AD SENSE

quarta-feira, 1 de março de 2017

Índio quer apito


Reza a historia, escrita pelos  colonizadores, que ao aqui aportarem, aquelas criaturas esdrúxulas, embrulhadas em trapos fedorentos e cheias de penduricalhos, ao serem avistados pelos nativos, após farejarem-se mutuamente, constataram que a coisa poderia ser resolvida sem gente perfurada. Pelo menos não muito, porque pelo mau cheiro que sentiram, os nativos perceberam tratar-se de carne estragada. Não dava pra comer. Carne congelada e descongelada muitas vezes. maturada fora do vácuo. Não própria para consumo. Sem carimbo do CIF. 

Por outro lado, os MST da época, descobriram que poderiam  levar vantagem na coisa, pois as terras não eram assim lá tão valorizadas. Não havia o INCRA, o ICMBio, o IBAMA, o PT, o PMDB, etc, e entraram de sola com a negociação direta. Sem rodeios. E acertaram em cheio na receita. Foi lá que começou a negociata.
(continua após o comercial)

No início, eram espelhinhos, colares de metal, panelas, bacias, milhagens de caravela, pontos no cartão, etc. Mas a coisa foi sofisticando, e os salamaleques descambaram para coisas mais notáveis, tipo: verbas da Coroa para adquirir novos escravos, ou então estabelecerem uma nova província, enfim. Modernizaram a coisa, e temos então até hoje estes hábitos de reatar namoro, entregando flores à moça, mas sem esquecer de levar um agradinho pra sogra também, pra garantir a mão da moça.

Falando nisso, achei bem decente da parte do primo desviado do trabalhismo, uma visitinha de cortesia, levando um regalo pro recém chegado governante. Isso é fazer a boa política com civilidade, sem perder a tradição, e quem sabe assegurar que possa, em breve reatar o velho namoro dos filhos de Vargas... Essas coisas acontecem. E seja em espelhinhos, bugiganguinhas, ou verbas a fundo perdido, um regalo é um regalo e é a melhor forma de reatar um namoro. Só falta chegar no apito.

Coisas que sua geração não viu em Gramado




Deu pra ver que estou puxando assunto com quem tem menos de quarenta anos, certo? Menos de quarenta, e o pai ou mãe por perto pra explicar algumas coisas que vai ficar boiando. E vou além: com quem tem menos de quarenta, nasceu e cresceu em vila pobre, e se divertiu às pencas atirando bosta nas casas. Pronto. Se identificou, né? Então posso prosseguir, pois é com você mesmo que estou falando. Com o cara que teve que catar jasmim de cachorro para que sua mãe fizesse chá, e o obrigasse a tomar, com objetivo de "sair o sarampo".Parece nojento? Na época também parecia. Felizmente, não passei por isso, mas você passou, que eu sei que quem tem mais de quarenta, passou. 

Sua geração também não viu a série "Perdidos no espaço", e nunca soube o que era ficar com pescoço esticado espiando o céu para ver se a fabulosa "Dama Verde" iria aparecer, direto de uma galáxia, para pular na sua cama, que era afofada com colchão de palha. Nunca fez isso né? Nem eu.

E por falar em colchão de palha, fala sério, você não faz a menor ideia do que seja mijar na cama, e cama com colchão de palha, não é mesmo?  Não. Não faz. Tá certo. Deixa assim.

E chamichunga, heim? Por acaso você já foi chupado por uma lesma preta que só saía com fósforo aceso? e o lugar preferido, sendo a virilha, já pensou como era sentir uma chama bem pertinho da zona de recreação, pra espantar chamichunga?

E homens usando chapéu, mulheres usando eslaque, garotos usando calças curtas, e meninas usando saia plissada. Serio mesmo que você viu? Isso em que filme? Sério. fala a verdade. Nunca viu.

Sua geração não viu Gramado como apenas uma cidadezinha qualquer, pacata e divertida. Nunca viu uma gincana, onde apenas membros da comunidade participam, ou no máximo algum primo que mora fora e os visita. Sua geração nunca viu um concurso de beleza de mocinhas do interior, ou dos estudantes. Não deve ter visto isso, porque sua geração abominou a valorização da mulher enquanto bela, e passou ao politicamente correto, onde mulher não é objeto de apreciação, e se quiser pode ter até cabelo no saco.

