AD SENSE

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

No dia em que eu quis ser comunista (Ficção*)


Nasci de olho arregalado, e a parteira, que também benzia, nas horas vagas, vaticinou à mamãe:
- É um ticudo, mas apesar disso, será um varão curioso!
Mamãe só ouviu a parte do "ticudo", e sorriu, aliviada, pois no lugar onde nasci, atribuia-se aos varões a sina de que se tornariam "foiceadores", e às donzelinhas, auspiciava-se que se tornassem "costureiras". Nobres ofícios, não hei de negar, porém mamãe era ambiciosa, e esperava mais do rebento, e o universo conspirou (essa foi pegajosa) e selou os lábios carnudos da parteira, que num tom engasgado, apenas foi capaz de pronuciar: "ticudo será, curioso se tornará!" (as pitonisas, nome antigo das benzedeiras, arriscavam uns versos e cavavam umas rimas para darem ar de mistério ao vaticínio) Certo foi que nasci curioso.

Minha curiosidade tinha certos limites, hei de afirmar, mas às vezes, eu adentrava em campo minado, só pra sentir a cósca das bombas. Um destes terrenos, era o idealismo marxista, a quem eu desejava ansiosamente sorver dos ensinos. Assim, resolvi tornar-me um comunista. Mas não era um comunistazinho mequetrefe qualquer, não senhor. Eu queria ser um comunista daqueles bem, daqueles encardidos, ranzinzas, estes eu queria ser, bem assim.

Decisão tomada, fui ler primeiramente o livro sagrado da foice e do martelo: O Capital! Mas aí foi que a máquina de pensar começou a emperrar, quando vi a foice e o martelo. Mas pra que foice e martelo, se os comunistas que eu conhecia estavam enfiados nos cantos sujos de casas velhas, feito ratos e baratas, planejando e arquitetando planos para dominar a burguesia? Foice era pra trabalhar nos campos e martelo, para construir cidades. E comunista constrói alguma coisa? Mas fui. Procurei o comitê local, numa ruela suja próxima da fábrica de pneus, e bati à porta. Alguém berrou lá de dentro:
- Hasta la victória!
Era uma senha, pensei comigo. Entrei no time, e completei a frase, que já conhecia:
- Siempre!
Um camarada com óculos do tipo "fundo de garrafa" engordurados, abriu a porta devagar e enfiou a cabeça do lado de fora, espiando de um e de outro lado. Como viu que eu estava só, fez um sinal com a cabeça para que eu entrasse. Obedeci,solenemente, afinal era um camarada do comitê quem me autorizava adentrar no estabelecimento, e só não usei a palavra "com reverência", porque como candidato a comunista, eu precisava me convencer de que era ateu. Mas foi uma emoção forte, devo ser sincero. Entrei, segurando com as duas mãos, voltadas para baixo, um livro de V. Kopnin, intitulado: "Dialética como lógica e teoria do conhecimento". Era impresso na URSS, e eu o consegui com um bancário de um banco estatal. O banco era estatal, mas estava lotado por comunistas. Isso me emocionava.
Assentado em uma cadeira velha, tendo á frente uma velha mesa, cheia de documentos, estava o chefe local do comitê, o Vlad, Vladimir Rodrigues. Seu nome era Jurandir, mas Vladimir era mais adequado, e tornou-se seu codinome. Comunista tinha isso de usar codinomes. Eu estava ansioso por ingressar, ser aceito logo, e ganhar um codinome. Tinha até pronto um papel de codinomes sugeridos. O meu preferido era Leonid.  Eu gostava de Vladimir, mas logo de cara encontrei um Vladimir, e logo o chefão, fiquei um pouco receoso de que isso pudesse glosar meu acesso ao partido. Então Leonid talvez fosse mais adequado a mim. Tinha que começar de baixo.

Camarada Vladimir olhou-me com a cabeça baixa, erguendo apenas os olhos, por cima dos óculos redondos, com aspecto de investigação de caráter, no caso, o meu.
- Escriturário?
- Sim, camarada. Sou escriturário sênior em um banco estatal.
- Lacaio do capitalismo! Vocês contam dinheiro e extorquem o proletariado, enquanto os campesinos engrossam as mãos e suam sangue para lhe fornecerem o pão que come? Pensou nisso?
- Não, camarada! - Respondi, profundamente envergonhado, porque eu comia muito pão mesmo. Depois disso, senti-me compelido a comer coisas menos campesinas, como enlatados, pois enlatados não vinham do campo. Vinha das fábricas. Mas não falei nada. Nem foi preciso falar, porque ele continuou seu discurso de culpa:
- Nos campos e nas cidades, nas fábricas burguesas, títeres dos ianques imperialistas, que esparramam seus enlatados nas casas do povo.
Misericórdia!- Pensei. Mal comecei a ser comunista, e estou com um ódio indescritível da burguesia. Só não tomei uma atitude mais radical naquele instante, porque eu não tinha ideia do que comeria se jogasse o pão e as latas de ervilhas e sardinha no lixo.
Vladimir anotou meu nome numa caderneta amarelada, acendeu um charuto cubano, soltou uns círculos de fumaça, e estalou os dedos em direção ao gorducho de óculos de fundo de garrafa,
- Passa um telegrama pro camarada Oliveira.  Diga que iremos fazer piquete na segunda feira pela manhã. Queremos fechar aquela fábrica até o fim da semana.
- Fechar uma fábrica? - Pensei. E o que ganhariam, fechando fábricas? Causaria desemprego.
Parecia que Valdimir lia meus pensamentos.
- Fecharemos todas as fábricas e promoveremos o desemprego, para um despertar dos trabalhadores. Secaremos a fonte de deterioração da vontade proletária, e com isso, os libertaremos de sua ganância opressora. O camarada Lênin fez isso, destruindo plantações de batatas na Polônia, e conseguiu adesão do proletariado à causa. Não é supimpa, camarada?

Olhei para meu velho relógio e pus a mão na testa, espantado:
- Me perdoe, camarada!  Tenho um importante relatório por concluir, e ainda preciso do emprego. Voltarei a contactar com você.
E saí a passo largo. Fiquei assustado com esse tipo de comunismo que conheci. Pensei então em outras correntes de pensamento. Saí dali e caminhei até uma universidade, porque fui informado que o Diretório Acadêmico tem excelentes pensadores, imaginei, e vou buscar a teoria da coisa para decidir-me. Fui. Barbaridade! Melhor que não tivesse ido. Mas fui.

