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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Tamerlão, e as cores como arma de ataque na política



Tamerlão, ou Timur (o manco), é meu personagem favorito para estudos, especialmente escatológicos (Escatologia tem dois sentidos: o primeiro, diz respeito á uma coisa extremamente absurda, irracional, idiota. A segunda traduz por: estudos dos últimos acontecimentos, que em síntese, segundo a visão apocalíptica, trata-se realmente de coias fora da leitura usual da humanidade. O fim dos tempes, e o que acontece durante estes fatos).  A razão desta preferência, é pelo simbolismo gráfico, semiótico, que sua estratégia impuna antes das batalhas. Mas antes de falar em Tamerlão, adianto um pouco o assunto, e pulo para o livro de Revelação (Apocalipse), onde iremos encontrar a seguinte citação, no Capítulo 6 do Livro:  

"E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê."

Segue a narração dizendo: 

E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.

O segundo cavalo aparece na narrativa: 

E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
O Terceiro cavalo é preto: 

E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão.
E finalmente, o quarto cavalo, amarelo: 

E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.

Vamos entender o simbolismo desta profecia, fazendo aproximação com o encaixe do tempo descrito, a sequência dos fatos, e seu similar na história. E aqui voltamos a Tamerlão.

Antes de promovermos este encontro, vejamos algumas particularidades deste guerreiro:

" Por onde passava, o exército invasor dizimava cidades e massacrava inocentes. "

" Tamerlão passou a desejar fronteiras mais distantes. Em 1383, invadiu a Pérsia (onde hoje fica o Irã). Durante a década seguinte, enquanto estava longe dominando regiões da Rússia e arredores, os persas iniciaram revoltas contra o Império Timúrida. Ele retornou enfurecido: dizimou cidades, assassinou populações inteiras e, para completar, construiu torres com o crânio das vítimas"

Curiosidade: Ele afirmava estar resgatando a grandiosidade do Império Mongol ao construir seu próprio reinado*

Depois da conquista da cidade chefiada por Husayn, chamada Balkh e localizada no Afeganistão, Tamerlão virou um conquistador e apropriou-se de diversas cidades próximas. Hábil comandante e político, ele era capaz de unir soldados de origens diversas sob a mesma bandeira e de manter seu governo com alianças e traições. Ficou conhecido pela inteligência e, claro, pela crueldade.

A partir de 1401, Tamerlão voltou os olhos para o atual Oriente Médio. Destruiu Aleppo e Damasco e dominou Bagdá, no Iraque, matando milhares e demolindo monumentos e mesquitas. O imperador variava nas crueldades: os vencidos podiam ser decapitados, crucificados, cimentados pela cintura em paredes (ainda vivos) ou pisoteados por cavalos. Quem sobrasse era escravizado

Estamos combinados, que o rapaz era uma bela bisca, eu lhes digo. Reza uma lenda, de que, confrontado por um exército carregado por elefantes, invencível, Tamerlão atou fardos de feno às costas de cavalos, ateou fogo, e enxotou-os em direção aso elefantes, causando uma reboldosa medonha, e colocando em retirada os inimigos. A bem da verdade, esta mesma história é contada sobre o mongol Kublai Khan, igualzinha, embora Kublai tivesse vivido cera de um século antes de Timur. Podem ter sido ambas verdadeiras, ou simples cantigas de bardos e menestréis. Quem é que vai saber, né? História é escrita por quem escreve a história, e não por quem a certifica. O mesmo que acontece aqui. Nesse momento, eu escrevo a história e a conto pelo meu ângulo de visão. Se eu não for fiel aos fatos, e à sua interpretação, daqui vinte anos, nem mesmo me vou lembrar como aconteceram. Mas é isso que reza a lenda de tamerlão. Porém, ainda não chegamos ao ponto "G" da questão, o que dá comichão em seguir adiante: O que Tamerlão tem a ver com cores? Já explico.

Ao sitiar uma cidade, Tamerlão alinhava as tropas de forma ostensiva, imponente, fazendo valer o medo, tocando o terror por impacto visual. Assim, primeiro ele montava um magnífico acampamento á volta da cidade sitiada. Deixava a cidade sem água e sem alimento por dias, semanas, meses até. Depois de certo tempo, ele enviava um mensageiro até à porta principal da cidade, com uma bandeira branca. A bandeira era deixada lá, e o cavaleiro voltava. Aquela bandeira dizia o seguinte, em seu significado:
"Quero que sua cidade, todos os seus cidadão,s e seu rei, seus príncipes, e suas autoridades, saiam livremente para fora, dirijam-se ao seu novo imperador (ele, o magnífico Tamerlão), prostrem-se diante dele, beijem sua mão, e tornem-se seus vassalos, tributando, e preservando suas vidas. Nenhuma pessoa será molestada, e nem bem será tocado", era o que dizia a bandeira branca. Ali, não simbolizava uma trégua, mas uma proposta de rendição. A bandeira ali permanecia por cero tempo, e tendo este tempo sido esgotado, um novo aviso era enviado: A bandeira vermelha.

Para entender por que as cores tem tanta participação nos grandes acontecimentos mundiais, devemos primeiro entender a relação entre a cor e o comportamento humano, fato que nem é novo, como estamos vendo neste ensaio. Por exemplo: nesse exato momento, o Brasil tem a sua tendência de cores definidas com todo rigor científico. Veja aqui*. E também aqui, como surgem determinadas "tendências"*. A parte da ciência que estuda o comportamento das cores sobre as pessoas é a Psicologia, através da  Psicologia das Cores, um estudo que revela como o cérebro humano identifica e entende as cores de diferentes formas, influenciando em suas emoções, sentimentos e desejos. Sendo assim, cada cor gera uma sensação diferente nas pessoas, por isso, é fundamental saber como usá-las.

A cor vermelha, segundo a teoria e todos os códigos conhecidos de cores, pode simbolizar muitas coisas. Segundo o site "Portal do Marketing", O vermelho é a cor do fogo e do sangue, por isso está associado à energia, guerra, perigo, força, poder, determinação, assim como a paixão, ação, desejo e amor.

O vermelho é uma cor muito emocionalmente intensa. Ela aumenta o metabolismo humano, aumenta a taxa de respiração e aumenta a pressão arterial. Ela tem  alta visibilidade, razão pela qual os sinais de parada, sinais de trânsito e equipamentos de incêndio são normalmente pintados de vermelho. Na heráldica, o vermelho é usado para indicar a coragem. É uma cor encontrada em muitas bandeiras nacionais.

É uma cor quente e positiva associada com as nossas necessidades físicas e mais a nossa vontade de sobreviver. Ela emana uma energia masculina forte e poderosa.

Significa um espírito pioneiro e qualidades de liderança, promovendo a ambição e determinação. Também é de temperamento forte e pode dar confiança para aqueles que são tímidos ou falta de força de vontade.

Ele é frequentemente usado para expressar o amor, como no Dia dos Namorados, no entanto, ele se relaciona mais com a sexualidade e desejo, em vez de amor – o amor é expresso com rosa.

O Vermelho traz textos e imagens para o primeiro plano. Vermelho é energizante. Ela excita as emoções e nos motiva a agir. Use-a como uma cor de destaque para estimular as pessoas a tomar decisões rápidas; é uma cor perfeita para ‘Comprar’ ou para os botões de “clique aqui” em banners de internet e websites. Na publicidade, o vermelho é muitas vezes usado para evocar sentimentos eróticos (lábios vermelhos, unhas vermelhas, os distritos da luz vermelha, etc.).
O Vermelho é amplamente utilizado para indicar perigo (sinais de alta tensão, semáforos). Esta cor também é comumente associada com a energia, de modo que você pode usá-lo quando a promoção de bebidas energéticas, jogos, carros, itens relacionados a esportes e alta atividade física.

A cor vermelha pode estimular o apetite, sendo frequentemente usada em restaurantes para esta finalidade. Também aumenta o desejo por alimentos e outros estímulos.

Em algumas culturas orientais, como a China, o vermelho é a cor usada para dar sorte. Embora os tempos estejam mudando e muitas noivas chinesas agora vistam branco, é tradicionalmente a cor para casamentos.