Sua geração nunca participou de uma festinha de garagem. Nunca chamou professor de "senhor", nem professora de "senhora". Sua geração transformou a cerimônia do senhor  e senhora, em "tio e tia". 

Sua geração não sabe o que é um velório dentro de casa, na sala de visitas. Você, ali, os parentes, os amigos, o defunto, como centro das atenções na salinha, mascando discretamente um toco de vela, onde à sua volta reina a dor, o silêncio, mas que saindo dali, na cozinha, lá pela madrugada, não podem faltar cucas, café, bolinho frito e mais uma sopa bem boa. Mas "oh! onde já se viu, um morto dentro de casa" Mas ué? até poucas horas antes era a casa dele, pombas! Então porque assim que esticou as canelinhas, já tem que ser corrido a vassouradas pra capela mortuária, e correndo o risco de ser confundido com outro, e chorado por estranhos? Até vejo a cena:
Capelinha vazia, uma pessoa de longo vestido preto ao lado do caixão, abraçando outra pessoa de vestido preto que choraminga com elegância, aí chega um bêbado, que entra por engano e por não estar enxergando direito, vê aquele objeto comprido enfeitado, ali no meio da salinha, pensa que é uma festinha de aniversario, porque confunde o ataúde com um bolo, vai lá e tenta tirar uma das pessoas de vestidão preto pra dançar, toma um fora, porque era um padre, enfim. Fica muito impessoal esse negócio de velório fora de casa. Mas isso, a sua geração não viu.

(Continua após o comercial)

Sabe o que mais sua geração passou batido?  Serenatas ao luar.A geração abaixo dos quarenta anos só vê aglomeração em batida policial, carnaval, e panelaço. Bem, tá certo. A geração anterior era proibida de fazer panelaço. Dava cana e pau de arara. Tá. Pula o panelaço então. Vamos passar pra TV em preto e branco. Isso sua geração nunca viu. Mas aí você perdeu o melhor, pois em Gramado, havia apenas dois aparelhos receptores coloridos, e um deles foi colocado na praça para que todo o povo pudesse assistir ao vivo a transmissão da Festa da Uva de Caxias do Sul, isso porque o Ministro das Comunicações, Higino Corsetti, era caxiense. 

Ah, lembrei que também sua geração não é capaz de dizer de pronto quem é o Ministro das Comunicações? Não né? Ahh, mas o nome de todos os Ministros do STJ você sabe, não sabe? E por que isso? Porque dá-se importância ao que não se pode ter. Entendeu a sutileza? Heim? Hum?




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Carnaval e chá de losna


Nem é preciso. Não tenho a menor necessidade de dizer que eu odeio carnaval. Nunca gostei de carnaval. Mesmo quando era jovem, ia aos bailes nos clubes Recreio e Minuano, para não me afastar do grupo de amigos, pois onde um ia, todos iam, ou nada feito. E eu nunca fui um estraga-prazer de amigo meu. Ainda mais quando gentis senhoritas tornavam-se mais desinibidas nestas noites.

Aí começava o problema. Bêbado é nojento. Mas mulher bêbada, é insuportável. Não sou machista, não. Mas mulher, no meu entender, era aquela criatura doce e cheirosa, por quem vivíamos nos arrumando e perfumando, antes de procurá-las. Mas mulher e bafo de cachaça, são uma combinação impensável. Homem, não sei. Nunca tive essa preocupação de pensar como seria o bafo dum cachaceiro, porque beijar homem nunca foi a minha preferência. Se cachaceiro, menos ainda. Então, a grande decepção sobrava mesmo para as mulheres. Mulher gambá era decepção pura. E carnaval era uma porta aberta para essa liberdade social, onde ninguém recriminava ninguém, pois no carnaval, ninguém é de ninguém. Pelo menos essa é a vontade que tem muitos que não conseguem pegar quem seja capaz de raciocinar, no restante do ano.