Quero dizer que não tenho problema nenhum com moças que não de depilam. Nenhum mesmo. Apenas acho que não prejudicaria o movimento, se as camaradas tomassem um banho de vez em quanto. Um por semana, por exemplo. Bem, isso também não era problema meu, pois li que o camarada Guevara também odiava banho. Achava muito burguês. Então que seja. Abaixo a burguesia. Abaixo o sabonete yankee! Pasta de dente também é yankee? Pois que seja: Abaixo o creme dental e a exploração das proletárias de corpos esbeltos para alimentarem o capitalismo burguês e porco imperialista!
Bem, de fato eu gostava de tomar banho, achava lindo olhar as pernas macias e bem depiladas da moças, e sentia enjoo quando alguem não lavava o suvaco. Acho que não era bem isso que u esperava do comunismo. Achava eu que no comunismo, haveria oportunidade para que todos tivessem chances iguais, oportuniades iguais, e que o mundo poderia ser mais justo.
- Isso! Exclamava Vladimir. Isso mesmo. Se você tem sobrando, tem que dividir com quem não tem.
- Ué! Mas o cristianismo e o judaísmo, e até o islamismo, não ensinam o mesmo?
- Fale baixo, camarada! O que você quer? Destruir o aparelho revolucionário? Comunista que se preza tem que ser ateu
Quanto mais Vladimir falava. menos comunista eu queria ser. Resolvi dar um tempo. Esperar para ver como ficariam as coisas. Conversar com Aristeu. Aristeu era de uma ala mais liberal, menos radical. O radicalismo me assustou. Eu não queria pegar em armas, tirar gente de dentro de casa. Isso me assustava muito.
Aristeu era um aluno do curso de antropologia, mas fazia também umas cadeiras de sociologia, e liderava uma nova linha de pensamento, onde a palavra comunismo não era mais importante. Pachorrento, Aristeu ensinava que aquele velho comunismo bolchevique estava em decadência. Agora, as rodas de avaliação levantavam pensadores franceses: Focault, Beauvoir, um pouco de Nietsche, mas deixava a Europa fria, e engajava-se no tropicalismo latino, para construir um novo socialismo aberto, cujo melhor atributo não era derrubar uma casa ou tirar seus moradores á força, mas engajá-los e transformá-los através da dissolução da família, assexuando os filhos, e subindo a categoria do cachorro como membro da família. Solução perfeita, pois rebaixando o nível racional da burguesia e elevando a moral canina e felina, a massa seria invencível. O resto, seria uma questão de arranjos localizados aqui e ali. Fantástico! Mandar a família á merda, era o máximo. Pensei nos natais e confraternizações tradicionais incômodas de não precisaria mais abraçar os chatos, emprestar dinheiro e a bicicleta ao cunhado, e ter que suportar as piadinhas infames dos beberrões da repartição, em festas do chefe. Aceitei então um convite de Aristeu para uma reunião ideológica com os militantes. Fui. Era à noite, no centro de convivência da universidade pública.
Foi montado uma bancada improvisada para os dirigentes do movimento,e fui convidado a assentar-me junto deles. Senti-me importante. Importante mesmo. Logo eu, que nem decidido estava, de saída, sou convidado a compor uma mesa diretora. Isso encheu-me de responsabilidade, e minha postura foi ereta, impávida. Aristeu começou um discurso, conclamando os companheiros para a luta e pela libertação da América. Libertação da América? Libertação de que? De quem?

- Do neo liberalismo, companheiro! Da influência dominadora dos americanos (isso não mudou), e da globalização. Tínhamos que combater as queimadas na Amazônia, defender os coalas na Austrália, que também pegava fogo; abraçar uma árvore no centro da cidade que seria podada naquela semana,  adotar os "humaninhos de rua", os cachorrinhos; levantar uma campanha de assinaturas na web para impedir que dessem mais folhas de bambu que os pandas necessitavam porque estavam ficando gordos demais. Havia muito mais ainda:  Um grupo de rapazes, estranhamento fantasiados, trinavam canções com vozes em falsete, elaborava um movimento tresloucado, ao qual davam o nome de "performance", com uma tira de pano levantado ao alto, como uma cobra que serpenteava pelas pessoas, gritando palavras de ordem, e contra alguma coisa, que acho que eles não tinham bem certeza do que era.

Uma moça bem forte, puxou-me e me lambuzou de beijos, e abraçou-me com voluptuoso frenesi. Não foi ruim, mas achei o gogó dela meio avantajado, e sua voz rouca, parecia grave. Não sou preconceituoso, mas eu tenho certeza que debaixo da maquiagem encorpada, havia tocos de barba de dois dias. Talvez ela estivesse tomando hormônios por algum distúrbio glandular., Vai saber..

Mas não fiquei comovido com essa visão do comunismo. Concluí que o comunismo bolchevique ensinava que tudo é de todos.
- Todos não. Os proletários! - Retrucou o camarada de óculos tipo fundo de garrafa.
- Mas os bolcheviques mandariam os burgueses dissidentes pra Gulag. Sobrariam apenas os proletários.
- Então? Foi o que eu disse. Tudo para todos!
Continuei: No novo socialismo de Gramsci, ninguém é de ninguém; O que tiver que ser, a gente dá o contra e esculhamba tudo. Afinal, é a geração dos "Memes", do deboche.
Desisti por ora deste tipo de comunismo também. Pensei: O tempo vai passar e as coisas se decantam. Vou cuidar da vida.

Os anos se passaram. Fui pras redes sociais procurar os velhos camaradas. Achei a maioria.
O camarada dos óculos de fundo de garrafa tornou-se banqueiro. Passou a financiar empreiteiras e políticos.
A moça que me lambuzou e deixou todo marcado de batom, tornou-se empreiteiro. Hernandes & Galileu. Ganharam dinheiro com Resorts, motéis, e casas noturnas. Investiram também na religião. Financiam pastores em franquias de uma religião chamada: "Igreja Penta-Bossal Bola da Vez do Sétimo Dízimo", mas nesse tipo de negócio, usam laranjas. Não querem ligar-se a negócios escusos. É tudo feito ao apagar das luzes.

Vladimir entrou na magistratura.  Foi pro Supremo. Aristeu conseguiu uma colocação como assessor de um senador. Casou-se. Com Vladimir. Gramsci foi mais contundente no argumento. A Dialética como lógica e teoria do conhecimento, virou papel reciclado. Higiênico

E eu, investi em negócios de manutenção ambiental. Sou jardineiro. E filósofo. Entrego pizza, e também jogo búzios, e sendo ateu, isso me deixa mais focado nos resultados. A gente tem que ser polivalente nesta sociedade de consumo. Consumo de coisas da China. A velha e boa China de Mao, Comunista. Da gema.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

A Parede Branca


Um dia fui à procura de D-s. Encontrei uma grande galeria de arte religiosa, com uma placa que dizia: D-s está aqui. Entre e veja por si mesmo.
Eu entrei. Lá dentro havia um corredor cheio de portas. Em cada porta, havia uma placa que dizia: "O D-s dos Cristãos".
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Entrei, e vi um belíssimo quadro, ornado por uma moldura dourada, cheia de ornamentos e floreios. Na pintura, havia uma tela de inigualável beleza, que mostrava uma pomba branca pousando sobre um moço, loiro, de olhos azuis, e barba da cor do ouro refinado, e atrás de si, uma luz de azul intenso à volta, e branca à medida que chegava ao centro. Estranhei que embora a luz estivesse atrás, seu semblante era igualmente iluminado e tudo o que era mostrado naquele quadro, brilhava como o sol do meio dia. À volta, o ambiente era cercado de anjos com rostos belíssimos, sobrevoando e abraçando-se á moldura, espargindo eles próprios outro tanto de luz, com a mesma intensidade da que vinha de trás, e do alto, e o próprio chão, onde os brancos pés do moço pisavam sobre nuvens, tudo, tudo era luz de intensidade formidável.
Senti-me pequeno demais para permanecer naquele lugar, senti-me fraco e envergonhado, porque vi minhas mãos e meus pés, e senti o meu cheiro de cansaço e suor. Aquele não era o meu lugar, então entendi que aquele quadro não mostrava o D-s que eu buscava.
Na segunda porta, a placa dizia que ali estava apresentado o D-s dos islâmicos. Pouco pude ver, pois havia um manto negro envolvendo a pintura, porque os islâmicos não podem pintar nenhum tipo de representação de Alá, O Nome de D-s nesta religião. Um alto falante chamava os visitantes para a oração, e como eu não era desta religião, senti-me invasor daquele lugar. E não pude ver D-s por causa da cobertura do quadro na parede, então saí dali também.
Na terceira porta, estava o D-s do budismo. Uma belíssima e bem nutrida estátua de um Buda sorrindo, assentado, diante de uma flor de lótus. Na parede ao seu lado, haviam imagens de multidões famintas, em guerra, doentes, um caos. No entanto, o Buda continuava a sorrir. Fiquei confuso, e também saí daquele lugar. Não vi D-s por lá.
Na quarta porta,Havia uma inscrição cercada de letras coloridas. Era a sala do D-s africano. Vi muitas vestes e máscaras, ouvi tambores, vi pessoas dançando, naquele quadro, vi animais degolados ao lado de flores e comida. Vi charutos e cachaça, e ouvi vozes e cânticos ritmados, que eu não consegui entender também, e então saí dali´, porque não vi D-s naquela ilustração.
Uma sala com apenas uma inscrição à porta, dizia: "D-s dos ateus - Aqui Ele não está". Achei curioso, e entrei, afinal, o D-s que se oculta, pode muito bem ocultar-se no inesperado. E entrei. Havia uma grande lousa, cheia de fórmulas matemáticas, e teorias para provar o improvável. Achei graça, e não me detive ali também, pois Onde ninguém busca à D-s, certo é que não O encontrará em lugar algum, muito menos nesta sala. Fui embora depressa, pensando meste paradoxo.
A penúltima sala tinha uma Estrela de David, na porta, e uma Mezuzá no umbral. Beijei a mezuzá, e entrei som solenidade. Na enorme tela na parede, havia uma pintura que contrastava entre pessoas sofridas, e heróis em luta. Entre humildes rabinos, e imponentes reis. Ao centro da tela havia a letra Shin, de Shalom, (paz). Um toque de shofar (corneta de chifre de carneiro) dava o ar solene do lugar. Mas não vi D-s naquela sala. Sem esperança já, saí de lá, e não tive vontade de entrar na última sala. Tive medo, na verdade. Medo de não me encontrar com D-s. Mas juntei coragem e entrei. Era uma sala branca, desde o chão, paredes e teto. Na parede em frente, havia uma imensa tela branca como a neve, e à sua frente, no chão, havia um balde com tinta branca, e um menino e uma menina, segurando, cada um,  um pincel, embebidos na tinta branca da lata.



