Não são anjos
os que tecem o céu de pranto,
são véus de luz, disfarces do infinito,
que escondem o sol, mas trazem encanto.
São nuvens, não anjos,
que pintam o horizonte de desvelo,
são sonhos que se desmancham no ar,
quem me dera fossem anjos,
mas são só nuvens a pairar,
só nuvens, a me lembrar
que o céu também sabe chorar.
Não são anjos
os que cruzam o azul em silêncio,
são sombras leves, passageiras,
que embalam meus medos num lenço.
São nuvens, não anjos,
que flutuam sem rumo, sem pressa,
são versos que o vento leva além.
Quem me dera fossem anjos,
mas são só nuvens, ninguém,
só nuvens, a me ensinar
que a dor também pode voar.
Não são anjos
os que guardam meus segredos,
são véus de algodão, frágeis e breves,
que escondem o céu, mas trazem enredos.
São nuvens, não anjos,
que dançam no palco da vida,
são promessas que o tempo desfaz.
Quem me dera fossem anjos,
mas são só nuvens, talvez,
só nuvens, a me mostrar
que até a saudade pode se dissipar.
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