Mas há um certo movimento de pessoas que raciocinam, em descrever a gritante diferença entre os gravíssimos problemas que envergonham os brasileiros que se abstiveram dos prazeres etílicos, e conseguem ainda raciocinar algumas palavras, traçando comparativos entre os milhões de foliões que pipocam as panças e bundas pelas avenidas superlotadas, e o vazio das mesmas ruas quando deveriam estar lá protestando e levando sua indignação pela roubalheira, corrupção, descaso da Justiça, e desrespeito com a coisa pública, no pior momento da história do país.

Estive no exterior muitas vezes, e apesar de todos os problemas que enfrentava para sobreviver, eu ainda tinha certo orgulho de ser brasileiro. Suportei com um sorriso amarelo, lá em Israel, quando o garçon soube que eu era brasileiro, e berrou a plenos pulmões:
- BRAZILE! BRAZILEE! MARRADONAA! BRAZILEE!

E levantou o volume de:
- AI SE TE PEGO! AI MINHA NOSSA!....

Hoje, sério, eu teria vergonha de voltar naquele lugar, e ter que ouvir:
- BRAZILE? GOVERNO? JUSTIÇA? PREVIDÊNCIA? CONGRESSO? POLÍTICOS?

Não. Tão cedo eu não quero voltar naquele restaurante. E olha que lá servem o melhor falafel do mundo. Mas por caridade. Maradona, Sertanojo, Carnaval... Não foi este o Brasil que eu sonhei.

Acho que é isso que está me obrigando a tomar chá de losna. Só pode ser.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Guerra aos Corretores!



Pronto! Comecei mal. Não tenho nada contra os simpáticos e bem falantes agentes de negócios imobiliários, ou de valores da Bolsa de Valores.Não, não. Minha bronca é contra os corretores ortográficos automáticos dos aparelhos de celular,  aqui vulgarmente chamado de "smartphones", ou "Mobile", a quem as vozes robotizadas dos call centers chamam de "Mobáile".

Eu gosto muito de escrever. Um dia ainda quero aprender a fazer isso. Se não tivesse que correr atrás das contas e outras firulas bobas, tipo, credores, comida, remédios, ah, eu passaria muitas horas do dia escrevendo. E as outras horas seguintes, comendo uva. Se sobrasse algum tempinho, então, e faria o resto tudo.

Mas eu gosto de escrever, e quem escreve, pode errar, e sim senhor, eu erro muito. Mas como eu erro. Passo muito tempo abrindo o arquivo original e corrigindo virgulas aqui e ali. Porém, de uma coisa eu tenho certeza: Os meus erros são os meus erros. De ninguém mais.Não admito corretores, embora às vezes eles, tá, nos ajudam, pelo menos indicando que ali há algo estranho à gramática. Porém, no celular, ah, sim, minha vitória e domínio são quase absolutos. Ali não entra corretor ortográfico.Eu me recuso a admitir que um chinês empacotado dentro do meu aparelho telefônico venha me ditar erros, alguns até que envergonhariam Camões, ao ponto dele querer arrancar o olho que lhe restou, tamanha vergonha que sentiria.

E essa ojeriza vem de priscas eras, quando ainda o corretor era uma fitinha branca, que a gente colava na letra errada e escrevia por cima,à máquina.(Pronto! Pra que fui falar em máquina? Bateu saudade da minha velha e boa Lexicon Olivetti azul-calcinha). Desde aquele tempo eu matutava muito antes de enfiar o dedo com vontade nas teclas para extrair alguma coisa que pudesse parecer um texto inteligível.

De toda forma, acho que devem-se aos corretores incontáveis namoros desmanchados, negócios desfeitos, e explicações em casa. Já por outro lado, você sempre pode ter também em quem colocar a culpa. Bota a boca em alguém, e fica observando a reação. Se perceber que o caldo por entornar, meta a culpa no desgramado do corretor, ué. Pode dar aquela cantada despretensiosa, e se o vento virar, você escreve mais uns absurdos e mete a culpa no chinês que pensa que sabe traduzir e aprimorar a última flor do lácio. E se ela não entender nada de lácio,  vai ler a parte da flor e digitar aquele pontinho de interrogação. Aí você larga aquele GIF de filhotinho de panda mamando no colo duma chinesa. Dá sempre certo.



Pessoas e não coisas- A intenção de Fedoca


Coisa é algo que não definimos em conversas mais coloquiais, conversas não técnicas. Em termos técnicos, coisas não são mencionadas, exceto mesmo como "coisas", algo indefinido, imprestável,sem vida,sem graça.

