AD SENSE

segunda-feira, 8 de junho de 2020

O D-s que habita em mim, e o racismo



Sou Monoteísta, portanto sempre direciono minhas reflexões à percepção de que estou tratando com Um Único D-s, e não abro mão disso. Isso estabelecido, para esta composição de pensamentos, tomo emprestada uma saudação hindu, chamada "Namastê", que traduz o seguinte: "O deus que habita em mim saúda o deus que habita em ti". Quero portanto, trazer para minha análise e pessoal opinião, da ideia judaico-cristã, de que D-s Está em nós, isto é, como define o cristianismo, por meio de Paulo de Tarso: "Nosso corpo é o Templo do Espírito Santo", ou seja, somos o recipiente do Sagrado, do Divino, do próprio D-s. Grande isso, mas ainda acho algo restritivo e sujeito à ajustes de entendimento, uma vez que possa perguntar: Como O D-s Infinito, pode "compactar-Se" e acomodar-se numa carcaça tão frágil, quanto o Ser Humano?

Sigo adiante. Certa ocasião, assistindo uma palestra de um Rabino, fui confrontado, junto com toda a plateia, por uma pergunta: "O que caracteriza a presença de D-s nesse lugar?" As respostas foram rápidas: "A Torá!" - Disseram alguns. Outros, e eu também, permanecemos calados, pois atrás de uma pergunta com tanta profundidade, nem sempre as respostas são óbvias, e eu não estava lá para  responder, mas para aprender. Diante do silêncio de todos, a seguir, veio a resposta: "Vocês!" Vocês são a certeza de que D-s está neste lugar, isto é, está manifesto aqui, porque D-s habita no Ser Humano, e cada um de nós permanece vivo por causa da Centelha Divina que há em nós, por causa de nossa condição de "Recipientes" do Espírito de D-s.

Este pensamento tem sido repetido ao longo de milênios, e muito pouco entendido nesse tempo todo. É aqui que quero formular um ponto de entendimento sobre a Presença de D-s em nós, e Seu modo de atuação entre os Seres Humanos.

Certo Rabino, David Weitzmann, em uma palestra sobre prosperidade, disse que "quando o pobre vem à nossa casa pedir auxílio, ela está nos fazendo um favor, em buscar aquilo que lhe pertence, pois nada do que temos é nosso, senão o livre arbítrio, e que somos administradores do patrimônio de D-s, que nos concede, por empréstimo, e por responsabilidade de administração, para que volte às mãos de quem à elas foi destinado. E completou dizendo: "Quando o pobre bate à sua porta para buscar o que é dele, cuidado com o que vai dizer, pois D-s pode estar ao lado dele!".

Este pensamento não contraria, antes ratifica, o pensamento expresso por Jesus, que disse: "Quando destes de comer e de beber, quando vestistes, quando fostes à prisão visitá-los, é à Mim que o fizestes". Aqui Jesus ratifica a ideia de que D-s habita em nós, mas é na fragilidade que é manifesta a Sua presença, e é no desprendimento que libertamos Sua manifestação em nós.

Até aqui falei o óbvio, e isso está escrito em muitos lugares, porém, o que muda nesta leitura, é o vetor da ação, e uma das respostas está no salmo  121, que diz: "Elevo meus olhos para o monte (em busca de auxílio). De onde me virá o socorro?" E a resposta vem a seguir: O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra". E uma sutil citação, mais adiante diz: "Ele é a TUA sombra, à TUA mão direita!". Percebem? Em nenhum momento o salmista fala em anjos com espadas flamejantes voando pelos céus e despejando raios sobre os inimigos, mas diz, com suavidade: "a tua sombra da tua mão direita", isto é, D-s está em ti, mas está "aprisionado" no teu medo, da tua angústia, na tua incerteza, na tua culpa, e mais, o salmista não diz que D-s é a luz que faz a sombra, mas a própria sombra que vem de ti, e portanto, D-s está em ti, D-s está em mim, e eu preciso compreender que não preciso buscá-lo nas montanhas ou nas cavernas, nem nos templos ou nas assembleias, mas dentro de mim, porque Ele é A Sombra da minha mão direita, a mão do trabalho (metafórico) e da força.

Não quero encerrar esta ensaio, sem falar que tenho dirigido um olhar especial à mudança de atitude em relação à outro Ser Humano, e buscado compreender, que mais que semelhante, na forma física, ainda que de cor, traços étnicos, cultura ou religião, diferentes de mim, ele é O D-s que habita em ti, e O Mesmo D-s que habita em mim, assim, como posso eu ofender aquele Ser Humano, em cujo corpo habita O Altíssimo, se O Eterno O escolheu para ser meu semelhante? Isso não o torna um deus, de modo algum, assim como a garrafa não é o vinho que está nela contido. Somos recipientes, e portanto, responsáveis por "libertarmos" o conteúdo, pois o vinho só pode ser servido, quando se tira a rolha. D-s não está "preso" em nós, não é um "Gênio da garrafa", mas Sua generosidade está compactada à espera de que nós a empreguemos da melhor forma, posto que a bênção que tanto pedimos, não vem "do alto", sem que primeiro, seja libertada "de baixo".  

Este é o significado da Unicidade de D-s, dentro de cada um de nós. D-s não está fragmentado e encapsulado nos Seres Humanos, mas nós estamos fragmentados, enquanto seres frágeis, e muitas vezes, egoístas, em impedirmos que Ele Seja manifesto por nós, pois D-s não Se manifesta, mas permite que, como Seus embaixadores, seus recipientes, nos manifestemos como Sua imagem e semelhança. E para que sejamos mais humanos que divinos, e nos livremos de preconceitos, sejamos diferentes apenas nisso: Ele tudo vê, mas nós, podemos fechar os olhos, quando corremos perigo de julgarmos pelo que vemos sem sentir e compartilhar o que nos assemelha com o criador.

Quando ofendo alguém, posso estar ofendendo O Meu D-s!
Quando fecho a porta a alguém, posso estar fechando a minha própria porta para que D-s se manifeste, e nesse pensamento, lembro que certa vez, perguntaram a Jesus, sobre um cego de nascença: "Quem pecou: Ele ou seus pais, para que merecesse isso?" - Ao que Jesus respondeu: Nem ele, nem seus pais, mais isso acontece para que seja manifesta a Glória de D-s em vocês!" Percebem isso? Seja manifesta a Glória de D-s em nós! D-s está em nós, mas temos que lembrar isso todos os dias. Aí entra a oração, o louvor, o estudo, a conversa com amigos sobre os caminhos do Eterno e Sua Palavra. Não, D-s não precisa de nós, senão para que abramos as portas do egoísmo, da discórdia, da boca maledicente, da infâmia.

Ah, Isso vale também na política, combinado?

(Caminhando com D-s - Palestrante Pacard)
Para contratar palestras: (48) 999 61 1546













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