AD SENSE

domingo, 22 de março de 2020

Tendências no Design - O que vem depois da crise?



Durante muitos anos, percorri o Brasil prestando serviços de consultoria à empresas, sindicatos, associações, e universidades, falando sobre Design, mais especificamente sobre Design para o setor moveleiro, no que diz respeito às tendências do Design para o setor.

Embora minha linguagem sempre fosse adaptada para ouvintes que produziam móveis e trabalhavam com interiores, não era possível dissociar as tendências por setores, apesar de que o setor de móveis apresentasse certas peculiaridades que o distanciava dos demais, em termos de tempo de resposta, isto é: em qual momento os fabricantes deveriam ou poderiam apresentar novos modelos de produtos, e mais especificamente, novas coleções que demonstrassem que aquelas empresas estariam em sintonia com o avanço da linguagem comum ao mercado, de acordo com os nichos em que atuavam.

Meus clientes variavam, desde fabricantes de móveis de luxo, área onde atuei por mais tempo, à móveis de natureza popular (os que pagavam melhor), que eram mais calcificados e resistentes a qualquer tipo de mudança, e com razões técnicas, operacionais, comerciais, logísticas, e econômicas, que favoreciam este comportamento.

A grande pergunta, em todas as palestras e seminários, ou reuniões de ajustamento com equipes de trabalho e empresários, era: "O que é Tendência, e o que define uma Tendência?". E esta era a melhor oportunidade para levantar as colunas do conhecimento e informação a respeito do tema, o que faço aqui, brevemente, para justificar esta análise, e seguir com a construção da reflexão.

Se tomarmos um arqueiro, com arco e flecha como referência, teremos a seguinte leitura e comparação: O arqueiro é a inteligência coletiva que direciona os acontecimentos, os quais formatarão os caminhos a serem percorridos pelo mercado. O arco, é o aparato de informações, a energia contida que determina a pressão e velocidade com que os fatos acontecem, e a forma e intensidade com que as informações e produtos serão oferecidos ao mercado. A corda é o tensor de direcionamento que impulsionará os produtos e serviços para este mercado. A flecha são as decisões que permitirão que uma adaptação entre desejo e necessidades do mercado sejam compreendidas e ajustadas à capacidade de produção e alinhamento com este mercado. E por fim, o alvo, é o mercado, que tanto pode ser fixo quanto variável. Assim, o conjunto formado pelo arqueiro, arco, corda e flecha se movimentarão para acertarem este mercado.

O que ocorre quando há uma movimentação linear, ou em um vetor perceptível, previsível, é que o marketing se torna obeso, e praticamente "desnecessário", a partir de um mercado comprador, e de um produto de grande aceitação, que "se vende sozinho". É neste cenário que trabalha, de modo geral, o setor moveleiro, onde a troca de mercadorias e produtos não ocorre com tanta frequência quanto, por exemplo, no vestuário, no calçado feminino, ou nos cosméticos. Não há flexibilidade visível do target (público alvo), senão em razão de alterações de cunho sócio-econômico (mudança de status financeiro), ou migração territorial (mudança por trabalho ou outras razões). Um ditado bastante comum na movelaria é que "as pessoas trocam de carro, de casa, e até de cônjuge, mas não trocam de móveis, se estes forem de boa qualidade. O mobiliário propõe certo valor afetivo, e sua troca é cercada com certa dramaticidade, ainda que haja mudança de status financeiro da família. Assim, o mobiliário pode ser enquadrado no target fixo, que exige pouco esforço de marketing das empresas, e geralmente seu tempo de permanência no mercado, ponto comercial, e aparência da loja, além da qualidade dos produtos e serviços, são o marketing em si. Exigem pouco esforço de profissionais e a criatividade fica restrita à modelagem, de modo geral.

Já o alvo móvel, flutuante, é aquele mercado que está sujeito às alterações de eventos geopolíticos, que determinam a obsolescência dos produtos com tal velocidade, que não se pode fazer previsão de largo espectro, isto é, para longo prazo e território. São voláteis os acontecimentos, assim como são voláteis as razões que levam uma pessoa a decidir mudar algum tipo de rotina ou preferência pessoal, em razão das motivações do grupo de influência à que esteja conectado. Por exemplo: Entre os adolescentes, há uma contínua mudança de consumo, com base na natural mudança de comportamento e humor próprios de sua faixa etária e mental. Neste mercado, predominam os modismo, seja uma cor de cabelo, um conjunto de adornos faciais ou corporais, um tipo de comida, contanto que seja breve, ou um gênero musical, seja local, nacional, internacional, ou ainda extremamente exótico, excêntrico, ou bizarro. Desta forma, o pessoal do marketing está em contínua fermentação de ideias  e propostas que possam satisfazer este nicho de mercado, que não é fiel, posto que efêmero. Este nicho, no entanto, não é um consumidor confiável, uma vez que a família, ainda que disponha de recursos, não investe muito em modismos para seus filhos, porque sabe que em dois anos, ou menos, terá que trocar tudo novamente. A sua transição entre o infantil, cheio de adornos, e o adulto, talvez mais minimalista, tenha que sofrer essa metamorfose heterogênea, louca, espalhafatosa, birrenta, agressiva, revoltada, mas ainda assim, gentil, ansiosa, inquieta, sonhadora, sem saber com que, expectante olhando para o vazio das incertezas, delicada, chorona, desbocada, sonora, sincera, angustiada, sinistra, mas ainda assim, consumidora. Potencialmente consumidora.

Na linha média, dedicada ao mercado nervoso, consumidor de Rivotril e Escytalopram, de carros tipo SUV ou populares, ainda assim, devastadores de promoções em potencial, usuários nervosos, irrequietos, e atentos às flutuações das tendências, assíduos religiosamente nas academias, conhecedores profundos de biotipos, para adequação dos energéticos, que conhecem tudo e de tudo sobre medicina védica, biomolecular e quântica, tudo por meio do Google, entendedores de confluências astrológicas, e capazes de mobilizar multidões em apoio ou objeção política à este ou àquele líder, à esta ou àquela causa, são estes a alegria e o pavor dos que pensam a linha de produção das indústrias, à que atendam o "Fast-Food" das exigências do design, onde o que hoje brilha, amanhã deva ser acetinado. Onde hoje predominam as cores quentes e sanguíneas, amanhecem em tons pálidos e neons, e tons sobre tons, onde até a nomenclatura, antes afrancesada de "Ton sur ton", se transforma em "over color", ou facilitam para sobreposição de tons. As indústrias químicas voltadas às cores, investem milhões de dinheiros para produzirem uma cartela volumosa, onde confundem os consumidores, tamanha a variedade ofertada, e assim todos os demais materiais, revestimentos de superfícies, pisos, acabamentos, que deixam-nos ainda mais confusos, ansiosos pelo tempo que urge, e contratam profissionais com expertise em adivinhar o gosto de quem não sabe do que gosta, e promover arranjos e combinações sem protocolos, senão apenas no gosto pessoal dos próprios designers. Esta é, no entanto, a grande propulsora de todo o sistema econômico mundial. A Classe Media emprega os pobres para tirar-lhes um caldinho, enquanto os verdadeiramente ricos, olham para uma e outra categoria com o mesmo olhar de quem estica o pescoço num açougue para escolher o melhor pedaço de carne para grelhar à noite.

A linha popular, dentro da movelaria, é a que agrega as maiores indústrias, pois produzir para pobre é muito caro. Exige um investimento com muitos zeros, e as indústrias que abarrotam o mercado deste padrão, são as últimas a aderirem às tendências do traço e acabamento, e quando o fazem, é por acomodação daquilo que retiram do que foi largamente vendido á Classe Media. Isso tem um tempo de vida útil de dez a quinze anos, ou ainda mais. E quando muda, quando este consumidor passa a comprar aquilo que viu na loja de Classe Media, é o momento em que o objeto já foi popularizado, e há muito tempo já migrou para outra categoria. Assim funciona o setor moveleiro no Brasil e no Mundo, resguardadas as características de cada país.

Os ricos não seguem, nem fazem as  tendências, não aderem à moda, e são cautelosos em aderirem às mudanças, e quando o fazem, não há uma percepção disso no mercado, mas ainda assim, representam um nicho, ao qual os analistas devem atentar, porque também há um setor dedicado à este padrão de consumo, porém não é destes que trato aqui nesta análise. Os excepcionalmente ricos, que estão acima dos bilionários,  ricos irão participar nesta movimentação de ondas de choque, como os círculos concêntricos de uma pedra jogada no lago de água parada, mas não no movimento das ondas e sim na contenção da água. Não molham os pés, mas são os donos do lago.

Foram as mudanças no comportamento político e religioso que tiveram vantagens com a invenção da imprensa, por Guttenberg. Se o primeiro livro impresso em serie foi uma Bíblia, naquele momento era a falta de acesso ao Livro sagrado que escravizava a sociedade, através do privilégio privativo ao conhecimento de poucos religiosos, e esta tecnologia revolucionária democratizou acesso aos textos sagrados, permitindo que a liberdade de consciência tivesse vez na história. A mesma tecnologia a partir disso só foi substituída pela era digital, seguida pela revolução cibernética, que democratizou (e poluiu) o pensamento. Onde antes havia falta de informação, agora há excesso dela, e novamente são necessários os eruditos e os livres pensadores para interpretarem tais excesso, traduzindo ao povo aquilo que precisa compreender, de um modo que não precise ser erudito.

Mas e como podemos entender as variações das tendências?
São os movimentos mundiais, de natureza geopolítica, que determinam o rumo dos acontecimentos e das tendências, e dou exemplo de guerras, que mudam fronteiras, ou as catástrofes, que mudam o modo com que as autoridades planejam a segurança, com que as populações conduzem-se em comportamento, como a economia sofre abalos, e como a população passa a comportar-se diante destes acontecimentos. O grande paradoxo é que em teoria, todos querem a paz, mas são as reviravoltas sociais quem impulsionam as mudanças.  Foi a necessidade de adaptar os equipamentos que um soldado deveria carregam em campanha, que fez nascer a ciência (ou o conjunto de ciências) que forma a Ergonomia. Foram os bombardeios absurdamente inusitados às Torres Gêmeas em Nova Iorque, quem modificam completamente o comportamento de segurança nos aeroportos. Novas e cuidadosas regras de seguranças foram criadas, e hoje é inimaginável entrar em uma aeronave sem ter passado por um detector de metais, seguido de um equipamento de Raio X que vasculha até um alfinete que possa estar escondido nas malas. Foram ainda os acidentes aéreos que causaram comoção em tantas pessoas, quem determinaram severas proibições, antes consideradas sociais, como fumar à bordo, ou beber álcool á vontade, em viagens de curta distância. Foram ainda as grandes epidemias, que motivaram, ou melhor dizendo, forçaram as autoridades sanitárias, com suporte dos governos e suas articulações políticas, grandes descobertas científicas, como a Penicilina, as campanhas de higiene (que ainda não são bem compreendidas até hoje), os avanços da medicina. Foi a dor nas cirurgias, nos tratamentos dentários, que motivaram a descoberta das anestesias, enfim, "a dor ensina a gemer", diz o ditado, e de todo movimento social, de todo o abalo da normalidade, há o sofrimento, muito sofrimento, e tais vítimas tornam-se mártires involuntários, para que sejam aceleradas as soluções preventivas, e desta forma, cada tempo tem seus demônios, e cada demônio encontra, ao fim, seu oponente iluminado. Assim, cada abalo na zona de conforto de um tempo, um grupo, ou um sistema, faz agitar as águas, e as águas removem lama do fundo do lago da existência, e esta água barrenta diz que algo mudou.

