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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

As "Bandas" de Gramado, e os Animadores de Bailes dos anos 50/60/70

Foto: Arquivo

Eu sei que não adianta pedir para que identifiquem os garbosos varões da foto, porque eu mesmo precisei recorrer à meus amigos, levemente mais idosos do que eu, a fim de identificar cada uma. Então vamos lá: Começando da esquerda, o galalau do contrabaixo, vasta franja, óculos fundo de garrafa, e bem "dergadinho", é o que hoje atende pelo título de Prefeito de Gramado, mais conhecido pela alcunha familiar dada em priscas eras, Fedoca.
Já, á sua direita, soltando a voz quase visceral, aquela que nasce na pleura, o garboso escritor e historiador, poeta, e filósofo, Gilberto Drechsler, empolando a guitarra até seu mais agudo e esganiçado vibrato.
O Elegante também, guitarrista, ao centro, é o Alvari de Borba, que logo após o fiasco desta apresentação (nem houve fiasco algum, mas cumpro rigorosa tradição de esculachar amigos que vestem cuecas), foi embora para morar nos Estados Unidos e realizar o "Americam Dream! de ficar rico.
A terceira guitarra, torturada pelo magricelo à direita do trio, é destruída pelo, hoje arquiteto, Derson Casagrande, vulgo "Ratinho". E no cantinho a fundo, o saudoso amigo Ênio Grade. A banda era chamada de "Os Primitivos".
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Antes disso, relatou-me o contemporâneo e contador de causos, Altivo Becker (Pekinha), que havia outro conjunto, chamado: "Os Lenheiros", cujos integrantes eram: Fabiano Bertolucci (Irmão de Fedoca), Alexandre Bezzi, Fedoca, Beto Perini, na Bateria, e a Liege Zatti, era a cantora da Banda.

Depois dos Primitivos, surgiu um conjunto denominado "Die Fledermaus" (Os Morcegos), composta por Henrique Adolfo Ehms (Castelo), Gelson Oliveira (Pelé), Benno Raaber, Clarindo Sartori, e  Levino Raaber. Ensaiavam na casa do Clarindo, situada no Morro dos Cabritos, distante cerca de 300 metros, em linha reta, da Avenida Borges de Medeiros. Certo dia, enquanto ensaiavam, adentra um sujeito baixinho, já de certa idade, dirige-se ao guitarrista, toma-lhe a guitarra, afina ela, vira as costas, e vai embora. Era o Maestro Pablo Komlós, que ficou incomodado, ao ouvir o desafino da guitarra, de onde caminhava.

Gelson Oliveira, nesse tempo, desligou-se do Fledermaus, e criou, junto com Márcio Volk, Marco Antero (Bugiu), Kiko Caberlon, e Luis Ewerning (Vassoura), a "Batuka Blue Band", uma banda já mais sofisticada, e que a partir desta, deu a largada para a carreira solo, ou mais tarde, em vários grupos, de Gelson Oliveira.

É bom lembrar ainda das "Bandinhas" mais populares e folclóricas, animadoras de bailes, como "Irmãos Broilo", além de outras bandinhas do gênero no interior de Gramado, que espero, um dia, falar sobre estas também.
Também vale lembrar (e já solicitei material, para fazer uma matéria) da "Banda Tamoyo", liderada pelo querido maestro Egídio Michaelsen.

Não se pode deixar de falar Das duplas "Luar do Sertão" (Elias Moura e Isaías Abraão), ou Elias e Zacarias Moura.
Sou corrigido pelas redes sociais, e venho fazer reparos aqui. O amigo Cláudio sartor, lembra-me com propriedade, da dupla "Sertãozinho e Zé do Sul". Sertãozinho era violeiro, e Zé do Sul, era gaiteiro. Recordo ainda da dupla formada pelo Seu Liberato, com meu primo Elias de Moura.  Não lembro se a dupla tinha nome.

 A Dupla "Luar da Querência" era conceituada animadora de bailes pelo interior de Gramado e região. Lembro que Elias utilizava seu velho rádio com válvulas, como amplificador do violão, para ensaiar. Uma de suas composições, eu lembro apenas do refrão:
"Quando partir
Do sul para o norte
Eu vou levar minha boiada pro sertão
Eu vou tropeando, de oeste para leste
Vou levar gado pra vender, pro meu patrão!"

 Do centro, em sentido horário: Decio Broilo (bateria), Zacarias Moura (Violão), Elias Moura (Violão e voz) Isaías Abraão, à esquerda (Acordeon), e não identifiquei o percussionista.

Zacarias Elias de Moura

Mas haviam mais músicos de ocasião, como o saudoso amigo, Arlindo de Oliveira, que tocava acordeão.
Foto: Áureo de Oliveira (Facebook)

Alguns videos de Gelson Oliveira, o mais conhecido artista gramadense, na MPB


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Um comentário:

Diógenes Bezzi disse...

Excelente relato, parabéns pela dedicação em resgatar a história das bandas de Gramado!!!

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