e para que o diálogo ocorra caso sejam constrangidos ou coagidos a participarem do desafio, vítimas do crime digital ou familiares precisam saber, segundo o advogado,  que eles podem realizar a quebra de sigilo informático judicialmente, por meio de um advogado especializado ou mesmo autoridade policial, para identificar os cibercriminosos que, se identificados, podem responder por lesão corporal grave, caso as vítimas tenham se mutilado ou praticado “cutting”.
Criminosos virtuais também podem responder por "induzimento ou instigação ao suicídio", caso as vítimas efetivamente deem cabo à própria vida.  A pena pode chegar a seis anos de reclusão de acordo com o art. 122 do Código Penal.
Se as pessoas por trás do desafio forem menores, cometerão ato infracional, sujeitando-se às penalidades do Estatuto da Criança e do Adolescente. Já no aspecto cível, as famílias e vítimas poderão ingressar com ação reparatória pelos danos causados, que serão ressarcidos pelos pais dos menores manipuladores ou curadores por trás do game, ou pelos próprios criminosos, se maiores.
Lembre-se da sua responsabilidade socialEsta semana, o filósofo holandês Koert van Mensvoor, fez um alerta sobre os riscos da humanidade se tornar escrava da tecnologia.
Para ele, o homem se encontra em uma situação de encruzilhada no que diz respeito ao desenvolvimento e uso da tecnologia. Segundo ele, o homem pode fazer com que sua relação com a tecnologia se transforme num sonho ou num pesadelo. 
No cenário do pesadelo, a tecnologia possui um efeito parasita nos seres humanos e nos tornamos a primeira espécie a causar seu próprio fim. No do sonho, a tecnologia está baseada nas necessidades humanas como ponto de partida e, na verdade, é usada para criar um mundo mais natural, um caminho recompensador para todo o planeta.
Suas reflexões integram uma carta aberta publicada nesta quinta-feira (20). Em 'Carta para a Humanidade', em apoio ao Dia Internacional da Terra, Van Mensvoort fala sobre os perigos da humanidade se tornar escrava e vítima de sua própria tecnologia. Mas ao mesmo tempo, chama atenção para o emprego da mesma a fim de aprimorar a raça humana. Segundo o filósofo, há dois caminhos possíveis. 
“Onde fica exatamente a fronteira entre as tecnologias que facilitam a nossa humanidade e aquelas que nos encaixotam e roubam o nosso potencial inato?”, questiona.
Endereçada a todas as 7 bilhões de pessoas na Terra, a carta do filósofo foi traduzida em 25 idiomas, incluindo o português. Você pode lê-la na íntegra aqui.
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quinta-feira, 27 de abril de 2017

A Dialética de Fedoca no emaranhado das invasões de terra


Loteamento Celita - Foto: Acervo Legislativo de Gramado - Colhida na internet


A Dialética de Fedoca no emaranhado das invasões de terra


Os movimentos sociais são um fiel de balança das revoluções, e servem como massa de manobra daqueles que melhor sabem vender o paraíso, mesmo que depois tenham que entregar o inferno. 

Paciência! É a política e todos sabem que um punhado de descontentes com titulo na mão podem fazer a virada de qualquer eleição, assim como os mesmos títeres sociais podem, a qualquer tempo, se adequadamente motivados, derrubarem o mesmo governo que elegeram, e nem tanto pelas promessas não cumpridas, quanto pelas variáveis que possam assolá-los em outro tempo, e desta vez, manobrados pelos seus opositores. 

Ou por elas mesmas, as próprias massas que também podem pensar, mesmo que não seja esta a lógica das revoluções, pois por definição, toda massa é volúvel, como cardumes de sardinhas fugindo dos golfinhos.

Distante dos grandes centros e núcleos produtivos, onde a mão de obra, antes abundante, foi trocada pela tecnologia, em determinado momento percebe as fragrância do perfuma da abundância, ou da bola da vez, e em mutirões autômatos, migram para a direção de onde sopra a brisa da prosperidade.

A brisa da prosperidade, ao longo das últimas décadas, era soprada de Gramado, para onde convergiam afoitos empreendedores em busca de status, mas também fortuna, regada a bom vindo e farta de temperos da nobre gastronomia. E toda a abundância não se refestela solitária na caça, mas banqueteiam também com ela, os periféricos, os fornecedores, a mão de obra, e no rastro desta, pelas migalhas que sobejam, a pobreza, que chega disfarçada e sutil, gemendo baixinhos suas dores, que não eram ouvidas pela algazarra das festivas, mas que, à medida que as bodas iam terminando, à porta dos noivos assentavam-se por fim, os mendigos, as prostitutas, os cafetões, e numa linguagem presente, os traficantes,os assaltantes, os desordeiros.

A brisa da prosperidade formou um vácuo que sugou para seu tanque os pobres, que foram determinantes para a vitória de Fedoca, os quais viam nele um paladino, que prometia devolver Gramado aos gramadenses, e como eu mesmo tenho dito, que gramadense é aquele que ama Gramado, vive em Gramado, respira Gramado, e torna Gramado mais que um amontoado de belos prédios, mas um grupo de grupos que formados por outros grupos, é chamado de população, do latim: “popolum”, povo, grupo de pessoas, gente, seres humanos, independente de sua condição econômica, etnica, política ou de qualquer outro rótulo que possa defini-la por grupo social.