As tendências trabalham desta forma. Os movimentos geopolíticos, sociais, sanitários, religiosos, fazem com que as pessoas modifiquem seus hábitos, seja por ação abrupta, por determinações dos governos, ou mesmo voluntariamente, por prevenção ou proteção, por acomodação, e assim, ao repetir-se cada gesto, no terceiro movimento, torna-se contumaz, e os gestos contumazes, tornam-se ventos que sopram as tendências para todas as direções. Assim aconteceu com a tecnologia, que modificou o comportamento das pessoas. Dou exemplo de uma sala de estar, em uma casa de Classe Media, que necessitava de uma estante enorme na sala, quanto maior, melhor, e nesta estante, deveria ter um nicho grande, ao meio, para a TV, que era um cubo imenso, uma geringonça desengonçada, que exigia uma profundidade de até 70 centímetros de espaço, considerando o vão da parede. Ao lado, outro espaço, duplo, para duas imensas caixas acústicas. Outro para equipamento de som e vídeo, além de nicho separador para discos de vinil. Este mesmo móvel, acomodava uma pequena biblioteca, que tinha obrigatoriamente, por uma questão de status, uma enciclopédia tipo "Barsa", ou "Delta Larousse", "Mirador", ou equivalente. Um grande Dicionário "Aurélio", uma Bíblia aberta sobre outro espaço livre no balcão. Havia ainda um nicho para expor porta-retratos, um pequeno bar com tampa levadiça, gavetas, e um pequeno escritório.

Com o advento da internet, do mundo cibernético, a enciclopédia, ou todas elas, foram substituídas pelo Google. Os retratos, pelo Facebook, Instagram. O escritório, pelo Office. A TV aumentou de tamanho, mas reduziu a profundidade, e as caixas de som, quase cabem no bolso, com uma potência dez vezes maior. Por fim, a estante inteira passou para a palma da mão, com todas as vantagens possíveis. E as marcenarias perderam para o silício, sem contar que um armário custa vinte vezes o preço de um Smartphone. O costume gerou a tendência.

Eu poderia gastar muitos bits citando exemplos, o que acho desnecessário, pois penso que me fiz compreender até aqui. Costume gera tendência e tendência gera moda. A moda gora a roda e a roda gira o mundo, mas ainda não disse o que penso que poderá acontecer no "Day After" às quarentenas apocalípticas para o combate de um inimigo covarde, que não mostra a cara, de tão pequeno que é. Pequeno, mas poderosos, disso todos sabem. E o poder deste vírus, vai além de sua capacidade de cortar o fôlego de vida, pois o efeito em cascata do isolamento imposto ao mundo inteiro (excetuam-se aqui países em guerra e em miséria absoluta, quem nem há como serem contabilizados ou mapeados os efeitos desta ou daquela epidemia. Tudo é calamidade, e lá a única tendência pertinente é a morte como alívio. Então, vejo uma serie de costumes sendo modificados a partir deste rescaldo.

Vejamos alguns exemplos: Os Conselhos de Medicina estão liberando seus filiados a prestarem consultas por meio virtual. Na prática isso já acontecia, desde o momento em que você conversa com seu médico e expõe algo, envia fotos, descreve os sintomas, e se ainda dispuser de equipamentos de aferição dos sinais vitais, ele poderá diagnosticar com quase e mesma eficiência . Isso poderá gerar um efeito em cadeia, que permitirá que mais e mais atividades sejam oferecidas via web, e estas mudanças, ampliarão ainda mais o mercado de tecnologia, de inteligência artificial.

Atrás da inteligencia virtual, virá o avanço da robótica, dos drones, da tele entrega por drone, em lugar de motobóis, e cada vez menos o contato e o contágio humanos de darão. cada vez mais a prisão domiciliar, ou seja, o recolhimento, em nome da segurança, serão incentivados. Os apartamentos darão lugar aos espaços vazios, pois pela tecnologia, tudo será minimizado, para que haja mais mobilidade nos espaços, ainda que pequenos. Mesmo os mais pobres, modificarão seus costumes, porque a mesma tecnologia que serve ao rico, serve ao pobre e cada vez mais os objetos e espaços serão funcionais, otimizáveis, ajustáveis, dobráveis, infláveis, e cada vez mais novos materiais permitirão flexibilidade, resistência e leveza. Tecidos inteligentes, com identificação genética serão confeccionados para que sua tecitura se ajuste, tanto à modelagem do corpo, quanto à sensibilidade da pele, que modificarão sua estrutura molecular, de acordo com a temperatura do corpo em resposta ao clima, ou à falta de circulação de uma e outra parte do corpo. Tais tecidos poderão ser baterias solares, e conter micro transmissores e sensores, que enviarão à uma central que está abastecida com todas as informações acerca de seu corpo, e automaticamente esta central irá monitorar todo o seu metabolismo, de forma inteligente, liberando descargas elétricas que potencializem suas células a enviarem informações ao seu cérebro, que também, estará conectado  a uma central de monitoramento, assim como hoje existem centrais que monitoram já alguns sinais vitais, mediante valores bastante acessíveis.

Não tenho como imaginar todos os avanços em consequência das necessidades e soluções empíricas encontradas durante a falta de insumos durante uma carestia, seja proporcionada por guerra, epidemia, catástrofe natural, ou movimentações econômicas globais. O certo é que sempre nestas movimentações sísmico-sociais, em ondas de choque também vem as soluções e os avanços. Aquilo que é ruim para muitos, gera conforto posterior para muitos mais. Parece uma lógica terrível, e é terrível, se pensarmos na causa destas criações, mas saudável, se lembrarmos que aquilo que castigou a tantos, proporcionou segurança à muitos mais.

No campo profissional, depois de uma grave crise, aquilo que era aceitável, torna-se supérfluo, e predomina o extraordinariamente necessário no mundo fabril. O trabalho intelectual ligado ás artes, ao Design, poderá sofrer muito no aspecto econômico, porém poderá encontrar nichos escancarados de oportunidades no campo criativo. Porém, é na crise que surgem as oportunidades, e não estou falando de ganância, mas doas oportunidades construtivas, saudáveis, que beneficiam a sociedade. vamos analisar algumas delas.

A higiene pessoal
A primeira coisa que aconteceu depois que se espalharam as primeiras notícias foi que veio a crença de que bastava lavar as mãos com álcool gel, que tudo estaria resolvido. Não estava, mas o produto desapareceu dos mercados, inflacionou, gerou lojas fechadas pelo abuso, grande impérios de bebidas e perfumes, açúcar e álcool combustível, imediatamente passaram a produzir, em larga escala, o danado do álcool gel, e hoje chega a ser blasfêmia encostar no nariz, sem borrifar na mão meio litro do gelatinosa substância. No entanto, com o passar dos dias, e as milhares de informações a cada instante, descobriu-se que basta umas gotinhas de detergente de louça, ou mesmo sabão, e lavar bem as mãos, que dá na mesma. Acreditem: O Ser Humano chegou em marte, faz teleconferências, mas não sabe ainda que precisa, e nem como se lava as mãos. Não sabia, pois agora sabe, apesar de que, assim que passar a crise, vai esquecer tudo de novo.

A Defesa Civil e Diagnósticos
Até há duas semanas atrás, acreditava-se que a Defesa Civil, servia apenas para cuidar de calamidades naturais, enchentes, desabamentos, vendavais, mas desde então, descobriu-se que a Defesa Civil passou a serem os Bombeiros, acompanhados dos Médicos, Enfermeiros, Agentes de Saúde, mas a própria população (ou grande parte dela) deu-se por conta de que é isoladamente um agente comunitário de defesa nacional, mundial até. Houve um despertar de interesse, não por consciência, mas por pavor mesmo. O que sai de produtivo nisso é a tecnologia que está sendo utilizada e será aprimorada. Hoje há dispositivos eletrônicos capazes de detectar muitas coisas: O clima, terremotos, bactérias, e até mesmo vírus, porém cada detecção é muito localizada, no caso de patógenos.  Assim como há novos equipamentos que detectam vários tipos de câncer, com apenas uma gotinha de sangue, onde antes exigiam muitos e muitos exames, invasivos até, sistemas de inteligência poderão ser criados, que detectem patógenos, sejam vírus ou bactérias, no ambiente onde respiram as pessoas. Não sei quem vai criar esta tecnologia, mas certo como a chegada da Primavera, que ela virá.

Convívio Social e Familiar
A quarentena obrigatória é um uma espada de dois gumes. Se de um lado, torna compulsória a permanência em casa, e considerando que nem sempre os idosos convivam no mesmo ambiente, cria´se um sentimento de culpa e dependência, em relação à estes, trazendo a percepção de que não era notada sua ausência no cotidiano, por outro lado, o excessivo tempo de confinamento, em uma sociedade que não convivia mais por tantas horas, acelera o distanciamento, por imposição de estresse pelo aprisionamento social. Hábitos, antes cultivados já mais como reencontro familiar uma vez por semana, torna-se diário, e até uma boa sobremesa acaba se tornando enjoativa, quando comida em excesso. e um excesso imposto, por condições traumáticas.
Neste aspecto, o Design entra como agente criativo de inovação dos objetos, de acordo com as novas necessidades de ajuste dos espaços à mais pessoas em simultâneo por tempo de uso. Aceleram aqui os funcionais, práticos, e descartáveis. cada vez mais descartáveis, recicláveis, reutilizáveis, e com múltiplas funções e utilidades.

Recursos Naturais
Como desgraça pouca é bobagem, uma calamidade sempre deixa um vazio para que outra tome o seu lugar a seguir, parecido com as dez pragas do Egito. No momento em que começou a ordem das autoridades para o isolamento total, pensei cá com meus botões: "Ainda bem que não está faltando água!" Ah, pra que eu fui pensar nisso, pra que eu fui dar ideia pra desgraça? Imediatamente recebo a notícia que por conta da estiagem, vai faltar água. Pronto! Círculo completo. Mas não. Nada é completo quando se trata de cenário pessimista, que é colocado de balde, enquanto o otimismo é retirado com a ponta dos dedos. Assim, água é a base estrutural da pirâmide da vida, em todas as esferas: Animal, vegetal, e especialmente, humana. Água, até tem, mas torná-la potável, e transportá-la ao consumidor, é outro departamento. Assim já existem equipamentos com tecnologia capaz de retirar água do ar, por mais árido que seja, o caso de Israel, que tira água de pedra desde o tempo de Moisés. Hoje tira do Mar e do ar. Mas tudo são grandes estruturas, caras, de transporte dispendioso.
A tecnologia entra aqui, aliada ao Design, para criar dispositivos portáteis, acessíveis, que retirem água do ar, ou do mar, e a disponibilizem imediatamente, purificada, geladinha, e refrescante, ao usuário do equipamento, que pode ser levado ás costas, e recarregado com energia solar pelo tecido com que é confeccionada a mochila, do mesmo modo que os antigos levavam água no bucho de um cabrito, nesta leitura, o bucho será substituído pelo tal tecido inteligente, que não só armazena e purifica, como também refrigera. Tudo isso porque os chineses comem morcego ensopado, e o mundo paga a conta.