Na cultura indiana simboliza pureza e é, também, frequentemente usado em seus vestidos de casamento.

Voltemos ao Tamerlão, que hasteava então uma bandeira vermelha, que transmitia o seguinte recado:

"A gente não gastou horas no salão fazendo unha, pra vir aqui e voltar sem degolar uns pescocinhos, ah, claro, isso, se vocês continuarem teimando em não se renderem, afinal, que está á sua porta não é nenhum outro, senão, o magnífico Tatá, Tamerlão, o pavor das corrutela, o flagelo das mamães, que manda prender e manda soltar, e se continuarem insistindo em não se renderem, isso não vai ficar barato!

Mas, como o povo é teimoso, os inimigos confiam no taco do "princeso" que ainda pensa que governa, aliado aos  brios patrióticos, juntando-se com a turma do "#naovaiterimpitximo, finca o pé e diz que nem tapado de mutuca eles tiram a bundinha daquele lugar. Tamerlão já começa a limpar os bigodes com seu guardanapo de seda chinesa, que não foi comprado em camelô, mas tomado na mão grande de um rei metido a besta de alguma peleia anterior, e após lauta refeição com coxas de frango fritinhas, bem crocantes, Tamerlão só faz um gesto de mão em direção á cidade sitiada, e o pau começou a comer solto. Lembremos que o gentil senhor, antes enviou bandeiras branca, vermelha, amarela, e por fim preta. Na bandeira preta, a coisa fica preta, sinistras. Não há mais clemência.

Na política o uso subliminar das cores, passa vários recados. Por exemplo: a UPG usou azul e branco, cores do glorioso Grêmio (o Grêmio ainda acrescenta o preto, que não é cor, mas ausência de cor), porque esta combinação de azul com branco, tem o significado de tranquilidade, paz, serenidade. E estava mesmo. O ambiente estava todo favorável a uma vitória esmagadora, pois trouxeram pro ringue o campeão dos campeões, Pedro Bertolucci, o "Bala". Encontraram porém o Laranja, cor de movimentação, de alegria, de esperança, quando associada ao verde ou mesmo vermelho. Se associada ao vermelho, a cor laranja indica que a massa quer mudanças, e se preciso for, fará sacrifícios. Não era, porém vermelha a cor complementar, e sim verde, cor de neutralidade, e de esperança. 

Dá pra dizer que uma troca ou permanência de cor faz vencer uma batalha, ou eleição? De modo algum. Mas favorece o ânimo, eleva ou reduz o moral do eleitor, e principalmente do militante. A cor não é empregada para angariar voto, mas pra manter unida em propósito a militância. 

Notadamente há uma vontade gritante em Fedoca em permanecer no cargo, apesar de dizer que tanto faz como tanto fez, se ele for ou não candidato novamente. Ocorre que suas ações contradizem suas palavras no tocante à isso, e sim, há um serviço de inteligência publicitária ao seu lado, que bem analisa todas estas questões de imagem, e modela o candidato diferente do Prefeito. Assim, tudo o que se pode esperar de um pré-candidato são atitudes de um candidato em campanha, e o que se vê é um candidato em campanha, levando junto (ou comparecendo) um potencial candidato à vice, o Flávio Souza, Este é o cenário. Tamerlão já morreu há uns 600 anos, mas seus ensinamentos perduram até hoje.

Ah, eu esqueci de falar que o mesmo que hasteia a bandeira vermelha, pode, em outro momento, fazer tremular a bandeira branca. Ou se o caldo engrossar, a preta nunca sai de moda.

Estou curioso para saber com que cores a ala Progressista sai para desfilar esse ano. Acho que azul tá meio démodé.

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(Fonte: Superinteressante; wiki, História Universal HG Wells, Portal do Marketing, shutterstock, e outros)





















quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Qual é seu tipo político preferido? - Análise sobre o perfil dos políticos (humor)


Imagem: Freepik internet
Quem não me conhece, pode até dizer que eu odeio políticos, e que talvez eu mesmo seja um político frustrado, porque nunca fui eleito na política convencional Vereador, Prefeito, deputado, Senador, Governador, Assistente de Palco, ou Presidente da república). Mas isso não corresponde à verdade. Eu não odeio os políticos e sou apaixonado pela boa política. O que eu desprezo são os maus políticos, e as más práticas da política para fins escusos.

Minha tarefa aqui neste espaço, escolhida, apresentada, votada e aprovada, é de levar aos leitores alguma reflexão sobre as atitudes dos políticos, sob a bandeira de servirem ao povo. Daí, analiso suas atitudes públicas, e jamais faço de minha literatura, instrumento de intromissão nas vidas privadas dos mesmos, até porque, o que muitos deles fazem na vida pública, deveriam mesmo é manter o feito na privada e dar descarga em seguida.  Então, vamos analisar os perfis destes personagens da civilização. Considerarei a jornada política como um corredor cheio de portas, e dentro de cada porta há  uma sala, que por si, tem também outras portas, que levam a outras salas e assim consecutivamente.

O Honesto
Vou partir da premissa de que todos nascem honestos e nessa vestimenta se lançam na vida pública. Suas intenções sempre são as melhores, e seu coração bate pela moralidade. Este estágio do caráter, pode durar por toda a sua carreira, ou pode poluir-se aos poucos, até que não sobre mais nada que lhes favoreça respeito, e muito menos admiração. Mas destes, falarei mais adiante. Aqui é a galeria dos probos, dos justos e dos dignos. Esta é a primeira porta, branca, com uma maçaneta metálica também branca, discreta, sem brilho.

Em algum momento de sua carreira, caso perdure, alguns destes políticos, sofrerão transformações sutis, paulatinamente, par e passo com sua carreira, até que encontra a segunda porta deste corredor de ambições.

O Vaidoso
Na segunda porta, dourada, com maçaneta dourada e bordas cintilantes, já há espelhos e luzes, e por ela adentram os honestos que além da honestidade, não veem mal algum em desejar o poder. Não o fazem por si mesmos, mas porque uma "força superior incontestável" os conduziu até aquele lugar, e é por sua livre e espontânea vontade que dizem sim à porta dourada e à maçaneta de ouro, com bordas cintilantes. Ali encontrarão ambientes festivos, recepções, inaugurações, tribunas com permanentes convites aos discursos floreados, ao espumante francês, aos queijos do Mediterrâneo, e aos aplausos. Este lugar é a ante-sala do Paraíso cristão, do Shamballa e do Nirvana orientais, de Valhalla nórdica, enfiam, a legítima casa da sogra, mas uma sogra muito generosa, culta, organizada. Vale tudo à pena se o brilho não for pequeno, para manter-se ali naquele lugar, e à medida em que os anos passam, necessita ele, o político vaidoso, acompanhar o sucesso da carreira em si próprio, e é nesse momento em que começa a entender de Lifting, esticamento facial, pilates, implante capilar e dentário, criogenia para tratamento de manchas da idade, fitness, Nike para o tênis que pisca, neoprene para surfar no raso, enfim, é um político dentro de seu tempo. Pelo menos no plano pessoal.

Ah, ele também já está apto a trocar sua esposa, que não conseguiu acompanhá-lo em tudo, por uma cerca de vinte a trinta anos mais jovem, mas que verdadeiramente o ama, com muita paixão e $entimento. É convidado como paraninfo em formaturas, porque a essa altura, já tem como dar um Iphone ou uma caneta MontBlanc aos formandos, não importando que seu discurso floreado seja completado por canhões de laser e efeitos estroboscópicos. Já o povo, bem o povo o ama, porque ele nunca o traiu. Nunca faltou ás sessões, porque sua presença era necessária ao brilho da casa a qual servia.

