Cotidiano de Gramado de todos os tempos Filosofia, Causos & Pitacos sobre o Mundo
AD SENSE
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Portaria remota e a tramela da vovó Maria Elisa
Por que eles vencem eleições?
Por que eles vencem eleições?
Pacard (Escritor)A política é a arte do encontro entre as ideias e os idealistas, mas a eleição é o ponto de encontro entre o idealista e o povo.
Maquiavel aconselhava o Príncipe a descer do castelo e visitar a planície, pois era ali que o povo vivia. A analogia é verdadeira, e mesmo que tenham os candidatos virtudes reconhecidas, será a proximidade com o povo que definirá qual deles governará com aval deste.

É o candidato que demonstra em sua trajetória que não tem medo do povo, e mais que isso, que verdadeiramente ama seu povo, quem terá mais condições de receber os votos necessários para que dê continuidade à sua trajetória política, seja ela legislativa ou administrativa.
A civilização e a democracia são medidas mais pelo carisma dos seus ícones, do que pelas qualidades administrativas e gerenciais de seus burocratas.
São as pessoas que querem votar na pessoa.
Quem sou eu para dar conselhos, pois não entendo nada de eleição. Nunca fui candidato. Mas sou povo. E sendo povo, diria que se você quer ser candidato, desça à planície e abrace o povo. Ouça as pessoas. Não por sessenta dias, mas a vida inteira.
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
A tenda do beduíno - Fábula
A tenda do beduíno (Fábula)
Pacard - Escritor
No tempo de Harum Al- Pargath Ibn Al-Farrobh, havia um bondoso sultão, que semanalmente recebia os súditos para ouvir suas petições, e à medida do justo, atendê-las.
Num certo dia, apresentou-se diante dele um beduíno, choramingando, e pedindo que lhe concedesse uma tenda nova, pois aquela onde morava era por demais apertada para si, a esposa, e o único filho, que lá moravam.
Ao ouvi-lo com paciência, o sultão prometeu que concederia seu pedido, mas antes, pediu que ele levasse a sogra para morar com ele na tenda. Desiludido, o homem foi, e fez o que o monarca pedira.
Uma semana depois, voltou, com olheiras profundas e disse:
- Ó sapientíssimo sultão, esplendor do zênite, fulgor da aurora, e enviado dos sete céus, a coisa piorou demais!
Está bem, disse o sultão. vou dar-lhe a tenda, mas antes, leve seu camelo para viver na tenda onde mora.
O pobre homem quase teve uma síncope, mas foi e enfiou (não me pergunte como) o camelo com a esposa, o filho e a sogra, mais ele, dentro da tenda.
Mais uma semana, e volta o trapo de gente, se arrastando, olheiras pretas, havia perdido um dente, e sujo feito um camelo velho.
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- Ó luz das estrelas, glória das setenta arábias, perfume do sândalo celeste, mimoso da vossa mamãe....não cabe mais nem uma agulha na tenda..estou pensando em morrer até...
- Tenha calma, disse o sultão. volte pra casa e despache o camelo e a sogra e em uma semana volte aqui.
Uma semana se passou, e lá estava um homem de bela aparência, perfumado como as campinas do Líbano , vestido com um príncipe em dia de bodas, saltitante e feliz. Ao vê-lo, perguntou o sultão:
- Meu bom homem! vejo que veio requerer a vossa tenda prometida.
- - Não, não, ó pimpão das setenta e duas virgens do paraíso, bálsamo das campinas do vale, puríssima água refrescante de Hebrom, saltitar das corças do palácio...minha tenda está tão grande, tão vazia, que pensamos em ter mais um ou dois filhos para preencher tão vultuosa tenda, com a permissão de vossa alteza!
Moral da história: Tá ruim? Aperta mais um pouco, que vai ficar com saudade desse tempo, depois que a tempestade passar.
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À Imagem e Semelhança - Quem somos nós no Universo?
Quem somos nós no Universo?
E façamos o Homem, à Nossa imagem, conforme Nossa semelhança.
É uma curiosidade natural de todo ser vivo que pensa, isto é, que raciocina, isto é, o Ser Humano, em desejar conhecer o que não é capaz de ver.
Como temos um par de olhos, voltados para frente, fazemos um concerto com o pescoço, que permite direcioná-los para trás, e assim, tentar encontrar o início da caminhada de nossa vida, para responder às três questões existenciais:
"Quem sou, onde estou, e para onde vou?"
Um sábio da antiguidade, Hilel, o Ancião, repetiu estas questões, direcionando um caminho para as respostas:
"Se eu não for por mim, quem será por mim? Se eu for só por mim, o que serei eu? Se não agora, quando?"
Ainda assim, não obtendo respostas práticas, somos levados a fazer outras perguntas sobre o dilema:
"Se fui criado à imagem e semelhança de D's, como poderei descobrir quem sou, se D's É invisível aos olhos?"
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Os Sábios do talmude dizem que D's costuma esconder-se nós, para que O procuremos. Assim como um adulto se oculta de uma criança, para que ela o procure, e ao encontrá-lo, possa externar sua alegria ao vê-lo, e tal alegria é uma via de mão dupla com O Criador e Rei do Universo.
