AD SENSE

domingo, 10 de setembro de 2023

A Revolução das Cebolas no quintal de Dona Izartina

Como sou desenhista vadio, a imagem é de IA*

Pois embora pareça uma fábula, um apólogo, quase não é, senão pelo fato de as protagonistas desse causo sejam cebolas, mas não cebolinhas vulgares, rafoagens, não mesmo. Trata-se da fina estirpe dos suculentos bulbos odoríferos e lacrimejadores que se avizinham à outros no quintal.

Se fôssemos levar à questão política, e substituírmos pessoas por vegetais, legumes, frutas, teríamos uma monarquia estabelecida, tal como: O rei da horta é o Rei Polho. Seus súditos seriam o Seu Bôla e o Seu nôra. Mas não pensem que a horta seja um lugar tacanho, monótono, medíocre, como uma aula de geografia na primeira série do ginásio, porque não é. Horta é lugar de  juventude, e sem discriminação, porque hortaliça boa é hortaliça fresca, e é na horta que acontece todo o agito, porque tem até uma banda de roque, do tipo que quando rala faz: roque, roque, roque. Esta banda é  "Os Bettle Rabas". 

Mas é claro que isso é uma brincadeira, haja vista que a tal hortinha pertence à Dona Izartina, que ouve a agitação na lavourinha, estica o pescoço por cima na cancela fora de esquadro, e pergunta: "Couve?" (Hoje estou insuportável, expulso da quinta série, francamente. Mas quem nunca?)

Pois Dona Izartina mesma é que cria estes neologismos para "interter" os netos, que basta-lhes ouvir os causos da vovó Izartina, que proseia e conta estórias enquanto mexe uma bacia de massa para bolinhos bem açucarados para acompanhar um buião de leite gordo direto do têto da vaca "Rufina", pro caneco dos piás.

Dona Izartina desconhece a existência de Games, Inteligência Artificial, Internet, ou dicotomia existencial ideológica que açoda os desânimos institucionalizados da ingovernância do mundo, cá e lá, seja onde for. Dona Izartina desconhece as certezas da teologia das probabilidades, as inconsistências hermenêuticas da escalotologia, e os subterfúgios peremptórios da dialética. Dona Izartina sabe mesmo é amassar um pão, cozer um tacho de marmelada, e preparar um refogado de couve com farinha de "míu" pra móde acompanhar um caneco de café com a tal mistura.

Dona Izartina não tem tempo para pensar em revolução, haja vista que a única revolução que conhece, e não apreceia nadica, é quando come argum mexido, que causa uma revolução no bucho, acometendo a anciã de uma dôri no istrômo, que bate na pleura, devorteia os bofe e sobre queimando pras venta. Fora isso, o entardecer avermelhado avisa Dona Izartina que chegou a hora da reza, e de apagar o candiêro de corozena, porque o sono vem chegando.

Mas e as cebolas revolucionárias, o que tem a ver com isso tudo?

Nada! Eu só precisava de um título pra tocar terror e chamar atenção do leitor, que não tem obrigação nenhuma de ler o que eu escrevo, e se leu e não gostou, pois então desleia e vá plantar favas. Mas antes, precisa carpir um lote.

Pacard - Escritor, Designer, Debochado e Abestado*


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