O Corrupto
Este é o mais conhecido, e ao mesmo tempo, o mais misterioso, pois ainda não foi sancionada a Lei que fornece "Carteira de Corrupto". Ela até existe, mas sob certos codinomes.  Não que este tipo de político  tenha entrado na vida pública pensando em roubar. Longe disso. Mas o povo que o elegeu, principalmente o que financiou sua campanha, tem umas continhas a acertar com o eleito, e nada cobra dele senão fidelidade aos amigos, que ao visitá-lo, nunca vão de mãos vazias. Há sempre um mimo, uma lembrancinha, que vai de uma caixa de chocolatinhos, a um sitio, um belo apartamento, um programa ilimitado de milhagem nos aviões da companhia que o apoiou, enfim, eu nem saberia descrever tantas as formas de gratidão, porque estes benefícios não são anunciados em rótulos de leite em pó ou cartazes em delegacias de polícia, que alías, ocorrem-e que além da delegacia de polícia, também deveri ter uma "Delegacia de Política", onde seriam tratados os crimes cometidos pelos investidos nesta fatióta, evidentemente.

Enfim, o corrupto é como água da nata, que quando muito batida, sobre para a superfície, e dali pode ser separada a manteiga. Então, se der certo o método, ao bater muito num corrupto, a água da sacanagem sobre e resta a gordura localizada pronta pra passar no pão. Ou pela porta do xadrez. Pelo sim, pelo não, político corrupto, sempre deixa rastros. Encontrando um, e identificando o espécime, não vote nele, pois se o fizer, estará chancelando, corroborando (ou co-roubando) suas atitudes nefastas, e será vossa senhoria (ops, agora não pode mais), digo, você, tão ou mais corrupto do que aquele que corrompe, porque vai continuar corrompendo e corrompido com a sua (tua mesmo) assinatura embaixo. Aí, nada de jogar culpa no corrupto, porque nesse caso, o corrupto é você.

O Messias
Oh glória! Ele chegou, vindo do alto (mora em uma cobertura, com piscina e seguranças na portaria), cercado de anjos (as messietes, uniformizadas e sorridentes, distribuindo santinhos impressos em lâminas de plástico aluminizado cintilante, e que brilham no escuro), sorridente, de braços abertos, expondo seu relógio Patek Phillipe 24k, e cordão dourado com um pingente de cristal gravado em 3D a sua foto que pisca conforme gira a pedrinha, trazendo seu abraço, um amplo sorriso, palavras de otimismo, invocando as "energias do universo" para que conspirem a seu favor (dele), e que olham no seu (agora é no teu) olho, enquanto o segura pelos ombros, imobilizando-os, e diz palavras de esperança em dias melhores, e que ele veio para servi-lo (agora não sei se é ele ou você a quem se refere), ainda que com o sacrifício da sua (agora tenho certeza que fala de você) própria vida e recursos.

Ele anda só com roupas sóbrias, e quando recebe convidados em casa, veste um camisolão  cor de pérola do Mar da Índia, , com gola alta, e segura no colo uma cãozinho que não para de lamber-lhe a cara e o saquinho (do cão), em alternância. Sorri com toda a brancura da porcelana da dentadura matematicamente retilínea e reluzente, e o ambiente exala perfume de sândalo, enquanto ouve-se suave música de cítara e pífaro, enquanto você caminha ao seu (dele, né) encontro sobre uma alcatifa de pétalas de rosas almiscaradas do Tibete.

Abraça duas joviais messietes e a uma terceira, entrega o seu (dele, já disse) cãozinho, não sem que antes o peludinho dê-lhe (nem vou falar em quem)uma última lambidinha na orelha. Isto feito,, o tamborete onde se encontra é elevado vagarosamente, enquanto luzes feéricas e canhões de laser flutuam imagens dele próprio sobre uma nuvens de gelo seco, e em sua infinita bondade, ele faz uma live para todas as redes possíveis, falando em justiça social e paz infinita. E é até perdoável aquela lágrima que escorre de seu (é com você, sua besta) rosto, porque, de fato, a cena é comovente e você esteve lá, ao vivo, sorvendo a graça infinita de seu político messiânico, ao vivo, ao vivo!

                                                                            O político ativista
Este vem dos movimentos sociais, dos sindicatos, das associações, ou da classe artística, embora, dificilmente consiga esquivar-se de uma das opções anteriores, por conta da facilidade de acesso á todas elas. Mas ele representa a plebe, o proletariado, a turba, os movimentos ativistas, os Direitos Humanos, animais, vegetais (daqueles que odeiam veganos), e do movimentos de todos os movimentos. É desinibido nos debates, e sabe como movimentar as massas. O fato de ter sido padeiro e pizzaiolo, antes de militar nos movimentos, foi de grande serventia, de utilidade mesmo. Mas este, além de honesto e de princípios, não curte isso de festas tântricas regadas a néctar de calda do universo, pois acha tudo uma tremenda viadagem, embora acha que viado também é gente, e só por respeito à eles, vai na tal recepção do mesotriático (aqui eu queria usar o neologismo "Messiático", que criei, mas o Google sugeriu este outro nome, que nem sei pra que serve, mas já que o Google sugeriu, quem sou eu pra contrariar a pessoa, ou a nuvem), onde cumprimenta um e outro, enche os bolsos de guloseimas e canapés, e sai de fininho, na primeira oportunidade que tem. E ele é raiz,come em marmita, come a marmita, descartável e biodegradável, e se é biodegradável, se vai ser comida por minhoca, então por que não pode ser devorada pela pessoa? E taca o dente valendo no pratinho e no copo de bagaço de centeio.  Usa a mesma roupa a semana inteira, claro, de que precisa gastar água e sabão para lavar o que amanhã vai sujar de novo? E assim segue a festa, isto é, a luta. Festa não. Festa é burguesa.


Importante: nenhum político foi suficientemente maltratado para compor esse texto*











Sun Tzu e Maquiavel - Como entender a movimentação política de Gramado (Senta que lá vem ensaio)


Sun Tzu e Maquiavel

O objetivo deste ensaio não é propor nenhum tipo de estratégia a um ou outro lado do embate político de Gramado, mas esclarecer o eleitor, levá-lo à uma profunda reflexão sobre sobre atuais acontecimentos, à luz dos dois maiores autores de estratégia política e militar da história, Sun Tzu, general chinês, e Maquiavel, pensador italiano. Todos, praticamente, já devem ter ouvido falar de Maquiavel. Já Sun Tzu, é mais conhecido no meio militar ou empresarial. Ambos tem conceitos sobre o comportamento humano, seja militar ou político, mas acima de tudo, retratam a essência humana envolvida em um e outro estudos.

Resgatei algumas frases, que por si só, resultariam em imenso estudo, o que o espaço e o tempo do leitor não me permitem. Desta forma, pincei frases avulsas, e á luz destas frases, contextualizei com os atuais movimentos políticos de Gramado. Certamente poderá o leitor (a) reconhecer estes movimentos, e com mais clareza poderá contestá-los, pois certamente não tenho escritura de propriedade da verdade. Sou apenas um pensador e provocador ao pensamento, e poderemos ampliar esta leitura, de acordo com o andar dos acontecimentos.

Pacard (Escritor - Palestrante)
Se os homens fossem honestos, não precisaríeis da força, nem da fraude.Os fins, justificam os meios - Nicolau Maquiavel

De um lado, um festival de ataques porque não teve um projeto aprovado do jeito desejado. Coleção de "memes" espalhados pelos grupos e redes sociais, entupindo caixas postais. Do outro lado, a resposta em forma de memes com os mesmos motivos, porém pela leitura deste lado. E qual a arma mais poderosa que existe para virar o jogo em uma eleição? O ataque frontal, um bombardeio massivo, uma enxurrada de xingamentos, se tal modo que atordoe o adversário, e que perca tempo este em tentar se explicar aos eleitores que não são responsáveis pelo que é mostrado em tais memes. E sabem por que isso acontece? Acontece porque não confiam mais na imprensa, nos meios de comunicação locais, porque poderiam simplesmente emitir uma pequena nota por tais agentes, e encerraria o argumento. Acontece que também alguns veículos são comprometidos com este ou aquele lado, e portanto não teria credibilidade como fonte de gabarito. Perdeu-se a noção do certo e do errado, e a guerra das mentiras parece ser cada vez mais triunfante. Dos dois lados. Ninguém está livre de ser lido e não ser acreditado. E isso um adversário não é capaz e fazer sozinho. Credibilidade ou está em nós, ou não teremos onde comprá-la. Simples assim.
De que armas ideológicas se fortalecerão um e outro?
Resta saber, em cada grupo, quem é quem. E como neutralizá-los em seu território de conforto.


"Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, fazê-lo de uma vez só.“ —  Nicolau Maquiavel

Todos nós já passamos, estamos passando, ou ainda passaremos por uma guerra. cada guerra, é composta, de modo geral, por muitas batalhas, muitos combates corpo a corpo, mas antes disso, há os combates dentro da mente dos contendores.

Há muitos tipos de guerra, a começar, pela guerra enquanto fomos um entre bilhões de espermatozoides, assustadoramente velozes, furiosos, afoitos, e decididos a conquistarem o único óvulo disposto a nos receber para um chazinho das cinco. Um único sobrevive, penetra a dura carapaça, e finalmente consegue instalar-se confortavelmente no sofá da casa da sogra, colocar os pés na mesinha de centro, e assim que começa o futebolzinho tão saudável, na tv à sua frente, Páah! Ele se fragmenta em dois, quadro, oito, e segue uma matemática confusa, até que, já acostumado àquela multiplicação sinistra, é expulso daquele ambiente  quentinho e gelatinoso, em forma ainda mais bizarra que entrou. Antes, era uma bolotinha com um rabinho veloz, e agora é um treco cabeçudo, barrigudo, com quatro  (ou cinco) penduricalhos cheios de penduricalhos (um não tem) que se mexem, e que começa a ver luzes, ouvir sons, sentir sabores, e sentir a tremenda necessidade de enfiar a boca naquele, bem você sabe onde os bebês enfiam a boca quando nascem. Eu apenas contei isso tudo pra ilustrar minha tese de que somos guerreiros por essência, por necessidade, e em certos casos, por prazer, ou para chegar até ele.

Toda guerra tem sempre dois (ou mais lados). Há contendores que anotam seus interesses, e partem pro ataque, ou apenas se defendem. Mas todos lutam. Então, permita-me falar das guerras antigas, aquelas que tinham graça de ver, onde os valentes lutavam aos berros, vociferavam impropérios sobre os inimigos, sujavam-se nas vísceras dos caídos, lambiam o sangue dos derrotados em suas espadas e machados, e pisoteavam os cadáveres dos que tombavam. Havia um completo êxtase, um frenesi selvagem, onde força bruta e estratégia, aliada à treinos perenes, faziam prevalecer sua força, sua cultura, seus costumes, e sua história, que era contada pelos bardos e pelos bufões, com notável dramaticidade, dentro dos castelos, das tavernas, nas praças e nos prostíbulos, ao fedor de urina e vinho vagabundo, e ao som de cítaras, alaúdes, tamborins, harpas, flautas e cornetas de chifres ou metais. Mas esta era a parte material, carnal, da guerra. Havia, porém, mais, Muito mais. Havia o espírito dos guerreiros, e o espírito dos estrategistas, dos manipuladores,  que iam muito além dos generais e capitães, mas especialmente dos silenciosos e ardilosos conjuradores, que espreitavam pelas frestas, mancomunavam-se pelas vielas sinistras, e ao arrepio da plebe, arquitetavam épicas sangrias, muitas das quais lambiam ao cabo, os próprios conspiradores (Veja Robespierre, Danton, Julio Cesar, Cleópatra, Caifás, e tantos outros na história), e ato contínuo, refestelavam-se no mármore dos palácios, pelas noitadas de orgias e glutonarias, enquanto lá fora, o povo morria à míngua, ceifado pela fome e peste, onde a morte seria a sempre bem-vinda esperança de alívio. Assim, dizia Paulo de Tarso, morrer é lucro. Era lucro, porque pouco antes, a euforia transformara-se em estase, desânimo, inanição de espírito, porquanto davam-se conta de que lutaram e viveram em vão, porque os louros  estavam nas cabeças de quem não tinha pelo povo o mesmo amor que nutriam pelo poder. Assim eram os despojos, para um e para outro.

A guerra sempre foi objeto de desejo de reis e príncipes, e sempre haviam ministros e generais que os aconselhavam antes que partissem ás batalhas, e de tudo o que se conhece sobre estes preparativo, a essência está descrita em um pequeno livro, quase uma apostila, na qual Sun Tzu,, ícone dos generais e estrategistas, dá conselhos, que parecem-me bastante apropriados sempre que haja um confronto à vista, a saber, aqui, confronto de ideias, planos, e propósitos. É o que é uma eleição. Nada mais que uma guerra em outro formato.

Escrevo o ensaio, não da forma tradicional de meus outros textos, mas como um apanhado de frases de Sun Tzu e a seguir de Maquiavel, e os comparo aos acontecimentos de que tenho notícia no embate político e no comportamento dos políticos em Gramado.

Procuro sempre exercer a neutralidade, sem cair no esvaziamento das ideias e muito mendos na bajulação, ou na injúria, que é exatamente o comportamento que procuro combater, ao qual dedico esta análise. De modo geral, reservaria tal análise a um único lado, ao lado que tivesse como cliente, mas aqui acho oportuno, porque considero como clientes, os meus leitores, e é a estes que devo despertar, no mínimo a curiosidade em levar ao debate as minhas palavras, não comigo, porque eu tenho certo cuidado em não debater meus próprios textos, e muito menos tentar provar algo destes, porém, prefiro que sejam debatidos em rodas de amigos, e que retirem as boas palavras e façam as mais ásperas um alerta, um despertar para que pensem se não estou com a razão naquilo que exponho?
 Vamos à exegese então. Começando por Sun Tzu, na Arte da Guerra. O primeiro conselho de Sun Tzu é:

A guerra é um assunto de importância vital para o Estado, o reino da vida ou da morte, o caminho para a sobrevivência ou a ruína. É indispensável estudá-la profundamente.

Gramado é nosso foco neste ensaio, e chama-lo-emos de Estado, ou Principado.  Iremos considerar então este Estado, um principado, o que cabe pensar, se considerar que a Europa, terra matriz de nossos ancestrais, era pulverizada de minúsculos reinos e principados. Assim, Gramado tem em sua resistência exatamente o permanente embate entre forças antagônicas, que se digladiam dia após dia, ambas, na ânsia de determinar a extensão das ruas, o dimensão e as cores dos canteiros, o asfaltamento desta ou daquela localidade como prioridade, este ou aquele parque, deste ou daquele jeito. No fundo, não há a menor importância se tal rua foi feita por primeiro, ou se irão permitir que ônibus transitem nesta ou naquela rua. A decisão será tomada, mas o ego inflado dos governantes (não reclame, leitor, porque você brigou com seu vizinho, e até com sua família, para que ele seja seu dominador, isto é, seu Prefeito, Vereador ou sua autoridade comissionada), setará sempre á frente das decisões. Assim, Se Fedoca e quase terminar, mas quem o substituir, vier a inaugurar, a ética diz que seria prudente convidar o antecessor, até já vi isso ser feito, porém, não é usual, e sim, Fedoca será esquecido, assim como Nestor foi esquecido. E bom cabrito, não berra. Mas é assim que é.

Deste modo,acreditam e fazer crer em seus prosélitos, que o mundo é dividido em três tempos: Antes, durante, e depois do governante de plantão, onde classifica-se o antes, sendo oposição, como o primeiro segundo após o Big bang, a atualidade, aquele paraíso divino, onde falta um retoquezinho aqui e outro ali para ser um novo Éden, e o depois, o abismo da borda da Terra Plana, o Maelstrom, onde quem cair, perder-se-à no infinito. Por isso, é preciso muito planejamento de campanha para que o amanhã não aconteça, senão diferente do hoje, ou do ontem, sendo a oposição quem o possua.

