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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Sun Tzu, Corsan, e a Água de Gramado, para Nova Petrópolis


Preparar iscas para atrair o inimigo, fingir desorganização e depois esmagá-lo... Quando perto, fazer ele acreditar que estamos longe. Quando longe, vice-versa... Se ele for superior, evite combate. Se ele for temperamental, procure irritá-lo. Finja estar fraco, ele se tornará arrogante. Se ele estiver tranquilo, não lhe dê sossego. Ataque onde e quando ele se mostrar despreparado. Apareça quando não estiver sendo esperado. (Sun Tzu, A Arte da Guerra)

Por que começo citando Sun Tzu, ao elaborar uma linha de reflexão entre o caos anunciado pela má qualidade, gerada pela insuficiência de abastecimento de água potável aos Gramadenses, e que agora se capilariza para a vizinha Nova Petrópolis, e que a solução paliativa emergencial encontrada pela CORSAN, empresa que deveria, por contrato quase centenário, prover o abastecimento de água, e também colocar em razoável assistência, o saneamento do Município?

Começo desta forma, porque estão Gramado, e agora Nova Petrópolis, literalmente em guerra contra o estio contumaz em suas casas e setor econômico dos municípios. Apresentarei argumentos que defendam a ideia que Gramado está sendo tratada com desprezo e abandono, não só agora, mas há várias décadas, e ouso dizer que esta situação começou a ser agravada, na década de 1980, por conta de um embate político local, onde havia forte influência política local no governo do Estado, e por meio deste, na própria CORSAN, e a partir deste confronto, lá atrás, seguido pelo fato desta empresa ser conduzida pelos partidos que governam o Estado, torna-se facilmente explicável a roda viva de incompetência deixada de herança aos gestores atuais, que quero acreditar, sejam bem intencionados para tentar resolver um problema que já não tem mais solução, e que por ser Gramado, quem é, os efeitos do desabastecimento e da incompetência residual fazem ecoar em quem paga a conta em todos os sentidos: os consumidores.

Relatório da ONU revela que 2,1 bilhões não tem água potável em Casa.
Gramado estra nisso dia sim, dia não.

Atribuir ao Prefeito a tarefa de chutar o balde, seria grotesco demais, haja vista que a indenização da rede de distribuição, já paga milhares de vezes, provocaria um rombo titânico nos cofres do Município, e por consequência, da população, e sabendo disso, a CORSAN encontra-se na confortável situação de debochar da boa vontade das pessoas, de forma acintosa, maldosa, escancarada. Querem uma prova disso? Vamos lá.

Primeiro esta empresa anuncia aos quatro ventos que há irregularidades na captação de água em Nova Petrópolis, ou seja, distribui à imprensa sua versão, e joga o problema para que a opinião pública dê respaldo à represália e sanções aos faltosos. Só que isso não é um problema da opinião pública, mas da própria CORSAN, que joga pra baixo do tapete sua ineficiência em fiscalizar e prevenir o problema. Ou será que estas barragens citadas surgiram da noite pro dia? Será que ninguém viu? Não vale a pena investigar de quem eram as máquinas de grande porte para escavação e construção das barragens? Será que só quando faltou água, é que os técnicos foram investigar e descobriram que haviam irregularidades/ Não sei. Estou apenas perguntando, e se perguntar ofende, então eu posso estar errado, mas se eu não estiver errado, não estou ofendendo e sim apontando a causa, e aceito agradecimentos por ser incisivo. Mas ainda não termina aqui, ou melhor, começa aqui a maldade estampada da ordem de retirar água de um mísero reservatório localizado em um bairro, onde nem asfalto tem, para abastecer emergencialmente a cidade vizinha, e por que razão foi escolhido este reservatório, quando a apenas alguns quilômetros a mais, dois ou três litros de óleo diesel nos caminhões, está Canela, com seus razoavelmente grandes tanques de armazenamento de água tratada pela própria CORSAN?

Compreendem meu raciocínio, onde consigo ver maldade explícita em uma ordem que parece ter saído de um departamento de marketing estratégico, que calculou exatamente o tamanho da cortina de fumaça gerado pela adrenalina e fúria de quem vê sua água suprimida, e não vê quem a suprimiu, mas encontra agora um novo inimigo para desabafar a dor: Nova Petrópolis?

Compreendem que há uma estratégia para desestabilizar as forças políticas de Gramado, onde já à beira de uma campanha, vociferarão bravatas, focando na água, e minimizando outros problemas e desafios de natureza estratégica tão importantes quanto isso? E aqui não estou falando de oposição versus Fedoca, ou vice versa, mas de uma mal desenhada governança de décadas, acumulada, e com absoluta falta de visão estratégica, porque bastaria traçar um gráfico do crescimento de Gramado, do consumo de água, ao longo de trinta anos, para vetorizar qual seria a provável demanda na atualidade. Um completa e burra gestão, que cria agora uma cortina de fumaça para sua incompetência, jogando a população e até a imprensa mal informada sobre o histórico, para esconder a total incapacidade de suprir a demanda presente, e muito menos a futura demanda, que cresce em proporção geométrica o consumo, enquanto a oferta cresce numa proporção aritmética, direcionando um caos anunciado ainda nesta geração.

Sun Tzu sorri ao saber que sua estratégia de gerar confusão e engano nas linhas inimigas, teria sido tão precisa, quando examinada em camadas sobrepostas, sendo a última camada, o banho do seu filho, a água do seu chimarrão, a sua roupa que precisa ser lavada. E se sobrar, bebe-se um pouco também.

Gramado tem uma solução: a Barragem dos Pinheiros. Foi pra isso construída. E hoje, virou lugar de passeio acompanhado de privilegiados ecologistas. Isso sim é dinheiro jogado no ralo. O fantasma desta barragem criou uma repulsa política tão grande, que mexer nela virou tabu. Isso merece um estudo com maior profundidade. Levantar o tapete para tirar a sujeira. E limpar a água que falta nas torneiras.

Claro que esta é uma análise hipotética do que aconteceria, se eu estivesse certo. Tomara que não esteja. Julgue o leitor. Julgue a leitora. Julgue a própria CORSAN,  recorrendo aos seus anais, à suas decisões corporativas em anos passados, se não há uma sequencial perseguição à Gramado, desde os anos 80? Julgue a história: A que passou, a presente, e a que virá, e perceba-se para que direção segue a linha deste gráfico. O cálculo é uma simples regra de três. O mesmo que fiz, quando disse, em 1992, que Pedro Bala venceria por 3200 votos contra seu adversário. Venceu por 3170 votos. Errei feio.



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