AD SENSE

sábado, 21 de outubro de 2017

A violência que nos cerca é realmente gratuita?




 Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.  (Mateus 12:24)

Seria como chover no molhado, dizer que estamos cercados de violência e apelos à violência todas as horas do dia, e de forma mais perceptível, do acordar ao deitar. Os noticiosos nos despejam sangue aos borbotões em cada canal que acessamos às notícias, em cada postagem nas redes sociais, ao ponto de nos deixar cada vez mais insensíveis àquilo que é virtual, e como consequência disso, também aquilo que é real, uma vez que o cérebro recebe todas as informações sempre como virtuais, como impulsos elétricos, e processa as informações de acordo com padrões preestabelecidos de acordo com a repetição das informações, e a partir das sensações provocadas por estas sensações, formatando tais padrões como naturais, sejam estes prazerosos ou repugnantes; que provoquem sensações de prazer ou medo;e de acordo com a intensidade deste abastecimento mental, tornam-se perceptivelmente propensos a exigir uma carga maior destas informações, destas percepções, de tal modo que um e outro, venham a dominar o conjunto de informações que se determinam como prazerosas, de um aspecto ou de outro.

Neste contínuo, temos de um lado, o prazer em si, que gera novos padrões e amplia a intensidade de sua atividade, e chega a um estágio de não apenas receber e perceber, mas também de retribuir mediante estes mesmos padrões, aquilo que armazenou ao longo dos anos. Assim se a percepção foi de prazer, devolve prazer, e se foi de violência, certamente devolverá de igual forma.

Há no entanto um fator que determina um divisor de águas entre o  prazer pelo prazer, de forma hedonista, mas o prazer enquanto atos de generosidade, de acordo com o balanço das informações e das respostas estimuladas e administradas, capacitando o indivíduo a administrar de forma positiva tais sentimentos, sabendo dosar e perceber que aquilo que entrou em sua mente como forma de violência, não foi bom e o resultado foi negativo, frustrante, e aquilo que entrou como forma de prazer moderado, isto é, aquele prazer que foi necessário conquistá-lo, que não veio com facilidade vulgar, torna-se um vetor de orientação moral e ética, gerando padrões de ética em uma conduta que  gera empatia e torna-se participante do sofrimento alheio como alguém que não apenas vê, mas que ousa interagir de forma positiva a minimizar este sofrimento, o que chamamos de atos de bondade, compaixão ou generosidade.

Já aquele indivíduo que tem como alimentador da mente um contínuo de violência, e esta violência com tal intensidade e continuidade que invade o inconsciente através da repetição e banalidade, torna-se o fertilizante que fermenta e anestesia a consciência paulatinamente, embora não anestesie a vontade e o livre arbítrio,pois este independe da consciência para ser exercido, embora aquilo que a alimenta seja um fator determinante na tomada de decisões, onde tal como numa balança, o peso maior sobrepujará o peso menor,e portanto as decisões serão tomadas de acordo com os padrões estabelecidos na mente, de acordo com a chamada "Casa de Freud", que classifica estes padrões de formação da mente análogos a uma casa, onde a área social recebe as informações e as armazena no porão, sendo registradas pelo sótão, que age como mero agente de protocolos de acesso, durante o dia, mas que, durante a noite, por ocasião dos sonhos, age como verificador e revisor destes padrões, armazenando-os de acordo com o volume de entrada, e, á medida que boas ou más informações sejam registradas com frequência, são estas colocadas mais próximas ao acesso principal da casa, permitindo que sejam utilizadas em momentos em que decisões autônomas, tomadas sem ou com pouca reflexão, necessitem ser tomadas, e desta forma, agem com espontaneidade, correspondendo àquilo que Jesus quis dizer, que o coração fala ( e as mãos agem) com aquele padrão que foi orientada a mente. Se com amor, com amor responderá. Se com violência, da mesma forma irá retribuir ao feito e tal será sua reação espontânea.

