Entre Sun Tzu e A Rainha Louca (Liderança e Poder)
Pacard (Escritor)*
Confesso que não me debrucei sobre a biografia da rainha louca (ops, isso não pode dizer. Corrijo então: a soberana com distúrbios de personalidade megalomaníaco-psicopata decapitadora contumaz) da fábula "Alice no país das Maravilhas", de Lewis Carrol, então o máximo que sei é o que todos sabem: por qualquer dá cá uma palha, a ordem do verdugo era meter o fio na jugular dos pobres condenados. E por que ela fazia isso? Ora, fazia porque era a rainha, e alem de rainha, era lou...aquilo que eu descrevi entre parênteses ali atrás, e para pessoas dessa condição, não é necessário motivo para bravatas: basta saber que são o poder, e fim de papo.
Falemos então de Sun Tzu, o lendário general chinês, que escreveu com gravetinho de bambu, sobre papel de arroz, o livrinho de bolso:"A arte da guerra", cujas lições em tópicos objetivos, deixa bastante claro qual é o papel do líder, que é sim, mandar, ordenar, corrigir, disciplinar,e até mesmo exercer a prazerosa arte de cortar ca...ah, algum menor pode ler isso, então, fica subentendido que o líder em tal posição, corta o que mais lhe dá prazer. Uns cortam na chegada, pra tocar terror no grupo, escolhendo um voluntário de sua escolha, e de cara mete o sarrafo na pessoa, sob o olhar petrificado dos demais, e logo a seguir, oferecer biscoitos e convida-os a tomarem assento (aqui ele aplica métodos de Maquiavel, tenho que dizer). Mas, é sobre Sun Tzu, e não sobre Maquiavel que quero falar, então prossigamos.
Resumindo o treinamento, Sun Tzu dizia que o líder em primeiro lugar, capacita os soldados. E, em seguida, testa o aprendizado, e corrige as falhas. Novamente ensina onde estejam falhos, e testa novamente, e por fim, dá uma ordem. E caso a ordem não seja cumprida adequadamente, ele primeiro, avalia se o método que empregou para o ensinamento foi correto, se foi eficiente, e caso verifique, com honestidade, que faltou ensinar o pulo do gato, considera como seu o erro,e volta ao treinamento. E caso o soldado cometa novo erro, verifica se o soldado entendeu corretamente o comando. E se não entendeu, de volta à fonoaudióloga para ajustar o verbo a fim de que sintonizasse com o interlocutor. Então, com os walkie-talkie funcionando corretamente, nova ordem é dada, e ainda assim, o soldado erra, então novamente avalia se aquele soldado foi a escolha adequada para aquela posição, pois nem todo arqueiro precisa ser um bom espadachim. E sucessivamente, ajuste por ajuste, compreende que tudo foi feito corretamente e no tempo necessário, e que o soldado não cumpre a ordem é por desleixo mesmo, bem, nesse caso, tirem as crianças da sala, porque a chinela de bambu vai comer o couro do displicente.
Assim, entre a rainha do reino de Alice, que sai dando botinada de acordo com as fases da lua e seu mau humor, e um general, que gosta de se chamar de líder, a diferença está na percepção de que assim como o soldado precisa do general, o general precisa do soldado para ratificar sua glória, e este sabe que não pode cortar todas as cabeas o tempo inteiro, pois em algum momento, a vida e o mercado, farão o mesmo com ele, sem segunda chance de cometer um primeiro erro novamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário