Fiz recente análise sobre o PP de Gramado, agora chamado de "Progressistas", assim como fiz de outros partidos ao longo do ano, e cada dia mais percebo que a falta de objetivo, que não seja o de voltar ao poder, natural até, ou desmerecer o adversário que os tirou do poder, faz com que alguns partidários desta agremiação política se desviem da análise madura de seus próprios erros, e com isso perdem a oportunidade de não voltar a repeti-los.
Em um desabafo muito sincero numa rede social, comentando uma postagem minha, o velho escudeiro de Pedro Bertolucci e do PP, Sergio Moschem, um velho e querido amigo dos tempos de antanho, faz em público aquilo que outros fazem pelos cantos entre cochichos: Deu nomes àqueles a quem entende creditar os erros do apagão do partido, e com isso, naturalmente colheu a resposta direta e defensiva de uma das citadas em seu amargo desabafo, a ex-Primeira Dama, e atual Vice Presidente dos Progressistas, Jandira Tissot, que expôs, em breves palavras um resumo de sua biografia partidária.
Um e outro militam no mesmo partido.Um e outro se não tem amizade pessoal (não estou afirmando,porque não sei), possuem elos em comum pelos demais companheiros que os acompanham na militância. Foi portanto um desabafo direto em público, que entendem alguns, poderia ter sido privado. Penso que não. Penso que este desabafo direto demonstra e comprova que o velho PP tem sim duas correntes fortes que caminham em sentido contrário, ainda que esta observação não seja compartilhada por um jovem apaixonado pelo brilho do poder, a tal ponto, que vê apenas o brilho dos fogos no alto em uma noite escura, esquecendo que o combustível que proporciona tal espetáculo está no chão, e em vias de extinção, caso não sejam renovados os rojões para um novo espetáculo.
Não reconhecer os erros ou os sinais de enfraquecimento durante uma batalha é impróprio para o comando de um partido ou um general, e claramente está demonstrado que se o PP esteve sob o comando de grandes generais em algum momento, o segundo escalão que os sucedeu não frequentou nenhuma academia política e tornou-se pífio na última batalha. Tão pífio, que errou em tudo o que projetou e perdeu todas suas apostas, ainda que tenha colocado maioria na Câmara, não soube conduzir-se como um herói vencido, antes caminhou a passos trôpegos como um cambaleante fugitivo. Isso foi demonstrado quando não soube respeitar suas próprias escolhas no comando do partido, pois ao escolherem o jovem e brilhante Bruno Colletto como seu Presidente, nada mais fizeram do que jogarem nas suas costas a tarefa que não quiseram cumprir. Abandonaram-no entre duas facções que quase se odeiam, e tem ele, Bruno, que fazer um esforço titânico para manter-se no elevado nível de educação que recebeu, e em certo momento terá que virar a mesa, ou então chutar o balde. Há quem aposte na segunda opção, para ufanar-se no prazer de demonstrar que só ele, ou eles, são capazes de dar voz de comando ao partido que foi traído por si mesmo, por sua prepotência em julgar-se invencível, por confiar em pesquisas mal feitas, por comandar uma campanha em 2016 como se comandava campanhas em 1970, com a diferença que em 1970 haviam ideais a serem buscados, tanto governo quanto oposição. Buscava-se liberdade, democracia, direitos civis e liberdade política. Em 2016 o PP buscava apenas manter-se no poder, e nada mais que isso teve a oferecer ao militante ou ao eleitor. Errou feio. Errou nos cálculos. Errou no método, e errou em não avaliar, em subestimar a força do adversário.
Pouco depois da campanha, conversando com um militante peemedebista, usei a expressão: "A UPG perdeu a eleição", ao que fui corrigido: "Não! Nós (PMDB, PDT, Fedoca e Evandro) vencemos a eleição!". Uma análise completamente diferente do espírito revanchista, derrotista, vingativo, magoado, que começa a instaurar-se entre os Progressistas de hoje.