Eis a razão de meus ensaios, desde priscas eras: Estudar os movimentos de cada um dos lados. Sun Tzu porém, vai além. Ele diz:

Informação é crucial. Nunca vá para a batalha sem saber o que pode estar contra você

As redes sociais armaram a população com armas mais poderosas que as armas de fogo.  E isso não é retórica ou romantismo, é verdade, porque se você quer destruir uma pessoa, destrua-lhe o ego, por primeiro, a auto estima, faça-a pensar que é inútil, menor, e infeliz. Mas e como se faz isso, sem tomar um processo nas costas? Simples: Minta"
Minta que é feliz, minta que aquela foto de perfil não tem retoque, é sua mesmo, natural, minta  que você está feliz, está ganhando bem, que aquela roupa nova é apenas uma de sua coleção, enfim, não me presto para ensinar a mentir. Apenas quero ilustrar que uma batalha pode ser vencida pela guerra da informação, principalmente pela guerra da desinformação, as "fake news", mentiras cibernéticas.

Uma mentira não precisa ser contada mil vezes por você. Basta que seja atrativa, irônica, divertida, ela será repercutida, replicada, compartilhada, e em poucas horas, nem mesmo as redes sociais poderão mais rastrear a primeira mentira que foi aplicada. Ninguém sabe, ninguém viu. E aquele que foi difamado, consumirá tempo e energia em varrer os céus em busca de penas jogadas ao vento. É isso que está acontecendo nesse momento em Gramado. E o lado oposto também sabe disso, e age pelas sombras. As fake news nunca nascem em páginas oficiais, nunca passam por canais controlados, mas sempre á eles chegam já na condição de piada, de humor ácido, de montagem muito mal feita, com recortes daqui e dali, e montam as mentiras, e caso sejam descobertos, podem declarar que aquilo foi apenas brincadeira, e que basta ver a má qualidade das montagens. Até lá, o incauto já pulverizou entre suas próprias redes e grupos, e você nunca vai descobrir, nem que criou, nem quem capilarizou, até porque você mesmo ajudou neste processo, e não poderá atirar a primeira pedra. O único sujeito de quem se tem notícia, que atirou a primeira pedra, embora tivesse mais quatro prontas pra façanha, foi Davi, que matou um gigante, e depois tornou-se rei.

 Aquele que conhece o inimigo e a si mesmo lutará cem batalhas sem perder; para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou derrota serão iguais; aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio será derrotado em todas as batalhas.

A questão aqui está em quem conhece a si mesmo, e não apenas o inimigo que intenta destruir.

O general chinês não esquece do líder,e diz:
Um líder lidera pelo exemplo, não pela força

É aqui que o caldo entorna. Aqui Sun Tzu é contradito por Maquiavel, que fala mais em força do que em exemplo, e é aqui que Maquiavel domina este cenário. Não reconheço liderança, nem em Fedoca, nem em Nestor. Ambos necessitam valer-se da força, do canetaço, da artimanha, para manterem seus domínios, a seu tempo e lugar. Maquiavel acrescenta:


A questão não está em saber se são ou não honestos, mas em esmagá-los antes que tenham oportunidades de se tornarem desonestos com sua própria causa. É aqui, que em seu tempo de comando, tanto Nestor quanto Fedoca, tornam-se cruéis no seu território, com seus próprios comandados. Nestor grita, esmurra a mesa, e aterroriza sua equipe. Tornou-se piada em cima deste comportamento. Fedoca, diferente de Nestor, usa a caneta e fortalece seus escudeiros para que o cerquem e o protejam, e promovam eles mesmos a crueldade necessária para manutenção do reino. Não estou aqui fazendo juízo de valor, até porque, eu já comandei comunicação em várias campanhas, e sempre procurei blindar o candidato de debates inócuos, de respostas ácidas, poupando-o de desgastes, para que tivesse cabeça fria e coração quente, na tarefa de buscar votos, fazer campanha corpo a corpo. É atribuição de seu entorno, de sua equipe, os atos desumanos e cruéis que acontecem em uma campanha, uma administração, em uma liderança. 

Estou eu incitando esse tipo de comportamento? De modo algum, acho-o abjeto, nojento, cruel. Estou apenas demonstrando que nossos gestores e candidatos, se desconhecem Maquiavel, ao menos já tiveram ou tem quem os convença, por estes métodos, em minha leitura, satânicos. Mas eficientes.

 Trate seus homens como filhos e eles o seguirão aos vales mais escuros. Trate-os como filhos queridos e eles o defenderão com a própria morte.

Bem, isso já é mais um conselho de como lidar com sua equipe, mas desconheço esta personalidade tanto em um quanto outro. Ambos tem passagens dignas de que caiam na vala do esquecimento, apesar de que ambos coloquem em seus jargões, o amor ao próximo, bastante adequado seria entender esta relação de proximidade e afeto que ambos possuem com suas equipes, e não falo aqui de grupos seletos, mas falo de rotinas, do cotidiano. Não é o que tenho ouvido de nenhum dos dois. Mas é parte da estratégia, estou vendo aqui. Sun Tzu ditou, e Maquiavel sublinhou. Lição de casa, cumprida.

A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante.

Devo dizer que esta é exatamente a tática, e assumidamente a estratégia, de um e de outro lado nesse exato momento. Querem ver como isso acontece?

Toda guerra é baseada em dissimulação. Por isso, quando capaz, finja ser incapaz; quando pronto, finja grande desespero; quando perto, finja estar longe; quando longe, faça acreditar que está próximo.

Aqui começam a se definirem as estratégias, mas estas ainda não estão acontecendo. Quem mostra ser incapaz, é porque é mesmo incapaz. Quem mostra ser forte, é queque a sorte também faz a sua parte, mas não há nenhuma estratégia para garantir a força. O acaso é o maior conselheiro que vagueia pelas ruas quando não há comando do cérebro, e sim das paixões.

Quando o Fedoca vai á Câmara pedir que vote um empréstimo e a venda dos imóveis, ele não está fazendo teatro, porque ele realmente não viu nenhuma outra saída, quando as portas em Brasília começaram a ser fechadas em razão da troca de ideologia do Governo Central. E Gramado estava muito, muito, mas muito mal acostumado. Tido dependia de verbas de Brasília. Todos os Prefeitos (exceto o Nelson, que tinha seus agentes para esta tarefa) conheciam e conhecem muito bem os bons hotéis de Brasília, as preferencias das secretarias dos Ministros, e o caminho do Tesouro. Isso acabou. Gramado vai ter que ser mais Gramado que já foi um dia, e redesenhar-se nesta nova condição, mas enfim, Não há disfarce aqui. Tanto a Câmara não aprovou por maldade política, que aqui passa a ser politicagem, quando Fedoca contou com o ovo no traseiro da galinha, e anunciou as obras. Ambos mostraram fraquezas, se desnudaram, e expuseram as aberturas no muro por onde se infiltrarão guerreiros. 

Guerreiros vitoriosos vencem primeiro e, em seguida, vão para a guerra, enquanto guerreiros derrotados vão à guerra em primeiro lugar para depois buscarem a vitória.

Um desafio dificilmente pode ser vencido sem planejamento, investimentos em arsenal, suprimentos, e principalmente em soldados. Não apenas soldados de combate frontal (sobre estes falarei mais adiante), mas são preparados postos de comando, delineados mapas e delimitadas as operações e funções. Aqui entra o que já vejo acontecer, claro como a luz de uma manhã ensolarada: contrário ao senso comum da guerra moderna, onde primeiro entra a informação pelos subterrâneos, os fake news, a panfletaria (virtual), aliciando a população contra seus líderes (é assim que os americanos faziam e ainda fazem, jogando milhões de panfletos, em missão de preparo, orientando a população a que se proteja, que olhe seus governantes com outro olhar, enfim, começam por um aliciamento direto. Na segunda bateria, os panfletos já falam no poder de destruição que eles, inimigos dos governantes, mas aliados do povo a quem estão gentilmente dando avisos, farão desabar sobre as cidades quando forem atacadas. Colocam terror nas crianças, nos velhos, e inflamam os jovens a que se rebelem contra os governantes que os oprimem, segundo esta estratégia.

Qual é a tática empregada aqui? Enfraquecer o espírito, desabar o moral, e despencar a moral dos líderes locais. Quando o povo, que se não faz parte do exército, serve como escudo para o intento dos invasores, e esta prática é fortemente utilizada nos atuais embates no Oriente Médio, e no recente ensaio de anexação da Crimeia à Rússia.

