Eu sei, eu sei. Pássaros azuis me trazem notícias por meio de imagens fotográficas (porque se me contassem eu não levaria a sério, considerando o favorável histórico de Gramado no tocante ao zelo pela qualidade estética daquilo que seria apresentado ao turista e ao gramadense, no aparato receptivo dos eventos).
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Para aqueles que me conhecem de mais tempo, e tem boa memória, sabem que não tenho nenhum tipo de afeto pela celebração do Natal enquanto festividade religiosa. mas isso é assunto que diz respeito apenas a mim, por questões de natureza espiritual ou ideológica, mas isso não afeta em nada o respeito que sempre nutri pela grandiosidade de um dos maiores e mais belos eventos do Brasil, depois do carnaval do Rio de Janeiro, enquanto evento em si, e enquanto evento, representa uma preciosa fonte de recursos para Gramado, para o meio artístico, artesanal, criativo, musical, cênico, efeitos especiais, hospedeiro, gastronômico, e todos os elementos periféricos que cercam esta celebração, um dos principais motivos de orgulho que Gramado possui. Isto é, terá possuído, no dia em que tornar-se apenas uma boa recordação desta grandiosidade, uma vez que vejo sendo jogado no latão do lixo, o mesmo onde foram recolhidos os paramentos, aos quais chamaram de ornamentos, de um mau gosto indescritível (e olha que como Designer, devo entender que gosto, amor e cor são coisas completamente individuais), e digo isso, não no sentido de menosprezar a oa vontade daqueles que elaboraram as peças, que certamente devem ser artesãos em início de carreira e por isso devem ser motivados a continuarem avançando em sua arte, embora fosse de bom alvitre que quem os tivesse contratado, tivesse ao menos, um pouco de senso crítico, antes de expor as vergonhosas peças que foram levadas ao escárnio público. Senão vejamos:
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Eis aqui alguma coisa que deve insinuar uma "Mamãe Noel". Imponente figura, estasiada à porta da cidade dizendo: "Olá vítimas! Já fui a Mamãe Noel, mas a idade chegou e o reumatismo, o desleixo e a má vontade me atingiram em cheio, e por isso estou, temporariamente com essa cara de parto difícil recebendo vocês. Eu sei que não deveria ter comido todos aqueles doces, mas vocês sabem como são, apetitosos, enfim, entrem e se espalhem pela cidade. Outros de nós estão por aí. Se procurarem bastante, encontrarão meu sobrinho, o Grimch, que andou fazendo uns estragos e devorando as lixeiras. O que sobrou, fui utilizado no restante da decoração, pois o espírito do Natal foi transformado em outro espírito, o qual nem seria próprio mencionar aqui, porque muitas crianças deixariam de acreditar que Papai Noel existe de fato".
Chamar de "mau gosto" aqulo que está sendo exposto para receber um milhão de pessoas em Gramado, no evento que deu um lucro de oito milhões de Reais, que elevou Gramado ao patamar de cidade de reconhecimento internacional, é algo que envergonha profundamente TODOS os gramadenses. E certamente deve envergonhar também aos NÃO GRAMADENSES que ao que parece não estarem nem um pouco preocupados em destruir em poucos meses aquilo que levou muitas décadas para ser construído. Gramado pede desculpas por antecedência por aquilo que vai mostrar aos seus visitantes. Não há palavras que descrevam tanta displicência com o patrimônio dos gramadenses.
Prefeito Fedoca! É isso o que você tem de melhor para apresentar em sua gestão, ou está apenas fazendo o que faziam os conquistadores de civilizações antigas, em destruir todas as memórias de seus antecessores, para a partir de uma cidade em ruínas comece a construir sua própria dinastia? Se for isso mesmo, então, meus cumprimentos, Prefeito, pois começou bem!
Recordo bem que ao assumir o Turismo e depois a Gramadotur, seu caxiense favorito declarou em público que iria procurar o criador do festival, Luciano Peccin, para tomar conselhos. Das duas uma: Ou não foi, ou se foi, o Luciano sacaneou ele com os piores conselhos que podia dar, e ele cumpriu à risca. Claro que é brincadeira minha.
Claro que sei que as pessoas são bem intencionadas, e mesmo quem não é gramadense e não entende nada de Gramado, mas sei que houve uma licitação e sei também que teria sido a comunidade quem fez esta escolha. Mas muito, e muito mesmo, respeitosamente, para um trabalho consagrado, devem ser chamados especialistas e não apenas amadores. Se houvesse uma cirurgia a ser feita, seriam chamados os parentes do paciente, os amigos, porque seriam muito carinhosos e de boa vontade,ou seria recorrido a um cirurgião especialista no caso? Gramado chegou nesse ponto: exige especialistas para tudo, até mesmo porque foi prometido isso em campanha. Prometeram aquilo que não tinham para cumprir.
Sei que houve a apresentação á comunidade. Então agora, vou contar um segredo político: Como fazer aprovar qualquer coisa com apoio da comunidade!
Primeiro, reúna uma assembleia festiva com objetivo de mostrar um grande projeto. Faça discursos inflamados enaltecendo o ego dos presentes. Daí, rapidamente, apresente os profissionais que irão oferecer os serviços, e apresente um belo power point, cheio de efeitos,musica ao fundo,e encerre rapidamente com aplaudos. Pronto! está aprovado. Só que esta não é a maneira seria de aprovar um projeto politico, pois antes seria obrigatorio que passasse por uma comissão de pareceristas técnicos, e só depois disso, que chegasse ao público, depois de ajustado. Duvido, mas duvi-de-ó-dó que isso tenha sido feito.
Assinaram uma promissória em branco, e agora não alcançaram fundos para cumprir este compromisso. Gramado exige mais e melhor. Que venha isso. E boa sorte nos próximos eventos. Até porque os irmãos paraguaios também tem bom gosto.
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