A Lei bíblica de Shemitá é uma prática antiga judaica que envolve deixar a terra descansar por um ano a cada sete anos. Durante o ano sabático, os agricultores não plantavam, colhiam ou realizavam trabalho agrícola significativo na terra, permitindo que ela se regenerasse e se revitalizasse.
Hoje em dia, a produção agrícola moderna é muito diferente da época em que a Lei de Shemitá foi escrita. Os agricultores geralmente tentam maximizar a produção, plantando e colhendo várias safras por ano. Isso é possível graças a técnicas modernas de agricultura, como irrigação e fertilização, que permitem que a terra seja cultivada continuamente.
Embora a Lei de Shemitá não seja amplamente praticada fora das comunidades judaicas ortodoxas, a ideia de deixar a terra descansar tem ressurgido como um tópico importante de discussão na agricultura moderna. Agricultores e pesquisadores têm explorado a ideia de que deixar a terra descansar por um período pode ser benéfico para a saúde do solo e para a qualidade dos alimentos produzidos.
Alguns agricultores adotaram práticas agrícolas que refletem a ideia de deixar a terra descansar, como alternar culturas, permitindo que a terra descanse por um ano entre as safras. Isso pode ajudar a melhorar a saúde do solo e reduzir a necessidade de fertilizantes químicos.
Em resumo, embora a produção moderna de várias safras por ano não se encaixe na prática antiga da Lei de Shemitá, a ideia de deixar a terra descansar e permitir que ela se regenere continua a ser relevante para os agricultores e pesquisadores que estão procurando maneiras de cultivar alimentos de forma mais sustentável.
A palavra Shemitá, significa "remissão, liberação", porque a terra fica literalmente liberada, descansando, por um ano, para que possa produzir, com qualidade, durante os seis anos seguintes.
A ordem para a Shemitá era seguida da repetição da Lei do Sábado, do descanso semanal, embora a tradução original de Sábado, não seja "descanso", como imagina o conceito popular, mas "fazer cessar", o que na prática, equivale ao mesmo, no que diz respeito ao Ser Humano, assim como também a terra e seus benefícios.
Bem verdade é que o Ser Humano foi criado à imagem e semelhança de D'us, isto é, dotado de capacidade criativa, e esta é a principal atividade que deve ser evitada no sábado, segundo o entendimento bíblico, isto é, neste dia, não sejamos criativos, e sim, contemplativos, e então, natural seria que não houvesse limites para tal capacidade, e então, produzir três safras por ano, como noticiam os órgãos governamentais, poderia ser visto como um aprimoramento desta capacidade criativa, e é mesmo. Porém, o problema não estar em ser apenas criativo, e O Criador sabia disso, ao criar Seu Semelhante, e então, estabeleceu limites para uso desta capacidade. Assim, criou normas de conduta, que estabeleçam harmonia entre o Ser Humano com seu semelhante, com os animais, com a terra, e com a Natureza em si. Assim, estabeleceu um dia especial para que cesse de criar, "esfrie a cabeça", contemple o que já foi criado, por si mesmo e pelo Criador. Estabeleceu ainda normas que determinem a melhor forma de amar, começando pela honra, pelo respeito, pelo reconhecimento dos limites entre o que pode fazer e o que deve fazer, mas também o que pode, mas não deve fazer, para que haja equilíbrio entre os seres criados.
Quando vejo que estão exaurindo a Terra, como já dizia Paulo, apóstolo: "Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto" (Romanos 8:22), sou levado a somar à estas distorções, as quebras ainda mais graves das Ordenanças, como o excesso de produção, de um lado, e a má distribuição, de outro. O abuso alimentar nos países ricos, e a fome e miséria, no mundo esquecidos dos lugares, onde o terror se torna o cotidiano dos povos. Quando vejo gastos de dois trilhões de Euros alimentando a guerra (ou acham que alguém não tem que pagar isso aos fabricantes?), e necessário que o façam, eu reconheço, para frear uma nação que, em lugar de somar conhecimento e recursos para alimentar os povos, deu-se ao delírio de destruir outra que possui o mais rico solo do mundo para produção de alimentos. Quando vejo nos noticiários as bolsas de valores dançando com bilhões e bilhões de muitos dinheiros, ao mesmo tempo em que vejo os governos estendendo migalhas aos menos favorecidos, para mantê-los sob o cárcere da dependência econômica, garantindo que o mínimo alimentar seja mesmo o mínimo dos mínimos, em lugar de proporcionarem políticas socio-econômicas que motivem os ricos a enriquecerem também os pobres, e não estou falando em dividir o que possuem, mas em promover oportunidades para que todos possam ganhar.
Imagino um mundo em que Educação, Saúde, Segurança, não sejam apenas obrigação do Estado, mas privilégio e responsabilidade de todos. Imagino um tempo perdido em um espaço imaginário e sonhador, onde os que plantam e colhem, sejam os mesmos que repartem e saciem.
Uma particularidade da Shemitá era a obrigação de que nesse ano sabático, a colheita deveria ser inteiramente doada aos pobres. O versículo bíblico que menciona a doação da colheita aos pobres durante o ano sabático, ou shemitá, é encontrado em Deuteronômio 15:1-2, que diz:
"No fim de cada sete anos, você deve cancelar as dívidas. Esta é a forma de fazer o cancelamento: todo credor deve perdoar a dívida que seu próximo contraiu; não deve exigir pagamento do seu próximo ou do seu irmão, porque o cancelamento em honra do Senhor foi proclamado. Vocês poderão exigir pagamento do estrangeiro, mas deverão perdoar o que o seu irmão lhe deve".
Nesse contexto, a doação da colheita aos pobres é mencionada como uma das formas de cancelamento de dívidas, onde o agricultor é instruído a deixar que os necessitados colham os frutos de sua terra durante o ano sabático. Isso mostra a preocupação com a justiça social e a ajuda aos menos favorecidos presentes na lei bíblica.
Agora, pense comigo, se apenas, apenas, repito, cumpríssemos os Mandamentos de D'us, ainda que seja para que prosperemos, em lugar de ficarmos debatendo se são ou não válidos nos dias em que vivemos? Pense que em lugar de três colheitas ao ano, ainda que tivéssemos apenas uma, mas sem pestes, sem enxurradas, sem gafanhotos, sem seca e com chuva no tempo e na quantidade certa, se um sétimo da produção fosse destinada aos pobres do mundo, em lugar de abarrotar celeiros, à espera de preços melhores, não teríamos um mundo mais aceitável, mais aprazível, menos humano e mais divino?
A Terra que geme e chora com dores de parto é a mesma que será renovada muito em breve, graças ao acelerado de desobediência e crescimento da impiedade, em contraste com a esperança daqueles que esperam uma Redenção da terra e da Vida, não por mãos e vontade humanas, posto que estas apenas alimentam exércitos, mas pela vontade e ação do Messias, que não é cego, surdo, e apenas parece estar calado agora, porque já disse o que precisava ser dito há muito tempo atrás. É só ler o que está na Bíblia. Está tudo lá.
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