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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O Mau Construtor e o Rei - Fábula Muito Real (com rei, príncipe e tudo mais)



Havia um velho construtor de casas que fora empregado durante a vida inteira de um Rei, e quando este morreu, continuou a trabalhar fielmente para o filho de seu empregador, que era agora o novo Rei daquele lugar.

Ao assumir sua posição, o jovem Rei chamou o velho construtor e ordenou-lhe que construísse uma casa bem grande, com muitos quartos, e todo o conforto possível. Deu-lhe quantia suficiente para construir mesmo um novo palácio, e o construtor começou seu trabalho. Desgostoso do novo Rei, o construtor pensava consigo: O bondoso Rei deixou uma fortuna e este moço já começa a gastar com futilidades. Imagine! para que lhe servirá um novo palácio, se este onde ele mora já é o mais belo de todo o continente?

E assim, seguindo este pensamento, comprou o material mais barato, visitou tudo quanto era liquidação, e adquiriu tudo de segunda e até terceira categoria de materiais. e deste modo concluiu rapidamente o palácio.

No dia seguinte ao término, comunicou ao assistente do rei que sua encomenda ficara pronta, e o Rei, então, imensamente feliz pela celeridade com que o velho homem havia construído o novo palácio, chegou cedo à casa, onde já o esperava, á porta, o velho construtor, com ar amargurado, mas respeitoso. Lá chegando, abraçou o velho homem, e recebendo deste a chave da casa, a devolveu, e disse:
- Ela é sua! Este foi um presente do reino pela dedicação com que você trabalhou par meu pai!

Gramado às vezes me parece ser terra de ninguém, onde os verdadeiros interesses da comunidade são pisoteados como moeda de barganha barata, para enaltecimento dos egos, de um e de outro lado. Se há bem poucos dias,o Executivo cantava vitória por ter "esmagado vergonhosamente a oposição em uma manobra "inteligente" do Prefeito fedoca", por outro lado, deitou-se a dormir mansamente, ignorando todas as regras de um embate: Não se tripudia sobre os vencidos, jamais. A própria Bíblia proíbe de dizer "bem feito" sobre a desgraça de um vencido. Mas fez.  E esqueceu que a vingança é um prato que se come frio, o que não foi o caso. Ainda no calor das celebrações, a oposição que havia engolido em seco a derrota, considerou uma vitória não ter sido colocado em votação o projeto do empréstimo e também da venda dos imóveis, e o colocou em votação já no ano novo, certa da rejeição, e ainda contando com o fato de que tal projeto não pode mais voltar à Câmara no exercício desse ano. Faz parte da política e é prerrogativa do Legislativo aprovar ou rejeitar as Leis, mas é componente necessário lembrar que um e outro não servem ao ego de um e outro, mas ao povo, que sente-se desamparado diante desse tipo de narcisismo e medição de forças em embates inócuos.

Gramado tem se´rios , graves problemas com o abastecimento de água, de saneamento, do hospital que continua pendurado, sem solução, das estradas que ainda não serão pavimentadas, de ser um ano eleitoral, onde muitas ações precisam ser evitadas para não incorrer em quebra da Lei Eleitoral. E o povo, ainda vai ser obrigado a votar nos mesmos candidatos, dos mesmos Partidos, que durante seus mandatos fazem esse tipo de coisas, um ao outro e ambos contra a população.

Em canal fechado, isto é, não eu trouxe os bastidores para o Blog, porque entendia colaborar mais se apenas provesse aconselhamento a um e outro lado. Mas e desde quando alguém que nem mora em Gramado tem café no bule para conselhar altas autoridades: Eu não tenho. E assim, faço uma melancólica leitura da afamada reunião onde Fedoca em poucos minutos, relata a notícia, convenceu sua oposição a retirar seu projeto, por falha inconstitucional. Retiraram, mas apimentaram a volta, e o troco foi pesado.

O resultado desse embate não foi apenas duas vitórias, de um e de outro lado, no espaço de duas semanas, mas isso é apenas um termômetro do que virá pela frente, onde teremos uma eleição muito, mas muito suja. Imprimam isso, porque eu sei bem do que estou falando. E você eleitor, eleitora, terá que votar em todos eles de novo. E vai empunhar bandeiras de ira, e ao final, quem vencer vai soltar rojões na frente das casas de quem perdeu. E vou ter que dar "Copiar+Colar" disso daqui um, dois ou três anos. Tudo igual. Não há nada de novo debaixo do sol.

Hoje o povo sentiu-se traído, e não estou fazendo juízo de valor. Estou apenas ouvindo áudios dos eleitores, e posso garantir que não são palavras de quem está conformado com o que aconteceu na Câmara há poucas horas atrás.

A palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Na ânsia de mostrar veemência, um e outro lado, usa seu tempo na tribuna para vociferar paixões e inflamar contendas. E quem perde é o povo. mais uma vez.

Receberam, os eleitos, de um e outro lado, carta branca para edificar uma casa, mas um e outro, economizaram nos materiais e receberão de volta casa mal estruturada, que ao primeiro vento podem cair. E quem está nelas, é o povo, mais uma vez.




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