Vou aos fatos então. Cada dia mais uma espiral amplia os padrões de violência, e as barbáries  crescem à medida que dão prestígio aos seres humanos dominados pela falta de domínio próprio que as praticam. Uso de propósito a expressão "Seres Humanos", em lugar de "Monstros", expressão à qual melhor identifica seus atos, em lugar de aparentemente minimizar seus autores. Reitero que são atos monstruosos cometidos por Seres Humanos falhos de caráter e escravos das paixões, isto é, que não possuem mais a leveza da generosidade em suas vidas, e que como tal, necessitam ser retirados do convívio social e mantidos isolados para que se neutralize suas ações sobre os demais,isto é, sobre os demais que por questão de oportunidade não devolveram a tais culpados o mesmo peso da violência que os distanciou deste convívio, porque como se diz que a ocasião faz o ladrão, a oportunidade promove a violência, porque a sociedade está doente por inteiro. Você e eu estamos sendo contaminados pelos vírus da violência e estamos de peito aberto numa guerra onde fomos colocados sem espada e sem couraça de defesa. É uma questão de tempo e oportunidade para que sejamos nós mesmos (D-s nos livre disso) os agentes de algum tipo de violência.

Existem muitos tipos de violência, e tais Seres Humanos em estado de Moral Terminal chegaram ao extremo de seu destempero, mas a cada dia somos bombardeados de motivos para que cresça em nós o mesmo câncer da maldade que os acometeu aos fatos.

Assistimos à um crescente de tragédias de matadores em massa, atacando vítimas estupefactas, onde busca-se às cegas encontrar os motivos desta violência, ou quais fatos desencadearam aquela tragédia em especial.Pois vou responder, embora não seja este o propósito destes escritos, e sim motivar questionamentos, então o faço sob forma de perguntas,para que o leitor reflita e responda a si mesmo.
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1 - Você estimula sua leitura e alimentação intelectual  naquilo que te faz crescer enquanto pessoa, ou prefere aquilo que produz emoções, sensações, paixões, adrenalina, romance, aventura ou emoções literárias que promovem a fantasia em lugar da realidade?

2 - Você (esta é para pais e educadores) estimula seus filhos a buscarem emoção e prazer em brincadeiras que promovam a paz social, ou estimula a disputa, a buscar o primeiro lugar, a promover a "mais valia", em lugar de promover o companheirismo, a camaradagem, o afeto desinteressado e a boa convivência entre todos?


3 - Você escolhe s canais de filmes que ofereçam "adrenalina", "emoção",  violência gratuita, pancadaria, tiros à vontade, explosões, sangue voando pela tela, gritos, socos, pancadaria, ou procura por filmes que favoreçam a descontração, biografias, bons documentários, que enalteça os bons hábitos, a família, a devoção à fé e que deixem a alma mais leve, em lugar de ira e ansiedade?

4 - Quando assiste a um noticiário e toma conhecimento de brutalidade contra inocentes, estupros, assaltos e assassinatos a sangue frio, tece comentários acerca de suas ideias sobre justiça, tais como: Pena de morte, espancamentos, linchamentos, justiça pela ira, ou ainda desliga o noticiário porque "só mostra violência" e liga o vídeo game em jogos onde a violência é apenas uma "brincadeira", e acredita que extravasando sua "energia negativa" de forma virtual, tornar-se-á uma pessoa mais dócil e preparada para enfrentar a violência do mundo?

5 - Realmente acredita que seus filhos serão pessoas melhores preparadas para o mundo, se permitir que experimentem brincadeiras onde a morte e a dor sejam apenas personagens eletrônicos, e que isso não terá nenhuma consequência negativa no caráter destas crianças?

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Minha leitura é que não sabemos dosar a pimenta na comida e com o excesso de violência virtual e eletrônica, sobrecarregando o prato dos nossos estímulos com aquilo que não edifica, que não promove o equilíbrio e as boas maneiras, que suscita respostas prontas aos problemas, e alimentam o mal que é escrito com tinta formulada com um fixador perpétuo sobre um pano outrora branco, e estimula os maus  modos no trânsito, no trabalho, na escola, nas relações sociais, motivando o isolamento e o distanciamento das pessoas, onde o virtual torna-se o lugar solitário onde o que é solidário não passa de uma "curtida" rápida, e em determinados grupos, um "sincero" e temeroso "amém".


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