Eu poderia divagar aqui por páginas e páginas, mas convido o leitor a juntar-se à minha nessa elucubração tecnológica que pode tornar-se tão realidade quão realidade seja a ideia de trancar o mundo inteiro em casa, obedientemente..exceto os velhos, que são teimosos demais para acreditarem em catástrofes mundiais simultâneas.








quinta-feira, 19 de março de 2020

Carta à minha filha, a Doutora Melissa


Carta à minha filha, a Doutora Melissa

Eu conto, em um vídeo que gravei hoje pela manhã, a historia de dois Moisés: do primeiro, que recusa fazer o trabalho de D-s, e D-s o ameaça de morte se ele não for ao Egito libertar o povo. Moisés vai a contragosto.
Pouco tempo depois, Moisés recebe as pedras da Lei no Sinai, e quando desce, vê o povo adorando um bezerro de ouro. Quebra as pedras e volta á montanha. Lá encontra D-s furioso, dizendo que vai destruir aquele povo e fazer de Moisés um novo povo.
Sabe o que faz Moisés? (O mesmo que teve que ser ameaçado de morte para cumprir a ordem divina?)
Bate de frente com O Eterno e diz:
"Se Tu destruíres esse povo, olha o que irão dizer os outros povos? Que o D-s deles não teve força para protegê-los, os tirou do Egito e os destruiu no deserto! Então, se vais mesmo matá-los, começa por mim! Se o Teu povo vai morrer, eu vou morrer junto!"

Sabe o que D-s respondeu a Moisés?
"Tu é O CARA!"

Por causa da tua ousadia, serás chamado de O HOMEM MAIS JUSTO DE TODOS OS TEMPOS!
Teve coragem de confrontar D-s naquilo que achava injusto. E foi recompensado, mesmo na morte.
Tu, filhota, não chora por covardia. Chora por coragem! Chora porque não suporta injustiça. Chora porque ama as pessoas e trabalha para que elas vivam!
Tu és heroína, e tua equipe, os teus valentes, junto contigo!
Sou teu fã incondicional. Oro continuamente pela tua vitória.
Tivestes que deixar os filhos resguardados com o pai, e por seres afetada diretamente pelos agentes de contaminação, nem mesmo teus pais podes abraçar.
Viajas 100 km todos os dias, dormindo sentada, à base de medicamentos, com dores, com a estima lá em baixo, com contas vencidas, com falta de combustível pra chegares ao teu trabalho, com pessoas mal educadas te ameaçando, sem entender que o que fazem é para o bem delas, mas mesmo assim tu persistes, porque esta é a tua missão.
Lembro que um dia ofereci te ajudar a montar uma clínica estética, porque ganharias mais dinheiro, e me dissestes que tu não havias estudado tantos anos (isso foi no início da tua carreira, hoje já és Mestra, quase Doutora) para esticar pelanca de "periguetes", e que teu preparo foi para tratar da dor das pessoas, de oferecer qualidade de vida aos inválidos.
Então, minha filha, hoje tens a responsabilidade de liderar sessenta pessoas na tua equipe, e uma população de trinta mil pessoas ou mais, no bairro onde atendes. Estás frente a frente com todo tipo de contágios, exposta agora á essa sementinha de Satã, o Corona Vírus, mais uma delas, e mesmo assim, não esmoreces.

Querida Melissa!
És a minha guerreira!
Segue em frente nesta jornada, e não tenhas medo de confrontar à D-s com amor pelos filhos D'Ele, porque ninguém chega à D-s se não for pelo Ser Humano, a joia da Sua criação.
Jesus disse que aquele que visitar o desassistido, o enfermo, o que está em prisão (a doença é a pior das prisões), será reconhecido como "Justo entre as Nações" no dia do grande julgamento. Tens obras e coração. Tens fé, ainda que não compreendas os caminhos do Altíssimo, és uma filha amada do Criador, uma serva de D-s, e um exemplo de mãe e filha.
Te amamos, com todo o estoque de amor que se possa ter.
Pai, Mãe, teus irmãos, e teus filhos.

Pós Corona - Definição do que é útil e do que é fútil



Você, eu, e ninguém mais no mundo, estávamos preparados para recebermos um pito e sermos trancados em casa, no cantinho do pensamento. Não estávamos mesmo. Na verdade, ninguém está preparado para uma desgraça. Até dizem que temos que nos preparar para o pior, e coisa e tal, mas depois que lambeu a beirada do copo de cerveja, largou uma piadinha besta, despediu-se do dono do bar (os mais importantes por primeiro), e dos outros beberrões, depois de beber como se não houvesse amanhã, a pessoa vai embora e dorme, como se não houvesse um ontem.

Ninguém se preocupa de verdade com o infortúnio, pois acha que só vai acontecer com os outros, e desejavelmente, com os desafetos. O que ninguém espera é que, mesmo sem ouvir um único tiro, nem tanques de guerra pelas ruas, sirenes de aviões, o bombardeio nos pega pelas mãos, boca, e narinas. O balconista da farmácia é o agente de salvação, quando nos entrega, a preços de farmácia, o vidrinho de álcool gel. O caixa do supermercado, cansado, é nosso aliado, quando registra os cinco carrinhos abarrotados, sendo dois deles repletos de fardos de papel higiênico. Este é o limite da guerra que nos abate. O resto, a parte pior, não está nas ruas, nem no abraço, mas dentro de casa, na televisão ligada 18 horas por dia, e o celular recebendo o excedente, enquanto tentamos dormir, das más notícias que perdemos poucas horas antes. Este é o cenário do front. Mas, infelizmente, para os profetas do caos, da destruição total, da hecatombe bacteriana e virológica, este não é o fim. Tem mais. tem o "dia seguinte",  aquele momento silencioso dos filmes onde o protagonista perambula estupefato por um deserto que deixa aflorar partes da estátua da Liberdade, ou do capitólio, mesmo que isso seja no Rio de Janeiro, ou em Afogados da Ingazeira. Sente-se completamente só Começa a andar e juntar latas enferrujadas, uma garrafa de coca cola com tampa intacta, um pneu com ar dentro, e umas cordas velhas (não sei de onde tiram cordas velhas em cenário pós apocalíptico, mas elas aparecem, talvez de outra dimensão, sei lá. E assim, meio se arrastando, com um saco de polipropileno na mão, e um pedaço de pau na outra, vai caminhando sem rumo pela vastidão do deserto. O que fazer? Como recomeçar?

Aqui entra minha reflexão. Assim como alguém que sofre um grave acidente, e perde a locomoção natural, necessitando de próteses, cadeiras de rodas, e outros artifícios para seu ir e vir, também a crise que nos esbofeteia nesse momento em certo tempo irá findar, mas não findarão os seus efeitos, e teremos que nos adaptar ao novo mundo que nos espera.

Claro que não sou teórico da conspiração, nem levo a serio a ideia de que os Illuminatti tenham algo a ver com isso, dentro de seu plano satânico de ludibriar os crédulos e ignorantes, estejam espalhando a mortandade para acabar com dois terços da população mundial, e olha que tem gente nesse mundo. Teriam que levar pra terra cerca de dois bilhões de pessoas (eu falei dois BIlhões) em curto espaço de tempo, o que não seria difícil, se ninguém cumprisse quarentena sanitária, o que não acontece. Assim, deixemos os Illuminatti em paz, por enquanto, e vamos focar no essencial: O que iremos fazer depois que as restrições acabarem? Bem, eu tenho algumas ideias. Vejamos:

O mundo não tem condições para suportar mais que duas a três semanas de paralisação total. Não tem. Se passar deste limite, outros problemas que existiam antes do Corona, subirão à superfície, e aí o caldo entorna. Então eu sou levado a crer que a partir desse prazo, as regras serão flexibilizadas, mas não extintas, e aos poucos as pessoas retornarão aos seus afazeres. O susto foi o bastante para que deixem de ser porcos, que parem de comer imundícies, morcegos, ratos, baratas, sushis, periguetes, e outras coisas mal lavadas e contaminadas. Em consonância com os resultados favoráveis observados, leis restrivas serão aprimoradas, e crescerá a liberdade dos governantes em sujeitarem os cidadãos à regras sinistras, em nome da prevenção à saúde.

Os escroques, aproveitadores, serão dramaticamente punidos tanto pelas autoridades, quando pelo povo, pelas massas, enfurecidas e vingativas, que provocarão ondas de ataques nas redes sociais contra aqueles estabelecimentos que abusaram da dor alheia durante a crise.

Os valores serão também reciclados, e a noção de necessidade poderá ser redesenhada. Aquilo que era usual, torna-se supérfluo. Aquilo que era supérfluo, tende a diminuir. E aquilo que era essencial será lapidado para aquilo que seja realmente necessário..
Certos trabalhos, certas atividades econômicas poderão ser consideradas supérfluas, como  o próprio Design, que já vale bem pouco hoje mesmo; as artes; a literatura; a música, especialmente a música erudita; os espetáculos de multidões; e tudo aquilo que não ponha pão e mantimentos à mesa, será encarecido e sobretaxado.

Restarão tarefas e atividades que poderão ser supervalorizadas, como a medicina, a psicologia, a agricultura, mesmo com agrotóxicos ou defensivos e insumos, ainda serão essenciais, as terapias individuais, uma vez que grupos não serão incentivados; e as redes sociais, pois os jornalistas também tentem a entrar numa quarentena bem mais longa, haja vista a hipótese de que existam jornalistas que se prestem a desmanchar governos, e propagar mentiras, porém, como não se pode ter certeza disso, então entrarão todos no mesmo balaio dos indesejáveis.

Os políticos serão selecionados a pente fino, e novas regras de civilidades serão elaboradas. O bem que conhecemos que teme o mal será substituído pelo mal que precisou aparecer para ensinar ao bem que nem tudo pode ser mau enquanto houver quem no mal deposite duas armas para combater o próprio mal. Perceberam? O mal combate a si mesmo, sob a forma de justiça? E o que sobra disso é a sobrevivência, e em nome da sobrevivência de muitos, poucos serão penalizados, pois é assim que se constrói uma civilização.