Mas ainda assim, a pergunta: Como é D's, O Criador do universo? Que forma Ele tem? Como podemos imaginar que Quem tudo fez, possa ser resumido à forma humana?
A questão pode ser invertida, nesta leitura. Não é D's quem assume a forma humana para ser compreendido, mas é o Ser Humano que configura D's em sua ilustração mais bela.
Quem vê apenas aquilo que o olho possa mostrar, nada vê, senão como se olhasse o espelho de um lago, que mostra a luz refletida do céu, sem mostrar a profundidade e o mistério de suas águas.
Compreender a profundidade da expressão: "À Nossa imagem, conforme Nossa semelhança", pressupõe entender os pormenores da criação, e suas semelhanças nos detalhes, ma geometria, na matemática, das fractais, da sequência da Proporção Áurea, na sintonia das cores (sete no Arco celeste), com as notas musicais (sete também), com a distância proporcional dos planetas em relação ao sol, com a espiral das galáxias, das ondas do mar, do redemoinho na parte de trás da cabeça (cocoruta), e na recente descoberta dos movimentos helicoidais do espermatozoide, que não balança o rabinho, como se pensava, mas gira em espiral, no movimento helicoidal matematicamente preciso e proporcional das árvores, da concha do mar, da proporção humana, enfim, em tudo há uma relação contínua manifestada de forma física, visível, que não deixa espaço para dúvidas da semelhança com a obra manifesta do Criador do universo.
Mergulhando um pouco mais abaixo (ou acima), vamos encontrar as cores, lembrando que na visão dos profetas, O Trono do Altíssimo, havia um arco celeste com as sete cores, e o Homem foi criado ao final do último instante do sexto dia, e como se despertasse de um sono, amanhece no sétimo dia. Não foi por acaso, como também não é por acaso que cada cor ocupa seu lugar no prisma, e a soma de todas as seis cores, resulta na sétima cor, que é o Branco, a soma de todas as cores, tão perfeita, tão completa, tão complexa, e tão luminosa.
Um novo estudo da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) afirmou que a estrutura do universo é bastante semelhante à estrutura e design de outras grandes redes complexas, como o cérebro humano e a internet. (Fonte: hypescience)
Vamos então falar um pouco desta relação de grandeza e mistério.
São mapeadas cerca de 200 bilhões de galáxias no Universo conhecido. Está bem, o universo é enorme então. Vamos falar do nosso cérebro, que tem 100 bilhões de Neurônios, e cada 320 neurônios formam uma nova terminação nervosa, isto é, tomam atitude e saem a fazer coisas no pensamento, assim, segundo uma belíssima matéria do repórter da Folha de São paulo, Rafael Garcia, com base nos estudos do Biólogo e Nobel Sydney Brenner, que na década de 1960, já mapeou o cérebro,MAPEAR A TOTALIDADE de sinapses em um cérebro é uma meta defensável como um passo importante na evolução da neurociência, mas não será fácil. Propostas para investigação do conectoma humano completo tem sido comparadas com o projeto genoma, mas basta olhar para os números para se dar conta de quão mais difícil será esse outro projeto.
Enquanto o genoma humano tem cerca de 3 bilhões de bases nitrogenadas (as “letras” do DNA), o cérebro possui 100 bilhões de neurônios. E enquanto uma célula humana abriga cerca de 20 mil genes, o número de sinapses em um cérebro é da ordem de 100 trilhões.
Em “Connectome”, Sebastian Seung mostra também como a tecnologia para mapear essas conexões ainda é extremamente lenta e trabalhosa quando comparada às modernas máquinas de sequenciamento de DNA, que hoje operam automaticamente após o preparo de amostras.
Para fazer um mapa em 3-D das conexões entre os neurônios, é preciso “fatiar” um cérebro em lâminas extremamente finas, de 30 nanômetros (30 milionésimos de milímetro). Depois é necessário fotografar uma a uma, com um microscópio eletrônico, e “empilhar” as imagens para reconstruir a forma tridimensional.
O biólogo Sydney Brenner fez isso tudo manualmente na década de 1960 para mapear o sistema nervoso completo verme C. Elegans. Sua equipe, porém, teve doze anos de trabalho para dar conta desse animal microscópico, que possui apenas 302 neurônios e 7.000 sinapses. Para reconstruir as sinapses de um único milímetro cúbico de cérebro humano usando o mesmo procedimento, seria preciso empregar 100 mil técnicos durante dez anos.
Sem avanços na automatização desse processo, ficou claro, jamais será possível mapear o conectoma humano. Mas já há ideias surgindo.
Seung —junto de Jeff Litchman, da Universidade Harvard, e Ken Hayworth, da Universidade do Sul da Califórnia— já começaram a desenvolver tecnologia para preparar as amostras de microscópio automaticamente. Para isso, endurecem um cérebro em resina epóxi e usam um aparelho chamado ultramicrótomo, que possui uma fina lâmina de diamante, para segmentá-lo. A máquina fatia pedaços de cérebro como uma mortadela numa padaria, alinha uma a uma numa fita, e um microscópio vai lendo as imagens, fatia a fatia.
Assim sendo, e para não ser muito extenso, começo a compreender a relação entre Imagem e semelhança, não onde tentamos tornar D-s à nossa imagem e semelhança, para compreendê-lo, mas compreendendo que é no inverso desta leitura, que nós somos a Imagem e semelhança de D-s.