Há também no coloquial popular regional expressões que economizam vocábulos vernaculares, em temáticas generalizadas, tais como:"Coisar o coiso"; "a coisa tá feia"; "Coisa ruim"; "coisa e tal, e tal e coisa", e assim por diante. E assim,por diante haja dito.

Coisas também são definições de contrastes entre pessoas, por exemplo. E aqui, começa minha análise sobre a publicação do Caíque Marquez, onde diz que o "Governo de Fedoca deverá valorizar mais os Servidores, e reduzir investimentos em obras no Município". Ou seja, mais as pessoas e menos as coisas. O que já é uma coisa boa.

Valorizar pessoas é tudo em que eu acredito.  Tudo mesmo. Começando pelo Decálogo (Dez Mandamentos), onde a primeira Lei, resumida dos primeiros quatro Mandamentos (em hebraico é traduzido por "As Dez Palavras") determina a relação do Homem com o seu D's, onde Paulo de Tarso, mais tarde, faz uma analogia com o respeito para com as Autoridades. Já a segunda parte, com seis Mandamentos, trata do relacionamento do Homem com o Homem, isto é, do modo como deveria se comportar o Ser Humano em grupo, para manutenção da vida e da própria Espécie. Aqui então a ligação que faço com o entendimento desse tipo de administração política. E neste entendimento, o Prefeito cumpre, pelo menos, o segundo capítulo do Decálogo, onde estabelece condições, ou "as" condições ideais para o bem estar e a felicidade de sua corte de servidores municipais.

Fedoca proporciona o sonho de consumo, por exemplo de um educador ( e eu sou educador, então me encaixo nisso), que necessita tempo e preparo para uma boa aula. E uma boa aula representa metade da motivação que o educando necessita para seu aprendizado a contento. Na realidade, por ser uma antiga reivindicação, justa, eu também concordo, pergunto, sem ofensa, por que não foi concedida antes, e por que não é concedido à todos os educadores do país, para que apenas nesse quesito, tenhamos um salto na educação, comparando o educador a um atleta, que não se torna campeão apenas na disputa, mas se prepara nos treinos. É isso. O preparo das aulas é o treino. Para muitas vitórias.

Vou adiante. Como disse, leio que sua estratégia pessoal seja a de contentar o funcionalismo público, reduzindo investimentos em obras, e fortalecendo os serviços, o atendimento.

Bem verdade é que eu não ouvi de Fedoca esta declaração, até porque, apesar de enviar diversos convites para que ele se manifeste em relação ao que eu escrevo, e ouço apenas o silêncio ensurdecedor vindo da Prefeitura, direito que lhe cabe, eu reconheço, apesar de entender que este blog, independente de ser propriedade intelectual de uma Empresa Jornalística, legalmente registrada, tem um valor intrínseco de mais de quarenta mil leituras, em uma média diária de seiscentas leituras, direcionadas ao público de Gramado, e em ocasiões específicas já tenha chegado a seis mil visitas em um único dia. Isso significa que tem atenção do público, e especialmente do público interessado com o que acontece no governo, e longe dos releases bem pensados da Assessoria de Comunicação da Prefeitura. Mas, enfim, cadum, cadum.

Voltando à administração, que como disse, focada nos servidores. Poucas obras, portanto, pouco o que avançar no trato dos benefícios estruturais que necessita uma cidade cujo adágio é progresso. Então, que posso concluir de forma política e sociológica desta decisão?

Se eu fosse sociólogo, ou cientista político, o que não sou, talvez eu concluísse que o Prefeito, em seu projeto maior de fortalecimento do seu Partido, esteja aparelhando o "Estado" para prosperar continuidade. Que esteja fortalecendo a máquina administrativa, para agir em doses calculadas de generosidade ao povo, em situações limítrofes, e que cria um vácuo entre entender e atender o povo, e apenas atender, por entender que o povo se auto-representa pela máquina administrativa.

E pode também ser que eu esteja errado. Pode ser. Aí então pode com isso acontecer que Gramado continuará prosperando, e corrigirá, este governo, em paralelo com o continuado fortalecimento da estrutura pública, também aquilo que identificou em campanha como deslizes de seus antecessores.