Será que estamos na linha divisória entre a civilização que usou de tudo o quanto pôde, para ingressarmos em outra civilização que tomará de todos a liberdade em nome de um mundo melhor?

Será que as novas restrições com base em tempos de crise não serão utilizadas para uma dominação, em nome da liberdade, mas acima de tudo, em nome da saúde e felicidade coletivas?

Estaremos ingressando nos próximos dias em um mundo onde será distinto o que é útil, do que é fútil, e serão extintas a beleza, a simplicidade, o encanto, a serenidade, o perfume, e o bom vinho? Não sei a resposta. Mas eu fiz a pergunta. Tome: é sua!


quarta-feira, 18 de março de 2020

Os cavalos de Maomé, e a crise do Corona Vírus - Uma visão bíblica da Esperança (Josué 1:1-11)



Há uma lenda que circula no meio islâmico a respeito da origem do cavalo  puro sangue árabe, como é conhecido entre nós. Seu  nome em árabe é: Kamsa Al Razul Allah (As Cinco do Profeta). Reza a lenda que o Profeta, certo dia, acampou às marges de um ribeirão de águas límpidas, mas confinou cem cavalos por vários dias *alguns falam em 40 dias) sem água nem comida. Ao cabo de certo tempo, Maomé chamou os animais, e apenas cinco éguas correram alegremente eu sua direção, resistiram à sede, fome, e mantiveram a docilidade esperada de um bom cavalo. Nasce aí uma linhagem que, segundo acreditam, perdura até o dia de hoje.

Ainda percorrendo a sabedoria popular, há um adágio que diz: "É o mar bravio que prepara o bom marinheiro". Ou outro, que diz:  "São as topadas que engrossam o dedão". De toda sorte (ou falta dela), estamos falando de sofrimento na nossa jornada pela vida. Muito sofrimento. Muitas noites insones. Muitas lágrimas. 

Há, porém, em toda a adversidade, uma limonada, uma lição, e uma decantação de caráter. Há os perversos, que exploram a desgraça para obter lucros e vantagens, mas há também aqueles que disseminam exemplos dignos de admiração. Vou passar a trazer aqui estes modelos, para que sirvam de inspiração aos que, em algum momento se sentem desanimados e opressos pelas incertezas que despejaram, de um momento a outro em nossas vidas.

Minha passagem bíblica favorita é Josué 1:1-1, que diz assim:
E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo:
Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.
Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés.
Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo.

Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
Aqui D-s está confirmando que haverão inimigos pela frente. Estes inimigos poderão ser pessoas, animais, doenças, calamidades, infortúnio financeiro, ou angústia., mas sejam quais forem eles, nenhum deles prosperará em suas más intenções, contra ti.
D-s também não estabelece prazo para esta proteção e bênção, mas diz que serão ilimitados. Cartão livre para gastar por conta do Tesouro do Céu. O tempo todo.

D-s evoca a Si o testemunho dos dias passados, propondo a Josué, que foi testemunha permanente dos cuidados do Eterno, e que viu todos os milagres proporcionados ao povo, nos dia em que Moisés comandava a caminhada. Está assegurando que não haverá mudança de diretrizes, nem de cuidados. E este testemunho, estas lembranças, fortalecerão os dias de incerteza. 
As lembranças do que tem feito D-s em nossa jornada, das vezes em que nos livros das armadilhas de satã, deve fortalecer nossos passos, hoje e sempre.
Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.
O Eterno dá à Josué uma ordem: Não seja frouxo. Nada será fácil. Nada será dado de mão beijada, mas tens que fazer a tua parte, se queres que as coisas aconteçam. D´s não sustenta vadios, mas não permite que nada falte à quem obedecer às suas orientações.
Ordena O Altíssimo, que  Josué não desanime, e não deixe que os que estão consigo, isto é, o povo todo, desanimem. Se D-s pede que provoquem o ânimo, é porque está também dizendo que às vezes o perigo parece ser mais forte do que a nossa determinação de vencê-lo. Não é. Somos mais fortes, ainda que pareçamos ser frágeis. Nossa força pessoal tem limite, mas é na fraqueza que nos tornamos fortes. Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena, diz O Senhor, no Livro dos Provérbios,24:10 D-s diz com isso que mesmo que pareçamos frágeis, não podemos demonstrar esta fraqueza aos que dependem que não nos encurvemos diante dos desafios. Cabe aos que forem líderes, que fortaleçam o ânimo daqueles que esperam mais do que ordens. Temos uma guerra por vencer e iremos vencê-la, é o que diz D-s à Josué.
E nenhuma ordem divina vem sem uma recompensa. D-s não vai a uma festa sem levar um presente. Toda batalha, seja física ou espiritual, será coroada com recompensa, ao final. os despojos serão fartos aos que não se dobrarem ao desânimo.

Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete a ordem anterior, para que não haja nenhuma dúvida, quando ao que foi dito, ao que deverá ser cumprido, e à recompensa ao final. Mas há uma condição para que as bênçãos sejam distribuídas: Cumprir a Lei! D-s tem agentes nesse mundo, que são as autoridades, e ainda que não gostemos delas, nenhuma autoridade há sem que tenha sido instituída por determinação e permissão do Céu. As Leis são orientadores, guias, para nossa jornada, são os sinais de trânsito pela vida, e tão somente as tenhamos cumprido, já estaremos validando ou "vouchert", o recibo de crédito das bênçãos que esperamos receber.
Não nos desviarmos nem para a direita, nem para a esquerda, diz claramente que devemos ter bom senso, equilíbrio, não nos deixarmos levar pelas paixões exacerbadas em favor de um lado ou de outro. Haverá sempre duas razões nos embates, e ambas tem fortes argumentos para que nos convençamos de sua validade, ao nos decidirmos por uma ou por outra, mas seja qual for a escolhida, não podemos satanizar a que foi preterida, posto que ambas possuem verdades a serem consideradas. Tenhamos bom siso, boa conduta e equilíbrio nas escolhas. Na dúvida, não estacionemos, até que tenhamos refletido, analisado demoradamente cada detalhe e só aí devemos tomar a decisão que nos pareça a mais justa.
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
Conhecer qualquer tipo de lei é uma obrigação de todas  as pessoas. Existem leis difíceis de serem interpretadas, ou porque o legislador não foi claro o suficiente na sua redação, ou porque o povo não dedicou-se a conhecer as leis com profundidade, legando aos sábios, aos mais experientes, que o façam por si, correndo o risco de que não haja honestidade por parte dos sábios, e que usem este conhecimento como forma de dominação espiritual, tornando as pessoas dependentes de seu conforto em tempos de crise, e em troca, prestam-lhes obediência, além de tributos, e regalias.
Há porém aqui uma promessa: para que prosperes, para que tudo o que colocares a mão a fazê-lo seja bem feito, e para que possa colher os frutos desta obediência, os resultados da confiança no Criador.

Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.
Aqui O Eterno repete mais uma vez: "Não to mandei eu?" D-s não repete uma ordem em si, mas faz uma pergunta. D-s não dá respostas prontas, antes faz perguntas, para que a pergunta seja refletida em mim e eu próprio pergunte: Isso vem de D-s? Foi uma ordem DEle? Se foi uma ordem DE, então por que não deveria cumpri-la? São as ordens de D-s tão difíceis assim para serem cumpridas? Não são estas ordens, Leis, Estatutos, normas, especificamente para a nossa segurança? para nossa felicidade?
D-s recomenda que José se esforce. Ninguém sobe uma montanha deslizando. Há pedras, perigos, escarpas, penhascos. Temos que subi-la com cuidado, esforço, inteligência.
Mais que esforço, a proposta divina é que não se cumpra uma jornada, por mais difícil que seja, com má vontade, reclamando, resmungando. "Tem bom ânimo", significa fazer as coisas, por mais difíceis que se apresentem, com alegria, com espírito de louvor.
Hoje cedo, ouvi alguém cantando um hino, a plenos pulmões, na rua em frente ao meu apartamento. Era um homem grande, negro, com um vozeirão, e certa polidez de voz. Ele trabalha na  conservação de um hospital de câncer aqui atrás. Por mais de uma hora, ele cantava, louvando à D-s. As pessoas acham estranho, espalhafatoso, ridículo, que alguém louve ao Eterno em via pública. Não deveria ser assim. Em Israel, vi pessoas com seus carros estacionados à beira da rua, com seus mantos de oração,em pleno horário comercial, voltados para o Muro das Lamentações, proclamando o "Shemá" (Shemá Israel! Adonai Eloheinu, Adonai Echad - Ouve Israel! O Senhor é Nosso D-s. Nosso Único D-s). O louvor perfuma a alma e fortalece o espírito, e quando alma e espírito se abraçam, o corpo se fortalece.

E Finaliza O Eterno assegurando que Se manteria atuante em qualquer lugar, em qualquer luta, em qualquer dificuldade. Assim, a certeza que não estamos sós, nos fortalece o querer e o proceder, e seguimos nossa jornada com mais leveza.

Então Josué deu ordem aos príncipes do povo, dizendo:
Passai pelo meio do arraial e ordenai ao povo, dizendo: 
Provede-vos de comida, porque dentro de três dias passareis este Jordão, para que entreis a possuir a terra que vos dá o Senhor vosso Deus, para a possuirdes.

D-s dia à Josué que se aprovisione, que se prepare, que esteja pronto, sempre pronto para as adversidades mencionadas nos versos anteriores, mas estabelece um tempo para que as coisas aconteçam. O Altíssimo livrou o povo de ser escravo no Egito. Fê-lo atravessar um deserto árido, tórrido, e inabitável, por quarenta anos. E nada lhes faltou, senão inimigos ao longo do caminho, tentando destruí-los, mas que todos os que tentara, dobrar Israel, tornaram-se seus provedores de riquezas. Da mesma forma, as dificuldades, as crises, o desespero, tornam-se oportunidades para que o povo se cale e ouça a voz de D-s. 
Diz o Salmo 23: "Ele faz-me deitar em pastor verdejantes". !"Faz-me deitar", significa que às vezes nossa vida é tão tumultuada para servir ao mundo, e à nós mesmos, que esquecemos de servir os outros, o próximo, se quiser assim, e então D-s, o Nosso Pastor, faz-nos deitar, parar, aquietar, para que repousemos na suas promessas.

Estamos vivendo uma situação de guerra, e a única coisa que não ouvimos, foi tiro, mas é uma guerra biológica, que mata pessoas sem tocar nos bens, e não somos soldados, não somos guerreiros. Somos pessoas, e como pessoas que somos, temos medo da morte, mas temos medo da vida também. Temos medo de uma vida sem sentido, sem propósito. Agora é um momento talvez adequado para que pensemos e façamos planos para voltarmos a sonhar, depois que o inverno passar, pra quando a primavera chegar.


Não deixe que o mundo, que acaba de estacionar no medo, estacione o medo em sua mente criativa. Não deixe que o medo estacione suas garras na sua determinação. Não temas nem te espantes. CR~e e confia. Crê e segue em frente. Esta quarentena nos abriu os portais da esperança, é o que nos resta. Obedecer, purificar, e esperar.