Não estou com isso dizendo que o desenho do mapa do universo, que ilustra o início desta matéria seja uma visão de D-s, mas que ilustra a compreensão da relação do Homem com o Universo onde habita, e não estão errados os cabalistas que dizem que o universo é um organismo único, e que o Homem espelha este Universo em sua própria estrutura física e psíquica. Sem contar aí a questão espiritual.
Mas não, o universo não é D's, e nem nós o somos. Somos criaturas, interdependentes e interligadas. Somos poeira do Universo, mas isso não nos torna seres vindos do espaço. Nós somos o espaço, e poeira da Terra, que por sua vez, é poeira das estrelas, que por sua vez, são formadas por fótons, prótons, e elétrons, iguaizinhos á nós.
O Universo não é D's, mas ´da uma vaga ideia de Sua infinitude, poder, e sabedoria;
E a parte que mais nos interessa, é seu Amor, e nos ter criado tão parecidos uns com os outros. Flores, animais, furacões, estrelas, galáxias, e o vazio da Massa Escura, que representa 95% deste Universo. O resto é 5%, e disso, não conhecemos senão o dia e a noite, que nos despertam e acolhem, permitindo que acreditemos que somos alguma coisa de importante neste cenário misterioso.
Fontes: Clique nas imagens e links da matéria
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domingo, 13 de setembro de 2020
Renovar ou desconstruir - A meta dos candidatos acéfalos
Saúde, Segurança, Mobilidade Urbana, Turismo, Agro Negócio Familiar, Saneamento, Cargos Comissionados, e outras ladainhas nesta melodia, a que dão nome de "Renovação na Política Gramadense".
Com o devido respeito, mas nenhuma admiração aos candidatos medíocres (apenas aos medíocres, portanto se você não é candidato e nem medíocre, pule essa parte), este ensaio não é para ofender ninguém nem criticar a falta de orientação programática em mais uma campanha que promete ser tão medíocre quanto foram tantas outras campanhas anteriores.
O que se percebe é que os eleitores (sim, você e eu), só temos interesse nos candidatos à Prefeito e seus respectivos vices, mas que, tão logo passa a eleição, só lembramos dos Vereadores, quando estes votam medidas impopulares, e geralmente as medidas impopulares são provenientes do Executivo (é o que fazem crer os opositores quando mobilizam protestos e injúrias pelas redes sociais).
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A falta de conhecimento político dos candidatos e sua posição geográfica, quando em campanha, é tão gritante, que candidatos decoram palavras de ordem, e vomitam discursos do gerador de lero-lero, onde falam em: "Renovação da política, Gestão dos recursos públicos com eficiência, Um olhar pelo cidadão, uma Renovação na Economia (sem dizer como será feito, nem justificar a razão desta renovação)", e tantos outros jargões repetidos pelo país inteiro, que só falta sequer o punho cerrado e cantarolar: "O povo unido jamais será vencido!".
Tenho vontade de fechar a janela e desligar o mundo, quando vejo tanta casca no prato e tanto miolo de fruta no lixo. É esta a percepção que tenho quando vejo nas redes sociais produções bem elaboradas de vídeo, que me faz pensar que os candidatos de verdade são os marqueteiros, e não os fantoches que se mostram, bem iluminados, bem maquiados, bem acompanhados, em um belíssimo cenário de fundo, que é Gramado, fico pensando em votar no cenário (se eu votasse em Gramado, óbvio), porque o cenário tem história, tem atualidade, e promete continuar naquele lugar, se os personagens humanos não o destruírem em sua ânsia por galgarem o topo do poder, e do brilho, em algum momento de enxaqueca ou cólica cerebral, e enfiarem um trator e amontoarem entulhos para construírem uma "nova civilização", e que nela ergam totens e obeliscos em sua própria honra e louvor, tal como faziam os faraós, e todos os conquistadores da antiguidade. A antiguidade nos encontrou, e todos os que derrubaram cidades, o fizeram na promessa de "renovar, inovar, construir o futuro", tendo o passado apenas como retórica para agradar velhinhos e saudosistas.
Fico pasmo em ver a absoluta ignorância estampada nas redes, de conteúdo amorfo, vazio,que falam em "renovação da política", quando não sabem diferenciar "política de políticos". Confundem a troca de nomes no parlamento ou no executivo, com troca de métodos e objetivos.
São, de fato, pessoas diferentes, principiantes, alguns, veteranos em não serem eleitos, mas insistentes, outros, o que é nobre, pois não desistir faz parte do alcançar. O que não tem nada de diferente é o notório "Eu amo Gramado", "Gramado está no meu DNA", mas não dizem que tipo de projetos irá empenhar-se por aprovar para ampliar o número e a qualidade das creches, o transporte público, o plantio de hortas comunitárias, a redução efetiva de cargos comissionados, a redução dos custos da máquina pública (mas é mais que dizer que vai lutar por isso, é dizer "como" fará isso.
Não vejo(com exceção de alguns poucos instruídos, que oferecem soluções),candidatos com metas concretas, que não seja repetirem feito papagaios que aprenderam a falar ouvindo disco de vinil, com rombo que faz saltar a agulha, e repetem feito mantras (tipo de reza oriental onde as palavras se repetem indefinidamente)as suas promessa para conquistarem a confiança dos eleitores. Não vejo mesmo.