A Afinação dos Talentos no VI Gramado In Concert


Foto: Divulgação

Eles vem de muitos lugares. Vem do Brasil, e vem do mundo. Vem como notas soltas esperando sua vez na fila das partituras para libertarem as almas,  flutuantes e efêmeras vibrações sob forma de canções, melodias, trinares, e gorjeios.

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Eles carregam estojos, e vestem-de de gala para a ocasião. Elas vestem longos vestidos de festa. Eles e elas respiram, comem, e banham-se com música. Elas e eles,tornam-se livres, quando cercados por uma orquestra, ou em solo musical. Violinos, Cellos, Trompetes, quase dormem abraçados com seus executores. Já o piano é impávido, colossal, solene e imutável. Intransferível. Eles vão até ele. Assentam-se e o reverenciam, e tal como um potro selvagem, uma vez domado, devolve recitais e notas que se entrelaçam às mãos do artista, para que ao final, os aplausos os envolvam a um só gesto de gratidão e alívio.

O que mais emociona nesse ambiente musical, não é apenas o estilo, a afinação, a concentração dos musicistas, isso também, mas a solidariedade. O paradoxo de uma música que já foi chamada de elitista, se mostra na origem de muitos dos artistas desse tipo de evento.

Alguns chegaram a Gramado por meio de economias pessoais, advindas de pequenos trabalhos, concertos, eventos, casamentos, aulas particulares. Outros, nem isso conseguiram, e contaram com a ajuda de mecenas, pessoas que voluntariamente ajudam, desde o custeio de refeições e hospedagem, a ajuda financeira mesmo. Há, naturalmente alguns expoentes, que já atravessaram o pântano das incertezas, e alcançaram certo estrelato, o que não chega nem perto do tipo de notoriedade pública que atingem artistas em outras áreas, em outros estilos, como o sertanejo, o rock, ou estilos próprios de público de massa, e ainda assim, mesmo junto de alguma banda que acompanha estes estilos, possivelmente iremos encontrar musicistas eruditos, abrilhantando os espetáculos.

Nem sempre o cachê é alto, ao contrário, na grande maioria dos casos, são irrisórios. Um violonista ecléticos, tocando três horas por noite, em um barzinho, ou restaurante, ganha no mínimo o dobro de um solista, de uma soprano, de um instrumentista erudito. Um não tem menos valor que o outro, mas no mercado, valem muito menos, falando financeiramente.

Gramado é uma cidade que inova sempre. Surpreende a si mesma sempre. Qualifica-se sempre, e o Gramado In Concert foi criado para motivar a boa música, de qualquer estilo, mas esta sexta edição coroou a vontade de três maestros e um grupo de competentes musicistas e profissionais,que contaram com o apoio  de empresários e cidadãos gramadenses, que cooperam para que o evento

Todo recital é uma dor e um prazer que se fundem. Uma ânsia de começar e a euforia do terminar. O aplauso é o lenitivo para esta dor. O aplauso continuado, de pé, é a válvula de pressão. O frenesi das palmas e "bravos" é o alimento do artista. E um evento onde mestres e alunos se encontram em curta temporada é o espetáculo dentro do espetáculo.

Neste encontro que oportuniza a jovens de muitos lugares fruírem da companhia de outros iguais e juntarem das diferentes semelhanças, encontram-se também as culturas, o modo de falar, a troca de impressões sobre o que ouvem, gostam, comem, vestem, de como vivem, sentem, acreditam, e até mesmo, novos romances podem brotar. Então, mais que um evento de música pela música, o que já seria o bastante para encantar os ouvidos, há o encontro de gente jovem com gente que já foi jovem. O encontro daqueles que desejam aprender, com a boa vontade dos que podem instruir. Que modelo para ser imitado em outras situações. Que modelo para inspirar outros eventos, e que tais eventos levem à Gramado mais que consumidores de hotéis, lojas e restaurantes! Que lição de humildade, o encontro do que busca a perfeição com o que conhece atis atributos de arte.

Fica o desafio para que o Natal Luz, o Festival de Cinema, o Festuris, e tantos outros, abram suas portas para Gramado, para o interior, e por que não, uma parceria com outros municípios, que sejam levadas mostras e oficinas de integração regional?

Este, em minha humilde leitura, é o verdadeiro sentido do turismo e da cultura: Integrar e transformar, unir, educar, instruir, repartir, e edificar. Esta é a cultura que eu gosto de pensar e sonhar.

Parabéns, Gramado! Parabéns Secretário Allan Lino! Parabéns à equipe e aos participantes deste evento, que terá neste espaço, em minhas letras, o respeito que lhe é merecido, sempre. Ainda que de forma crítica, ainda que de maneira elogiosa. Silenciosa, jamais!

Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Estônia conhece o Brasil pela música Gaúcha


Foto: Divulgação
Música Jeitão de Gaúcho é difundida para a Estônia

O Parque Gaúcho recebeu no domingo (9) a orquestra da Estônia para uma imersão na cultura gaúcha. Os 26 músicos do grupo Tallinn Old Town Music Orchestra, que participam do 6° Gramado In Concert, conheceram a história do gaúcho. Além de aprender sobre o período de formação do povo do pampa, os músicos internacionais também tiveram contato com a música tradicionalista gaúcha.
O cantor nativista Pepeu Gonçalves e o gaiteiro João Sartune comandaram a integração musical apresentando canções típicas para a orquestra estrangeira. Com letra de Paulinho Mixaria e Pepeu, a música Jeitão de Gaúcho caiu no gosto do grupo internacional. O 6° Gramado In Concert continua até 15 de fevereiro.
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Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

Marlene Kaiut - O Brasil Rural Feminino do Século 21





1 - Você conta a sua história pessoal, a partir da origem deste empreendedorismo, onde seu esposo desanimou do negócio de família, e foi a partir disso que você despertou para o desafio. Porém, você deve ter acompanhado os motivos que o levaram a desistir e buscar outro rumo profissional.
Por que você achou que pela cultura geral, se com um "homem" não deu certo, daria com você, que não entendia nada daquele trabalho?

2 - Você conta, em sua biografia, que a "única pessoa que aceitou receber ordens de uma mulher" foi um empregado, e que com ele, você redesenhou o negócio. O que você fez de diferente do que fazia seu esposo, anteriormente?