Shalom

Se desejar conversar comigo, adicione meu contato: 48 999 61 1546




terça-feira, 17 de março de 2020

Tecnologia e Hotéis-Incubadoras - Uma nova proposta para Gramado

...
Imagem: hotel utilizado pela delegação alemã de futebol, doado para ser transformado em escola, em Santa Cruz de Cabrália, BA.

Como se diz por aí: "Carpir um lote lá em casa, não se acha um, mas pra colher couve de graça, aparecem quinhentos". Assim, é fácil reclamar da vida, reclamar do governo, reclamar da situação, mas apontar o foco do problema, aplanar o caminho, e trazer solução, ah, são bem poucos os que fazem. Mas tem, e dizia Jesus: "Grande é a seara, mas poucos são os ceifadores". Uma crise é um campo enorme de possibilidades para quem não tem medo de inovar, e menos ainda para quem tem a coragem de empreender. E a tão indesejada crise finalmente chegou. Quem esperaria que um espirro lá na China fosse colocar Gramado e o mundo de quatro para um bichinho tão pequeno, que só com lentes muito poderosas é que se consegue ver? Pois foi. A tal "semente de mostarda" mencionada por Jesus, cresceu mais rápido que a trepadeira do profeta Jonas. E abraçou o mundo, num piscar de olhos. Isso sabemos, então qual a solução?

Grande Hotel Campos do Jordão - Escola
A solução para Gramado, ainda que a situação melhore, é saber que todos, absolutamente todos, tem telhado de vidro. Durante a vida inteira ouvi falar de estabilidade, emprego garantido, poupança e investimentos sólidos, liquidez, investimentos. Mas eu nunca tive nada disso, e ainda assim, estou aqui, sexagenário, correndo atrás da máquina (acho isso meio estúpido, pois nunca vi ninguém correndo atrás de máquina alguma, apenas tentando ganhar a vida de forma honesta, mas deixa pra lá). Vi muitos, que tinham muito, esnobarem os que pouco tinham, e tomarem o pouco que havia daqueles que nada tinham. Vi empresários bem sucedidos cercados de espelhos para se ufanarem, pisotearem em prestadores de serviços, extorquindo-lhes o sangue em troca de minguados, mas também vi estes mesmos trocarem de lugar, e se repetirem os mesmos erros de um e de outro. Quem está em cima pisa em quem está por baixo, e quem está por baixo, ao subir, vinga-se que quem lhe pisoteou o pescoço quando servia de degrau. Mas esta não é a solução para Gramado, porque, acreditem, um dia, todos se nivelam por baixo, a sete palmos, e caixão não tem gaveta, tanto quanto mortalha não tem bolso. Daqui nada se leva, porque nada trouxemos ao nascer. Tudo o que temos pertence , pertenceu, ou pertencerá à D-s, e d'Ele tomamos por empréstimo todas as coisas. Por Ele somos responsabilizados pela administração daquilo que Lhe pertence.

Assim, trago minha contribuição para uma possível solução a médio e longo prazo para quando,
caso persista uma crise, e sabendo que cada crise traz suas próprias soluções, não é de todo loucura imaginar em transformar alguns hotéis em escolas, em incubadoras tecnológicas, em centros de construção do conhecimento, em "e coworkings", e centros de pesquisas, e por que não, em hospitais, desafogando o Hospital São Miguel.

Veja aqui alguns hotéis que foram transformados em escola. E aqui. Hotéis com baixa ocupação estão buscando alternativas, e aqui estamos falando de quantos? 300? 400 em Gramado? Onde é que estas hospedarias irão buscar tantos hóspedes em tempos de crise? na criatividade, óbvio. É aqui que entra a diferença entre que se desespera e geme a dor de barriga, e o que se levanta, e faz uma revolução. Estou propondo exatamente isso: Uma Revolução criativa em Gramado, e proponho direto e sem rodeios, sem voltinhas. Estou propondo a Gramado que amplie suas vendas sem ampliar o concreto. Estou propondo que alguns hotéis de Gramado sejam transformados em universidades, em escolas fundamentais especializadas, em centros de capacitação, em laboratórios, em incubadoras, como já disse acima, e que busquem especialistas para que sejam parceiros nestes empreendimentos. Imagine um destes hotéis sendo transformado parcialmente em estúdios de som, TV digital, e sei lá o que mais pode ser feito nestes espaços, já prontos. Pense você, leitor.

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Estou divagando demais? Talvez, mas olhem eu aqui, apresentando sugestões práticas e viáveis, que
naturalmente não irão funcionar se apenas um aderir à ideia, mas se for transformado em políticas públicas de crescimento sustentável! E o que precisa ser feito para que isso aconteça, fora a disposição dos hoteleiros em ampliarem seus horizontes? Precisa de infraestrutura tecnológica, com melhor acesso à internet (a internet de Gramado é paupérrima, mas pode melhorar). Precisa de escolas que formem profissionais de TI, Engenharias da Computação, Ciência da Computação, Análise de sistemas, matemática, física, design gráfico. Tudo isso é possível, é indústria limpa, capacita jovens (nos velhos eu penso depois), gera empregos, impostos, status, eleva o nível de mão de obra (ou de cérebros de obra, quem sabe), e abre caminho para outras dimensões econômicas, sem precisar recorrer somente às orações (estas são imprescindíveis diariamente), e à mais financiamentos de crise, uma esmola política de governos centrais. Bem, são sugestões apenas. E olha quem nem candidato eu sou.





segunda-feira, 16 de março de 2020

O Dia em que a Terra parou...de novo! Estamos mesmo no fim dos tempos?



"Em 30 de outubro de 1938, marcianos invadiram a Terra. Pelo menos em uma transmissão de rádio que disseminou preocupação e até pânico entre os milhões de ouvintes da Columbia Broadcasting System (CBS) nos Estados Unidos. Às 21h, uma mulher entrou apavorada na 47ª delegacia de polícia de Nova York. Carregava duas crianças pequenas, roupas e mantimentos. “Estou pronta para deixar a cidade”, anunciou para os policiais, segundo relato do New York Times do dia posterior.

Na verdade, o noticiário veiculado naquela estação de rádio era uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, narrada por Orson Welles e pela companhia teatral Mercury Theatre on the Air. No início do texto, uma mensagem avisava que a peça se constituía de ficção. Mas muitas pessoas só começaram a ouvir depois, quando a narrativa retratava a queda de um meteoro em uma fazenda de Nova Jersey e a descoberta de que o “meteoro” era uma nave cheia de alienígenas munidos de raios mortais e inclinados a exterminar a espécie humana." (Fonte: Terra)

Este trecho é parte de uma matéria comemorativa aos 75 anos da radionovela dramática, ficcional, do dramaturgo norte-americano Orson Welles, e que descreve como uma obra de ficção conseguiu entrar no imaginário de uma nação inteira, contando apenas com as ondas do rádio, em menos de 24 horas de transmissão. Foi um verdadeiro caos. Pessoas de todas as partes dos Estados Unidos abandonavam, desesperadas, as suas casas, juntavam pertences, invadiam supermercados, esvaziavam prateleiras, em um desespero coletivo que crescia à medida que as notícias criadas pelo pavor se espalhavam de ouvido em ouvido, causando um verdadeiro cenário apocalíptico. E no fim, era tudo uma bem contada mentira.

Em 1981, um escritor alemão,  Dean Koontz, publicou um livro chamado: "Os olhos da escuridão",
onde relata também em ficção, que um cientista chinês, chamado  "Li Chen", em uma cidade chamada Wuhan, onde criou um vírus denominado "Wuhan-400", que causaria uma pandemia em curtíssimo espaço de tempo, mas que seria debelada tão rápido quanto chegou, no ano de ...2020! Tal epidemia, retornaria dez anos depois e seria extinta para sempre. Este é o relato de ficção do livro de Koontz.

Por essas coisas da vida, Li Wenliang, o médico que detectou o Corona Vírus, ou Covid-19, morreu após contrair o novo vírus enquanto atendia pacientes na cidade de Wuhan, epicentro do surto da doença.

Naturalmente se escrevo, e não sou alarmista, naturalmente o leitor gostaria de uma opinião, no mínimo para ser contestada, a respeito do assunto que eu me atrevo a trazer à reflexão. E tendo em conta que sou um Dati, estudioso das Escrituras, e mais especificamente de profecias bíblicas, a pergunta é: Podemos relacionar estes fatos à alguma profecia específica, a um conjunto hipotético de cumprimento de profecias,  ou a um fenômeno próprio da humanidade, repetido ao longo de milhares de anos, muitas vezes, levando à morte prematura dezenas de milhões de pessoas, ao longo da existência humana, e que estaríamos apenas atravessando uma nova onda de extermínio "natural" da evolução do mundo e do universo?

Para que não pese a minha opinião, vamos analisar o primeiro caso, as profecias da Bíblia. Não vou aqui detalhar quais são estas profecias, posto que exíguo seja o espaço e o tempo do leitor, mas posso dizer com convicção que milhares são as profecias do Livro Sagrado que indicam uma série de fatores no mundo natural, e do comportamento humano, que precederiam a chegada do Messias, o Reinado Messiânico, ou a Nova Era, seja qual for o viés escolhido para seguir, no tocante ao chamado "Fim dos Tempos". Então, sob este aspecto, sim, quem tiver disponibilidade para examinar corretamente os fatos e as predições, encontrará elementos que confirmem não apenas a pandemia coronária, como qualquer outra em curso (vem aí mais uma, o H5N6, que já está abatendo a Ásia), mas temos ainda um rescaldo enorme na tuberculose, na varíola, que, embora considerada extinta, está voltando com fome e sede de vingança, e outras tantas espalhadas pelos continentes, muitas delas não relatadas, por conta da situação miserável dos países onde estão se proliferando. Isso tudo, se não levarmos em conta as guerras, as intrigas entre nações que nem sabem direito a língua uma da outra, não são vizinhas territoriais, mas que por essas coisas ruins do Ser Humano, teimam em aniquilar-se mutuamente, não sem antes destruírem-se moralmente perante as perplexas nações que se amontoam pelos cantos roendo unhas e tremendo de pavor. Então, sim, é minha resposta: há contundentes evidências que se enquadram perfeitamente nas visões apocalípticas escatológicas de muitos profetas, bíblicos e extra-bíblicos, que sugerem tempos de angústia e recolhimento para o mundo.

Se eu fosse traçar um comparativo do que está acontecendo, com algum relato bíblico, talvez eu associasse à Nínive, a capital da Assíria, que estava se excedendo na esbórnia, na maldade, nos maus tratos com as outras pessoas, e que receberia a paga através das consequências do que fazia. Assim, o profeta Jonas recebeu a incumbência divina de alertar Nínive, seus habitantes e autoridades, pois, segundo o argumento divino, "eram incapazes, os ninivitas, de distinguir a mão direita da mão esquerda, e que mereciam uma oportunidade de discernirem o que era errado, abrindo-lhes os olhos do motivo de sua eventual punição. E de fato, aconteceu, Nínive inteira jejuou, se arrependeu, orou à D-s, e obteve uma sobrevida de mais setenta anos. Depois esqueceu tudo, e aí desandou de vez.