O que vejo, ainda que iniciando, são candidatos que buscam lá do berçário, a sua biografia medíocre, tentando demonstrar "como são espertos, como são legais com as pessoas, como são valentes, como conhecem gente importante", mas que se os chamarem a uma apresentação formal de um único projeto, que o resuma, na sua essência, em apenas cinco minutos de explanação, mas que nesse ínterim, não usem o superlativo sobre si mesmos, nem divaguem ou fujam do assunto. Experimente fazer isso, e se tal candidato conseguir atravessar os cinco minutos neste formato sugerido, considere então, a possibilidade de votar nele.
Não vou trazer à baila a questão da honestidade, pois vou partir do pressuposto que todos sejam honestos. Esta tecla vou deixar que outro bata nela por mim.
Experimente procurar nas redes sociais as propostas dos candidatos, e deixe de lado os "selfies", os biquinhos por trás das máscaras, ou as difamações ao governo, ou se deste, aos seus opositores.
Experimente sugerir um tema de trabalho, uma proposta, ao candidato, e combine com mais dois ou três amigos, que sugiram propostas opostas à sua, e depois façam um encontro das respostas, e perceberão que a cada um ele fez uma proposta diferente e muitas vezes contraditória, e depois novamente confrontem o candidato, e perceberão que ele é tão vazio e evasivo quanto bagre ensaboado e sua cabeça oca.
Claro que não são todos assim. Claro que há pessoas de rara inteligência e com bem elaboradas propostas, e bem intencionados, que irão ingressar na política para que os maus políticos percam o assento.
É claro que existem pessoas que não irão ingressar na política para obterem sucesso, mas para que a comunidade seja bem sucedida por causa do seu ingresso na política.
O bom político não entra na vida pública para se dar bem, mas para servir bem.
São os bons serviços dos homens e mulheres públicos que já passaram por Gramado, que motivaram e enriqueceram, não apenas a cidade, o município, mas a essência e o bom caráter dos bons cidadãos que compõem a população de Gramado.
Então, quando aparecer quem não conhece e não ajudou a construir o que já tem, e tentar dizer que "a política precisa ser renovada em Gramado", pergunte logo: "E o que significa renovar, e onde erraram mais do que acertaram os nossos políticos que escolhemos durante tantos anos nesta cidade?"
Se você acha que renovar é apenas mudar os nomes, então você, que já votou tantas vezes, é um otário, porque seu voto foi jogado no lixo, e nada do que você aproveitou dos projetos por estes votados, e executados, tenha algum valor, sim, mude os nomes, ainda que sejam vazios.
Eu penso que um dia teremos um modelo de democracia onde somente integrarão os quadros públicos, pessoas ilibadas, experimentadas, e criativas, e fanfarrões, tagarelas, e narcisistas, fiquem atrás do cordão da tietagem, e deixem que for de competência trabalhar.
Ainda há tempo de não ser rebanho de vaidosos, e começar a prestar atenção naquilo que prometem os candidatos, e você só tem UM voto, e ninguém tem direito a saber em quem você votou. Mas você saberá, quando se passarem mais quatro anos e você esperar com ansiedade o momento da volta de quem lhe passou a conversa, para lhe passar a conversa mais uma vez.
Felizmente este é apenas um ensaio teórico, pois com certeza não existem candidatos vazios em Gramado. Todos, com absoluta certeza, possuem uma bagagem de projetos de dar inveja ao mundo. O difícil será escolher os nove melhores. Tomara. Tomara mesmo.
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quarta-feira, 9 de setembro de 2020
Nelson Dinnebier, Pedro Bala, Nestor, e Fedoca - O que eles tem em comum?
Todos ocuparam (um ainda ocupa) o cargo de Prefeitos da belíssima e encantadora, desejada e desejável sempre, Gramado. Apenas isso, já seria suficiente para escrever suas biografias, sem precisar dizer uma única palavra sobre cada um deles. Todos eles, deram sequência ao chamado das oportunidades criadas por seus antecessores: Waldemar Weber, Horst Volk, José Francisco Perini, Arno Michaelsen, e fechando o ciclo, Walter Bertolucci, pai de Fedoca, então, no momento em que pego na pena para escrever essas poucas e mal traçadas linhas, o primeiro, e o derradeiro Prefeito desta jubilosa comunidade.
Há porém muito mais em comum, do que apenas o cargos, entre os supracitados no título deste ensaio, que é a sua força política, ou a falta dela, e agora sei que vou ferir sentimentos, mas leiam até o fim, e meditem sobre isso, e depois me digam, se estou certo, ou ainda falta muito para alcançar a verdade dos fatos.
Estamos chegando ao momento de largada da perseguição ao eleitor em busca do voto, e finalmente está desenhado o cenário da carreira, onde de um lado, pesando algo entre um certo tanto de quilos, Nestor Tissot, ex prefeito por dois mandatos, mais dois como vice, e alguns pares de anos, na condição preparatória de vereador, dono de uma direita que faz tremer, principalmente quando ativa seu vozeirão e manda recado aos adversários.