3 - Você teve algum tipo de discriminação de seus clientes, depois que tomaram conhecimento de que agora era você quem estava no comando da empresa?

4 -Quantas vacas produzindo leite havia na empresa, quando começou, e quantas tem hoje?

5 - Quanto tempo levou para que você pudesse perceber reação de produtividade e lucros?

6 - Sua cidade, Carambeí, no PR, uma pequena cidade com enorme potencial de turismo, além da atividade pecuária. Você tem algum projeto ligado ao turismo rural?

7 - Você tem proferido palestras em muitos lugares no Brasil. Já foi convidada à levar seu conhecimento ao exterior?

8 - Você acentua seu trabalho como uma Mulher Empreendedora, ou como um Ser Humano empreendedor? Nesta leitura,suas palestras são direcionadas a quem? Mulheres ou homens também?

9 - Seu trabalho, mais que um negócio, tornou-se uma instituição, um modelo de ousadia empreendedora, e você recebe estagiários. Você tem algum convênio com escolas, governo?

10 -Sua empresa produz leite apenas, ou também beneficia o leite e produz derivados?

11 - Quantas pessoas são necessárias para manter o funcionamento do lugar?

12 - Quais foram os principais desafios que você encontrou quando começou, e quais ainda tiram o seu sono, quando aparecem?

13 - Andes de ser pecuarista, você foi modelo fotográfico, não? Fale sobre isso.

14 - Como é sua relação com D-s (Deus) no dia a dia de seu trabalho?

15 - Já caiu sua ficha da dimensão que tomou sua vida depois que você se tornou uma celebridade, não pela sua beleza apenas, mas por sua maneira inteligente e audaciosa de encarar uma causa perdida?

16 - Se você tivesse que recomeçar do zero, o que mudaria, diante do que já fez?

17 - Você tem a notoriedade e a popularidade suficientes para se engajar na política, pleitear uma candidatura. pensa nisso?

18 - Cite três mulheres que te influenciaram, e d~e as razões destas influências.

19 - para não sermos injustos, também três homens que justificam seu tempo a refletir sobre o que fizeram e como pode ampliar seus exemplos, quando fala aos jovens.

20 - Imagino que seu público seja acentuadamente feminino. Mas em uma palestra exclusivamente à homens, o que diria a empreendedores do mundo masculino?

21 - Um dos males do século, talvez o maior, seja a Depressão, mas há certo desânimo nos jovens do interior, do meio rural, que abandonam a terra e passam o resto da vida no concreto, lamentando a saudade. Que conselho daria á quem deseja abandonar o campo, e mais, a quem deseja voltar ao campo, mas não tem mais o preparo necessário?

22 - Fale sobre suas palestras. Quem é seu público,e como fazer para contratá-la para eventos?


Novidades e excelente público marcam início do VI Gramado In Concert


Fotos de Rafael Cavalli


VI Gramado in Concert inicia com
ótimo público e novidades
Teatro e turnê internacional da Orquestra foram anunciados

A sexta edição do Gramado in Concert – Festival Internacional de Música iniciou em grande estilo nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, lotando o auditório do Expogramado. O público superior a 800 pessoas, que formava uma longa fila no saguão para a entrada, foi devidamente recepcionado e entretido pelo Maestro Cosminho e o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará. Trata-se do novo mascote do evento e grupo que realizarão os Concertos Itinerantes em locais variados da cidade, às 16h, sempre de surpresa.  Interpretado pelo ator Diogo Grulke, o nome do maestro é alusivo ao Troféu Cosmos que premia o vencedor do Concurso de Composição.
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Na sequência, a Orquestra Sinfônica de Gramado, regida pelo Maestro Linus Lerner, apresentou um repertório variado de obras sinfônicas com destaque para os solistas professores do festival. Entre eles, Daniel Wolff ao violão no Concerto de Aranjuez, Edwin Soo Kim ao violino em Czardas, a soprano Liliana del Conde em dois momentos, na ária da rainha da Noite, da Ópera A Flauta Mágica, de Mozart, e em Granada de Agustín Lara, além do trompetista Henrique Weege, vencedor do Concurso Jovens Solistas do ano passado, no Concerto para Trompete em Mi maior, de Johann Nepomuk Hummel.  Menção honrosa para participação dos músicos Ivo e Lachezar Stankov, da Bulgária, em duas obras de Mendelssohn. A dupla da Bulgária, formada por piano e violino, acompanhou o maestro na gravação de um CD com a London Royal Philharmonic Orchestra e que foi lançado oficialmente no Concerto de Abertura.  Vale lembrar que o gaúcho Linus Lerner é o primeiro brasileiro a reger uma gravação da tradicional e renomada orquestra de Londres. No final do concerto foram apresentadas Seleções de West Side Story, de Leonard Bernstein. Em meio aos aplausos do auditório lotado, o maestro Linus Lerner comemorou: “dizem que música erudita não tem público. É só dar oportunidade que o povo aparece”, ressaltou.
A programação do primeiro final de semana contou ainda com diversas apresentações em diversos locais de Gramado. No sábado, a programação iniciou com Laerte Hugentobler e seu violão às margens do Lago Negro, seguido da Camerata de Cordas da Universidade Federal do Ceará na Praça das Etnias, a Orquestra Antunes Câmara, de São Paulo, na Rua Coberta e as participações especiais da Orquestra Sinfónica Nacional Juvenil Bicentenario del Peru, na Escola Senado Salgado Filho e a Tallinn Old Town Music Orchestra, da Estôniam no Serrazul Hotel. No domingo, o Concerto de Música Antiga – Barroco Vivo, na Igreja do Relógio, o Trio Haylli, do Peru, na Rua Coberta, além da Seoul Metropolitan Youth Orchestra, da Coreia do Sul, no Serrazul Hotel.

Cabe destacar que a tradicional Sala da Lareira do Serrazul recepcionou na noite de sábado um encontro para jornalistas e formadores de opinião. O Secretário da Cultura, Allan John Lino e os maestros Linus Lerner e Leandro Serafim proporcionaram um bate papo descontraído sobre o evento e, entre diversos, assuntos tratados, duas informações importantes concentraram as atenções. A confirmação da primeira turnê internacional da Orquestra Sinfônica de Gramado (OSG), já anunciada pelo maestro Linus no Concerto de Abertura. Agendada para junho, 44 músicos e duas solistas sob o comando do maestro desembarcam em Portugal onde farão duas apresentações seguindo para roteiro que inclui Espanha, França e Itália. A OSG também prepara agenda de shows pelo interior do Rio Grande do Sul e cidades de Santa Catarina e Paraná.
E ao ser indagado sobre as perspectivas e possibilidades de Gramado ter um teatro, atendendo aos apelos de músicos, atores, produtores e, obviamente, de turistas e da comunidade, o Secretário da Cultura fez uma revelação histórica. Com capacidade de 1,5 mil lugares, a construção do primeiro teatro de Gramado deve iniciar ainda neste ano através de uma Parceria Público-Privada. Será um moderno espaço com salas de aula, biblioteca e cafeteria e que deve ser erguido em terreno doado pela prefeitura no ExpoGramado.  Segundo Allan, o fundador da Orquestra Sinfônica de Gramado (OSG),  com a economia com a montagem de estruturas temporárias o teatro se pagaria em se pagaria em cerca de dez anos, sem considerar o valor que pode agregar abrigando peças e espetáculo que hoje a cidade não tem como receber. O Secretário da Cultura destaca ainda o apoio da Universidade Feeevale que ofereceu seus profissionais para elaborar o projeto, que teria custo de cerca de R$ 2,5 milhões caso o município fosse bancá-lo.  O Maestro Linus Lerner complementou, exaltando a possibilidade de poder contar com espaço para apresentar em Gramado, peças como O Quebra- Nozes, o famoso balé de Tchaikovski, para citar apenas um exemplo. Linus garante que “teremos interessados em trazer esse e outros espetáculos para cá". Allan ressaltou que “não é um projeto simples, porque além de todas as questões arquitetônicas próprias de um teatro, como tamanho de palco e altura, acústica, e outros, há questões estruturais da obra, como solo, plano diretor da cidade e infraestrutura".
A programação do evento continua até o próximo sábado, 15 de fevereiro. Cabe enfatizar a concepção pedagógica do Gramado in Concert e a realização de suas 22 oficinas, a cargo de 33 professores brasileiros e internacionais, para cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina. Lembrando que nesta terça-feira, 11 de fevereiro, acontece no Serrazul Hotel, às 17h30, a Final do Concurso Jovens Solistas.
O VI Gramado in Concert – Festival Internacional de Música é promovido pela Secretaria da Cultura de Gramado e tem a direção artística do Maestro Linus Lerner, coordenação artística do Maestro Leandro Libardi Serafim e Coordenação de Produção, de Viviane Soares da Bis Gestão Cultural. 

