Excelência é uma palavra que define magnitude, nível máximo de aprovação e o brilho dos primeiros raios da perfeição. Um ensaio da plenitude.
Excelência, é a forma que os políticos gostam de serem chamados, invocados, como se divindades o fossem. Gostam de bajulações, e não, não acho que sejam, por isso, desonestos. Constato apenas que o fazem com genuíno senso de coletividade e serviço voluntário às causas que, se não as tem, inventam, para que se tornem necessários, indispensáveis, e justifiquem com isso, sua presença na política.
Assim, aparecem os mais exóticos tipos, se apresentando como a solução dos problemas que nem eles sabem que existem. Faça uma experiência: Peça ao candidato que fale da co-relação entre sua vivência pública pre-existente, e como propõe o modelo do que viveu como motivação para causas maiores.
Há vários tipos de candidatos, e cada um tem razões pessoais e interpessoais para sua exposição pública. Um desses tipos, é o candidato "colonizador". Ele vem, geralmente, de periferias de grandes centros, grandes metrópoles, onde não tem espaço nem recursos para projetar-se social e politicamente. Escolhe então, uma pequenina cidade, aprazível, e passa a amá-la como a última das donzelas. Dedica odes de paixão, envia flores, e planta jardins pelos passeios. Faz amizade facilmente, porque não basta amar a cidade, antes, é preciso ser amado por ela, pelas pessoas. Torna-se fiel voluntário em causas sociais que deem vitrine, e faz questão de que todos saibam que aquela vitrine é dele. Como parceiro de pescaria é último. Mas e o conteúdo? Vazio, como balão de gás prateado, que sobe até às alturas em direção ao brilho do sol, que o faz refletir para que todos o vejam, mas seu conteúdo político é tão eficiente quanto o gás que o preenche. Só o faz subir, mas a ninguém mais serve.
Há o candidato que é o bom companheiro do trabalho, do bairro, o bonachão, o que paga churrascada e cervejada, se entusiasma em dia de decisão de campeonato, berra palavrões, enquanto diverte, e por sua expansividade, é considerado um "líder", bom de voto, e ótimo para engajar-se na política. Mas, e conteúdo? Pra quê conteúdo, se o cara tem voto?
Outro candidato bom de voto, é aquele que comanda uma corporação. Este tem já certo conteúdo, espírito de liderança, experiência em gestão motivacional, e também lança-se na política, e vai muito bem representar seus pares, porque já votaram uma vez, irão votar novamente, por compromisso de bandeira. E uma vez no legislativo, ele vai defender bravamente os interesses..dos seus pares de agremiação. Inclusive.
Há o candidato "estopa", "bucha", o que serve para arregimentar votos avulsos. Todos sabem que ele não tem como vencer um pleito. Não tem mais que vinte ou trinta votos. Menos, até, mas estes votos serão somados à outros buchas, estopas, e laranjas, e ao final poderão decidir a eleição majoritária.
Estou falando mal deles? De jeito nenhum. A democracia é desse jeito mesmo que funciona: Uns servindo aos outros, que dizem servir à todos. E este grupamento de cabeças vazias serão os burros de carga que carregarão os votos para seu candidato à prefeito. É bem assim que funciona. Então, em quem devemos votar?
Há muitos bons candidatos, que não tem estes "atributos" parlapatões e narcisistas, mas tem profundo conteúdo, para chegarem à frente de uma tribuna, e defenderem com galhardia, os projetos que beneficiarão o coletivo que representam, tendo votado neles, ou não.
Há empresários que fogem da política, por medo de macularem suas empresas e seus nomes, porque são tímidos, não tem vaidade suficiente, e temem deixarem suas empresas ao abandono, quando se dedicarem à política.
Há eruditos, que poderiam transformar positivamente a sociedade com suas ideias e suas experiências, mas temem o debate desigual com parvos energúmenos, em temas de relevância premente, e como todos sabem, debater com tolo é jogar pérolas aos porcos.
Há candidatos que preenchem os atributos de conteúdo, e que podem, não apenas compartilhar seus conhecimentos, como ainda dedicarem-se ao aprendizado humilde, mas firme, de novos ensinamentos. Estes candidatos formam aquilo que chamamos de renovação. É destes que quero discorrer um pouquinho mais.
A pandemia modificou radicalmente o comportamento social das pessoas, e ainda teremos uma eleição significativa à frente, que reunirá os efeitos das mudanças políticas desencadeadas no fenômeno das últimas eleições nacionais e estaduais, somando-se ao impacto do isolamento pela pandemia do Corona Vírus, onde país e filhos não podem mais se abraçar, nem aos amigos, nem aos companheiros. isso acabou, e nasce aqui uma nova política de conteúdo, onde a disputa pelo voto se dará pelas tecnologias dos "efeitinhos" gráficos, que mascaram o bom conteúdo que deveria ser oferecido nos debates.
Aflora cada dia mais o fenômeno "Tik Tok" do vazio mental e das respostas rápidas em busca do voto. Esse tipo de candidato, pode ser muito engraçado, risonho, bem maquiado, na telinha do celular, através das redes, mas será um completo desastre quando tiver que tomar decisões que afetem vidas, saúde, segurança, educação, e a paz social. Esse tipo de candidato bufão representa a purpurina e a fantasia burlesca da moda iluminista e absolutistas dos Luises, ou das máscaras caricatas dos carnavais de Veneza.
A política de efeitos gráficos e poeminhas de almanaques, tirados do gerador de lero-lero, oferecem sério risco à democracia. E eles não serão os culpados. Culpado é quem se deixa encantar pela cantilena de sereias, e não entope os ouvidos para não ouvirem os falsetes em forma de canções, ou promessas vazias.
Eu vou escolher meu candidato pelo conteúdo que ele oferece, e não pela purpurina que espalha ao passar. Vou contatar com os candidatos que despertam meu interesse, e aqueles que não derem retorno satisfatório, vou ignorá-los no dia do voto.
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