Estou falando duras palavras aos Progressistas, porque sei que amanhã, segunda feira, irão reunir-se e muitas coisas podem mudar nesta reunião. A primeira, será a inclusão de Luia Barbacovi na Executiva, ocupando o espaço deixado por Dr Ubiratã de Oliveira, hoje, eventual novo gestor do Hospital São Miguel, por convite do Prefeito Fedoca, que tal como eu escrevi há um ano atrás, acerca do desafio que fiz a que ele aproximasse seu governo da oposição para ajudar Gramado, estendeu a mão e ofereceu o cargo a Ubiratã, que, na minha leitura, irá e deverá aceitar. Lógico que tal atitude pode ser vista por aquela facção revanchista como traição e Ubiratã poderá ter que responder a um tribunal e receber uma punição por traição ao partido. Ou, ao contrário, o bom senso poderá prevalecer, a mesa estar já virada, e os progressistas compreenderem que necessitam redesenhar suas ideologias, começando pela própria casa, e que reconquistar o poder é apenas um objetivo estratégico, não final, mas como instrumento de aplicação de suas ideias para que Gramado receba o melhor daquilo que são capazes de fazer, pois já demonstraram isso em algum tempo.
O velho PP não pode parar no tempo, e deve combater com veemência o obscurantismo ideológico que abraça aqueles militantes radicais, e reciclar seus conceitos, a propósito do que diz o próprio nome do partido. Amanhã Bruno e sua equipe terão um duro embate. Acalorado, direi eu. Certamente, e sem nenhuma arrogância, meu nome deverá ser mencionado,por alguns, como alguém que saiu do senso comum e ofereceu desafios aos partidos, todos, cutucando onças com vara curta, mas obtendo credibilidade dos leitores que pensam da mesma forma, mas não dispunham de um espaço onde pudessem exibir seu desagrado pelos políticos que os lideraram até aqui. O velho PP, deve transformar-se no novo "Progressistas", não apenas como mudança estratégica da sigla, mas como um objetivo de trabalho. Devem sair desta reunião de braços dados e dispostos a oferecer ao governo de Fedoca um real desafio de tornar-se cada dia melhor, acertar as arestas, lapidar as falhas, e preparar-se para um embate em 2020 fortalecido, abraçado ao PMDB, seu fiel parceiro, a quem tem aberto mais e mais oportunidades e creditando desafios por acreditar que são fiéis enquanto o casamento durar.
O velho PP, agora "Progressistas" deve reconstruir-se pensando em si mesmo e nos seus "milhares de filiados", uma vez que o PMDB está fazendo o mesmo, e creio que também o PDT de Fedoca também não dorme na palha. Mas é com os progressistas que deve preocupar-se, caso Bruno e sua equipe decidam virar a mesa em lugar de chutarem o balde.
Vou dizer aqui ao Bruno o que disse a outro líder certa ocasião: Seu partido creditou a você o desafio de torná-lo grande novamente. Você pode dizer que tem outros planos, e o faz com pleno direito. Mas deve lembrar que é o mar bravio quem prepara o bom marinheiro. É o cavalo mais chucro quem dá fama ao bom ginete. É o Ser Humano o maior de todos os desafios, especialmente se estas pessoas souberem pensar. Não escolha os bajuladores que fazem discursos heroicos e ufanos com a cabeça enterrada na areia e o traseiro contemplando as estrelas. Escolha os que dizem a verdade, ainda que falta de doçura no falar. Escolha os fiéis e não os puxa sacos. Selecione os que olham nos olhos e não os que dão tapinhas nas costas. A gente nunca sabe o que estão colando para que outros riem enquanto não vemos.
Aos que acham que sou duro demais em apontar os erros do partido, lembrem que muito pior é a dureza da derrota nas eleições. Muito pior é a cara do vizinho gozador soltando rojão para assustar seu cachorrinho na noite da vitória. Ou você mesmo.
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