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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Você é Lindo! Você é Linda! - Quando a Moda Dita a Nossa Estima



Gosto da beleza. Dizia também  o inteligentíssimo e controverso  Clodovil, que "D-s Está na Beleza!". Concordo com a intenção e discordo com a afirmação. D-s não está na beleza, mas a beleza está em  D-s. Muda tudo. Mas o que é a beleza? A quem se curva a beleza e quem diante dela se extasia? Ou se estasia? Como se mede sua intensidade, ou onde encontrar seu padrão primordial? Qual foi a primeira beleza identificada, ou quais atributos são necessários para encontrarmos o equilíbrio da nossa própria beleza? O que é belo, e o que não é?

Há inumeráveis ensaios já escritos e padrões descritos como determinantes do grau de beleza das pessoas, e são as mulheres, principalmente, quem mais sofrem por causa dela. E é a poderosa indústria de cosméticos quem mais causa este sofrimento, pois quando oferecem a uma mulher um kit de maquiagem, estão dizendo: "Você é feia, mas podemos dar um jeito nisso!" Ou é a indústria da moda, que a cerca pelas ruas, atrás de vitrines que mostram, de um modo, o espelho, que traduz a dura realidade da próxima vítima, onde, primeiro, o espelho, a sombra do toldo, e ao lado, uma convidativa porta de vidro que anuncia: "Entre. Ar Condicionado!". Lá dentro, uma música suave, um perfume inebriante, uma iluminação que não ofusca os olhos, mas direciona para as roupas e calçados, e uma vendedora que parece ter saído de um comercial de perfume francês, adulando, valorizando a combinação "perfeita" do modelo à frente com a cliente, mas ao lado desta, um horrendo espelho dizendo: "Esta é você agora! E sua única oportunidade de sair daqui "poderosa", é se enfiando dentro deste pedaço de pano em forma de blusa que esta generosa e milagreira vendedora vai lhe presentear, e não se preocupe em pagar, pois seu cartão de crédito, da própria loja, já pensou nisso. Leve! A blusa é sua!
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A beleza tem padrões criados pelos seres vivos. Digamos que D-s criou a beleza, mas foram os seres vivos quem determinaram o grau de convicção que ela pode oferecer para satisfação própria ou dos parceiros. Até os animais escolhem seus pares com base na beleza, nos seus padrões de beleza. Os pássaros machos são os belos da espécie, e além de sua bem desenhada e excitante  plumagem, sues trejeitos e danças, e hipnótico gorjeio demonstram todas as receitas de beleza que podem oferecer à prole que pintainhos que desenham proliferar pelas matas com sua parceira, nem tão bela assim.

Beleza não põe mesa, diz o ditado. Ah põe sim. Ninguém escolhe. em seus sonhos, a feia da classe, embora nem sempre sonho e caráter entendam alguma coisa de estética. Mas, o que é a beleza, e como se determinam seus padrões? A beleza sempre foi igual? Quem diz o que é belo e o que não é, no mundo da moda?

Para entender isso, fixo minha leitura no que é chamado de "Beleza Helenística", a beleza grega, que é o padrão ocidental de beleza, e isso nada tem a ver com massa corpórea, uma vez que o padrão medieval e renascentista de Michelangelo e Leonardo da Vinci, é o mesmo de hoje nas maiores agências fotográficas e de moda do mundo, embora a compleição física das curvas tenha mudado de tempos em tempos. Ora eram as curvinhas e corpos branquelos, ora eram os seios volumosos e voluptuosos, até chegarem nas esquálidas e anoréxicas figuras que mal suportam o peso do corpo e das roupas que desfilam, sob intenso regime de fome e privações, para agradarem os editores de moda de catálogos ou revistas, nos dias atuais.
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Este padrão tem um nome: Golden ratio (Proporção Áurea), ou Divina Proporção. É baseado numa constante chamada PHI (1,168), e numa Razão, que é 0,618. Destes dois algoritmos, todo o Universo é calculado (muito longo pra eu ficar detalhando isso também), e vale dizer que a pessoa que, nos cálculos com base nestes dois valores, aproximar-se da exatidão matemática, recebe o título de "Beleza acadêmica", ou "Beleza Grega". Então, para o mundo da moda, você é matemática, até mesmo na escolha das proporções de seu nariz com o queixo, orelhas, olhos, e distância da testa até o dedão do pé. Mas, antes de responder esta pergunta, com outra pergunta, permita-me falar da beleza em sim, de acordo com outros padrões muito mais interessantes que o padrão das estátuas brancas e peladas de Atenas.

A questão é: Quem determina o padrão do nosso coração? Que códigos estabelecem o padrão de beleza de nossa alma? A quem nos comparamos quando se trata de encontrar algum tipo d beleza que nos defina? E a melhor pergunta de todas: Qual é o padrão de D-s, o Criador de todas as belezas?

Quando determinamos que um tipo de beleza seja o ideal, estamos excluindo a infinita variedade de belo que há no Universo. Quando determinamos que esta pessoa não é linda, estamos pisoteando em nós mesmos, e por isso, o melhor e o pior lugar que existe, é o espelho de nossa alma. A quem vemos em nosso espelho? São as nossas rugas, o nosso traçado, os dentes perfeitos que não temos, e os que compramos, brancos demais, parelhos demais, perfeitos demais, que não combinam com o restante que há em nós, como encontramos um ponto de equilíbrio para codificarmos o belo e o não belo que nos é mostrado? Podemos definir "certo" ou "errado" no que diz respeito à aparência das pessoas, dos animais, das coisas, e de nós mesmos?

Entendi que D-s não vê beleza alguma nas pessoas, mas vê Pessoas apenas. A beleza é um enfeite qualquer. Um penduricalho que às vezes pode até atrapalhar.



























Fotos: Mario Gerth
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