Acompanhei muito superficialmente a questão dos assentados, ou como queira chamá-los, a justiça, de “invasores”, posto que entraram em uma área de preservação ambiental, e nelas assentaram seus barracos, na esperança de que o tempo lhes fosse aliado. Não foi, e a Lei será cumprida, independente da vontade política do Prefeito, ou de quem o antecedeu. Portanto, certo, como a Primavera,caso, em sessenta dias, os assentados não deixem o local, as esquerdas estarão em sérios apuros com aquelas pessoas,mas também no constante cobertor curto que é a arte da governança, a Esquerda de Fedoca terá que prestar contas, senão hoje, dentro de algum tempo, porque foi obrigado a fazer cumprir a Lei, sob pela de que ele próprio, seja punido se não o fizer.
Não quero aqui ocupar o lugar de paladino destes grupos, uma vez que seria de uma imoralidade ética fazê-lo, em busca dos aplausos da oposição, que viu-se livre da encrenca, e nesse momento está sorrindo em silêncio, pelo cálice que não precisou beber.

Por outro lado, se eu me proponho a escrever aquilo que ouço das pessoas, e através disso, formulo minhas considerações, e aliado a isso ainda minha própria consciência, eu não estaria cumprindo meu papel de crítico dos desmazelos políticos e sociais, se não levantasse uma questão para reflexão, onde coloco de um lado, um belo terreno, que deverá ter suas árvores replantadas, porque a Lei maior, de cunho ambiental, assim o determina, ainda que seja para de lá excluir aqueles que não puderam comprar um pedaço de chão nos condomínios de luxo, onde todo o verde já foi devidamente remanejado, e de outro lado desta moeda, onde Gramado poderia pensar nestas pessoas como seres humanos em busca de oportunidade, e oferecer de forma comunitária uma solução, onde seriam beneficiados e trariam benefício, ou melhor, continuariam trazendo este benefício, porque até onde tenho conhecimento, aquelas pessoas foram parar em Gramado, porque em algum momento houve uma demanda de seu trabalho na construção civil ou no turismo, que exige uma logística complexa, e que cada pessoa, em seu estado normal de civilidade, serve à outra, seja com mão de obra, ou promovendo riqueza, com sua capacidade gestora e empreendedora.
Aqui chego ao âmago da questão, onde digo que é falto de inteligência gestora o administrador, seja público ou privado, que não é capaz de oferecer soluções que beneficiem sempre aquele que se encontra em situação de risco social.

Poderia pensar ainda que tais pessoas, por não se adequarem às exigências de um imigrante, com recursos de subsistência e investimentos se torna dispensável. Sendo assim, Fedoca, que é descendente de italianos, deveria reconhecer que também seus (e meus ) ancestrais foram um dia invasores e intrusos nas terras dos bugres a quem a civilização expulsou, mas mais que isso, oferecer à população gramadense a oportunidade de reunir-se em busca de uma solução de caráter humanitário, diferente de apenas pagar tres meses de aluguel após o despejo, assegurando que no despejo seguinte, estarão de costas para o problema, administrando a estratégia para a eleição do ano que vem.

E por que dei o título de “dialética”? Por uma razão simples: porque por definição, dialética é a parte da filosofia que trabalha o pensamento e a lógica dentro dos paradoxos, e como o PDT de Fedoca é ainda um movimento ideológico que empunha uma rosa vermelha, devo entender que siga a lógica de Marx. 

Para a teoria marxista, dialética compreende a teoria do conhecimento, através dos filósofos Hegel, Marx e Engels. Para o marxismo, dialética é o pensamento e a realidade ao mesmo tempo, ou seja, a realidade é contraditória com o pensamento dialético.

Para a dialética marxista, o mundo só pode ser compreendido em um todo, refletindo uma ideia a outra contrária até o conhecimento da verdade. Marx e Engels mudaram o conceito de Hegel, e introduziram um novo conceito, a dialética materialista, que dizia que os movimentos históricos ocorrem de acordo com as condições materiais da vida.


Assim dito, o paradoxo está em que os assentados por invasão estão na condição de serem presos por declararem endereço certo e sabido, para serem intimados, enquanto são lançados ao vazio dialético da busca pelo poder, mesmo que o endereço certo e sabido seja apenas temporário. Para alguns.

Irônico seria se não fossem estas, as terras invadidas e sim outras tantas que ainda estão quase intocadas nos arredores da cidade.

De toda forma, Gramado não tem obrigação de resolver os problemas sociais de outros municípios, mesmo porque Gramado não precisa ser solidário com ninguém. Já paga seus impostos, e o governo estadual e federal que resolvam o problema, pois não são Leis estaduais e federais que estão sendo cumpridas?

Ironia minha o último parágrafo. Mas aqui está um excelente momento para ser posto em prática aquilo que se prega no Natal Luz, ou no Ofício de Trevas da Semana santa, onde certamente seria um grande espetáculo para o Céu, se homens, mulheres, e políticos de boa vontade, encontrassem uma solução espetacular para as famílias que serão retiradas do assentamento provisório lá no "Cartão de visitas do Rio Grande".

Minha "quase esposa" do Tadjiquistão

Pois parece um pesadelo doido, mas o fato deu-se como verdadeiro. Eis o causo: No cotidiano da faina, lá pelos idos de 2012, recebo pelo mes...