AD SENSE

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Porque eu não acredito, e nem gosto do Natal



Falar desta forma, sem introdução, chega a ser antipático, agressivo, e até irresponsável, mexer com o entusiasmo festivo da cristandade inteira, e não é, em absoluto esta a minha intenção. De modo algum, meu senso ético far-me-ia apagar o brilho do momento em que, e apenas por este momento, em muitos casos, há uma trégua nas barbáries contumazes ao resto do ano que passa voando, para quem vê a vida passar em "fast motion", contra os que ansiosamente (em especial as crianças), aguardam pelo presentinho anual (as que recebem), trazido pelo imaginário papai Noel.

Mas infelizmente eu não acredito no Natal. E explico a razão (ou tento). Primeiro, porque não consigo ver verdade alguma em sentimentos forçados, nada espontâneos, exigidos de quem veste roupas cintilantes para extasiar-se diante do "sim e não" das luzes que piscam atordoando o cintilar  dos pirilampos. Não consigo e nunca consegui sentir emoção quando sou exigido à essa condição, que faz-me parecer aqueles abraços forçados que somos obrigados a dar nas visitas desagradáveis, quando em criança:
- "Não vai dar "bom dia pra visita?"
E lá ia eu dar "bom dia" e ganhar beijos lambuzados, que deixavam um cheiro de patente, tão  impregnado na bochecha, que virava de lado quando o vento soprava, para não ter que enfrentar a catinga, fora o cheiro de naftalina do vestido, ou o resíduo visguento da fragrância que denunciava recentes banhos de assento com chá de "Catinga de Mulata" e creolina, que depois ainda, provavelmente, tenha sido usado para fazer prolongados bochechos. Isso tudo, porque era Natal. Mas, ainda não é por isso que eu não gosto de Natal.
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Esta época do ano, era muito triste pra mim, e esta tristeza era compartilhada pelos meus amigos da vila, onde cresci, até certa fase da vida. Éramos pobres, e os presentes que ganhávamos eram ínfimos, quando comparados àqueles recebidos por outras crianças que conhecíamos. Havia um generoso empresário, que lá pelo dia 20 de Dezembro, enchia seu carro de brinquedinhos de plástico, bolinhas de borracha, passava pelas vilas, e entregava um a um dos mimos, às dezenas de mãozinhas sujinhas e olhares "pidões", os brinquedinhos baratinhos, mas significativos que recebíamos. Um dia, soubemos que ele havia tido um "ataque do coração" e falecido, ao fazer a barba. Descobri então que fazer a barba pode causar infarto. Vai saber?

Mas ainda não é por isso que eu não gosto e nem acredito no Natal. Eu não gosto e nem acredito, é no glamour da irritante combinação de vermelho com verde, cores tão opostas quanto são os opostos da vida. Da miséria e da opulência. Não gosto e nem acredito no poder das mensagens que mecanicamente são enviadas, com muita sinceridade, sim, isso eu creio, mas que não aprimoram em nada o crescimento da amizade, porquanto o envio de um belo e enfeitado cartão de Natal (hoje um GIF piscante) possa oferecer às relações entre pessoas. Um das muitas razões de eu não gostar do Natal, é a massacrante carga de culpa que levam as pessoas, porque apesar do tremendo esforço que fazem para serem, e não apenas se dizerem felizes, esgota-se imediatamente após o primeiro champanhe, cerveja, vinho, ou pedaço de chester. Se existe, de um lado, a alegria pela reunião familiar, existe, por outro, a insistente lembrança sobre o "aniversariante da noite". Ora, este argumento não resiste a uma busca rápida no Google sobre o aniversariante, que insistentemente teimam e enfiar Jesus em um pinheiro  enfeitado, quando a maioria sabe que esta data nem ligada esteja ao cristianismo. Claro, há o conjunto das tradições recentes que vestem o "garoto-propaganda da Coca-Cola" de vermelho e branco, a herança germânica com suas maravilhosas canções, que em lugar de êxtase pela alegria, provocam estase, pela melancolia. Talvez comece por aqui o fato de que eu não gosto e nem acredito no Natal.

