AD SENSE

domingo, 21 de março de 2021

Conhecimento, ou emoção?


Pacard, NÃO é Rabino, Pastor, Padre, preletor, Político,ou Xamã. É apenas um Dati (estudioso das Escrituras), e Servo do Altíssimo. Palestrante e Mentor, isso sim.

נר־לרגלי דברך ואור לנתיבתי׃

A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos, e luz que clareia o meu caminho.

Salmo 119:105

Não sei até onde é proveitoso o excesso de oportunidades de fama e notoriedade que as redes sociais proporcionam. De um momento a outro, em um único dia, uma sequência de gemidos, chamados de música, e imagens que movimentam a libido dos assistentes, pode transformar um medíocre qualquer, em uma celebridade mundial.

Não apenas na música, como nas artes visuais, na literatura, na política, e no conhecimento humano, notórios vazios se inflam em tempos absurdamente ínfimos, ao ponto de transformar pobres em ricos, e ricos em milionários, simplesmente porque um símbolo de um polegar levantado ativou, por sua multiplicação, o algoritmo, o gatilho cibernético, que induz à liberação monetária, pela única lógica de que a estupidez humana foi potencializada através da facilidade com que tudo pode se propagar no vazio. Eis a lógica do absurdo da fama repentina das redes sociais: entram pelo ouvido e encontram caixas cranianas abandonadas, facilitando a propagação dos fótons falsos pela escuridão da mente. É assim que a estupidez se propaga com tanta velocidade e com tamanha ferocidade. Mentes vazias se preenchem com o que entrar, não são seletivas, não devolvem o lixo ao lixo, antes, devoram tudo, e de tudo o que for vomitado dentro delas.

Esse fenômeno não acontece apenas na política, embora seja esta o manancial de oportunidades para que a adrenalina da eloquência obtenha mais adesões, do que a quietude do estudo, onde as barreiras mentais não se deixam transpor sem uma argumentação sólida, que só se fortalece pelo conhecimento.

É por coisas desta natureza, que crescem as ideologias vazias do populismo, seja de Direita, Centro, ou Esquerda, ou das organizações religiosas que, pela malandragem pseudoteológica, proliferam aos borbotões, à custa do vazio mental de seus prosélitos. É por esta razão, que se proliferam pastores, políticos, "coaches", "mentores", palestrantes motivacionais que levantam o ânimo de multidões, fazendo bater palmas, abraçar, dar pulinhos, chorar, suspirar, rir, gargalhar, sorrir, e arrepiar-se, sem que sais dali sem uma única página de conteúdo para decidirem por si mesmas sobre o que realmente querem para rir, chorar, emocionar-se, levantar, sentar, aplaudir, ou calar-se.

Nenhuma referência bíblica existe nessa direção. Nenhum dos grandes homens e mulheres das Escrituras, garantiu seu sucesso e o sucesso de seus liderados, senão através do ensinamento, da auto análise, do questionamento próprio, e do incentivo contínuo de busca de conhecimento, de sabedoria, de ciência, e de domínio próprio. 

D-s nunca deu respostas, mas deu lições e fez os Homens pensarem por si mesmos, avaliarem seus erros, e medirem suas potencialidades, antes de qualquer empreendimento que os motivava a iniciar.

- "Onde estás, Adão?" - Perguntou, em lugar de dizer: "Filho desobediente!"

- " O que tens na mão, Moisés?" - Em lugar de dizer: Toma tua vara e a transforme numa serpente.

À todos que D-s quer enviar, antes faz perguntas, mas à quem O desafia com perguntas indecorosas, dá respostas evasivas:

- "Se o Faraó me perguntar "Quem És", o que direi? - Disse Moisés!

- "SEREI QUEM SOU!" - Respondeu O Eterno, ou seja, D-s não permitiria que Seu Magnífico Nome fosse tripudiado pela boca indecorosa de um pagão assassino.

Assim, questionar é ensinar e ensinar é aprender, diz o Talmude. "Aprende a Torá, ensinando a Torá". E o que ensina é o mesmo que aprende, e nada se pode aprender sem questionar a quem ensina. Esta é a receita para a certeza tomar o lugar da fé. O conhecimento do caminho por onde se caminha e o lugar onde se quer chegar. Este é o sentido de conhecimento. Mas e a emoção, então, é vazia?

De modo algum! A emoção é a faísca que acende a chama, mas é a lenha sólida quem mantém o fogo. A lenha é o conhecimento, e as chamas são a luz da confiança que iluminam o caminho por onde se deve andar, que guia os passos para andarem com segurança, ainda que seja pelo Vale da Sombra e da Morte.

Houve um tempo, em que ensinava-se a decorar. Criou uma geração de pessoas frias. Daí, veio a geração de pessoas que aprendeu a rebelar-se contra os costumes vazios as que simplesmente escolhiam o que desejavam decorar, até que chegou a geração que começou a questionar (por que tenho que aprender "potenciação" na quinta série, se nem sei onde vou usar isso?), portanto, aprender é questionar, é buscar fontes, é esmiuçar e esquadrinhar o conhecimento, até que pela multidão dos conselhos se encontre a sabedoria.

Há milhões de eloquentes oradores, e há o histórico infame de alguns que, pela emoção de suas palavras, destruiu multidões. Há eloquentes pregadores, que enriquecem à custa da pseudo felicidade alheia, que precisam abastecer-se semanalmente do néctar das palavras agradáveis de suas pregações. E há os que buscam conhecer os mecanismos da fé e das emoções, construindo em si mesmos, a estrutura emocional para ser usada com moderação e ponderação, quando a oportunidade vier.

Aos que necessitam das igrejas físicas e das aglomerações sociais para abastecer o tanque da felicidade, faço uma comparação a um pedaço de ferro, banhado de cromo. Este cromo é polido e brilhante, mas no momento em que um ambiente corrosivo o envolve, a fina camada deste metal não protege a estrutura de ferro que está dentro, e o ferro mostra a que veio, e se corrói, até ser completamente destruído. Assim também é a fé e a emoção sem uma base sólida de conhecimento. Assim somos nós, quando trocamos o estudo das Escrituras, pelo ensinamento enlatado em citações esparsas de eloquentes motivadores de massa, e temperados por espetáculos musicais a quem chamam de "Louvor", estamos comendo a sobremesa em lugar do alimento saudável, estamos nos embriagando pelo brilho polido de uma lâmina microscópica de cromo ou até mesmo ouro, quando nosso espírito não suportará as intempéries do mar de tristezas dos dias maus, e nesse tempo, não teremos mais como cromar nossa fé, pois cromo não se liga à ferrugem. Se não nos disciplinarmos ao estudo apurado e contestação do que vemos, lemos, e ouvimos, pelas comparações dos escritos e ensinos, enquanto não tivermos a capacidade de estruturarmos nossas próprias opiniões a respeito daquilo que chamamos doutrinas, não teremos fé, mas uma casca emotiva, que é arrancada até pelos dedinhos macios de uma criança. Fé sem conhecimento é vazia, e fé sem obras que a sedimentem, é morta.

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