De toda a forma, nesse momento, vou apenas aplaudir. A coisa aí promete.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Fulano faz mais barato, doutor....Você "cobre" o valor?





"Fulano faz mais barato, doutor. Você "cobre" o valor?"

Melissa Mezzari
Doutoranda em Ciências do Movimento Humano 
Mestra em Ciências do Movimento Humano
Fisioterapeuta

Fisioterapeuta é assim: Você paga no MÍNIMO R$ 700,00 por qualquer curso Profissionalizante, uns R$ 1500,00 por mês durante 4 anos para se formar (quando curso é em instituição privada). 

Depois paga de R$ 800,00 a 1.500,00( ao mês) por especialização, passa o resto da vida participando de oficinas e workshops, gasta horas montando terapias, fazendo planejamentos, entre outros, e assim, individualizando e adequando cada atendimento!!! 

Acorda cedo, dorme pouco, trabalha muito, leva trabalho pra casa. Investe na compra de livros, equipamentos, produtos de qualidades, ferramentas; deixa a família nos finais de semana para poder viajar para congressos, cursos, encontros científicos, e ate mesmo para trabalhar.

Para então alguém dizer: "Nossa, mas é caro né! Fulano(a) cobra menos; vc cobre o valor????"

Infelizmente não posso "cobrir" o valor do colega porque não sei das condições e investimentos dele mas para mim foi muito caro o caminho pra chegar até aqui! 

CAMPANHA: Valorize o trabalho de um Profissional que se qualifica ! 

" Se você acha que custa caro um profissional é porque não sabe quanto custa um incompetente. E torça pra nunca descobrir."

SE VOCÊ AMA E VALORIZA SUA PROFISSÃO...COPIE E COLE NO SEU MURAL.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Coisas que Nunca te Contaram quando era criança

Apolônio Lacerda Bebê, by Pacard

*Atendendo pedidos, publico novamente este texto.

Gosto da verdade, sempre, doa a quem doer, e aqui quero fazer justiça à minha infância, cujas noites escuras eram povoadas de visões assustadoras. Não, não eram alucinações. Eram informações mal resolvidas, passadas pelos adultos, ou mesmo por outras crianças, que as ouviam de adultos, e graciosamente dividiam o conhecimento com outras crianças, fosse por sadismo, ou por companheirismo, só importa saber que pelo menos tínhamos conhecimento das coisas. Torto, mas era conhecimento, e isso nos bastava. Procurei reunir alguns destes conhecimentos aqui e desmistificá-los, para o bem das novas crianças, que, tenho que ser sincero, mas elas próprias contam coisas que ainda me metem medo.

Velho do Saco
Ah, este sim, era um verdadeiro motivo para chegarmos em casa antes que anoitecesse. O Velho do Saco era, segundo nossa imaginação, uma espécie de ogro, que vivia escondido atrás de coisas, andando encurvado, balançando um enorme saco às costas, e recolhendo gurizada arteira, para fazer, sabe-se lá o quê com elas. Há casos verídicos de guris malevas que foram levados e eram obrigados a descascar cebolas e comer sopa de jiló todos os dias, até que aprendessem a ter modos com os mais velhos. Metia medo de verdade.

Comer sementes de melancia
Exatamente o que você leu. Comer sementes de melancia, sim, faz nascer um pé de melancia na barriga. Numa aldeia mexicana, foi descoberta uma família que traficava melancias na barriga, comendo sementes e atravessando a fronteira com a Alemanha, e voltava para o México para abastecer-se a cada trinta dias. O excessivo número de carimbos no passaporte despertou a atenção das autoridades da imigração alemãs, que entraram no Google, e localizou uma plantação de melancias escondida embaixo de uma plantação de maconha. Quando foram presos, revelaram o esquema, que consistia em declarar apenas a maconha ao governo, e esconder as melancias, que produziam sementes para contrabando. Então, quando você encontrar alguém muito pançudo, fique de olho aberto, porque pode ser um traficante de melancias.