Confira a programação final do evento até o encerramento no próximo sábado.

Programação 10/02/2020 (Segunda-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Trío Haylli (Perú) – 10h30 – Lar de Idosos Maria Nazaré
Seus componentes são estudantes da Universidade Nacional de Música do Peru. O grupo surgiu em 2017 e tem por objetivo apresentar obras compostas para piano, trompete e canto, de compositores como Scarlatti, Händel, Bach, Purcell, assim como, difundir a música acadêmica e popular do Peru e da América Latina.


Conhecendo o Festival – 14h- FAURGS
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.
Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Trío Haylli (Perú) - Cia.sax (SP) - Quinteto Lorenzo Fernandez (RJ) – 17H30- Hotel Serra Azul
Os três grupos selecionados no edital de Grupos de Câmara do VI Gramado in Concert, dividirão um concerto em um dos principais palcos do festival.

Professores in Concert – 20h – Hotel Serra Azul
Este recital é um dos momentos mais aguardados por alunos e o público do festival, pois é hora de ouvir e ver os professores executando obras solo, duos e trios em seus específicos instrumentos.

Programação 11/02/2020 (Terça-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Tallinn Old Town Music School String Orchestra (Estônia) – 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Rasmus Puur, 26 jovens com idade entre 13 e 19 anos, estudantes da Old Town Educational College de Tallinn, Estônia, apresentarão um repertório de músicas eruditas e folclóricas de seu país.

Conhecendo o Festival – 14h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Quinteto Lorenzo Fernandez (RJ)- 16h- Instituto Santíssima Trindade
O quinteto foi criado em 2011 na cidade de Rio de Janeiro e é composto pelo oboísta Juliana Bravim, pelo flautista Rômulo Barbosa, pelo fagotista Jeferson Souza, pelo clarinetista Cesar Ribeiro e pelo trompista Alessandro do Rosário Jeremias. Tem como principal missão apresentar músicas contemporâneas para quinteto de sopros. O grupo acumula diversos prêmios importantes e um CD lançado em 2015.

Final do Concurso Jovens Solistas- 17h30- Hotel Serra Azul
Apresentação dos 07 finalistas do concurso. (10mim por candidato). A Comissão de avalição escolhera os 03 primeiros colocados que ganharão prêmios. Além disso, haverá um premiado escolhido pelo público. O resultado será divulgado no final do concerto das 20:00hrs.

Orquestra Sinfônica Nacional Juvenil Bicentenário del Perú- 20h- Hotel Serra Azul
Sob a regência do Maestro Jorge Eduardo Ahumada Angulo, 12 jovens entre 14 e 29 anos, integrantes da orquestra principal, estarão apresentando, em formato de camerata de cordas, repertório erudito tradicional e obras de compositores peruanos.

Programação 12/02/2020 (Quarta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Seoul Metropolitan Youth Orchestra (Coréia do Sul) – 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Kyung Young Chung, 12 jovens selecionados dentre 120 que compõem a orquestra fundada em 1984 na cidade de Seoul, Coréia do Sul, estarão se apresentado no festival em formato de camerata de cordas.

Conhecendo o Festival – 14h- FAURGS
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Recital de Alunos- 17h30- Hotel Serra Azul
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.
Professores in Concert- 20h- Hotel Serra Azul
Comemorando os 250 anos de nascimento de Ludwig Van Beethoven os professores do festival interpretarão obras de diferentes momentos da vida deste grande compositor.

Programação 13/02/2020 (Quinta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Orquestra Antunes Câmara (SP)- 11h- Rua Coberta
Sob a regência do Maestro Ênio Antunes, 15 jovens estudantes do Projeto Arte do Som e do Projeto Musicando, do Programa Fábricas de Cultura da Zona Leste, apresentarão repertório composto por obras eruditas que vão do período Barroco aos nossos dias, incluindo obras de compositores brasileiros.

Conhecendo o Festival – 14h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.


Recital de Alunos- 17h30- Hotel Serra Azul
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.

Banda Sinfônica do Festival- 20h- Expogramado
Sob a regência do Maestro gramadense Leandro L. Serafim, Coordenador Artístico do festival, a banda formada por cerca de 90 alunos do festival apresentará obras eruditas e populares compostas ou adaptadas para esta formação e terá ainda a participação de professores do festival como solistas.

Programação 14/02/2020 (Sexta-feira)

Conhecendo o Festival – 10h- Hotel Serra Azul
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Como Vem Dueto- 11h- Rua Coberta
O pianista e compositor Roger Coicev, juntamente com o violoncelista Kainã Valentim apresentarão obras de compositores eruditos como J.S. Bach e ainda composições próprias do duo.

Conhecendo o Festival – 14h- Expogramado
Conheça os bastidores do festival, descubra os detalhes das oficinas de instrumento e das práticas de grupo a partir de uma curta palestra seguida de uma visita aos ensaios das orquestras do festival e veja como, durante poucos dias, alunos advindos de diversos estados e países constroem, sob a orientação do maestro, o melhor da música erudita.

Concertos Itinerantes – 16h – locais diversos
Imagine deparar-se com um quinteto de metais regido pelo excêntrico e divertido Maestro Cosminho enquanto caminha por Gramado. Essa é a proposta do Concerto Itinerante que levará o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará e o mascote do Gramado in Concert, o maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke, aos bairros e pontos turísticos de Gramado.

Recital de Canto Lírico- 17h30- Hotel Serra Azul
Neste recital, alunos da classe de canto solista, orientados pelos professores Inácio de Nono e Liliana del Conde, apresentarão diversas árias e canções acompanhados pelos pianistas do evento.

Orquestra Sinfônica B do Festival- 20h- Expogramado
Alunos da classe de regência orquestral, orientados pelo maestro Linus Lerner, apresentam obras sinfônicas de importantes compositores do cenário erudito a frente da Orquestra Sinfônica B do festival, composta por aproximadamente 100 músicos. Teremos ainda, a participação de alguns professores como solistas.

Programação 15/02/2020 (Sábado)

Recital de alunos- 10h- Centro Municipal de Cultura
O recital de alunos é um momento importante que oportuniza os estudantes a execução de obras solos, duos e trios, com ou sem acompanhado.

Camerata de Violões do Festival- 11h- Igreja do Relógio
Sob a coordenação do professor Daniel Wolff, a camerata formada por cerca de 15 alunos de violão do festival, apresentará obras compostas e arranjadas especificamente para esta formação.

Recital das Classes de Sopro e Percussão- 14h- Rua Coberta
Neste recital serão apresentadas obras ensaiadas no decorrer das classes de instrumento sob orientação dos professores de sopros e percussão do festival.

Cia.Sax (SP)- 16h- Hospital São Miguel
Criado em 2016 na EMESP Tom Jobim sob orientação do professor Milton Vito, o grupo vem realizando diversas apresentações, tendo inclusive, recebido prêmio em concurso de jovens solistas. Fazem parte do grupo os saxofonistas Gabriel Fanzeres, Samuel Alves, Gustavo Andrade e Khaleb Gonzaga.