Às vezes achamos que D-s é injusto, e perguntamos o porquê de certas coisas. Não perguntamos a razão de que Ele instituiu leis de proteção e amparo aos pobres, aos órfãos, às viúvas, e deles nos esquecemos completamente. O mundo se esquece. Quantos e quantos apelos diários são levados para que auxiliemos a África destruída, os Médicos Sem fronteiras, a Cruz Vermelha, e tantas instituições de amparo às vítimas da fome e das guerras, e em lugar disso, o que fazem as nações? Compram, fabricam, e vendem armas. Gastam trilhões de dólares em munições e artefatos de guerra, que será levada a efeito exatamente nos lugares onde a miséria humana já havia chegado ao fundo do poço.  Ou onde acham que é feita a Guerra na atualidade? Na Síria, destruída e governada por um ditador sanguinário; na Líbia, na Nigéria, no Sudão, todos lugares onde não há mais um pé de árvore que dê fruta, nem uma horta para colher um pé de couve. Apenas cinzas, crianças abandonadas, escombros, e troar de canhões, bombas, metralhadoras, e toda espécie de atrocidades possíveis. E Sim, isso também faz parte do pacote que precede a intervenção do Messias neste mundo, porque o Ser Humano atingiu a borda da taça do sofrimento e da ira.  E pergunte se é O Messias o culpado por isso tudo? Claro que não! Uma profecia não é uma sentença, mas um aviso. E se somos capazes de ler placas de aviso, então podemos segui-las, ou esperar que tropecemos no próximo obstáculo anunciado por elas. Emfim, sim, é minha resposta: São profecias que se cumprem, mas infelizmente não dão datas, apenas indícios.  Cabe à nós, interpretá-los e mudar nossas atitudes, ou descartá-los como falácia, e enfrentarmos as consequências de nossa incredulidade.

Mas ainda falta a questão evolutiva, das epidemias que varrem a humanidade, de tempos em tempos, e sim, elas acontecem, e não estamos livres de que esta seja apenas mais uma destas calamidades ocasionais, o que torna o mundo uma esponja de desgraças, um prato cheio para que a miséria novamente leve a humanidade inteira para um período de trevas, e que não se duvide, porque elas já povoaram a história várias vezes, e se hoje, dominamos a tecnologia, somos capazes de chegar à outros planetas, e que apesar de provas reais da esfericidade da Terra, ainda perambulam zumbis da ciência, mortos-vivos do conhecimento, batendo na tecla da Terra Plana, percebemos que a tecnologia não surte nenhum efeito na obtusa mente até mesmo que frequenta as academias, o que diremos quando tratar-se de sentimentos inerentes à poesia da alma, como a empatia, a percepção da dor alheia e a determinação da busca de soluções, não porque eu preciso, mas porque você precisa? Então, sim, o meu sim também para esta questão é: Podemos estar no meio de uma betoneira evolutiva, e se isso for mesmo verdade, então nossa esperança se anula por inteiro. Nossa fé perde completamente o sentido, e o amor ao próximo é apenas uma falácia para tomar o dízimo dos crentes.

E sobre o livro de Koontz? É uma profecia moderna? Não! A mim parece uma inspiração. Nada mais que isso. Inspiração, que pode ter dado o cenário para construção de elementos com semelhança, para dar credibilidade ao acaso. Acaso nunca existiu. Se não podemos explicar, é obra de quem foi capaz de esconder a verdade de nós por certo tempo. Apenas isso. Se podemos explicar, somos gênios. Também nada além disso. Mas acasos não existem. Esta é uma das certezas que eu tenho.

Estamos atravessando o "Pit Stop" da Terra, que foi ali mijar, e já volta. Será que dá tempo para fazer um lanche antes de prosseguir a viagem?







sábado, 14 de março de 2020

O Vírus, a cebola, e eu



Em 2016, passei alguns meses em Gramado, trabalhando no atelier do centro Municipal de Cultura. Morava a 6 km, e tomava dois ônibus diariamente, geralmente, lotados, muito lotados. Teve um período em que quase todos estavam resfriados ou gripados, naqueles ônibus. Convivi com gente muito gripada, e eu, estava próximo dos 60 anos, portanto, velho, portanto, no grupo de risco.
Eu tomava meus cuidados, o que sempre fiz, muito antes disso. Higienizava as mãos, banho diário (às vezes, à meia noite, com temperatura negativa lá fora), e comia muito, muito alho, pimenta e cebola. Comia muitos ovos, e tomava muito chimarrão, chá, e algum café. Por esta combinação alimentar, Channel e eu, não tínhamos nada em comum. Fedia a alho, tinha bafo de cebola.
Todos se griparam, à minha volta.
Eu atravessei o inverno sem dar um único espirro.
Lasque-se o bafo, o cheiro de alho. Dane-se o Corona, o H1N1, e todo o resto das imundícies que derruba tanta gente todos os dias.
Eu não estou livre de ser contaminado e contrair uma pereba dessas. Ninguém está.
Outro dia, na casa onde morei, em Águas Mornas, um pequenino paraíso, tive que defenestrar uma serpente que resolveu dividir a casa comigo, sem ajudar nas despesas. Estava a 15 centímetros da minha mão, que tem muitas veias salientes. Ambiente ótimo para inocular duas gotinhas letais de veneno. Já em outro dia, ao voltar pra casa, fiquei preso em um engarrafamento, com chuva, e o limpador de para-brisas é hipnótico, me acreditem. Peguei no sono, por uma fração de segundos. Poderia ter sido grave, mas não foi. Nada aconteceu, senão que eu me mantivesse mais alerta.
Então, nós somos cercados de perigos, muitos deles, mortais. E daí? Não precisamos provocar o perigo, nos expormos á ele, mas ele existe, é real. Mas nem por isso, precisamos desenhar nosso destino tendo o medo como combustível.
O medo mata e a morte pelo medo é a mais dolorida, porque nos mata enquanto ainda estamos vivos, mata aos poucos, mata de dentro pra fora.
A única coisa da qual estou livre, é a paranoia que vem varrendo o mundo. E se um dia ela chegar, quero ter a lucidez de olhar para as vezes que fui salvo misteriosamente de tais perigos. Então, fiz a opção de confiar que tenho anjos cuidando de mim e dos meus queridos.


sexta-feira, 13 de março de 2020

Adeus, abraço! Eu vou partir....

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Imagem - Internet
O título é um trocadilho. Eu amo trocadilhos. A vírgula poderia ser retirada, e ficaria assim: "Adeus abraço! Eu vou partir!" E essa é mesmo a segunda e primeira intenção da reflexão: Adeus ao abraço. Então, a frase "Adeus, abraço!", torna-se falsa, porque o abraço de adeus, ou de encontro, foi suprimido. A civilidade está se desintegrando como pão farelento no aperto da mão. Olha aqui outro trocadilhos. Hoje estou insuportável. O aperto de mão também dá adeus, e sem abraço, sem aperto.

O velho e mau diabo continua sendo diabo, se inovando a cada dia mais. Quando o mundo parecia já saturado de problemas, ele aparece com mais um, dois, uns duzentos, talvez. Ah, você acha que estou falando do tal Corona Vírus: Que nada! isso é café pequeno. Tem coisa bem, mas bem pior que isso para derrubar de vez o moral das pessoas, para entristecer de fato: Está declarado extinto o abraço, o aperto de mão, e até mesmo o afago. "Don't touch me!" (Tradução: Tira os dedo seboso das minhas teta), dizem os americanos. "Não-me-toque", o pequenino município escondido no interior do Rio Grande do Sul, a terra do abraço, tão forte, que recebe o nome de "Quebra-Costela", do aperto de mão cheio de trejeitos e salamaleques (a palavra vem se Salam Aleiko, ou Shalom Aleichem - A Paz esteva contigo), que traduz em toque de partes corpóreas não pudendas, a expresão de afeto, de boas vindas, de saudade, de consolo, de amizade. Pois é. Acabou. O diabo venceu também, e assim como o Sul do país é a região mais fria, e portanto mais suscetível às enfermidades próprias desta clima, começarão as vacinações pelo Rio Grande, e também o expurgo do abraço, três beijinhos, aperto de mão, e pra arrematar a diabice do tal, a proibição do chimarrão. Acabou tudo!

O objetivo deste ensaio não é enaltecer a obra em franca expansão do maldoso, mas demonstrar que
finalmente ele conseguiu um jeito de criar novos costumes em menos de uma lua de tempo. Em nome do cuidado com a saúde do outro, e da própria, as conversas passarão oficialmente pelos Smartfones, tablets, ou qualquer outro instrumento satânico a ser criado que consiga afastar as pessoas.

Fico pensando em quem estará lucrando com esse pandemônio desta pandemia, senão, em primeiríssimo lugar, a indústria de aplicativos, equipamentos, e websites, que proliferarão uma imensurável quantidade de dispositivos para oferecerem segurança, proteção, e entretenimento às pessoas, fazendo com que esqueçam elas, na maior brevidade possível, o que significava um aperto de mão entre duas pessoas civilizadas.

A coisa mais linda entre um grupo de pessoas era exatamente ser um grupo de pessoas. Em breve, será considerado um ato subversivo, uma conspiração para matar a cidade de alguma doença que nem se sabe  bem o que é, pois ainda não existe. Mas basta que duas ou três pessoas se reúnam, como Jesus ensinou, que isso não será visto como uma comunhão, uma fraternidade, mas uma conspiração embrionária, sujeita à penas altíssimas.

O abraço e o aperto de mãos são tão antigos quanto a própria civilização. Os russos, dão beijos na boca (para darem, quem sabe, uma lambidinha no resto de vodca que congelou no beiço do afeto). Os esquimós, esfregam os narizes congelados um no outro. Os franceses, dão três, quatro, ou umas duas dúzias de beijinhos no rosto. Os cachorros lambem o tico e depois lambem as pessoas (engraçado, que ninguém recomendou que não se deixasse lamber por cachorrinhos, os quais lambem o...ah, vocês já sabem o que). Os gatinhos se lambem inteirinhos, e depois esnobam o dono. Pelo menos gato não vai transmitir Corona Vírus pras pessoas. Então, o mundo amanhecerá um pouco mais triste depois que tudo passar. Enquanto isso, o diabo já pensou em outra malandragem para deixar o mundo mais bagunçado. Eleger o Lula, talvez. Não, isso nem o tinhoso quer pro reinado reinento dele, que tá indo tão bem.


quinta-feira, 12 de março de 2020

Corona Vírus, o Apocalipse, e O Messias


E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.
Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.
E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.
Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.
E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.
Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

Lucas 21:24-31

Temos aqui dois cenários possíveis: O primeiro é um conjunto de verdades se conectando, mas também este conjunto forma uma mentira muito grande, baseada na indústria do pânico, ruidosa, poluidora, e caótica. Esta mentira é colocada numa caixa de ressonância, e se propaga ao vento de tal maneira, que em poucos instantes, até uma montanha faz tremer.