Pé de couve no ouvido
Demerval era um sujeito bonachão, que levantava cedo e ia trabalhar todos os dias. Um dia, Demerval começou a perceber que as pessoas não diziam coisas compreensíveis, e começou a se preocupar, quando via todos falando baixinho e não conseguia entender o que diziam. Queixou-se então a um amigo, que o encaminhou a um especialista em tratamento de ouvidos, pois talvez o problema estivesse com ele e não com o modo de falar das pessoas. E era! Nos ouvidos de Demerval, britava um belíssimo canteiro de Couve-Mineira. Ele achou aquilo estranho, pois nunca plantara Couve-Mineira nos ouvidos! Como poderia estar acontecendo aquilo com Demerval?

Já no pronto-atendimento, Demerval ficou sabendo que aquela variedade de couve nasce espontaneamente em ouvidos mal lavados. É um fenômeno, que pode ser explicado pela ciência. Trata-se de uma espécie de bactéria, que está presente na cera dos ouvidos, e que se prolifera na ausência de água com sabão. E não são apenas couves que nascem ali, mas há também casos que relatam pés de jaca, abacateiro, goiabeiras, bananeiras e cebolinha. Esse tipo de profilaxia é mais frequente em pessoas que tem alergia à água com sabão, e a bactéria se prolifera, dando origem ao arvoredo.

Gravidez por selinho
Eu não acreditava que isso pudesse acontecer, até que vi uma vizinha aparecer barriguda, mas enorme mesmo a pança da pessoa, após retornar das férias na praia, onde, segundo ela própria testemunha, ganhou um selinho de uns oito ou nove amigos, que saíam com ela pelos matos para colher frutinhas silvestres. Existe a suspeita que não tenha sido os selinhos, e sim alguma frutinha desconhecida que tivesse comido durante os passeios. Talvez Banana-da-terra, ou algo assim, sem ter bebido água em cima.

A "Chave"
Só de lembrar, começo a tremer, tamanho era o pavor da tal "chave". Os meninos eram prevenidos pelos mais velhos sobre os perigos de encontrar a "Dama da chave", geralmente uma mulher mais fortona, de coxas largas e fartas embalagens de aleitamento, que espreitava meninos impúberes e os atacava com a tal "Chave". Certa ocasião, fomos apresentados a um homem todo retorcido, que jurava ter ficado assim depois de ganhar uma "Chave". Era uma cena horrível, dantesca, assombrosa. Depois disso, sempre procurei me relacionar com senhoritas do tipo "Minhon". Não que eu acreditasse naquelas bobagens que nos contavam, mas não custa prevenir-se para chegar à idade adulta com menores riscos colaterais.

Pegar pomba com sal no rabo
Este truque é perfeito. Nunca vi nada mais eficiente. Você pega um pombo e põe sal no rabo (dele). Ele fica inteiramente à sua mercê. Só não pode soltá-lo, senão ele escapa.

Manga com leite
Sempre arregacei as mangas antes de beber leite. Nunca entendi porque usar camisa ou casaco com manga comprida ou curta poderia trazer prejuízos à saúde. Só depois de adulto pude entender que manga não era nem uma parte da vestimenta, nem o afro goleiro do colorado, que jogava na minha época. De todo modo, só fui conhecer a fruta, manga, depois de adulto. E comi com leite. Funciona mesmo, pois eu morri na hora.

Palma da mão coçando é dinheiro na certa
Verdade! Um conhecido meu teve uma coceira enorme na mão, ocasionada por picada de muitas mutucas em simultâneo. O farmacêutico ganhou uma dinheirama vendendo antialérgicos ao moço.

Maus tratos a passarinhos causa crescimento de cabelos na palma da mão
Mentira! Mentira!

Orelha quente é presságio de fofocas
Sim! Definitivamente isso é verdade verdadeira mesmo. Quando era gurizote, fui escutar as gurias falando de mim, observando respeitosamente através de um pequeno furículo na parede do vestiário feminino da escola. Alguém viu isso e não foi compreensivo com minha curiosidade juvenil, e minha orelha parecia pegar fogo, alguns minutos depois. Acho que eu era uma espécie de profeta. Fiquei orgulhoso por este talento. Acho que é um "dom".