Orquestra Sinfônica A do Festival- 19h- Expogramado
Sob a regência do Maestro Linus Lerner, diretor artístico do festival, a orquestra apresenta o Concerto de Enceramento. Comemorando os 250 anos de aniversário de nascimento do compositor Ludwig Van Beethoven o festival encera com a grandiosa 9º Sinfonia acompanhada de solistas e um coro de mais de 100 vozes oriundo de coros da região, classe de canto solista e da oficina de canto coral do festival.

Festa de Encerramento com a Big Band do Festival- 23h- à definir
Sob a coordenação de Willams Costa, a Big Band formada por cerca de 20 alunos do festival apresentará clássicos do jazz e da música brasileira de forma descontraída na festa de encerramento do evento.


Mais informações: www.gramadoinconcert.com

Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

Festival de música erudita gratuita acontece de 7 a 15 de fevereiro

Liliana del Conde, Soprano - Foto: Divulgação

Inicia o VI Gramado in Concert
Festival de música erudita gratuita acontece de 7 a 15 de fevereiro

A serra gaúcha será palco de 7 a 15 de fevereiro do VI Gramado in Concert – Festival Internacional de Música.  O evento oferece o melhor da música erudita em uma programação totalmente gratuita com concertos de orquestras, grupos de câmara e solistas além de oficinas que recebem cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina.
A Cerimônia de Abertura acontece nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, às 19h30, no ExpoGramado com a Orquestra Sinfônica de Gramado - OSG. Devidamente regida pelo maestro Linus Lerner, a OSG apresentará obras sinfônicas que terão como destaque, solistas professores do festival.  O concerto também marca o lançamento oficial do CD gravado pelo Maestro Linus Lerner  com os músicos Ivo Stankov e Lachezar Stankov com a London Royal Philharmonic Orchestra. Formado por piano e violino, o Duo Stankov também fará um concerto e ministrará aulas no festival. Cabe destacar que o maestro Linus Lerner, gaúcho de Novo Hamburgo, é o primeiro brasileiro a reger uma gravação da tradicional e renomada orquestra de Londres.
A programação conta com orquestras, grupos de câmara e solistas com a participação de três orquestras jovens internacionais: a Seoul Youth Orchestra, da Coreia do Sul, a Orquestra Sinfônica Nacional Jovem do Peru e a Tallin Old Town String Orchestra, da Estônia. Serão apresentadas em diversos locais de Gramado, 55 atividades, sendo 45 recitais e concertos e dez do “Conhecendo o Festival”, uma ação pedagógica que proporciona visitas guiadas aos ensaios abertos ao público, recebendo as pessoas que tiverem interesse em conhecer os bastidores do evento e que acontece no Expogramado, de segunda à sexta-feira, às 10h e às 14h.
Entre as novidades, destaque também para os Concertos Itinerantes, às 16h, em diversos bairros e pontos turísticos da cidade com o Quinteto de Metais da Universidade Federal do Ceará, sempre acompanhado do novo “mascote” do evento. Trata-se do Maestro Cosminho, interpretado pelo ator Diogo Grulke e que tem seu nome em alusão ao Troféu Cosmos, criado pela artista plástica Débora Iron e que tradicionalmente premia o vencedor do Concurso de Composição. Os locais não serão divulgados porque a ideia é realizar apresentações de surpresa.
O festival vem crescendo a cada ano e a internacionalização já é uma realidade da sexta edição. Além de 20 professores brasileiros, o evento conta com 13 professores internacionais vindos da América Latina, Europa e EUA. Segundo o secretário Allan, é preciso enfatizar “a concepção pedagógica do Gramado in Concert”.  As oficinas receberão cerca de 400 alunos do Brasil e América Latina e o evento - que acontece anualmente - tem dois pilares fundamentais: a promoção da formação e qualificação de músicos através das oficinas e a democratização do acesso à cultura através de uma programação de concertos com entrada gratuita durante todo o período do festival. Vale lembrar que são 22 tipos de oficinas: violino, viola, violoncelo, contrabaixo acústico, trompete, trombone, trompa, tuba, eufônio, flauta transversal, oboé, fagote, clarinete, saxofone, percussão, regência orquestral, violão, canto solista/erudito, piano, canto coral e ensino coletivo de cordas, sopro e percussão.
O Gramado in Concert ainda promove dois concursos com o objetivo de estímulo à criação, formação e valorização de jovens músicos bem como sua profissionalização. São os concursos de Composição Erudita e Jovens Solistas, que premiam em dinheiro os vencedores e têm número crescente de inscritos que buscam esse reconhecimento. Vale lembrar que o V Concurso de Composição recebeu um total de 29 inscrições de nove estados brasileiro e selecionou a obra “Alvorecer - Fantasia Sinfônica” do goiano Emanuel Gomes Ferreira e que será apresentada no Concerto de Encerramento.
O gran finale acontece dia 15 de fevereiro, às 19h, no Expogramado, sob a regência do Maestro Linus Lerner e comemorando os 250 anos de aniversário de nascimento de Ludwig Van Beethoven, a orquestra encerra a sexta edição do festival com a grandiosa 9ª Sinfonia, acompanhada de solistas e um coro de mais de 100 vozes oriundo de coros da região, classe de canto solista e da oficina de canto coral do festival.
Os artigos aqui publicados sobre o VI Gramado In Concert, tiveram apoio de  Bangalôs da Serra.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Sun Tzu, Corsan, e a Água de Gramado, para Nova Petrópolis


Preparar iscas para atrair o inimigo, fingir desorganização e depois esmagá-lo... Quando perto, fazer ele acreditar que estamos longe. Quando longe, vice-versa... Se ele for superior, evite combate. Se ele for temperamental, procure irritá-lo. Finja estar fraco, ele se tornará arrogante. Se ele estiver tranquilo, não lhe dê sossego. Ataque onde e quando ele se mostrar despreparado. Apareça quando não estiver sendo esperado. (Sun Tzu, A Arte da Guerra)

Por que começo citando Sun Tzu, ao elaborar uma linha de reflexão entre o caos anunciado pela má qualidade, gerada pela insuficiência de abastecimento de água potável aos Gramadenses, e que agora se capilariza para a vizinha Nova Petrópolis, e que a solução paliativa emergencial encontrada pela CORSAN, empresa que deveria, por contrato quase centenário, prover o abastecimento de água, e também colocar em razoável assistência, o saneamento do Município?

Começo desta forma, porque estão Gramado, e agora Nova Petrópolis, literalmente em guerra contra o estio contumaz em suas casas e setor econômico dos municípios. Apresentarei argumentos que defendam a ideia que Gramado está sendo tratada com desprezo e abandono, não só agora, mas há várias décadas, e ouso dizer que esta situação começou a ser agravada, na década de 1980, por conta de um embate político local, onde havia forte influência política local no governo do Estado, e por meio deste, na própria CORSAN, e a partir deste confronto, lá atrás, seguido pelo fato desta empresa ser conduzida pelos partidos que governam o Estado, torna-se facilmente explicável a roda viva de incompetência deixada de herança aos gestores atuais, que quero acreditar, sejam bem intencionados para tentar resolver um problema que já não tem mais solução, e que por ser Gramado, quem é, os efeitos do desabastecimento e da incompetência residual fazem ecoar em quem paga a conta em todos os sentidos: os consumidores.

Relatório da ONU revela que 2,1 bilhões não tem água potável em Casa.
Gramado estra nisso dia sim, dia não.

Atribuir ao Prefeito a tarefa de chutar o balde, seria grotesco demais, haja vista que a indenização da rede de distribuição, já paga milhares de vezes, provocaria um rombo titânico nos cofres do Município, e por consequência, da população, e sabendo disso, a CORSAN encontra-se na confortável situação de debochar da boa vontade das pessoas, de forma acintosa, maldosa, escancarada. Querem uma prova disso? Vamos lá.

