Ambição política é algo saudável à democracia, especialmente num momento delicado onde as representações políticas do país desmancham qualquer tipo de respeito, que possam os eleitores nutrirem pelos seus eleitos, à guisa da corrupção que avalancha os noticiários, e estraga o humor de quem liga a televisão pela manhã, onde é bombardeado por todo tipo de barbaridades que nem as imaginações dos maiores roteiristas do cinema foram capazes de pensar.
Mas não quero dizer com isso que todos os políticos sejam desse tipo,porque seria absolutamente injusto com aqueles que se posicionam contrários, mas são vencidos pelo esmorecimento causado pelo descaso, e assim os bons acabam dando lugar aos ruins, e a má política continua navegando neste lamaçal de falta de vergonha.
Tenho refletido acerca das estratégias de marketing maquiavélico engendrado às costas do contribuinte, quando uma criação de pavões povoa uma parte da Saúde de Gramado, em que o próprio Secretário da Saúde, mesmo sendo hierarquicamente superior ao interventor do hospital, não tem como interferir, na instituição que tosse espasmos semanais de problemas, ora sendo pelo atraso no pagamento dos profissionais que lá atendem, ora pelo desperdício de dinheiro e tempo de quem deveria zelar pelo cuidado com pacientes, mas opta por espalhar tabloides e mais tabloides, vídeos, notinhas em redes sociais, em um projeto que está mais que notório, ser de sua ambição pessoal política. Justo, mas imperfeito, uma vez que não se justifica o modo quase pueril com que trata dos problemas, lavando as mãos em um dia, chamando para si os louros no outro dia. Irritante até.
Veja que no domingo próximo passado, foi publicada uma nota onde o administrador envia ao Presidente da câmara, um ofício, em caráter de urgência,repassando um problema de natureza administrativa de sua competência resolvê-lo. Com isso já desconfiei, pois não é ao Presidente do Legislativo quem deve reportar-se tal gestor, mas aos seus superiores hierárquicos, a saber, o Secretário e o Prefeito. Mas faz ouvidos de mercador às regras, pisoteia nos Poderes, e cria a confusão.
Põe com isso as autoridades municipais em polvorosa, e a população em insônia. Veja que passados apenas três dias do fato, envia então, através do Departamento de Comunicação da Prefeitura, uma nota que "tranquiliza" a população dizendo que o problema não era com o Hospital, e muito menos com a Prefeitura. Que bom, não? Que fácil assim, primeiro jogar aos outros a brasa e depois dizer que era apenas carvão, recolhê-la para mostrá-la, na ponta dos dedos, que não queima mais, e sair sorrindo pela tangente.
Classifico de uma absoluta falta de preparo emocional e ético, para lidar com o inesperado, uma vez que competia apenas ao gestor,primeiro, inteirar-se da real gravidade do problema, para só depois alardear à imprensa (certo, não foi ele, pois vazou por fontes confiáveis. mas e daí? Ele sabia que seria este o caminho natural de tal notícia), fato que deveria ter sido primeiro, esgotado o arsenal de possibilidades jurídicas ou mesmo administrativas junto ao Governo Federal, e à própria Congregação titular da instituição,e só então, após mapear a real situação, levado ao conhecimento público.
Ah sim,antes que digam isso, a culpa não é de quem publicou a noticia,pois o papel da imprensa é mesmo noticiar os fatos, e cabe a quem de direito e obrigação, resolver os problemas.São pagos para isso. E muito bem pagos.