Bater três vezes na madeira da azar
É batata! Dá azar pra valer. Num galpão na casa de minha tia havia uma caixa de madeira, e de dentro dela se ouvia um zumbido estranho. Talvez fosse algum ser interplanetário, algo assim, tentando se conectar com o espaço sideral. Pegamos uns pedaços de pau e batemos com vontade na caixa. Ô falta de sorte a nossa. Não era ET, e sim marimbondos. Como deu azar. E doeu.

Bem, tem muitos outros mistérios de nossa infância, mas o texto está muito longo e tou com sono. (Aquela "chave" não me sai da cabeça).

A Segunda Oposição de Fedoca




Trair e coçar é só começar, é o título de uma peça teatral que faz sucesso pelo Brasil afora. Mas a questão da traição tem muitos aspectos, e em alguns casos, trata-se apenas de uma questão de óptica, ou ótica, se entender que o defeito esteja em quem ouve e não em que vê.

Entende-se como oposição, aquele grupamento de pessoas que se opõem a um determinado governo, ou líder, e passa parte do tempo jogando água fria na fervura dos ânimos deste governante. É o caso de PT com o mundo, por exemplo.Mas não quero falar do PT. Isso já tem "bilhares", como diz um conhecido meu, fazendo.

A oposição a que me refiro vem se Gramado. E olha que não estou falando de UPG, não senhor (ou senhora, ou até mesmo, senhorita). Estou falando daqueles que bravamente deram  o pescoço para que os vampiros da política bebessem o suculento sanguinho, nas expectativa de sentarem-se ao lado do Prefeito, sendo este eleito, e de fato foi, mas que, tendo sido preteridos pelos critérios do mandatário, hoje "choram Tamuz às margens do Rio Eufrates".

No minha modestíssima opinião, quem está falhando, talvez não seja o Prefeito em suas escolhas, mas seu despreparado assessor de comunicação, que permite que ele, Prefeito, pronuncie determinados disparates que acabam acertando no joelho do próprio Governo. Querem um exemplo? Eu digo um.

Fedoca foi questionado pelos blogueiros fantasmas, e pelos demais torvelinhos, sobre suas escolhas alienígenas, ao que respondeu que suas nomeações se deram exclusivamente por critérios de competência. Ou seja: mesmo havendo companheiros fiéis e confiáveis perto de casa, sua escolha valorizou a repetida competência, ao que ele assina embaixo.

Resta pensar que quando ele tanto fala em competência, e mesmo diante de humilhantes rogos públicos destes militantes ainda fiéis, esteja mandando um claro recado aos queixosos de que se competência foi o critério master, e mesmo assim, eles não foram chamados......

Aprendo muito cedo que não se deve humilhar as pessoas. Muito menos as pessoas que confiam em nós. E menos ainda, as pessoas que podem virar o jogo quando o cálice da intolerância transbordar.

O marqueteiro de Fedoca está precisando se reciclar com urgência.




Um Inferno Chamado Call Center

Foto recolhida na internet - Não conheço o autor, nem a caveira


Um inferno chamado CALL CENTER.
O Diabo existe, e não é lenda que ele conhece o calcanhar de aquiles de cada um. Porém, mau como é, não é suficiente infernizar pessoas pelo método porta a porta. Ele quer mais. Inventou o Call Center, esta ,máquina de infernizar pessoas nos piores momentos da sua intimidade. Não respeitam dia, hora nem local. Mas você desliga um telefone, o demônio já está com o dedinho discando para o outro ali do lado, pois todos levam o seu nome E aí o cramuião está lá: "Boa noite senhor. Vou. estar falando com quem?". E o imbecil na ponta, com receio de magoar a pessoa que trabalha e é paga para infernizar os outros, tem educação e gentilmente diz que não ao assédio frenético de quem não aceita não como resposta.
Outro dia, por tão irritado que fiquei, liguei para a central da Tim e requeri o cancelamento de um plano. Sabe o que me respondeu a criatura escaldante do outro lado?
"- Na minha opinião o senhor não vai estar podendo cancelar este plano!"
Mas volte pro inferno, criatura indecente!!! E desde quando eu ligo pra opinião dos robôs de um Call Center?


A Parede Branca - Conto

  A Parede Branca Pacard Um dia fui à procura de D-s. Encontrei uma grande galeria de arte religiosa, com uma placa que dizia: D-s está aqui...