Assim, aquilo que é uma verdade, soma-se à outra, e outra, mas com diferentes direções, e o caos está montado, instalado, e agindo sem freios. Assim funciona a indústria da perplexidade, onde todos nós somos agentes de prospecção, onde cada um é responsável pelas vibrações que se reverberam em cada compartilhamento de áudios, vídeos, textos dramáticos, e assim, quem está protegido em suas bolhas, enriquece com o medo, com a informação acelerada, que torna-se desinformação letal.

Desinformação mata, e excesso de informação é a primeira ferramenta para desacreditar nas informações genuínas. Uma má notícia, entristece, duas más notícias, alarmam, mas um conjunto de notícias ruins desencadeiam um descontrole de tal dimensão, que já não se pensa mais na fonte, e sim nas consequências.

Já recebi áudios de gente falando em estocar alimentos, remédios, água, como se uma hecatombe nuclear estivesse próxima. Ora, nem vou me estender falando sobra os gráficos que mostram que  a tuberculose mata 56 vezes mais ao dia do que o Corona, e nem teria pauta para argumentar aquilo que os especialistas não concordam entre si, com todos os recursos científicos disponíveis ao redor do mundo. Quem sou eu pra isso? jamais!

Minha leitura não está no grau de letalidade do vírus, e sim no rebuliço que uma informação verdadeira, mas mal dimensionada pode causar no mundo. São 7 bilhões de pessoas no mundo, e se todas conhecessem o assunto, seriam 7 bilhões de verdades disseminadas como únicas. Então fica complicado tentar manter o equilíbrio nesse momento. Aqui entra a minha teoria própria de conspiração, e talvez nem eu mesmo me assuste com ela, posto que é teoria. Pense comigo:

Se tudo for mesmo assim, estamos em um cumprimento de profecia. Se nada for o que parece, também estamos num cumprimento de profecia, pois a mentira e a estupefação em busca da verdade, e nunca se desejou tanto a verdade quanto agora, são acontecimentos profetizados para o fim dos tempos ruis, e surgimento da Era Messiânica, ou como creem os cristãos, a Volta de Jesus. Em ambas as situações, espera-se a intervenção divina através do Messias. Os cristãos esperam isso; os judeus desejam isso, e os muçulmanos não veem a hora que isso aconteça. E eu acredito nas três situações: O Messias está vindo.

A grande epidemia que acontece não é de virus, mas de medo. O grande sintoma não é a tosse nem a febre, mas o medo. O medo mata mais que tudo, mata lentamente, mata sofrendo. Assim, até que a verdade se estabeleça, muitos poderão deixar de viver na plenitude da esperança, para desabarem na perplexidade do desespero. Eu não quero estar nessa contagem. Quero estar entre os poucos que ainda acreditam que é preciso preservar a fé, manter a dignidade, e não ajudar a proliferar o medo. Ainda prefiro escrever meus longos e difíceis textos, para que, quem os leia, perceba que é muito mais seguro manter-se agarrado na verdade, num cantinho qualquer,  do que deixar-se deslizar pelo medo mundo afora, levado pelo tsunami de pavor que o excesso de informação pode causar. A diferença entre o veneno e o remédio, é a dose, já dizia Hipócrates, na antiguidade.

O Apocalipse (Revelação) é decididamente o momento em que o que não presta está revelado, o que é ruim, se escancara, o que faz mal, vem à tona. E o mal se propaga como ondas de choque, como os círculos concêntricos de uma pedra atirada no espelho d'água, onde o epicentro forma círculos concêntricos que se espalham em amplitude multiplicada, cada vez maiores, até que esbarram na margem do lago, e se dissipam. Quem joga a pedra nunca sabe em quanto tempo a última onda, o último círculo leva para encontrar a margem, mas sabe que é certo que a encontrará.

Estamos com uma enxurradas de pedras jogadas no lago do mundo. Ninguém mais consegue fazer com que as ondas retrocedam. Assim, respondendo a questão inicial, das duas uma: Ou estamos atravessando uma sequência de ondas mentirosas, e o desfecho disso é a intervenção do Messias, ou as ondas são verdadeiras, e apenas O Messias as podem frear.

Estamos atravessando, assim eu creio, a última onda da pedra que foi jogada no lago. Vivemos o último entardecer, e ainda que essa crise passe, e acho que vai passar, ela apenas nos prepara para outra que virá depois, e outra, até que o mundo esteja saturado de crises, e descubra que não tem capacidade de administrá-las, que os governos e seus trilhões de dólares são insuficientes para dirimir o pavor, que são aptos apenas para disseminar a incredulidade, e estasiarem as nações com sua incompetência. Assim, O Messias é a margem do lago. E está chegando, mais cedo do que muitos esperam. Eu espero que venha logo.

Mais que nunca, o mundo busca a paz, e não apenas o intervalo entre uma guerra e outra. O Mundo precisa de uma paz que permita aos Homens, ao menos os de boa vontade, que sintam a brisa do amanhecer, o frescor da noite, e o perfume do amanhecer.

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terça-feira, 10 de março de 2020

Moral e civilidade - D-s (Deus) como limite da conduta

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Imagem: getty

O recente e incômodo episódio do midiático médico, Dráuzio Varella, e do horrendo estuprador e assassino, com a decidida atitude de conduzir e confundir a opinião pública acerca de valores e costumes humanitários, acabou gerando um total desconforto na população, onde apenas a própria emissora que armou a presepada, e o repórter de ocasião, trataram de justificar o fato, em lugar de reconhecerem que erraram em todos os caminhos: no jornalismo, que em lugar de dar a notícia, montaram o circo para gerar a notícia, o que por si torna-se anti-jornalismo, manipulação, e na medicina, representada pelo blogueiro, que em lugar de cuidar de seu bem visitado blog, resolveu ingressar em um território, no qual é um perfeito forasteiro: a religião.

Dráuzio Varella é ateu, mas nem por isso deixa de ter, professar uma religião: prega um ateísmo capaz de gerar a crença que é o Ser Humano capaz de estabelecer seus próprios limites, seu próprio padrão de bem e mal, e que D-s seja uma invenção dos fracos para justificarem sua falta de raciocínio lógico, ao não explicarem aquilo que a ciência ainda não decifrou. Assim, não crer em D-s é crer em si próprio, no Ser Humano, e no acaso.. Isso é uma religião. Então, o médico que tentou bancar a Madre Teresa, ou Francisco de Assis, na empatia com os encarcerados, tentou pregar o seu ponto de vista no tocante à empatia com o sofrimento humano.

Alguém descobriu e levou ao editor da emissora, uma estatística bizarra, onde descreve o percentual de apenados com preferências sexuais não convencionais, e demonstra que em mais de 90 por cento dos casos, são condenados por crimes de menor gravidade, como roubo, tráfico, arruaças. É um fato. Também é um fato que com tantos trans para escolherem, foram no pior de todos (pior na gravidade do crime, não na escolha sexual), foram direto no que cometeu a pior das brutalidades contra uma criança, em todos os sentidos, e douram de tal forma a pílula, transformando excremento e glacê de bolo. Nojento. Sinistro.

A questão aqui é: Onde D-s entra nesse e em outros casos? Pode a pessoa ser melhor ou pior, se crê, o se não crê em D-s? Como se justifica que pessoas que se dizem religiosas, possam cometer atitudes más, enquanto ateus ou céticos, tenham conduta elogiável, e em muitos casos, uma maior empatia com a generosidade? Da mesma forma, o contrário também é verdadeiro: ateus cometem atrocidades, e religiosos são pacíficos diante do sofrimento proporcionado por outros. Então, qual a relação de D-s com o bem e o mal, com a bondade, a generosidade, e a maldade humanas?

Vamos ao caso citado: o médico é ateu, e cita um juramento pagão como justificativa de sua conduta, ao responder críticas. Alega não ser juiz para julgar a quem comete atos generosos. Vou chamar esta atitude de "Ética tardia", ou "Justiça irresponsável", e explico. A palavra "Ética", provém do grego: "Ethos" - cobertura, proteção. A palavra "Justiça", é de origem latina e se origina em "Justítia", do latim, e significa tornar justo, ajustar, acomodar ao espaço que lhe é devido, também traduzida por "Equidade", o que torna igual, Assim, pratica, em nome da ética, a justiça, mas evita usar o termo próprio da religião, "Amor ao próximo", o que melhor traduziria a situação, desconsiderando o desfecho midiático. Assim, não é a brutalidade do crime que impediria ao blogueiro dar fluência ao instinto fraterno, e a disposição de fazer o bem sem olhar a quem, que causa comoção, mas a publicidade dada ao caso, e a justificativa injustificada dada como reparo da situação.

Mas e D-s, como fica nesta situação, ou outra qualquer, onde o bem e o mal se digladiam pelo direcionamento de outras circunstâncias, onde não há alguém olhando, filmando, e publicando o feito? Aqui entra o profundo e quase desconhecido significado de um costume judaico, o uso da "Quipá", aquele pequenino gorro, ou de um chapéu, cobrindo parte, ou toda a cabeça do devoto, especialmente na presença de ambiente ou situação de cunho religioso. Mas o que significa a quipá, e qual o seu efeito para quem o utiliza?

Quipá vem da mesma raiz da palavra "Cappelo", Chapéu, e Cabelo, e especialmente da palavra "Cobrir". Aqui encontramos uma forte relação com as palavras "Cobrir" e "Cobertura", proteção da cabeça, e por fim, Ethos, ética. Então o significado é cobertura, proteção. Mas cobertura do que e proteção do que?

Há duas respostas: O primeiro significado diz que aquele gorrinho é o limite do Ser Humano,  que é o elo de ligação entre o céu e a terra. Os pés estão sobre a terra, tem um limite inferior, mas a cabeça, ainda que presa ao pescoço, sustenta o cérebro, a mente, a imaginação, a liberdade, o livre arbítrio. Então, o pequeno gorro, a quipá, estabelece o limite da mente humana, do orgulho, do livre arbítrio. É o limite físico e mental do domínio humano sobre si mesmo e sobre o mundo.
O segundo significado nos diz que, uma vez que todos estamos sobre a terra, e temos nossa mente voltada para as altura, somos todos iguais, em direitos, obrigações, liberdade, e responsabilidade. Ninguém está acima de nós, exceto D-s. Ninguém está abaixo de nós, exceto a terra onde pisamos. Assim, a consciência de que há Um D-s que regulamenta nossas ações, propõe-nos também limites, que nos igualam aos demais humanos, e são estes limites, demonstrados por Leis, por Mandamentos, que nos direcionam para uma caminhada longa, até o destino final, e este destino é sugerido pelas religiões, cada uma a seu modo, como eternidade, vida eterna, felicidade suprema.

