AD SENSE

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Causos do Cine Embaixador em Gramado - Vovô Joaquim e Pirulito, Doce Mu-Mu e eu

Vovô Joaquim não era tão famoso, e então não achei imagens dele. daí, recorri ao IA, que me desenhou isso.

O que Pato tem a ver com Pirulito, Vovô Joaquim, Cine Embaixador, Doce Mu-Mu, e eu? Tudo! Mas tenho que desmembrar os fatos para melhor compreensão do causo.

Sou averso a concursos. É muito, muito, mas muito raro que eu participe de algum concurso, haja vista minha frustração por não passar da fase de avaliação, que nem sempre atenta para o objeto proposto, e sim para os meandros virgláceos da burocracia do processo seletivo. Tenho nojo destes burocratas obtusos que fazem juramento de devoção permétu às vírculas, em lugar de analisar o cheiro da alma da obra do artista. Mas, enfim, não participo de concursos então, e o relato que exponho é um dos bem sucedidos de minha exitosa carreira de declamação de poemas em público. Bem, na verdade declamei mesmo poemas de Thiago de Melo, Castro Alves, Alphonsus de Guimarães, e certa feita até aventurei-me a degladiar-me com algumas estrofes de Camões, e se isso tiver valor, alguns poemas meus também, o que não conta, pra não incorrer em nepotismo. Fora isso, os dois momentos memoráveis (depende do ponto de vista) destas declamações, foram coroados por Vinícius de Moraes, com "O Pato". Devo muito àquele pato. Muito mesmo. E o responsável por juntar platéia com uma vergonha exposta pra eu poder passar, isso lá pelo anos de 1968, ou 1969, não tenho bem certeza, quando o Cine Embaixador, o emblemático panteão das artes do recém emoldurado vilarejo com status de Município, apelidado de Gramado, ao que tal panteão era ocupado com a exibição de filmes, uns bons, outros enfiados goela abaixo pela ANCINE, mas nos horários em que não se passava filme, era utilizado como palco das artes que por lá passavam.

Exatamente assim era o Cine Embaixador no dia em que recebeu o Vovô Joaquim e seu palhacinho de marionete, Pirulito

Numa destas oportunidades, apresentou-se um artista, cujo personagem era um simpático velhinho, chamado de "Vovô Joaquim", que manipulava um sujeitinho esquisito, pequenininho, mas muito atrevido, do damanho de uma garrafa de laranjada, chamado de "Palhaço Pirulito". Só muito tempo depois, fui descobrir que Pirulito era um marionete, tipo esses colocados por oligarcas nos parlatórios do mundo, e os chamam de dep...ah, os chamam pelo título de "vossa flatulência, vossa incongruência", ou algo assim, que não lembro ao certo como é, e ao contrário do palhacinho Pirulito, que fazia rir, estes não tem graça nenhuma, e fazem chorar.

Este Não é um copo de doce de leite Mu-Mu, mas como não achei nenhuma imagem desse tempo, quis mostrar como era o copo, que até hoje, comos similares servem para beber café pingado e comer pão com manteiga.

Pois o tal "Vovô Joaquim", tinha uma espécie de Talk-Show, onde fazia graça manipulando o marionete em seu colo (ou era alguém que fazia isso, não lembro direito), e chamava crianças para o palco para que se apresentassem com suas habilidades artísticas. Eu era tímido, mas nem tanto, e convocado a subir no palco, eu fui, e não suficiente estar lá, fui desafiado a declamar uma poesia. Pronto! Mexeu comigo! E empostando a voz, empinando o peito, e gesticulando com teatralismo de gente grande, lá estava eu, declamando o poema: "O Pato"!

Conforme anunciado acima, "O pato"

Não apenas fui aplaudido, como fui recompensado, com um presente único: Um copo de vidro com Doce de Leite Mu-Mu, o mesmo tipo que eu havia aprendido a comer, na casa de Elisabeth Rosenfel, junto de seus netos, Ricardo e Mônica.

Saí dali empoderado! Agora eu era um astro da declamação do "Pato". O mundo será pequeno para mim. Soube depois que Julie Andrews, que nesse tempo voava assentada em uma mala, usando um guarda-chuva como motor de vôo, soubera de minha façanha, e tentou com sofreguidão entrar em contato comigo, para que eu declamasse com ela, na Broadway, sua célebre canção trava-língua,  "Supercalifragilisticexpialidocious", mas que por uma inveja sem tamanho, esconderam de mim, e fiquei resignado ao meu mundinho de fantasia, onde era astronauta, Tarzan, Presidente dos Estados Unidos, e futuro esposo da Professora rejane (que foi outro caso de interferência maldosa de invejosos, que atribuíram meus seis anos de idade como barreira para nosso enlace, dizendo que ela era velha demais e que não daria certo. Ora, me digam: Uma senhorita solteira, doce, gentil, minha professora, com vinte e cinco anos, é velha, desde quando? Mas, enfim, ganhei o doce, comi o doce, e aqui estou eu, fazendo propaganda de graça pra Mu-Mu.

E vem aí, a revistinha marota: FELIZ IDADE!
Cuidado: Pode provocar Incontinência Orinária e Fístula na Pleura. Em casos de ingestão acidental, procure um mandingueiro*


Um comentário:

Ille Vert disse...

Lembrei também que haviam dois bonecos: o PIRULITO e o PUXA-PUXA*

Elaborando um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável

  Pacard  Aqui, matutando entre uma cuia de mate e uma bolachinha, resolvi colocar a IA a trabalhar de grátis pra mim, e entre uma prosa e...