Eu não gosto e nem acredito no Natal, na data festiva, e os críticos diria: "Você é contra os milhões de empregos e das riquezas geradas pelos festejos da data? Claro que sou a favor disso. Sou capitalista (embora desprovido de capital), e como tal, vejo que datas como "Hallowenn", "Black Friday", "Dia das mães, pais, crianças", promovem a mesma euforia comercial, e sem aquele constrangimento de que: "Quem não gosta do natal e não chama cachorrinho de "filhinho", não é uma boa pessoa". Será mesmo?

Será mesmo que a velha e infeliz, infame, maldita piada de humor negro, que diz que "crianças da Etiópia não ganham presentes do papai Noel, porque não comeram durante o ano" é mesmo uma piada que não deve ser contada, não porque pisam no sofrimento das crianças etíopes, mas porque não há como encaixar uma verdade em uma mentira? Fome e Papai Noel? Ah, claro, as crianças da Etiópia estão além do alcance e das possibilidades de trazê-las à ceia tão santificada, e por esta razão, melhor nem falar delas, não nesta noite, que deve ser "perfeita", e todos sabemos que perfeição é algo imaterial, intangível, surreal, então que seja farta, e não putrefata pelo mau cheiro das crianças, mulheres, velhos e jovens, que não tem acesso a um banho perfumado. Nem banho, muito menos, perfume. Aí está quase chegando na razão pela qual eu não gosto e nem acredito no Natal.

Finalmente, eu não gosto e nem acredito no Natal, porque é uma mentira que massifica e robotiza as pessoas, muito mais que celulares, ou filas para o Black Friday. Porque impõe uma felicidade que não existe, de um personagem que não faz aniversário, substituído por outro personagem que a única coisa que faz é dar gargalhadas e empinar a imensa barriga, farta de vento, rindo à forra de quem nunca vai ganhar o presente que pediu em carta. Eu não gosto nem acredito no Natal é por isso. porque mentira não me representa.

Ah, eu "deveria" gostar de Natal, porque, ainda que a data seja mentirosa (sim, Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, tenho que insistir nisso. Quem nasceu neste dia foi Ninrode, e a festa é pagã, em homenagem ao deus "Mitra", dos romanos) o evento em si dá muitos empregos, já disse. Então eu também deveria gostar da guerra, porque é a segunda fonte de riquezas no mundo. Ou do tráfico, porque faz circular muito dinheiro nas comunidades. Ou da pornografia. Ou dos jogos de azar, porque tudo isso também fazem girar a roda do mundo. Só que este não é o meu mundo, e se for assim, este mundo não me representa.

Mas, e o Natal Luz, o Sonho de Natal? Ah, destes eu gosto, porque enriquecem as cidades, dão glamour. Mas não passam de espetáculos burlescos, assim como a "Cavalhada", e o "Carnaval". São eventos. Nada mais. De nenhum sentido espiritual. Mas, então, o natal não é uma festa para homenagear Jesus? Não, não é! Porque Ele mesmo disse como gostaria de ser homenageado:
- "Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Mateus 25:34-40
Ah, mas fazemos isso sempre, senão vejamos: "Na noite de natal, levamos comidas e presentes aos pobres, vestimos os desnudos, cantamos para libertar a alma dos presos..."
Sim, de fato. E no dia seguinte, está em todas as redes sociais, com fotos, videos, e luzes piscando.... Então, não é por ser uma festa pagã, idólatra, até porque outras existem que nem fazem cócegas na minha consciência, mas porque além de ser isso tudo, é uma festa hipócrita, que dá vez e voz à hipocrisia, em nome de Jesus.
É por estas razões que eu não gosto nem acredito no Natal.


domingo, 22 de dezembro de 2019

Netos de Férias na Casa do Vovô - Um Seminário de Sobrevivência e Diversão



Fim de ano, tempo de fazer uma faxina nos armários da vida, e jogar fora aquilo que não serve mais: mágoas, inveja (que todo mundo tem, até eu tenho. Tenho inveja de mim mesmo do tempo que sou feliz), e essas bobajadas todas que escrevem nos cartões de felicitações. Mas a questão não são as festas, nem o tipo de celebração, e sim, o que acontece no intervalo entre elas e o reinício das aulas, que é quando o país retoma à vida: os Netos!