Primeiro esta empresa anuncia aos quatro ventos que há irregularidades na captação de água em Nova Petrópolis, ou seja, distribui à imprensa sua versão, e joga o problema para que a opinião pública dê respaldo à represália e sanções aos faltosos. Só que isso não é um problema da opinião pública, mas da própria CORSAN, que joga pra baixo do tapete sua ineficiência em fiscalizar e prevenir o problema. Ou será que estas barragens citadas surgiram da noite pro dia? Será que ninguém viu? Não vale a pena investigar de quem eram as máquinas de grande porte para escavação e construção das barragens? Será que só quando faltou água, é que os técnicos foram investigar e descobriram que haviam irregularidades/ Não sei. Estou apenas perguntando, e se perguntar ofende, então eu posso estar errado, mas se eu não estiver errado, não estou ofendendo e sim apontando a causa, e aceito agradecimentos por ser incisivo. Mas ainda não termina aqui, ou melhor, começa aqui a maldade estampada da ordem de retirar água de um mísero reservatório localizado em um bairro, onde nem asfalto tem, para abastecer emergencialmente a cidade vizinha, e por que razão foi escolhido este reservatório, quando a apenas alguns quilômetros a mais, dois ou três litros de óleo diesel nos caminhões, está Canela, com seus razoavelmente grandes tanques de armazenamento de água tratada pela própria CORSAN?

Compreendem meu raciocínio, onde consigo ver maldade explícita em uma ordem que parece ter saído de um departamento de marketing estratégico, que calculou exatamente o tamanho da cortina de fumaça gerado pela adrenalina e fúria de quem vê sua água suprimida, e não vê quem a suprimiu, mas encontra agora um novo inimigo para desabafar a dor: Nova Petrópolis?

Compreendem que há uma estratégia para desestabilizar as forças políticas de Gramado, onde já à beira de uma campanha, vociferarão bravatas, focando na água, e minimizando outros problemas e desafios de natureza estratégica tão importantes quanto isso? E aqui não estou falando de oposição versus Fedoca, ou vice versa, mas de uma mal desenhada governança de décadas, acumulada, e com absoluta falta de visão estratégica, porque bastaria traçar um gráfico do crescimento de Gramado, do consumo de água, ao longo de trinta anos, para vetorizar qual seria a provável demanda na atualidade. Um completa e burra gestão, que cria agora uma cortina de fumaça para sua incompetência, jogando a população e até a imprensa mal informada sobre o histórico, para esconder a total incapacidade de suprir a demanda presente, e muito menos a futura demanda, que cresce em proporção geométrica o consumo, enquanto a oferta cresce numa proporção aritmética, direcionando um caos anunciado ainda nesta geração.

Sun Tzu sorri ao saber que sua estratégia de gerar confusão e engano nas linhas inimigas, teria sido tão precisa, quando examinada em camadas sobrepostas, sendo a última camada, o banho do seu filho, a água do seu chimarrão, a sua roupa que precisa ser lavada. E se sobrar, bebe-se um pouco também.

Gramado tem uma solução: a Barragem dos Pinheiros. Foi pra isso construída. E hoje, virou lugar de passeio acompanhado de privilegiados ecologistas. Isso sim é dinheiro jogado no ralo. O fantasma desta barragem criou uma repulsa política tão grande, que mexer nela virou tabu. Isso merece um estudo com maior profundidade. Levantar o tapete para tirar a sujeira. E limpar a água que falta nas torneiras.

Claro que esta é uma análise hipotética do que aconteceria, se eu estivesse certo. Tomara que não esteja. Julgue o leitor. Julgue a leitora. Julgue a própria CORSAN,  recorrendo aos seus anais, à suas decisões corporativas em anos passados, se não há uma sequencial perseguição à Gramado, desde os anos 80? Julgue a história: A que passou, a presente, e a que virá, e perceba-se para que direção segue a linha deste gráfico. O cálculo é uma simples regra de três. O mesmo que fiz, quando disse, em 1992, que Pedro Bala venceria por 3200 votos contra seu adversário. Venceu por 3170 votos. Errei feio.



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

E falando em gratidão, Rodrigo e Maurício Oppitz




Falar bem é uma arte e uma ciência que deveria ser ensinada nas escolas, pregada nos púlpitos, discursado nas praças, e rezado no recato da oração. Falar mal, é um trato com a língua viperina, com a semente do mal. Por isso, não se fala mal das pessoas,, e sim de suas más ações, do mau comportamento. No máximo, que fique claro.

Falar bem dos amigos é uma prática que deveria ser levada a sério, mas especialmente de quando se fala em tom de gratidão, em suave melodia de lembranças agradáveis. E eu tenho muitas, acreditem em mim. Boas lembranças de bons amigos.

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Falei do André Tissot, em postagem recente, e falei do Prefeito Arno Michaelsen, em outro ensaio, e falei de muitas pessoas já. Continuarem a falar, pois nem sei se gostam de ler, mas faz-me bem externar minha gratidão à quem me fez bem algum dia.

Trabalhei na antiga Sonelli, em Canela, em 1980, ou 81, não recordo direito, mas gerenciei um departamento naquela indústria, e tive dois grandes amigos lá dentro: Rodrigo e Maurício Oppitz.

Neste tempo, tive mais proximidade ao Maurício, com quem inicie (e mantenho) grande amizade. Maurício era diferente dos jovens bem nascidos de sua época. Veio de uma família de posses, mas nunca fez de sua condição financeira, motivo para espezinhar ninguém. Nenhum de seus irmãos fez isso. Eram jovens simpáticos, que sabia, aproveitar a vida, mas o trabalho próximo ao chão de fábrica os tornou humanos, verdadeiros, amigos de verdade, e isso eu pude comprovar muito, mas muitos anos depois. Cerca de trinta anos mais tarde, onde um e outro, eles, e eu, tomamos rumos diferentes na vida. O tempo nos separou por mais de três décadas. No entanto, quando nos aproximamos novamente, as histórias pareciam ter acontecido no dia anterior, tantas eram as lembranças e as prosa para botar em dia todas elas.

Nesse reencontro, eu morava em Florianópolis, e eles também. A velha Sonelli já não exista mais, mas os moços ergueram sua própria empresa, liderando o setor daquilo que produziam, e goravam o Brasil e o Mundo fazendo negócios, sempre bons negócios.
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Um dia, liguei para o Rodrigo, e perguntei se ele se ofenderia se eu oferecesse algum trabalho, na
minha área, de Design, e o fiz, esperando uma negativa, pois pareceu-me por demais ousado, reencontrar amigos de juventude, e à queima-roupa, falar de trabalho. Surpresa minha: Ele concordou, e em pouco tempo, estava eu prestando consultoria e desenvolvendo projetos para o grupo que dirigem. Foram quase dois anos, onde conversávamos quase diariamente, e não só sobre trabalho, mas falávamos de literatura, de religião, de política, contávamos piadas, e falávamos da vida em geral.

O trabalho encerrou, mas a amizade apenas cresceu. E diariamente, desde então, recebo uma mensagem diária de saudação, louvor à D-s, e gestos de amizade, do Rodrigo, independente da condição econômica minha e dele serem absurdamente diferentes. Rodrigo não faz de seu status um abismo para tratar bem seus amigos. E eu, na condição de quem desenha e constrói coisas, procuro construir diariamente uma ponte para nossa proximidade afetiva, moral, espiritual, intelectual, e certamente também profissional.