Assim,a contra-informação em Gramado, através das ameaças de mercenários da palavra, sintetiza este tipo de terrorismo, vindo de todas as direções, e que causa perplexidade aos eleitores, posto que não sabem em quem acreditar, e principalmente, em saber quem serve a quem nessa situação.

 O combatente inteligente olha para o efeito combinado de energia e não necessita de tantos indivíduos assim. Daí sua capacidade de escolher os homens certos e utilizar da mesma energia combinada.

Uma batalha não necessita dispender grandes contingentes de recursos ou combatentes, se for generosamente avaliada, planejada, e houver inteligência capaz de  não deixar que as paixões partidárias tomem conta e quebrem a espinha da capacidade de antever resultados, que são impossíveis de serem avaliados quando as paixões dominam o front. Nenhum general que tenha submissão total ao seu líder maior, ao ponto de calar-se na mesa de planejamento, alcançará êxito nas batalhas. O fanatismo cega o entendimento, e o grande líder não tem a incumbência do planejamento minucioso, senão apenas de tomar as decisões quando lhe forem apresentadas soluções, e muitas vezes estas soluções podem ser divergentes. Aqui está a força do líder, em saber distinguir qual delas será a mais viável, e em ter a coragem de fazer o expurgo das obsoletas, ainda que advindas de seus aliados mais devotados.

Estude cuidadosamente o bem-estar de seus homens, não os sobrecarregue. Concentre sua energia e acumule sua força. Mantenha seu exército continuamente em movimento, elabore planos insondáveis.

Aqui erram dos dois lados, haja vista que um e outro tem continuamente exposto seus combatentes à exaustão cívica, obliterando, atrofiando o moral de suas forças. Exemplifico com o recente episódio da rejeição dos projetos do Executivo. Ora, nem Fedoca soube apresentar os projetos de forma negociável e  ajustável, nem soube a oposição esmiuçá-lo de forma a obter vantagens de negociação (e aqui estou falando de vantagens lícitas, ajustes pontuais), encontrando um ponto de comum interesse e benefícios à população. Nunca aconteceu isso. Os projetos são herméticos, intocáveis, e não há rodadas de negociação anterior aos debates públicos e acalorados, que chegam, como já era previsto, às raias da força bruta, eivadas de ameaças por populares inflamados, ou pela ação de policiais armados escudando os edis de serem trucidados pela turba enfurecida. Estou exagerando? Não! A massa é irracional. Basta que um grite: "Mata!" E que outro vocifera emendando: "Esfola!", que a pancadaria começa, e pancadaria de turba enfurecida é imprevisível. Muitas atrocidades já aconteceram em episódios onde um insufla o populacho contra seus adversários.

Ora, aqui erraram tanto Fedoca e seus aliados, que optaram pela pressão violenta contra o voto livre dos vereadores, quanto os vereadores em não transigirem no amplo debate à beneficiar as obras desejadas e necessárias. Aqui vamos encontrar estas duas forças ocultas agindo para que se estabeleça uma linha divisória plena, transformando Gramado mais uma vez entre os do lado de lá e os do lado de cá. E isso não é uma ação que acontece por acaso. Há agentes trabalhando essa dissenção incontrolável, mas manipulável.

Quando o general é fraco e sem autoridade, quando suas ordens não são claras e coesas, quando não existem regras fixas aos seus oficiais e quando as fileiras de homens são formadas de forma casual e desleixada, a consequência é a total desorganização.

Creio ser desnecessário explicar esta frase de Sun Tzu, haja vista que a explicação anterior claramente definiu isso. Acrescento no entanto que há uma clara distância entre um líder e um chefe, e esta definição pode ser encontrada nas traseiras de caminhões, facilmente. Por trás das duas lideranças, Nestor e Fedoca, consigo perceber uma névoa que flutua entre e atrás de ambos, e não vejo que ambos sejam estas lideranças pensantes. Não vejo isso. Vejo ambos como ativos e combativos guerreiros, expostos em demasia, ainda que pouco se manifestem, mas que não estejam sós. Por trás e junto de cada um, vejo sombras que se movimentam, e vejo que o embate duro não se dará apenas entre os peões do tabuleiro, mas entre estas sombras nefastas, e vejo, pela lógica de Maquiavel, aliadas às ideias de Sun Tzu, que talvez sejam estas sombras quem arregimentam os débeis para que se ocupem em espalhar a folheteria do terror.

 Existem cinco fatores que permitem que se preveja qual dos oponentes sairá vencedor: aquele que sabe quando deve ou não lutar; aquele que sabe como adotar a arte militar apropriada de acordo com a superioridade ou inferioridade de suas forças frente ao inimigo; aquele que sabe como manter seus superiores e subordinados unidos de acordo com suas propostas; aquele que está bem preparado e enfrenta um inimigo desprevenido e aquele que é um general sábio e capaz, em cujas decisões o soberano não interfere.

Bem, eu deveria cobrar por esta leitura, haja vista que não falo apenas do que está acontecendo, mas do que vai acontecer, com base nessa premissa acima. Faço quatro perguntas apenas, para que o leitor reflita e procure informar-se disso:

1 - Quem estará ao lado de Fedoca e de Nestor neste embate?
3 - Qual deles levantará o estandarte branco primeiro, em favor de uma nova leitura deste embate histórico que virá?
4 -Quais são os verdadeiros interesses, além do ego inflado de um e outro, a buscarem assentar-se na cadeira de Prefeito?
Dos cinco elementos, nenhum é predominante. Das quatro estações, nenhuma dura para sempre. Os dias, uns são longos, outros curtos. A Lua enche e míngua. Também são assim os períodos de uma guerra.

A guerra já começou e as destruições vindouras são inevitáveis.  Mas esta guerra terminará no dia da eleição? O vencido cederá à sua ira e reconhecerá que os poucos votos da derrota poderiam ter sido revertidos, se encontrar em sua busca de mágoas, pelo em casca de ovo? Poderá algum dia o eleitor terminar o dia da contagem dos votos, com um cordial abraço no vizinho, a quem jurou pesadas revanches, no calor da campanha? Perceberá Gramado que o tempo que se roga praga para um mandatário, além do tempo, do ano perdido em mastigar o ódio, pode ser multiplicado pelo prejuízo moral, ético, financeiro que foi registrado na contabilidade social?

A batalha foi encerrada, mas o rescaldo de uma guerra nunca será um jardim florido e uma praça repleta de canções. No fim de uma guerra, não há coretos com fanfarras. Há apenas gente destroçada em carrinhos de mão, juntando despojos aqui e ali, para recomeçar a vida, que poderia ter sido poupada.
A água não tem forma constante. Na guerra também não há condições constantes. Por isso, é divino aquele que obtém uma vitória alterando as suas táticas em conformidade com a situação do inimigo.

Para felicidade dos estrategistas, nada mudou em Gramado desde as primeiras eleições. Os movimentos são quase todos previsíveis, estatisticamente rotineiros.  Os conchavos, os acordos, as primárias, o corpo a corpo, as cédulas, os abraços, os jantares, os discursos, as carreatas e passeatas, as bandeiras nas casas, os tribunais de plantão, os ataques noturnos, panfletagem, grupos de whatsapp, áudios escandalosos,e finalmente, a boca de urna longe da urna, aquele último voto indeciso.

Aquele grupo que mudar esta lógica, sairá na frente, e um grupo já fez isso. Inverteu a baixaria. Toca o terror já de largada, e isso aí já entra no território de Maquiavel. Aterroriza, e enfraquece o moral, mexendo com a moral do adversário. É como cerveja no frango. Amacia a carne. Quebra a resistência do adversário. E depois parte para o ataque, quando percebe que há uma revigorada de ânimo.

Quebrando a resistência do adversário, que gasta tempo e energia, tentando consertas as difamações, enquanto o oponente se ocupa em espalhar flores livremente, vender suas propostas aos eleitores. Vencer a eleição.

Se o seu oponente é de temperamento colérico, procure irritá-lo. Finja ser fraco, que ele vai se mostrar arrogante, e vulnerável.

Barbaridade! Isso é infalível. Percebam por si próprios o que acontece quando alguém provoca um iracundo nas redes sociais.