Quando a gente envelhece, paz e quietude são aquilo que desejamos ter. Besteira! Ou temos paz e quietude, ou temos netos com saúde. As duas coisas não coexistem. Ou será que dá pra conciliar? Vejamos o que acontece quando eu recebo netos aqui no estabelecimento.
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Como vivo sozinho, e não tenho serviçais que todos tem, tipo, "a Tia da Faxina", a "Tia do Cafezinho (este luxo é para a cidade), a "Tia da Cozinha", "A Tia Camareira, etc", as coisas são administradas da seguinte forma (segue o check List):

1 - A comida não vem pronta. Aqui não se come "Fast-food". Então, as cenouras, as batatas, a cebola, a moranga, precisam ser descascadas, e não possuímos descascadores automáticos, portanto, é feito na faca, bem afiada.

1.1 - É proibido cortar os dedinhos. Portanto, é necessário um intenso curso, com direito à palestras minuciosa aliada à exercícios práticos, de como se descasca legumes sem decepar dedinhos.

1.2 - A comida pode ser comida de qualquer jeito, mas alguns alimentos ficam mais palatáveis, se forem cozidos. Talvez seja até uma superstição, mas a experiência me ensinou que feijão, batatas, brócolis, e até o bife, ficam melhores quando passados por temperaturas mais elevadas, adicionadas de sal, temperos, e água. Tentem fazer isso, pra saber como é, e depois me digam.
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1.3 -A comida não sai voando da panela pro prato, então, há boas práticas em servir a mesa, para que seja mais confortável e divertido o ato desnecessário, mas importante de comer.

1.4 - Nada mais legal que terminar de comer e sair correndo para brincar. Supimpa mesmo, mas, os pratos não se lavam sozinhos, e o velho vovô é um só, meio apatetado, desnorteado com estas rotinas, assim, é necessária a formação de um "Conselho de Higienização", que após, demorado "Brainstorming", decidirá o melhor método para que pratos, talheres e panelas voltem a ser limpos, e repousem em seus respectivos nichos dos armários. Que ótimo. Agora..hmm, agora comer mais um pouco, pois faltou a fruta, afinal, já faz meia hora que comeram aquelas migalhas no prato, e ninguém sobrevive com tão poucas calorias, fibras, e vitaminas. Ninguém!

1.5 - Hora de tirar uma sesta, afinal, velho é velho. Mas, antes disso, certificar-se de checar os itens de segurança e sobrevivência, enquanto dorme:
1.5.1 - Wifi ligado (ok)
1.5.2 - Portão trancado (ok)
1.5.3 - Umas frutas de "estepe", caso bata vontade de mandar alguma coisinha doce pro banduletinho (0k)
1.5.4 - Carregadores de celular à mostra (ok)
1.5.5 - Kalashnikok do lado da cama para emergências, do tipo: Briga entre irmãos, acordarem o vovô por futilidades, etc (ok)

2 - Lazer da tarde
2.1 - Fazer um bolo, juntos ( a receita é a do pacotinho, mas os ingredientes precisam ser adicionados na bacia, e isso tem que ser supervisionado pelo vovô.
2.1 - Sorteio pra quem liga e pra quem desliga a batedeira orbital.
2.1.1 - Mostrar a Kalashnikov pra quem fizer birra por ter sido roubado no sorteio. Quase sempre funciona.
2.2 - Mostrar novamente a Kalashnikov para quem insistir em comer o bolo ainda quente.
2.3 - Servir o bolo com sucos e umas frutinhas para acompanhar. Fazem bem pra pele.
3 - Diversão
3.1 Delimitar o espaço para uso do Skate
3.2 - Proibir de se machucarem
3.2.1 - Mostrar o Kalashnikov pra quem se machucar
3.2 - Fazer pausa pro lanchinho da tarde.
3.3 Aventura pela selva bruta (Na verdade é apenas caminhar uns metros pela estrada, cercada de mato, e caso não resida na Mata Atlântica, feito eu, mostrar um pezinho de capim crescendo na calçada, pode ser considerado território selvagem. Eles são tontinhos e nem entendem muito essa questão de territorialidade.
3.4 - Se teimarem que o capim não é uma floresta, mostrar, na telinha do celular, uma foto bem produzida do kalashnikov.

