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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Gramado: a Bonequinha de luxo que pensa

Heloïse - poupées de collection - Perle

Provavelmente um título que nunca vou receber será o de Cidadão Gramadense, porque no entender de muitos, aquele que expõe as vergonhas da irmã solteira, não merece o sobrenome que carrega. 

Mas quem lê com atenção as linhas, as vírgulas, e as entrelinhas, sabe que o que faço é provocar reflexões, e não seria eu, entre muitos, alguém que gostaria de refletir sobre flores que desabrocham na eterna primavera, disfarçada de inverno,  sorridente e altiva, para os visitantes da belíssima e amada noiva deslumbrante, que é esta cidade serrana?

Sendo assim, o que faço é levar à curiosidade de fazer pensar que debaixo do belo vestido branco ornamentado, talvez possam existir duas pernas cheias de varizes, ou ainda que a nubente não esteja depilada, ou sei lá o que mais.

Ocorre que que semelhante a uma noiva, que se mostra como a promessa de futura mãe de muitos belos filhos, e não menos desejável como esposa, possa talvez esta senhorita ter problemas de coluna, varizes, como já mencionei, ou qualquer outro problema, exames médicos de rotina são essenciais para que sejam detectados eventuais nódulos no seio ou no útero, que irá gerar as futuras gerações de meninos e meninas, filhos desta mãe, filhos desta terra.

Temos vergonha de pensar, e principalmente que saibam que pensamos, porque fomos castrados ao longo da história, pela acusação leviana de que os que pensam, se rebelam, e os que muito pensam, se tornam loucos. E assim, quando pensamos, pensamos em secreto, porque temos medo que descubram que pensamos, e temos mais medo ainda que descubram aquilo que nós pensamos possa ser diferente daquilo que nos mandam que pensemos. E assim, pensando, destruímos aquele cantinho  da mente que nos torna diferentes de um amendoim torrado, de uma abóbora, ou de um orangotango. O cantinho do pensamento, da reflexão, da dúvida, do questionamento.

Outro complexo que temos é a autocomiseração, o complexo de coitadinho, quando achamos que o pensamento e a expressão do que pensamos, de forma reflexiva, isto é, quando conjecturamos, possa nos expor como malucos, visionários, sonhadores, ou pior que isso: como alguém que esteja transpondo o sagrado recinto dos grande nomes que acham que pensam por nós. Acreditamos que não temos direito de penetrar no santuário da mente, e especialmente das mentes brilhantes, porque somos nada, ninguém, apenas cidadãos.

Por isso gosto de pensar, pensar que penso, e especialmente fazer pensar. E o que penso sobre Gramado é que deram è nossa cidade um título que mais se parece com biscuít de açúcar sobre o bolo da noiva do que um conjunto de mentes brilhantes que fervilham sobre as ruas na forma de cidadãos.

Quando provoco o cidadão a pensar,e pensar em Gramado, estou provocando você a pensar que a bela noiva tenha grossas varizes nas pernas escondidas, e que se não for tratada, possa contrair flebite, trombose ou gangrena. Aí será tarde demais.

Como pensar o melhor pensar? Buscando aquilo que não se mostra.Vasculhando verdades atrás da mídia. Lendo as notícias e relendo as entrelinhas. Perguntando, e evitando respostas simples. É assim que se pensa. É assim que se familiariza com as camadas que nao nos querem mostrar. Por isso, os que acham que pensam, pensam que devem temer aqueles que buscam pensar. Sendo assim,, Gramado, a bela noiva, deve mostrar os seus membros pensantes, porque uma cidade (ah que chato ter que repetir isso), é bem mais que ruas, prédios, festas ou luzes. 

Uma cidade, um Município, um Estado, ou um País, pode até não ter terras de um lugar pra chamar de seu, mas se tiver mentes que chame de suas, qualquer lugar será um bom lugar para estacionar o pensar. Até mesmo Gramado. 

Por isso sou provocador. Ou alguém pensa o contrário de mim? Que bom. Pelo menos pensa.



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