Ao seu lado, o garboso veterano que aos dezoito anos, já tinha os setenta que tem hoje, incansável escudeiro de seus pares, Luia Barbacovi, pesando um pouco menos que Nestor, mas sempre afiadíssimo pra tomar conta da cadeira, sempre que tiver oportunidade (mas que nunca teve, porque não deixaram).
No outro canto do ringue (que atualmente está mais para um octógono, de vale tudo), ainda no aquecimento, pululando feito pipoca em busca de um vice para completar sua chapa, o garboso lutador, peso pena, com seus 65 ou 70 quilos, e uma esquerda matadora, Evandro Moschem, devotado servo de sua fidelidade ao MDB, e a esperança de glória que precisa para coroar a volta do Partido na cabeça de chapa do Executivo de Gramado.
Já, também subindo no tablado (que mais parece uma arena de gladiadores, onde todos lutam com todos, e ninguém é de ninguém, e que sobrar, vai pras galés, isto é, Prefeitura), o destemido PSDB, com seu campeão, Beto Tomasini, vigoroso empresário do ramo da gastronomia, ativo na política local, tendo ocupado já, no governo de Nestor, a prestigiada secretaria de Turismo, e com seu partido, que ao longo da existência, sempre atuou como coadjuvante dos extremos, e que agora, alça voo com asas próprias.
Bem, mas devo-lhes ainda um adendo ao título desta matéria: afinal, o que estes Prefeitos tem em comum, além de terem sido Prefeitos?
Esta resposta pede um novo parágrafo. vamos lá. Resposta curta: Nenhum deles preparou uma sucessão política, ou melhor dizendo, sim, um, o Pedro Bala, produziu Nestor, e ao devido tempo, entregou-lhe a cadeira giratória, restaurada por Fedoca. Porém, e sempre há um porém, não foi bem recebido quando tentou voltar, e digam o que quiserem, na leitura deste escriba, e tantos outros, faltou boa vontade de Nestor, em devolver-lhe o cargo, ao que poderia ter se empenhado mais na campanha, pensam muitos, e eu entre estes, e optou por sair de fininho, aguardando ocasião propícia para voltar gloriosamente.
Nestor contava com uma má gestão de Fedoca, e o quanto foi capaz de fazer, empenhou-se em não facilitar em nada a vida do seu sucessor no cargo, insuflando a oposição a ser oposição, pois é pra isso que serve uma oposição, ué: fazer oposição! Nestor estava certo na receita, pois é assim que sobrevive a política.
Nestor, Nelson, e Fedoca, erraram na mão da receita, quando construíram mitos em si mesmos, e fecharam as torneiras que irrigavam as raízes de outros brotos que deveriam seguir seus passos, ou criar suas próprias raízes dentro da política de Gramado.
Erraram todos, ao não abrirem espaços para as gerações futuras, e hoje Gramado vai escolher um Prefeito que custará à política, todos os anos que não foram investidos nos políticos.
Gramado é mãe estéril para a democracia, se este ângulo for apreciado deste modo. Não há políticos intermediários entre os velhos coronéis, e os jovens recrutas. Ou são experientes demais, ou não tem experiência alguma.
Hoje, nesta campanha, Gramado vai receber um belo contingente de candidatos completamente desconhecidos, que intentam quebrar estas barreiras, mas sofrerão com o desconhecimento de seus talentos na política, e muito menos seu comprometimento com Gramado.
Gramado precisa despertar e não permitir mais que isso aconteça com a geração de 2026. Vença quem vença agora, que preocupe-se em preparar outro para seu cargo, e não esperar com ansiedade o momento da reeleição. Aí é tarde demais.
Nestor fez de tudo para que Gramado não gostasse do governo de Fedoca. Eu não acho que foi ruim, foi até bom, dadas as circunstâncias, mas quem não gostou de governar foi o próprio Fedoca, pois não preparou seu sucessor, e nem preparou-se para a sucessão. Aqui não vai nenhuma, absolutamente, crítica pessoal, pois quero bem demais todos estes personagens que citei, mas isso não muda os erros políticos que cometeram, de não cultivarem a terra para as novas colheitas.
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Vamos Esclarecer - Vacina, Bolsonaro, eu, e a opinião dos outros na minha vida
Vamos esclarecer!
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
um 7 de Setembro inesquecível de minha infância em Gramado
Foto: Arquivo pessoal (Samuel Isaac Cardoso (tio), Ester Cardoso (mãe) e Maria Elisa Dias Cardoso (Avó)´e eu.
Éramos uns poucos, em uma vila de pobres, aquietando-se ao lado da área central da cidade, onde pulsava a vida cidadã deste lugar.
Nossa pequenina escola de vila também, uma, assim chamada, "Brizoleta", acomodava cerca de uns 40 alunos, divididos por classes em dois turnos, onde somavam-se uns e outros, à classe escolar de uma única professora primária, ela própria também, com pouco mais que isso, em seu currículo escolar.
Uns e outros, sentávamos lado a lado em classes, hoje denominadas "carteiras", onde cada classe acomodava dois, ou mais alunos, dependendo do tamanho da classe.
Eram móveis compridos, com bancada e assento acoplados, e nesta classe, assentavam-se crianças de séries independentes, dentro da mesma aula, ouvindo a mesma professora, e assim, desenvolvíamos uma audição seletiva, enquanto ela instruía os alunos da classe mais ou menos avençada do que a nossa.