4 - Hora da janta. E quem diz que a comida se faz sozinha? Pão não nasce  em trepadeira junto á janela. Então, bora fazer um pão. Mas antes lavarem bem as mãozinhas. Se acharem ruim..Kalashinkov atrás da porta.

5 - Hora feliz! Podem brincar dos smartphones. Internet liberada!
6 - Hora do banho. Pra quem não gostar, sabonete em formato de kalashnikov. Funciona.
7 - Lanchinho, leve. Frutas. Uma fatia (no caso, um pedaço imenso) de bolo. Azar se ficou batumado. o gosto é o mesmo (que um sabonete).
8 - Misteriosamente o wifi desaparece. deve ser conspiração, porque o wifi dos vizinhos ainda está aparecendo, mas é protegido com senha. Egoístas! Hora do Plano B
9 - o Plano B
9.1 - Decifrar uns códigos secretos anotados em uns livros de um espião misterioso chamado: "Monteiro Lobato"
9.2 - Se for pronunciado em voz alta o texto misterioso, até dá pra entender o mistério.
10 - Palestra sobre Filosofia. Tema: Oncotô, quemcossô, proncovô?
10.1 - Debate sobre a infinitude do Universo, nosso lugar dentro do Infinito, e nosso destino final.
10.1 - Case, com  empreendedores do passado, tipo Daniel, o Visionário; Davi, o Conquistador das Galáxias, Yeshua, O magnifico,  que defendia as criancinhas do kalashnikov.
10.2 - Sair de fininho, porque já dormiram.

Contrate a Palestra: O sapo que Queria Voar (para adultos)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Você é Lindo! Você é Linda! - Quando a Moda Dita a Nossa Estima



Gosto da beleza. Dizia também  o inteligentíssimo e controverso  Clodovil, que "D-s Está na Beleza!". Concordo com a intenção e discordo com a afirmação. D-s não está na beleza, mas a beleza está em  D-s. Muda tudo. Mas o que é a beleza? A quem se curva a beleza e quem diante dela se extasia? Ou se estasia? Como se mede sua intensidade, ou onde encontrar seu padrão primordial? Qual foi a primeira beleza identificada, ou quais atributos são necessários para encontrarmos o equilíbrio da nossa própria beleza? O que é belo, e o que não é?

Há inumeráveis ensaios já escritos e padrões descritos como determinantes do grau de beleza das pessoas, e são as mulheres, principalmente, quem mais sofrem por causa dela. E é a poderosa indústria de cosméticos quem mais causa este sofrimento, pois quando oferecem a uma mulher um kit de maquiagem, estão dizendo: "Você é feia, mas podemos dar um jeito nisso!" Ou é a indústria da moda, que a cerca pelas ruas, atrás de vitrines que mostram, de um modo, o espelho, que traduz a dura realidade da próxima vítima, onde, primeiro, o espelho, a sombra do toldo, e ao lado, uma convidativa porta de vidro que anuncia: "Entre. Ar Condicionado!". Lá dentro, uma música suave, um perfume inebriante, uma iluminação que não ofusca os olhos, mas direciona para as roupas e calçados, e uma vendedora que parece ter saído de um comercial de perfume francês, adulando, valorizando a combinação "perfeita" do modelo à frente com a cliente, mas ao lado desta, um horrendo espelho dizendo: "Esta é você agora! E sua única oportunidade de sair daqui "poderosa", é se enfiando dentro deste pedaço de pano em forma de blusa que esta generosa e milagreira vendedora vai lhe presentear, e não se preocupe em pagar, pois seu cartão de crédito, da própria loja, já pensou nisso. Leve! A blusa é sua!
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A beleza tem padrões criados pelos seres vivos. Digamos que D-s criou a beleza, mas foram os seres vivos quem determinaram o grau de convicção que ela pode oferecer para satisfação própria ou dos parceiros. Até os animais escolhem seus pares com base na beleza, nos seus padrões de beleza. Os pássaros machos são os belos da espécie, e além de sua bem desenhada e excitante  plumagem, sues trejeitos e danças, e hipnótico gorjeio demonstram todas as receitas de beleza que podem oferecer à prole que pintainhos que desenham proliferar pelas matas com sua parceira, nem tão bela assim.

