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terça-feira, 3 de novembro de 2020

O debate e seus efeitos - Candidatos de Gramado

Foto: Print Facebook Jornal de Gramado - Transmissão aberta

A coisa mais difícil que existe, é ver alguém fazendo errado, você saber o que é certo, e ficar calado.

James Joyce


Eu não seria quem sou, nem meus textos não seriam respeitados, talvez odiados, mas jamais contestados por medíocres, se eu não falasse aquilo que percebo, e não emitisse, mas omitisse, a minha opinião. É o que estou fazendo, abertamente. Por ser opinião, posso fazer. Posso criticar fatos, se não tocar na honra das pessoas. Isso jamais.

Caminhando em frente, o debate dessa noite, 03/11/2020, entre os candidatos à prefeito em Gramado, uma bela iniciativa do Jornal de Gramado, que, apesar de pequenos problemas técnicos no final, foi impecável na condução do debate, pela simpática jornalista, que não sei o nome.

Foi um debate pândego, cômico, divertido, e o responsável pelo espetáculo burlesco foi o candidato artista, que teve seu momento de glória aos cerca de 11 mil internautas que assistiram, ao vivo, as perguntas estúpidas, e as respostas absurdas que deu este personagem. Mas deu, certamente o brilho necessário aos demais candidatos, que disputaram propostas, e algumas alfinetadas, duas apenas, a bem da verdade, e que demonstrou que os tietes de um e de outro, estavam afiados nas besteiras que sempre repetem, e nem pode-se culpar o disco de estar quebrado, porque não se usa mais disco, e nem agulha, mas eram tipo: "Fulano é o cara!" "Beltrano é nóis, tamu junto", "só ele pra salvar Gramado", e coisas assim, vazias, esdrúxulas, idiotas. E essa gente vota! E pior: Nutre a esperança de ser chamada como CC, se seu candidato vencer. São os mesmos que rasgarão as cordas vocais aos berros, enchendo a tromba de Chope, pulando sem camisa, ou as damas, de camiseta suada, encharcada de bebida, misturada com perfume vagabundo, emporcalhando as ruas, e largando foguetório sobre as casas dos vencidos.

Este é o panorama do debate. Não houve foguetório, mas o massacre do português, da gramática, da elegância, foi escancarado, com a multiplicidade dos "Consertesa venseremos!", e os louvores à estupidez de algumas respostas dadas.

Quanto ao debate, o candidato dos Tucanos, Beto Tomasini, embora tenha uma plataforma bem elaborada, mostrou-se despreparado, e tropeçou em várias respostas, perdendo oportunidade de apresentar uma performance adequada ao seu bem elaborado plano de Governo. 

O Candidato "Poeta", completamente sem sintonia com o debate, não respondeu nenhuma pergunta dentro do enunciado, e divagou o tempo todo, causando constrangimento à apresentadora e aos demais candidatos.

O Candidato Nestor Tissot, leu quase tudo o que falou, e aquilo que não leu, respondeu com agressividade, claramente direcionada ao seu oponente imediato, Evandro Moschem, do MDB.

Evandro, advogado, e atual vice-prefeito, mostrou irritabilidade em algumas vezes, e também alfinetou, ou melhor, espetou o candidato Nestor, que personalizou algumas considerações. Ainda assim, Nestor e Evandro souberam melhor oportunizar seus parcos minutos para direcionarem suas respostas às propostas que levaram para mostrar.

Já a organização do debate foi pobre, pois não deu aos candidatos tempo para construírem melhor seus discursos, considerando que o tempo de internet é diferente do tempo de televisão, e não haveria nenhum problema em ampliarem mais os tempos individuais.

Penso que Evandro foi mais polido que Nestor, e Nestor estava visivelmente incomodado com o debate. Beto estava à vontade, no início, mas depois perdeu a linha de raciocínio, motivado (ou desmotivado) pelas perguntas pândegas do Poeta.

O lado muito bom do debate. é que os candidatos foram eles mesmos, sem a produção de vídeo onde são mais ajeitadinhos, e falam bonito. Penso que mais debates, ainda que online, definiriam melhor a escolha dos eleitores.

Penso que hoje um grande número de indecisos andou um passo à frente.




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