Foi neste formato que estudei até a quarta série do primário, pois a quinta série escapou de minha biografia, como óleo escoa dentre os dedos de quem o sustém, porque fiz o "Exame de Admissão ao Ginásio", e como um deboche do destine, eu consegui passar. Deboche mesmo, porque desconstruiu toda a minha formação escolar depois disso, e por fim, ao início do segundo ano do Científico, hoje EnsinO Médio, eu abandonei a escola. Tornei-me então um semi-analfabeto profissional.
Voltemos aos tempos, para que o causo prossiga.
Eram realizados os desfiles cívico-militares, quase do jeito que acontece hoje em todos os lugares. Milhares de crianças, com idade dos seis aos dezoito anos, vestindo uniformes engomados, finos, desenhados para os dias quentes do ano, eram perfilados para deleite das autoridades civis, militares e eclesiÁsticas (assim começavam os discursos), que se espremiam em uma tribuna improviSada, de onde eram um pouco mais elevados do que a plebe que marchava em passos mancos, e dali podiam rir dos infelizes impúberes, que tremelicavam de frio, para que o branco amarelado das camisas dos uniformes pudessem contrastas com as semi-desnudas acrobatas, fantasiadas de bailarinas, que com pequenos bastões enfeitados de fitas verde e amarela, saltitavam acrobaticamente na condução do cortejo.
As bandas, uma por vez, de forma descompassadamente desafinada, marcava o descompasso dos marchadores, que eram apresentados ao palanque oficial, como troféus de tributos, iguaizinhos aos que se faziam em Roma, no aparato de prisioneiros oferecidos à César e para o refestelo dos soldados ensandecidos pelo cheiro de vitória, sangue e vinho, recompensas de guerras.
Mas nem tudo era frio e tremor de queixos, pois, lembro como se ontem fosse o ocorrido, de um Sete de Setembro especial, onde todas as crianças, de todo o município, foram recompensadas, com deliciosos e abundantes lanches para almoço, e o melhor ainda viria à tarde, com a exibição absolutamente gratuita de um filme dentro do Cine Embaixador (ainda não me conformo com o nome de "Palácio dos Festivais" que deram ao lugar).
Nos espremíamos no chão, para que todos ficasse, acomodados, e o filme começou. Lembro sim, lembro bem do filme: "Cindy, a Trapezista", ou algo no gênero, um filme do Zé Colmeia e sua esposa, digo, namorada, a ursinha Cindy, que foi capturada por um circo, e obrigada a pedalar um monociclo em uma corda bamba muitos metros acima do chão.
Lembro dos curta-metragens de abertura, mostrando a exuberância das flores de Gramado, belíssimas papoulas alaranjadas, que atapetavam os canteiros da rua principal, alcatifando nossas lembranças por perfumes e a suave música de orquestra e saxofone que preenchia todos os lugares escondidos de nossas memórias.
Era Sete de Setembro, e celebrávamos a festa da pátria. Não nos envergonhávamos de chamar nossa terra de pátria. Nem de sonhar-se dentro dos cenários imaginados pelos ilustradores do filme, que traziam até nossas memórias mais doces, a suave melodia de uma primavera, lá e cá, que precisamos trazer de volta urgentemente.
Navegar é preciso, dizia Camões.]
Sonhar é mais que preciso, dizia a vida que nos chamava para seus perfumes.
Kikito - o "deus do bom humor" acordou azedo
Imagem: Institucional Prefeitura de Gramado
Eu digo a vocês, respondeu ele; se eles se calarem, as pedras clamarão.... Lucas 19:40.
"Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos."
Êxodo 20:1-6
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Eu conheci, e convivi com Elisabeth Rosenfeld, e estive próximo à ela nos dias em que modelou o primeiro "Kikito", uma peça moldada com uma mistura de cimento Portland, com cimento branco, sobre uma armação de ferro de construção e arames retorcidos. Este é o conteúdo da divindade, e de ferro e calcário é todo o seu ventre e coração. Nada mais.
Já sua alma, essa sim, é retratada pela efígie de um sol no lugar da cabeça, que lembra o deus romano "janus" (daí o nome do mês de Janeiro, que tem uma face voltada para o passado e outra para o futuro)., sobre um corpo humano feminino, mas ao objeto foi dado um nome masculino, e uma identidade exclusiva de pessoa dotada com alegria, caracterizada pelo permanente sorriso em ambas as faces.
Desta forma, não foi dada ao Kikito, a possibilidade de resignar-se diante das variáveis da vida, e em algum momento de reflexão, chorar por quem dobram os sinos. Nasceu assim o primeiro "deus" sem vontade própria, pois até mesmo as divindades dos panteões pagãos pelo mundo afora, são dotadas de humores, que variam da bondade, à extrema crueldade.
O "deus do bom humor" de Elisabeth era um objeto para enfeitar um jardim, assim como os anões de porcelana, ou o velho carrinho de mão com flores plantadas dentro dele.
Elisabeth já não existe mais, e até mesmo suas lembranças se dissipam na memória dos que adentram os anos pela vida afora, ao encontro do descanso que não deixa ninguém à espera. Quando tiver que chegar, ele vai chegar. Menos pro "Kikito", o "deus da boa fama" que Gramado venera.