Beleza não põe mesa, diz o ditado. Ah põe sim. Ninguém escolhe. em seus sonhos, a feia da classe, embora nem sempre sonho e caráter entendam alguma coisa de estética. Mas, o que é a beleza, e como se determinam seus padrões? A beleza sempre foi igual? Quem diz o que é belo e o que não é, no mundo da moda?

Para entender isso, fixo minha leitura no que é chamado de "Beleza Helenística", a beleza grega, que é o padrão ocidental de beleza, e isso nada tem a ver com massa corpórea, uma vez que o padrão medieval e renascentista de Michelangelo e Leonardo da Vinci, é o mesmo de hoje nas maiores agências fotográficas e de moda do mundo, embora a compleição física das curvas tenha mudado de tempos em tempos. Ora eram as curvinhas e corpos branquelos, ora eram os seios volumosos e voluptuosos, até chegarem nas esquálidas e anoréxicas figuras que mal suportam o peso do corpo e das roupas que desfilam, sob intenso regime de fome e privações, para agradarem os editores de moda de catálogos ou revistas, nos dias atuais.
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Este padrão tem um nome: Golden ratio (Proporção Áurea), ou Divina Proporção. É baseado numa constante chamada PHI (1,168), e numa Razão, que é 0,618. Destes dois algoritmos, todo o Universo é calculado (muito longo pra eu ficar detalhando isso também), e vale dizer que a pessoa que, nos cálculos com base nestes dois valores, aproximar-se da exatidão matemática, recebe o título de "Beleza acadêmica", ou "Beleza Grega". Então, para o mundo da moda, você é matemática, até mesmo na escolha das proporções de seu nariz com o queixo, orelhas, olhos, e distância da testa até o dedão do pé. Mas, antes de responder esta pergunta, com outra pergunta, permita-me falar da beleza em sim, de acordo com outros padrões muito mais interessantes que o padrão das estátuas brancas e peladas de Atenas.

A questão é: Quem determina o padrão do nosso coração? Que códigos estabelecem o padrão de beleza de nossa alma? A quem nos comparamos quando se trata de encontrar algum tipo d beleza que nos defina? E a melhor pergunta de todas: Qual é o padrão de D-s, o Criador de todas as belezas?

Quando determinamos que um tipo de beleza seja o ideal, estamos excluindo a infinita variedade de belo que há no Universo. Quando determinamos que esta pessoa não é linda, estamos pisoteando em nós mesmos, e por isso, o melhor e o pior lugar que existe, é o espelho de nossa alma. A quem vemos em nosso espelho? São as nossas rugas, o nosso traçado, os dentes perfeitos que não temos, e os que compramos, brancos demais, parelhos demais, perfeitos demais, que não combinam com o restante que há em nós, como encontramos um ponto de equilíbrio para codificarmos o belo e o não belo que nos é mostrado? Podemos definir "certo" ou "errado" no que diz respeito à aparência das pessoas, dos animais, das coisas, e de nós mesmos?

Entendi que D-s não vê beleza alguma nas pessoas, mas vê Pessoas apenas. A beleza é um enfeite qualquer. Um penduricalho que às vezes pode até atrapalhar.



























Fotos: Mario Gerth
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Apocalipse Baby - Como está o Jardim do Éden em nossos dias?