Um dia eu estava escrevendo e ilustrando um livro infantil (Biluca Bimbão - O sapo que queria voar), e comentei com ele, sbore a dificuldade de ser escritor, e correr atrás do sustento ao mesmo tempo.  Perguntou-me sobre o livro, e mostrei a ele o progresso do trabalho, em andamento. Perguntou-se quanto eu necessitaria para concluir o projeto. Expliquei então que como eu fazia toda a parte gráfica, ilustração, edição, seria o trabalho de tres a quatro meses, com dedicação exclusiva, e disse o quanto eu tinha de despesas para isso. Rodrigo apenas pegou o talão de cheque e a caneta, e perguntou-me: Posso parcelar em três vezes?

Assim, pude concluir a edição deste livro, o único infantil que fiz.

Peço sempre à D-s, em minhas orações, que meus amigos sempre tenham em mim alguém em quem continuem a confiar. É só o que me interessa. O resto é a caminhada rumo á eternidade. Um longo caminho, cheio de histórias por lembrar.

Porque ser grato faz a diferença - O Gesto de Generosidade de André Tissot




O início da década de 2000 foi um ano de muitas transformações, muitos acontecimentos, e para mim, especialmente, foi a diferença na minha carreira profissional.

Eu era um típico profissional de interior, que cresceu no interior, cujos amigos, também do interior,  enriqueceram, outros nem tanto, uns até foram à bancarrota, mas ainda assim, tudo o que acontece no interior, fica no interior. É a lei do brejo. Não que Gramado fosse um brejo, mas porque haviam limites aceitáveis de prosperidade para quem trabalhasse vendendo aquilo que as pessoas tem vergonha de dizer que tem: Inteligência.

Eu sei que tenho alguma, mas nunca tirei tempo pra medi-la, porque meu tempo é limitadíssimo, correndo atrás de dinheiro pra pagar as contas, e pisotear nos boletos pra dizer que não haviam chegado á tempo às minhas mãos. Não deu certo. Outro dia pisoteei um boleto e tive um prejuízo enorme: o boleto era digital, e a tela do meu notebook ficou em pandarecos. Nunca mais faço isso. Mas, pelo sim, pelo não, como não tenho estoque mensurável de alguma coisa, vendo aquilo que não se pode pesar nem medir: meu conhecimento sobre determinados assuntos. Design era um destes produtos não mensuráveis. portanto, de pouco valor para alguns também, à época deste relato.
Era uma comédia trágica, ou uma tragédia cômica, do jeito que o leitor preferir, conseguir vender um projeto inovador. Chegava a ser humilhante, às vezes. Encontrava todo tipo de gente no caminho. Certa ocasião, um cliente, a quem eu prestava serviços em Design, disse-me, com claras letras,m enquanto preenchia um cheque de pagamento: "Eu odeio designers! Só contrato porque preciso." Gostei da franqueza, porque assim eu economizo os necessários rapapés e salamaleques para obter meu pagamento por aquilo, cujo autor, ele odiava, isto é. eu!

Outros vinham com a conversa: "Faz um precinho de amigo, porque isso vai te deixar famoso!".  Mas o cu dele, que vou fazer baratinho pra esperar que ele me deixe famoso. Não faço mesmo! Nunca vi ninguém ficar famoso por trabalhar de graça, pagar de otário pra malandro.

Outro ainda, que modificava duas ou trés linhas do projeto, e se declaravam autores intelectuais. Sei de fábrica que já tomou processo no lombo por tentar roubar autoria de projeto de ex - funcionário, e perdeu feio no STJ. Autor é autor. O resto é chupim de ideias.
Mais outro memorável episódio, foi de um desenhista de um polo moveleiro, que, ao mostrar-lhe meu arquivo virtual de projetos, alguns milhares, e exposto em um site antigo, já desativado, disse, com uma franqueza admirável, ao apontar para os produtos expostos: "Estes produtos aí eu copiei para várias indústrias!" (E falou olhando pra mim!!!")

Tudo isso são os espinhos de quem vende ideias. Todos estes e milhares de outros mais, foram os estrepes de sucará fincados nos dedos que tive durante a carreira. Claro, nem tudo é espinho. Teve bons e muitos bons momentos também. Um momento glorioso para um Designer, é quando toma conhecimento que seu produto gera milhares de empregos, assegura salários e mantém famílias.

Jamais ganhei um prêmio por algo que criei, no design. Talvez porque nunca competi, nem deixei que meus trabalhos fossem inscritos em concurso. Não gosto de competição. Gosto de competir comigo mesmo, e apenas comigo mesmo. Gosto de me superar no que faço. Gosto dos desafios.

Fui bem longe, na minha carreira. Atendi mais de setenta empresas, ao longo de 40 anos de carreira, em diversos Estados brasileiros, pólos e indústrias. Fiz coisas grandes e pequenas, mas não lembro de ter feito nada medíocre.

Devo minha carreira à D-s, que não abriu porta pra que eu cursasse alguma faculdade. Sou autodidata. Mas não fiz nada sozinho. Muitas pessoas merecem a minha gratidão, e talvez nunca vou conseguir homenagear à todas, porém o faço à uma delas, porque agradecer é louvável e fortalece a alma.
Certa manhã, entra um elegante cavalheiro, e diz-me que o Sr. André Tissot ofereceu-me um espaço em seu grandioso evento, Compomóvel, para que eu fosse lá vender os meus projetos à moveleiros advindos de todas as partes do país. A resposta foi pronta: "Não tenho café no bule para um evento no então chamado "Sierra Park". O cavalheiro era Telmo de Freitas Gomes, então Diretor do Sierra Park e dos eventos do Sierra Móveis. Telmo retrucou-me: Você é nosso convidado. Daremos à você um estande, do tamanho que precisar, para que você exponha seus trabalhos, e se puder, apresente uma coleção inovadora de produtos, com sua assinatura.

Fiquei pasmo, tenho que dizer, pois nesse tempo, havia certo distanciamento entre o Sierra Móveis, e os demais moveleiros de Gramado, porque no tempo das vacas magras dos proprietários, algumas pessoas mal intencionadas, pisotearam neles, diante das dificuldades pelas quais passavam, e o Ser Humano, não perdoa cheiro de dor, cheiro de sangue. Como eu não tenho o hábito de pisar em quem está com dificuldades, não entrei nessa vala comum da maldade, e sempre tratei o André com respeito, o que continuo  a fazer com quem quer que seja, e quem me conhece, sabe disso muito bem.

Assim, montei meu espaço, um fabricante, Rainundo Tomazzi, fabricou a coleção, a Madeireira Unidos, de Cambará do Sul, forneceu-me os paineis de "finger Joint", uma novidade até então, e no dia da abertura da feira, lá estava eu, com meus desenhos expostos, e os produtos em exibição.

Em média, eu vendia cerca de dois a três bons contratos por ano, mas fora de Gramado, e fazia um "pinga-pinga" em Gramado, vendendo projeto por projeto às fábricas da região.  Para minha surpresa e alegria, das dez horas da manhã, se não estou enganado, hora de abertura para fabricantes, até às duas horas da tarde, eu já havia vendido doze coleções completas, e grande parte para os mesmos clientes, que antes compravam apenas modelos avulso, mas também para fabricantes de outras partes do país. O próprio André, levava jornalistas e editores de revistas especializadas, ao meu estande, e abriu portas para guindar minha carreira, que nenhum outro empresário havia feito antes. E um detalhe curioso: o próprio Sierra Móveis, nunca foi meu cliente, pois tinha sua própria estrutura de Design, mas foi graças à percepção de um empresário, ainda que desinteressado no meu trabalho, abriu portas e elevou-me ao seleto grupo de Designers brasileiros.

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Assim, penso que externar publicamento meu agradecimento ao cidadão, ao amigo, e ao empresário, é uma forma que tenho de testemunhar aos que encontrarem oportunidade de abrir portas, que o façam, e façam no tempo devido, para que não fiquem engavetadas as ideias de tantos talentos em busca de oportunidade.

André fez a diferença para minha carreira. E eu procuro fazer a diferença para outros que buscam seu caminho.

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