Ao longo dos anos, semelhante à outro personagem da mitologia, isto é, a ciência do imaginário, da mentira bem contada, o Rei Midas, que transformava em ouro tudo em que tocava, e que teve por consequência ver sua própria filha transformada em uma estátua de ouro 18k, de pureza 99,999, Gramado também soube beneficiar-se dos poderes "divinos" do "Kikito", e a velha estátua mal desenhada, com coração ausente, e fez cintilar com abundância, as ruas e casas de um Olimpo serrano, cujos deuses se esbofeteiam pelo privilégio do primeiro devoto de cada manhã, e se refestelam, ao entardecer, pelo visco da baba que escorre por suas sarjetas, destinadas à abençoarem as águas dos arroios que levam todos os dejetos devolvidos pelas bênçãos gastronômicas aos devotos da divindade que sorri, ao profundo e misterioso mar das vaidades.
O "deus do bom humor", no entanto, tornou-se um deus infeliz, pois o "smile", precursor dos "emojis", que sempre sorri, e apenas sorri, hoje continua a sorrir, ainda que não se saiba a razão, quando seu trono foi derribado (não, eu não errei, é deribado mesmo, com "I") à outro ser coroado, que não tem boca para sorrir, mas tirou o sorriso de milhões de pessoas, cujos lábios finos do "kikito" não foram capazes de salvar.
O "deus do bom humor" tomou lugar de destaque diante do Pavilhão Nacional de primeira ordem, no dia em que é celebrada, com dor e descaso, a independência da nação, cujo D-s, é "O Senhor", e ainda que retirando a divina ordem de não celebrar culto, nem prestar louvor à deuses estranhos, continua sorrindo, ou talvez rindo, da credulidade vazia de quem se estriba nele para alcançar sucesso.
O "deus do bom humor" acordou azedo, mas não mal amado, posto que em sua homenagem se erguem panteões e monumentos, e que à entrada do grande templo a céu aberto em seu louvor, ladeiam as bandeiras da pátria e da cidade, demarcando para as gerações que talvez virão, que este lugar é mais que um conglomerado de pessoas vivas, mas é a terra do berço de um deus que nasceu morto, mas ainda assim sorri.
Não é exagero, mas eu mesmo já vi uma pessoa rezando diante de uma dessas estátuas, que ficava defronte ao Palácio dos Festivais, à época, chamado de Cine Embaixador. Fiquei escandalizado com a cena.
Ai, pobre de mim, se soubesse , que aquele símbolo fosse se tornar a pedra de tropeço do portal que abre as bênçãos prometidas aos que guardem as orientações do Decálogo, que falam de honrar os pais, respeitar a propriedade alheia, não macular o leito de outra pessoa, não produzir "fake news, não misturar água com açúcar no vinho, não exagerar na verdade, mas como conhecerão todas estas Leis, se já à primeira, que faz reconhecer que O Criador do Universo seja louvado por uma estátua que se ri?
Haverá um dia, num longínquo futuro, onde arqueólogos encontrarão suas estátuas junto à outras e concluirão que houve uma civilização, com suntuosos palácios, que adorava um deus que sorridente, era chamado de "Kikito".
domingo, 6 de setembro de 2020
Compete às autoridades - Uma leitura sobre o cancelamento de eventos em Gramado
Não estranhe que eu me manifeste em relação aos artistas, afinal, advogo em causa própria, dirão, pois eu sou artista, só que não, eu não vivo dos espetáculos do natal Luz, e jamais vendi serviço algum ao prestigiado e magnânimo evento, embora eu acompanhe sua trajetória desde o primeiro, e ao longo dos anos, com curiosidade civil, nada mais, pois particularmente sou retraído demais para aglomerações burlescas, o que não o torna menos grandioso, pois eu não sou a opinião alheia e a opinião o gosto dos outros não pode ser desviada de suas preferências por causa do que eu gosto ou deixo de gostar. Dito está, vamos aos fatos.
Gramado cancelou as apresentações ao vivo do maior espetáculo natalino do hemisfério sul.
Gramado cancelou um lucro médio de 6 a 8 milhões de Reais (corrijam-me se for mais) em um único evento.
Gramado tomou uma decisão técnica, sanitária, mas sobretudo política, de evitar a aglomeração de alguns números que caminham entre os milhões de turistas que se aglomeram pelas ruas, praças, restaurantes, na deliciosa e desejável prática do consumo desesperado, para compensarem o desesperado trânsito das grandes cidades durante a semana, e que fogem destas grandes aglomerações em calçadões e shoppings, para aproveitarem a bucólica e pachorrenta aldeia que imaginam ser Gramado. Tudo vale a pena, se a alma não é pequena, dizia Fernando Pessoa, que não teve oportunidade de visitar Gramado em dia de espetáculo, nem espremer-se em filas às portas das chocolaterias e restaurantes em dia de quirera, a que chamam de neve.
Gramado tira, com essa decisão a oportunidade de trabalho de talvez, milhares de pessoas que dependem direta e indiretamente dos eventos à que beijou a fama.