"Uma total inversão de valores", dizem-me quando publicações diárias aguçam os sentimentos das pessoas, por meio de animais feridos, maltratados, ou fazendo suas gracinhas, enquanto, nesse mesmo tempo, seres humanos sofrem pelas atrocidades da ganância, no meio de guerras declaradas ou não, afinal que diferença faz à quem sofre, se houve um acordo de confronto, ou foi fortuito? Que diferença faz se os genocidas serão ou não julgados por suas atrocidades inteiramente humanas, uma vez que os bichos perseguem e matam suas vítimas, que no seu dicionário, são traduzidos por "desjejum, jantar, ou refeição semanal". Não há ódio. Apenas há forças que se medem, e as que estão sobrando, em números, e pertençam à cadeia alimentar do oponente, põem-se no cardápio dos mesmos. Fim?
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Fim, coisa nenhuma, pois há outras forças que se medem, e nem é por comida ou água: é por controle de território, por poder, por vendas de armas, de narcóticos, ou de influência política. Arsenais se confrontam, e quem perde são os que nem sabem o que é um arsenal. Os que nascem, crescem, e morrem aos poucos anos de vida, sem que saibam a diferença entre o canto de um pássaro, e o estampido de uma bomba. São as vítimas dos anti-heróis, que somente as conhecemos, pela audácia de fotógrafos de guerra.

Algumas destas inocentes chegam à nossa atenção, pela profundidade dos olhares e pelas brutalidade que contrasta o belo da cor dos olhos, pela poeira entre as cicatrizes da face. São tragédias inteiras, de tal magnitude, que fazem calar poetas como Shakespeare ou Fernando Pessoa. São as marcas do nosso poder e querer em saborear o "ter" de vidas fúteis perdidas entre o despertar e o adormecer, separadas pela tela do smartphone, em busca de novos "likes", em busca de tempo que invade outro tempo, o do sono, o do alimento, o da vida.

O atual Iraque (ou o que sobrou dele), é a antiga Babilônia, mencionada na Bíblia, na história antiga, e confirmada pela arqueologia moderna. Foi a opulenta capital do mundo, o maior de todos os impérios mundiais, nos tempos de Nabucodonosor. Sua magnífica beleza teve fim, e sua ruína acontece até os dias atuais.  Para saber mais, leia Daniel capítulo 2.
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O jardim do Éden é uma fato, para os que creem, e um mito para os céticos, mas uma grande realidade de uma utopia que as imagens dos anjos humanos que ainda tem um Éden dentro de seus sonhos, mas que o lado de fora de seus olhos marejados veem apenas um lago de fogo preconizado para os maus, no relato do Apocalipse.

O Apocalipse é a revelação das duas imagens, que é mais que presente para estes pequeninos anjos, cujos sonhos são apenas chegarem ao dia seguinte.

O Apocalipse de cada um de nós, começa onde a libertação de outros acontece. E em muitos casos, como destes anjos, a esperança é ter água para beber, cama para dormir, silencio para escutar, e chegar ao próximo amanhecer. Nosso Apocalipse acontece quando nossos contrastes trocam de valores. Quando nos esquecemos quem somos e passamos a confundir os valores e as prioridades. Pois é, mas as guerras, as crianças das fotos, isso tudo, está longe de nós. Está sim. Por enquanto. Mas e se fosse o contrário? Se fossem nossas crianças expostas nas imagens mostradas do outro lado do mundo? Quem seriamos nós então?

As imagens deste ensaio foram recolhidas na internet. E por estas ironias da vida e da geografia, vieram do Iraque, local onde supostamente estava plantado o "Jardim do Éden".  E D-s, tem culpa disso, afinal é no Seu Livro que estão preditas estas coisas, ou a culpa é do Ser Humano, que mesmo sabendo que tais predições fossem advertências, e não sentenças, segui adiante na sua arrogância, sem pesar consequências, que seriam seus próprios filhos, as vítimas desta falta de visão, de razão, de coração?
















Imagens do Fotógrafo Ali alfahdawi.


Fontes
https://checamos.afp.com/historia-por-tras-da-fotografia-que-viralizou-nas-redes-sociais-como-se-mostrasse-uma-menina-siria

https://www.facebook.com/pg/Alfahdawi75/photos/?tab=album&album_id=182013018648210&ref=page_internal




Dona Izartina, suas couves, e o "Grande Reset Mundial"

Imagem: IA Era uma quinta-feira, disso Dona Izartina se alembrava com clareza, pois antecedia a colheita de Marcela, marcada para o amanhece...