O estrategista hábil é comparado a uma serpente encontrada nas montanhas. Ataque a cabeça e você será atacado por sua cauda; ataque a cauda e será atacado pela cabeça; ataque o meio e será atacado por ambos.

Um dos grupos tem um estrategista agindo às sombras. O outro está tentando descobrir o que faz neste lugar.

 Não devemos fazer alianças com aqueles que estão familiarizados com nossos métodos.

Por esta razão a UPG (se é que vai manter esse nome), vai mudar suas alianças (PSDBm por exemplo), fechar-se nos Progressistas (tanto que estão arregimentando mais e mais filiados a cada dia), e já mudou sua estratégia, como mencionado acima.

O governante esclarecido estabelece planos a seguir, e o bom general cultiva seus recursos.

Aqui já fala de grupos organizados. Primeiro é preciso estabelecer quem são estes governantes (comandantes da guerra)

O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada.

Em geral, o avaro é o financiador da campanha, cuida dos recursos, para que não escoem pelos dedos. O tolo, são os imbecis (in)úteis arregimentados para espalharem notícias falsas. O sábio é o conselho que analisa com frieza e apurado cuidado os erros do próprio candidato, e por fim, o corajoso, são aqueles que olham de frente os seus adversários, e saem em campanha, de porta em porta, a arregimentarem prosélitos e votos.

Seja sutil. Use seus espiões para cada tipo de negócio. Mas veja, tais espiões não podem ser geridos sem benevolência e frontalidade, pois sem ingenuidade mental não se pode ter certeza da veracidade de seus relatórios.

Se são espiões, não estão à mostra como laranja de feira. Agem nas sombras, silenciosamente e eficientemente.

Não ataque alguém só por estar magoado. Um general não deve colocar suas tropas em campo apenas para satisfazer seu próprio esplendor.

Esta premissa pode ser associada ao ataque do iracundo, o pavio curto. Mas o pavio curto deve ser do adversário e não de quem prepara o ataque. Todo pavio curto se expõe e é facilmente derrubado, por sua própria debilidade.

No meio do caos há sempre uma oportunidade.

É no caos que se conhecem os bons guerreiros, os bons generais, os bons líderes. E é sempre tática  das oposições, estabelecer o caos, para que possam mesclar-se aos descontentes e invadir os palácios.

Energia é o que tensiona o arco, decisão é o que solta a flecha.

Isso só um bom líder pode fazer. Saber armazenar a informação, planejar as ações, e tomar as decisões no momento e circunstâncias adequadas, são atributos de vitória antecipada.

Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização.

Aqui, ambos tem seus méritos. Ambos sabem usar o eleitor como massa de manobra para que possa atacar no momento certo.

 Velocidade é a essência da guerra. Tire proveito do despreparo do seu inimigo, transforme seu caminho em rotas desesperadas e ataque nos sinais de descuido.

Penso que estou vendo isso acontecer. Os Progressistas estão mais unidos, fato que não ocorria desde a eleição. Já o Governo está no limbo, Nenhuma decisão eleitoral é tomada, porque seu líder simplesmente ainda não decidiu se vai ou não vai competir novamente. Não é apenas o grupo que o apoia que fica sem chão, mas todos os que o elegeram, todos os que avaliaram seu governo e nele encontraram razões para continuarem apostando em sua liderança. Assim, Fedoca não trai a si apenas, mas trai seu eleitor mais fiel. E corre o risco de ver desmoronar em instantes seus projetos ainda inacabados.

Para conhecer o seu inimigo você deve tornar-se seu inimigo.

Nem é preciso comentar muito isso. Está em claras vias esta possibilidade, e os Progressistas estão examinando o desconhecido Fedoca há três anos, e posso dizer que já descobriram suas fraquezas. É em cima delas que irão trabalhar a campanha.

A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.

Chegar lá e saber porque quer chegar, e ainda saber como chegar. Aqui os pilares da vitória.

Se numericamente és mais fraco, procura a retirada.

Em entrevista, Fedoca deu esta leitura.

Um general não deve empreender uma guerra num ataque de ira, nem deve enviar suas tropas num momento de indignação. Entenda que um homem que está enfurecido voltará a ser feliz, e aquele que está indignado voltará a ser honrado, mas um Estado que pereceu nunca poderá ser reavivado, nem um homem que morreu poderá ser ressuscitado.

Se ambos os lados tomassem esta premissa como sua, as eleições seriam realmente pelos motivos certos.

Deixe seus planos serem escuros e impenetráveis ​​como a noite e, quando você se mover, caia como um raio.

Bem. Isso é tão certo, que até aqui eu comentei sobre os erros e acertos de um e de outro, mas jamais revelaria quais seriam os melhores caminhos para uma vitória com ética. Ninguém me contratou para ensinar isso. Arrogância de minha parte? Sei lá. Os resultados de minhas campanhas dizem que meu bule tem café. Mas aqui sou apenas ensaísta, pensador, crítico.

Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você deve enxergar o que não está visível.

Entendeu, ou quer que eu desenhe? E olha, que sou bom nisso, hem!

Derrotar o inimigo em cem batalhas não é a excelência suprema; a excelência suprema consiste em vencer o inimigo sem ser preciso lutar.

É pedir demais.

A vitória é o principal objetivo na guerra, mas o verdadeiro propósito da guerra é a paz.

Quando compreenderem isso, ah que mundo lindo pra se viver.

(Até aqui, eram pensamentos de Sun Tzu. Daqui em diante, as frases são de Maquiavel)

O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.

Vou me eximir de ofensas, então não comentarei de nenhum dos dois contendores supra-citados. Tenho pesadas divergências a um e outro grupo, parcialmente.  Seria leviano de minha parte mencionar nomes e fatos. Resigno-me a dizer que ambos poderiam ser mais seletivos em suas escolhas.

O bem se faz aos poucos. O mal, de repente.

Repito: é o que está acontecendo com a coletânea de fakes e ataques nesse momento. Um e outro lado, em lugar de demonstrarem sua capacidade para encontrarem soluções, ocupam-se em destruir a imagem um do outro. E o eleitor é usado como massa de manobra para seus efeitos.

Antes de tudo, esteja armado

Bem, quem já sofreu graves ameaças e sofreu reveses, sabe o significado desta frase. Mas aqui armas também podem ser uma alusão à que estejam guarnecidos pela verdade acima de tudo. É a melhor arma que pode existir.

Os homens tem menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha.

A ditadura da caneta, do soco na mesa, da fritura pelas beiradas, é uma marca ruim, uma cicatriz expostas, que dificilmente pode ser apagada por quem recebeu a dor da cicatriz. Mas é o método largamente usado, da ciência do morde e assopra, ou pior, joga vinagre da ferida.

Os homens em geral formam as suas opiniões guiando-se antes pela vista do que pelo tato; pois todos sabem ver, mas poucos sabem sentir.

O exemplo fala mais que as palavras. Exemplo é algo que deixa-se aos filhos, à comunidade e à história. E quem escreve a história não é quem a faz acontecer. São os observadores.

Os homens são tão simples que quem quer enganar sempre encontra alguém que se deixa enganar.

Nem sempre são enganados. Muitos sabem que estão sendo manipulados, mas o fazem por ganância, por necessidade de serem aceitos na plêiade dos que dominam, e se locupletarem por esta companhia, ainda que usem pescoços ou emprestem o próprio para esta escalada.

Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!

"Ruim com ele, pior com outro", é o que se diz quando a dor migra de uma perna para outra.

Eu creio que um dos princípios essenciais da sabedoria é o de se abster das ameaças verbais ou insultos.

Pois é. Que leiam isso então e retomem a auto avaliação de caráter e linguajar público.

É muito fácil um homem esquecer da morte do pai do que a perda da fortuna.

Gramado é uma cornucópia desejável até às últimas consequências.

Os que vencem, não importa como vençam, nunca conquistam a vergonha.

Ninguém vence com as mãos limpas. O que resta desejar é que a sujeira seja em pouca quantidade.

O tempo lança à frente todas as coisas e pode transformar o bem em mal e o mal em bem

Por esta razão, pessoas mudam de lado após as eleições. Nem falo de falta de ética, mas dissidências durante a campanha ou por divergências, acabam saindo de seus partidos e buscando outros caminhos. Gramado está repleta destes exemplos.

Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos.

O problema é que um leão aterroriza bem mais que lobos quando ruge. Há leões rugindo. Cuidado com eles.

Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar.

Nem é preciso dar exemplos também. O comportamento de governantes com suas próprias equipes de trabalho, dão-nos esta premissa, como verdadeira.

Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos.

Felizmente não sou profeta, mas todo cuidado é pouco.

É melhor ser temido do que amado. Creio que seriam desejáveis ambas as coisas, mas, como é difícil reuni-las, é mais seguro ser temido do que amado.

Gramado tem as duas situações. Cabe ao leitor avaliar cada uma delas e a quem endereçar o conceito.

As injúrias devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, saboreando-as menos, ofendam menos: e os benefícios devem ser feitos pouco a pouco, a fim de que sejam mais bem saboreados.

Isso todos sabem. Tocar o terror de largada. Já comentei no início. É o que está acontecendo.  Em eleição, a praxe é largar a baixaria da metade pro fim da campanha, e intensificar no último dia. Bem! Ou quem está fazendo isso desde já tem uma carta na manga e muita munição pra levar até o fim, ou está fazendo terrorismo agora, para enfraquecer o ânimo, minar o moral, e chegar com a cavalaria logo a seguir, ou então bateu o desespero e despejou tudo o que tinha às mãos agora, para demonstrarem que estão dispostos a qualquer coisa para chegarem ao poder (ou permanecerem nele).

O fim justifica os meios.

Crianças, não leiam isso sem a presença de um adulto eticamente esclarecido.

A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam.

É difícil avaliar, pois em todos os governos há os quase gênios, e os completamente energúmenos. Talvez este equilíbrio lhes permita manter ocupados uns e outros para que na avaliação de seu desempenho, não sejam confundidos entre si.

Homens ofendem por medo ou por ódio

Ou pelos dois. Provoque-os e saberá. Exponha--lhes as partes íntimas, e saberá como irão reagir.

Quando os homens não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição.

E quem não ambiciona ocupar um orçamento de 290 milhões. Pensem no poder que isso confere á quem tenha a chave deste cofre. E nem estou falando de corrupção. É poder mesmo, prestígio.

Aos amigos os favores, aos inimigos a lei.

Se der nomes, posso ser processado.  Pense você mesmo sobre isso.

Em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã.

...E que bem conhecem as fraquezas de seus novos inimigos.

Para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe, e para bem conhecer o do príncipe, é preciso pertencer ao povo.

Entenda-se completamente o sentido plena da frase. Responda a si mesmo: O que é ser povo, e o que é ser príncipe em nossos dias?

Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem.“

Todos os que buscam o poder, buscam deixar suas impressões para a história. Gramado está cheia de monturos soterrados pela troca de poder.









segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O Mau Construtor e o Rei - Fábula Muito Real (com rei, príncipe e tudo mais)



Havia um velho construtor de casas que fora empregado durante a vida inteira de um Rei, e quando este morreu, continuou a trabalhar fielmente para o filho de seu empregador, que era agora o novo Rei daquele lugar.

Ao assumir sua posição, o jovem Rei chamou o velho construtor e ordenou-lhe que construísse uma casa bem grande, com muitos quartos, e todo o conforto possível. Deu-lhe quantia suficiente para construir mesmo um novo palácio, e o construtor começou seu trabalho. Desgostoso do novo Rei, o construtor pensava consigo: O bondoso Rei deixou uma fortuna e este moço já começa a gastar com futilidades. Imagine! para que lhe servirá um novo palácio, se este onde ele mora já é o mais belo de todo o continente?

E assim, seguindo este pensamento, comprou o material mais barato, visitou tudo quanto era liquidação, e adquiriu tudo de segunda e até terceira categoria de materiais. e deste modo concluiu rapidamente o palácio.

No dia seguinte ao término, comunicou ao assistente do rei que sua encomenda ficara pronta, e o Rei, então, imensamente feliz pela celeridade com que o velho homem havia construído o novo palácio, chegou cedo à casa, onde já o esperava, á porta, o velho construtor, com ar amargurado, mas respeitoso. Lá chegando, abraçou o velho homem, e recebendo deste a chave da casa, a devolveu, e disse:
- Ela é sua! Este foi um presente do reino pela dedicação com que você trabalhou par meu pai!

Gramado às vezes me parece ser terra de ninguém, onde os verdadeiros interesses da comunidade são pisoteados como moeda de barganha barata, para enaltecimento dos egos, de um e de outro lado. Se há bem poucos dias,o Executivo cantava vitória por ter "esmagado vergonhosamente a oposição em uma manobra "inteligente" do Prefeito fedoca", por outro lado, deitou-se a dormir mansamente, ignorando todas as regras de um embate: Não se tripudia sobre os vencidos, jamais. A própria Bíblia proíbe de dizer "bem feito" sobre a desgraça de um vencido. Mas fez.  E esqueceu que a vingança é um prato que se come frio, o que não foi o caso. Ainda no calor das celebrações, a oposição que havia engolido em seco a derrota, considerou uma vitória não ter sido colocado em votação o projeto do empréstimo e também da venda dos imóveis, e o colocou em votação já no ano novo, certa da rejeição, e ainda contando com o fato de que tal projeto não pode mais voltar à Câmara no exercício desse ano. Faz parte da política e é prerrogativa do Legislativo aprovar ou rejeitar as Leis, mas é componente necessário lembrar que um e outro não servem ao ego de um e outro, mas ao povo, que sente-se desamparado diante desse tipo de narcisismo e medição de forças em embates inócuos.

Gramado tem se´rios , graves problemas com o abastecimento de água, de saneamento, do hospital que continua pendurado, sem solução, das estradas que ainda não serão pavimentadas, de ser um ano eleitoral, onde muitas ações precisam ser evitadas para não incorrer em quebra da Lei Eleitoral. E o povo, ainda vai ser obrigado a votar nos mesmos candidatos, dos mesmos Partidos, que durante seus mandatos fazem esse tipo de coisas, um ao outro e ambos contra a população.

Em canal fechado, isto é, não eu trouxe os bastidores para o Blog, porque entendia colaborar mais se apenas provesse aconselhamento a um e outro lado. Mas e desde quando alguém que nem mora em Gramado tem café no bule para conselhar altas autoridades: Eu não tenho. E assim, faço uma melancólica leitura da afamada reunião onde Fedoca em poucos minutos, relata a notícia, convenceu sua oposição a retirar seu projeto, por falha inconstitucional. Retiraram, mas apimentaram a volta, e o troco foi pesado.

O resultado desse embate não foi apenas duas vitórias, de um e de outro lado, no espaço de duas semanas, mas isso é apenas um termômetro do que virá pela frente, onde teremos uma eleição muito, mas muito suja. Imprimam isso, porque eu sei bem do que estou falando. E você eleitor, eleitora, terá que votar em todos eles de novo. E vai empunhar bandeiras de ira, e ao final, quem vencer vai soltar rojões na frente das casas de quem perdeu. E vou ter que dar "Copiar+Colar" disso daqui um, dois ou três anos. Tudo igual. Não há nada de novo debaixo do sol.

Hoje o povo sentiu-se traído, e não estou fazendo juízo de valor. Estou apenas ouvindo áudios dos eleitores, e posso garantir que não são palavras de quem está conformado com o que aconteceu na Câmara há poucas horas atrás.

A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Na ânsia de mostrar veemência, um e outro lado, usa seu tempo na tribuna para vociferar paixões e inflamar contendas. E quem perde é o povo. mais uma vez.

Receberam, os eleitos, de um e outro lado, carta branca para edificar uma casa, mas um e outro, economizaram nos materiais e receberão de volta casa mal estruturada, que ao primeiro vento podem cair. E quem está nelas, é o povo, mais uma vez.




O Shabat: Um Tempo de Encontro com Deus, na Perspectiva de Heschel e Jesus

  Ilustração: Seaart AI   O Shabat: Um Tempo de Encontro com Deus, na Perspectiva de Heschel e Jesus Paulo Cardoso* 1. ...