Gramado se digladia entre a vida e o capital, espremida entre a espada e a parede, na completa perplexidade, a mesma perplexidade que assola grandes e pequenos, o Brasil e o mundo, a decisão disputada nos mais elevados tribunais, onde prefeitos, governadores, presidente, juízes, ministros, e legisladores, esbarram-se em inesgotáveis recursos e decisões, lavando todas as mãos na mesma bacia de Pilatos, e entregando aos pobres prefeitos a decisão sobre vida e morte de seus cidadãos, sabendo que qualquer que seja a decisão que tomarem, serão culpados pela história, presos por terem cachorro e presos por não terem cachorro, diante do desespero que começa a tomar conta da população.
Gramado tomou a decisão mais difícil de sua história, que foi fechar as torneiras dos seus milionários recursos,pois apenas de rondar o comentário de que os empresários estejam contentes com o cancelamento, por supostamente estarem faturando mais, e assim, de consciência tranquila, por colaborarem com a retranca da peste que mata ricos e pobres, feios e bonitos, famosos ou desconhecidos, ao mesmo tempo em que planejam os próximos passos diante do cenário triste que se avizinha.
A GRAMADOTUR, por decisão de seus executivos tomou a decisão de fuzilarem seus pés e joelhos, haja vista que só exste por conta de dois eventos: Natal Luz e Festival de Cinema, e que ambos tiveram permissão negada para existirem do modo que foram criados e se firmaram na tradição de Gramado.
Gramado disse não á morte rápida, apesar de ter escolhido a agonia lenta, o cozimento e o suplício de sua economia ao fogo brando, porque diante de si tem, suas autoridades, a "Escolha de Sofia". E com isso, enterram com velocidade ímpar suas pretensões antes majestosas, agora por mera sobrevivência, onde nem mesmo a oposição tem argumento para discordar da esperança atada ao infortúnio do acaso.
Gramado anuncia seu ocaso. Anuncia?
Não! Definitivamente, Gramado toma a decisão adequada às circunstâncias jurídicas, éticas, legais, e necessárias á manutenção da vida, em detrimento da riqueza imediata e à cornucópia que se fecha
Apesar de saber que milhares de pessoas, e um grande número de municípios vizinhos dependam do sucesso dos eventos Gramado, ainda assim, o conjunto das incertezas sobre a pandemia é a resposta à qualquer pergunta sobre a tomada de decisão no último instante e na última instância das responsabilidades.
Compete às autoridades, que foram eleitas para esse tipo de situação, aliadas ao empresariado, às entidades representativas, ouvindo também os envolvidos diretamente na produção, fazer a melhor escolha para preservar a economia sem perder vidas. Sem perder nenhuma vida.
Compete ás autoridades também, se posicionarem junto ao Governo do Estado, para que participem da resposta à geração de renda, sem deixar de pensar que o Estado está falido há um tempo que excede a minha geração, e olha que eu sou velho.
Compete às autoridades que organizem a gestão de acordo com as leis de Responsabilidade fiscal, leis ordinários para licitações, pois vale lembrar que a isenção de licitação durante a pandemia é exclusivamente para questões que tratem da saúde pública, e não, o Natal Luz ou o Festival de Cinema de Gramado, por mais que contribuam para o bem estar da população e o enriquecimento cultural e financeiro de Gramado e dos gramadenses,não estão atrelados ao suporte em calamidades, aos olhos do Tribunal de Contas do estado, e muito menos, muito menos mesmo, da voracidade política com que as oposições se deliciem com os erros eventuais, e não haverá piedade no ajuste de contas, que chega a parecer apocalíptico, com choro e ranger de dentes ao final. Que seja, mas que estejam todos vivos e bem de saúde nesta ocasião.
Compete às autoridades que façam a contagem dos vivos, e sim, tenho muitos queridos em Gramado, aos quais devo visitar para tomar uns mates, um café com bolo frito, e colher um bom tempo de prosa. Compete às autoridades que me recebam elas próprias, vivas e gozando de boa saúde, física, mental, financeira, e espiritual.
Compete às autoridades que planejem o amanhã, que administrem o hoje, e que o ontem seja enaltecido, para testemunho das novas gerações, mas compete aos cidadãos que tomem nota das lições duras e cheias de vazios, marcadas pelos que não podem mais abrir suas portas para receber os abraços daqueles que insistentemente olham para o vazio de suas lembranças.
Todos precisam trabalhar. Todos tem contas esperando para serem pagas. Mas mortos não trabalham. Mortos não pagam contas. Mortos não votam. Mortos não celebram natais, nem assistem filmes.
Transformar o cenário da desgraça em um palco político é a última instância da barbárie. Depois disso, só o canibalismo supera tamanha monstruosidade.
Compete às autoridades que nos protejam disso. Mesmo que por decretos. Mesmo que passando trancas nas portas.
Compete às autoridades saberem que se outros lugares abrirão as portas para não perder o momento,a conta pode voltar com fome. Fome de mais vidas.
Eu estou absolutamente confuso com todo esse amontoado de informações, mas na minha confusão assumida, eu fico quieto, ajustando minha fome ao tamanho do bocado de pão que me resta, pois pode piorar. Ou não. Pelo menos não serei apanhado de surpresa. Gramado foi. Mas a lição está batendo na porta. Aprenda quem quiser.
E tenho dito!
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