Então, por uma questão de ambição, necessária como força motriz desta caminhada, há um conjunto de leis e regulamentos, e estas leis e regulações nada mais são do que as niveladoras dos outeiros e escarpadas para que todos possam caminhar com dignidade e bem estar até o fim da jornada. A ética faz isso. Apenas isso: prepara caminhos e costumes, para que um respeite o outro, e se faça respeitar, enquanto a eternidade não tome conta de todos por meio de um plano divino, chamado de "Salvação". É assim que trabalha o conceito de que há Um D-s Criador, Mantenedor, e Salvador, e que, nossas atitudes nos levam, e também a outros, com dignidade até o fim da jornada. Assim age a cabeça de quem crê m D-s, e espera uma recompensa, para si e para os outros.

De outro lado, temos um vazio divino, isto é, não temos nenhum deus à nossa espera, e estamos largados no mundo, perdidos no Universo, à própria sorte do acaso das casualidades randômicas, à espera de nada, oferecendo coisa alguma. É nesta direção que o ateísmo procura sobreviver por si mesmo, oferecendo ao ateu o bem e o mal como um pisca pisca que ora oferece solução, ora desesperança e acelera o fim. É pela falta de uma referência invisível, infinita, e atuante, que o ateu justifica-se pela lei da sobrevivência, onde o mais forte subjuga, domina, devora o mais fraco, e fortalece-se com seu sangue, encoraja-se com sua dor, e continua sua jornada ao vazio buscando novas vítimas para saciar seu apetite por uma vida que sabe (ou imagina) que termina em poeira e vento. Não tem esperança, portanto não tem regras, e as regras de cada sociedade podem valer para sobreviver o máximo que puder dentro daquela sociedade, e que ao ultrapassar cada fronteira, sua expectativa de sobrevivência pode ser maior ou menor, mas não poderá entender como errada aquela sociedade, uma vez que ela faz o que faz para manter-se viva o máximo que pude, porque o que passar disso torna-se especulação de ignorantes. Desta forma, justificariam o canibalismo, o estupro, o vampirismo, as atrocidades, a barbárie, afinal, são apenas pessoas sem cultura suficiente para se tornarem mais elegantes e falarem com mansidão, ainda que na justificativa de darem suporte moral a quem foi imoral.



sexta-feira, 6 de março de 2020

Preguiça mental, o tempo, e a verdade - Porque eu escrevo e porque muitos leem o que eu escrevo




Às vezes faz-se conveniente, o inconveniente de justificar o que se faz, para que, uma vez feito, torne-se compreensível e justificável. De tudo o que eu tenho escrito e publicado (e olha que lá se vão mais de mil ensaios em três anos, apenas no Blog), até a presente edição, não recebi nenhuma contestação ou corrigenda ética de nada que eu escrevi, com exceção de deslizes de digitação, ou alguma eventual concordância que passou batido, nenhuma expressão, ainda que mais contundente, foi rebatida na condição de infame. nenhuma. Isso deve-se principalmente à postura que mantenho, intrínseca, que torna desnecessário o patrulhamento vernacular ou ético, uma vez que esteja contido em essência e não como cosmético no meu modo de ser, falar ou escrever. Uso meu livre arbítrio com responsabilidade para que não me sobrepuje nenhuma arbitrariedade por algum mal feito. Simples assim.

Muito do que eu escrevo é de difícil interpretação para quem usa leitura dinâmica, para quem fotografa mentalmente um quadro de texto, e insere no subconsciente algumas palavras-chave, e destas, formula sua linha de raciocínio dentro daquilo que eu escrevi. Porém, quando chegam na metade do texto, e descobrem nele alguma relevância lógica, percebem que precisam retomar a leitura desde o início, palavra por palavra, vírgula por vírgula, e assim seguem até a última sílaba, voltando, relendo, estruturando sua linha de pensamento, que, por estas sortes que a gente tem na vida, acaba sendo bastante parecida com minha própria forma de pensar e colocar as coisas.

Há porém os que reclamam do tamanho dos meus textos, e ameaçam mesmo que não irão mais ler o que eu escrevo, se eu não mudar minha forma de escrever. ora! Se eu não fosse eu, não escreveria desta forma, pois para mim, escrever não é fazer relatório.

Meus temas vão muito além de relatar, contar os fatos, pois eu não faço jornalismo e sim análise dos fatos que o jornalismo publica. Enquanto o jornalismo convencional informa que choveu, eu quero saber como as pessoas se comportam, como percebem a chuva, como convivem com a água que cai do céu, como sobem ou descem o morro e o que pensam enquanto sobem e descem o morro, apesar da chuva. Eu sou o sujeito que, insatisfeito em beber a água do coco, quero saber como ela foi parar lá dentro. Então, eu escrevo para todos, mas sei que o meu universo dos "todos" é fracionado entre os que muito leem, os que pouco leem, os que leem títulos e correm para as imagens, e aquelas que nem sabem o que significa uma interpretação de texto.

O que eu escrevo é para as pessoas que caminham além do horizonte, e não acham que montanha seja obstáculo, mas oportunidade de ver o mundo lá do alto. Escrevo para os que desejam mudar a sociedade, e construírem uma civilização, mas sabem que apenas olhando a chuva nada poderão fazer quando vierem as tempestades.

Então, eu não escrevo muito. São eles quem conseguem ler pouco, e entenderem menos ainda.  Não se compreende o conteúdo de um livro pelo título da capa impresso em letras douradas. Eu escrevo para que se montem bibliotecas e não tirinhas de almanaques. Escrevo pela ânsia de cumprir o mandamento bíblico de buscar a Sabedoria onde quer que ela esteja. E se ainda não a tenho, muito a desejo. Por isso eu escrevo do jeito que escrevo. para aprender com meus erros de sintaxe, e corrigi-los, se for possível.


Cinco ideias para conquistar seus eleitores, sem precisar mentir


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Imagem: Picryl
Começa, o leitor mais inquisitivo, a imaginar que eu parto do princípio que todos os candidatos em campanha mintam, certo? Errado! São incontáveis os candidatos bem intencionados que percorrem o país em busca de votos, percorrem seus estados, seus municípios, seu bairro, e até mesmo sua rua, tentando convencer os eleitores que eles, candidatos, representam o último bastião da liberdade e da democracia ao alcance do voto, e que o mundo será dividido no "antes" e no "depois" que eles, eleitos, começarem o processo de transformação da sociedade. Todo político honesto deseja transformar a sociedade, e que seja a partir do seu mandato, sob sua influência pessoal. É assim que funciona o pensamento político dos candidatos.

Assim como um recém formado Bacharel de Direito, imaginar que esteja esperando por ele um grande júri popular, e que ele, do alto de seus recém adquiridos conceitos acadêmicos do Direito, possa defender o indefensável, diante de uma plateia entorpecida pela sua homilética, inebriados pela sua oratória eloquente, mas que ao cabo de dias, horas, talvez, descobrem que antes de enfrentar um grande júri, terão que despachar petições intermináveis nos balcões dos cartórios forenses, e sei lá quantos atendimentos gratuitos terá de fazer, antes que um primeiro caso de briga por qualquer "dá cá uma palha" precise de defesa ou de um "Habeas Corpus". Na política é  igualzinho.  Assim como numa corrida de maratona, onde arrancar voando na largada é contraproducente, também na carreira política, menos é mais, e desejar é mais que alcançar, mas ensejar para continuar, é a premissa que vale para fortalecer o passo, para que caminhe seguro, para que chegue aos objetivos, e saiba antes quais são estes objetivos, que estude as possibilidades, que trace estratégias para ter e saber o que fazer condo chegar à tribuna. Então, vou simplificar as sugestões:

1 - Avalie sua saúde física, mental ética, moral e espiritual, antes de pensar em uma aventura eletiva.
Digo aventura, porque sem preparo, na incerteza, e sem estribo físico, moral espiritual, não passa disso mesmo: uma roleta russa, em uma arma com uma bala a menos, apontada sobre sua cabeça.
De nada adianta o candidato pensar em ingressar em uma campanha política, sem estar fisicamente preparado, pois ele não irá buscar votos apenas para si próprio, mas fará parte de um conjunto de pessoas que estarão trabalhando umas pelas outras, no contexto de unidade partidária, e todos dependem de todos nesta jornada. Um único deslize morar da parte deste candidato, poderá desmoronar o resto do grupo, da coligação, ou do Partido.

2 -Avalie seu território, mapeie seu bairro, sua rua, conheça bem as pessoas, e mais que isso, com bastante antecedência, faça-se conhecer, torne-se conhecido, para que não seja atacado, desprezado, pisoteado, por conta da ideologia que você prega. Faça uma análise do perfil das pessoas a quem pedirá votos, e cuide em não pisotear nas crenças pessoais destas pessoas, não apenas religiosas e políticas, mas de costumes e tradições.

3 - Prepare-se intelectualmente para responder à todas as questões levantadas pelos eleitores. Se você representar a situação no governo, procure conhecer, por suas lideranças no Executivo, os desafios encontrados, as soluções oferecidas, e aquilo que ainda resta por fazer. Procure falar a linguagem destas pessoas, sem perder o seu modo de falar, isto é, fale de uma forma que seja compreendido, quando for questionado, e jamais, eu disse jamais defenda com veemência as suas ideias enquanto estiver no território do eleitor, ou seja, evite discussões, evite debates inócuos, e prossiga oferecendo de maneira criativa, mas também metódica,  o desafio e junto, a solução que esteja ao seu alcance resolver. Estude minuciosamente a cartilha de seu partido, pois dez em cada dez candidatos desconhecem com profundidade a cartilha que rege os princípios partidários, e não é incomum que em suas campanhas defendam ideias de modismo, mas frontalmente contrárias às letras miúdas das cartilhas ideológicas dos Partidos Políticos.

4 - Prometa tudo, mas tudo o que pode ser feito dentro de seu limite de capacidade, e não aquilo que dependa dos outros para ser cumprido. De nada adianta a um candidato a vereador prometer melhores escolas, se ele desconhece a real situação da educação, e se desconhece o limite imposto pelo cargo, sabendo que sendo eleito, terá que seguir os protocolos próprios de uma administração. Assim também, o candidato à Prefeito, não poderá garantir a construção de ruas e pontes, se não souber como encontrará recursos para esta execução, e deve saber que sem apoio do Legislativo, não vai fazer muita coisa. Exemplo pra isso não falta.

5 - Jamais, repito, jamais fale mal de seu adversário, na ânsia de adular seu eleitor, pois ainda que simpatize com sua plataforma e pessoa, você não conhece a ligação daquela pessoa com seu oponente, e ainda que seja a seu inteiro favor, você corre o risco de que este eleitor seja ético, e não aceite o tipo de ilação e maledicência que muitos candidatos expõem em seus discursos, uma vez que estejam vazios de propostas.

Minha "quase esposa" do Tadjiquistão

Pois parece um pesadelo doido, mas o fato deu-se como verdadeiro. Eis o causo: No cotidiano da faina, lá pelos idos de 2012, recebo pelo mes...