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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Seu Professor ama o que faz, ou faz apenas o que é preciso para que não seja odiado por você?






O primeiro grande erro da humanidade é rotular e classificar pessoas e suas atividades como "boas ou ruins". Bom aluno, bom professor, boa bailarina, boa dona de casa, bom engenheiro, e por aí segue a melodia. Mas afinal, o que é ser bom ou não ser bom? Quais são os critérios de avaliação daquilo que é bom, em se tratando de pessoas com relação às suas atividades, e aqui nesta reflexão, no seu processo de aprendizado? Afinal quem é bom, quando o aluno vai bem na prova, ou quem não é bom quando toma um zero grandão no boletim?

Não sou educador e tenho profundo respeito aos grandes educadores que conheço, principalmente aqueles que acumulam toneladas de certificados, títulos meritórios e currículos invejáveis, mas na nada invejável condição de aluno (fui), pai, avô, tiozão e entregador de pizzas e quentinhas a mim mesmo quando faminto, faço  uma breve análise daquilo que tenho percebido no comportamento (ou falta dele) no dia a dia dos aprendizandos com quem tenho cruzado caminho ao longo dos anos, sejam estes pelo lado do aluno, ou seja pela minha própria experiência em sala de aula, confrontando oportunidades, possibilidades e desafios, no tocante a transmitir e oportunizar ebulição de conhecimento, uma vez que o conhecimento se faz, em parte, transferindo nossas ciências, e em parte proporcionando oportunidade a que o educando se descubra enquanto agente cognitivo, e em arte enquanto passivo de captação deste conhecimento gerado por padrões estabelecidos ao sabor de grupos, estes, nem sempre solidários com a realidade geográfica, étnica ou cultural, e que diante disso oportunizam baldes de água gelada sobre o ânimo do aluno, que, por vezes, completamente alheio ao objetivo do que é transmitido, desmotiva-se e desmotiva ao grupo, e quando digo grupo, digo colegas, professores e a própria família.

Ainda sobre notórios educadores estabelecidos como padrões de densidade sólida à afirmação de métodos empregados, convém lembrar que tanto a educação quanto os educadores, mesmo os eminentes, trabalham de acordo com suas próprias observações diante dos fenômenos sociais, e acrescentam aos seus padrões métodos que impregnam estes valores às suas teorias, que por sedimentação ou falta do antagônico, firmam-se como ciências absolutas, e pobres dos infelizes que nasceram com a cara voltada para o Oeste, quando ousam discordar daqueles que olham para o Leste em suas orientações educacionais.
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Estou falando difícil? Sim! De propósito, para que se perceba como se sente uma criança diante de um educador (aqui uso o sentido antropológico) que segue, por exemplo, Paulo Freire, quando o aluno está mais propenso a desenvolver sua capacidade sob a ótica de Freinet. Estou complicando no vernáculo e na retórica para que ponha-se o leitor no lugar do aluno que encontra um professor desmotivado para aquela aula, ou aquela disciplina, ou para aquela escola,  ou para aquele ambiente social, ou ainda para aquele salário mixuruca que recebe, tendo a responsabilidade e a carga de educar uma classe com vinte ou mais alunos, quando sua tarefa deveria ser apenas repassar conhecimento e métodos de aprendizado motivadores e indutores da vontade do aluno, enquanto a educação, a ética, a moral, a religião, a política e outros valores deveriam vir de casa, da família, e da sociedade lá fora.

Estou demonstrando que um aluno que tem na família, apenas um punhado de parentes consanguíneos, e na escola seu esteio educacional, dificilmente poderá desenvolver plenamente suas habilidades com a paixão necessária para tornar-se um virtuose em disciplinas que não haja uma sintropia entre o educador, a disciplina, e o aluno. Estou buscando demonstrar de uma forma emaranhada que se o seu filho não aprende com facilidade uma disciplina, é porque faltou paixão, combustível, aditivo, em uma das mangueiras que abastecem este pequeno motor que busca o infinito no finito de nossas possibilidades, e que neste não absorver do conteúdo proposto, desencadeará ele próprio forças que desmotivarão com ímpeto torrencial a falta de prazer na evolução de seu aprendizado.
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Se de um lado temos no professor a obrigação de dividir seu tempo e energia neste conjunto de elementos da construção do caráter, que não são, repito, sua função nem obrigação, mas tornam-se necessários para o educador responsável, temos do outro lado um aluno que necessita abastecer sua mente ilimitada com recursos limitados e baixo estoque de calorias motivadoras para aquele aprendizado, e ali começa o tédio.

Assim, aluno entediado, diante de um professor entediado, rodeado de colegas entediados, armazena valores que entediarão sua vida e a própria sociedade. e uma sociedade entediada produz ditadores, que são ótimos reprodutores de mais pessoas entediadas, porque impõem à sociedade professores despreparados, com salários decrépitos, ruminando conhecimentos mofos e multiplicando cidadãos burros.

Costumo dizer que se meu professor de matemática tivesse a paixão que eu tenho ao ensinar desenho,  eu teria sido um matemático, e talvez até tivesse aprendido,por passatempo, a desenhar uma casinha com coqueirinho numa ilha, e um bonequinho cujas mãos seriam apenas dois tracinhos cruzados, como se faz lá na infância mais doce das lembranças.

Quando você tem em sala de aula um professor guiado por ideologias políticas em lugar de políticas educacionais consistentes, terá também um curral de alunos adestrados para o caos. Estes são dóceis diante de comandos externos, e débeis diante de decisões próprias. Mas servem ao totalitarismo que intentam muitos, seja construído em nosso tempo.

Que tipo de professor você quer para seu filho? Que tipo de filho você está proporcionando para seu professor? Que tipo de sociedade queremos construir sem paixão? Que tipo de paixão queremos promover no amanhã que vem chegando acelerado?


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