Pouco, ou quase nada sei da história do Café Brasil, cuja edificação, ao que sei, ainda permanece lá, com poucas modificações. mais modernizada, parece. Então, como posso ousar escrever sobre algo que não conheço? Não seria melhor deixar para quem conhece, que escreva sobre esta história? Sim, acho que é isso mesmo, mas o zeloso leitor haverá (os antigos diria,"havéra") de concordar comigo, que quem está escrevendo sou eu, e se tais conhecedores quisessem escrever esta história, que o fizessem, não seria assim? Não! Nem todas as pessoas se habilitam a escrever, e bem poucas as que tomam tempo para recordar, e menor ainda é o quantitativo dos que desejam falar sobre um lugar, de cujas pessoas nunca ouviram falar. Não os censuro. Escrever e contar causos é minha ocupação, então eu busco e rebusco qualquer história correlata às imagens que publico, e com o andejar da carroça, as melancias se acomodam, isto é, leitores mais bem informados tomarão tenência e corrigir-me-ão pari passo com a leitura que fazem de minhas poucas e mal digitadas linhas.
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Perguntam-me: por que eu escrevo de modo tão prolixo, tão rebuscado e floreado em salamaleques de priscas eras, quando seria tão mais simples substituir vocábulos por gírias e verbetes de uso fluente na linguagem contemporânea? Ora, isso faço exatamente porque o tema de meus textos e deste blog são exatamente isso: Priscas eras, ou seja, os tempos de antigamente, assim, deixo-me enlevar pelo ambiente filológico e estético dos anos que busco retratar, tanto em imagens, quanto em causos, e o modo de falar dos personagens envolvidos.
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Voltemos ao Café Brasil, pois. Uma simpática família, de sobrenome "Lindorfer". Dona Ertha, e seu esposo Alfredo, e seu filho Luis Carlos, conhecido por "Sarará", que andava em um daqueles carros imensos, acho que Galaxy, ou Landau, azulão, algo assim. Era dado às prendas do futebol, assim me parece, e sua esposa era professora. Da família é o que sei. Já o Café Brasil, é unânime, aos que recordam desse tempo, dois perfumes que se mesclavam: Sorvete, e Café, Havia uma cafeteira grande, dessas comuns à cafeterias, onde sempre havia café, água e leite quentes, prontos para servir.
Voltemos ao Café Brasil, pois. Uma simpática família, de sobrenome "Lindorfer". Dona Ertha, e seu esposo Alfredo, e seu filho Luis Carlos, conhecido por "Sarará", que andava em um daqueles carros imensos, acho que Galaxy, ou Landau, azulão, algo assim. Era dado às prendas do futebol, assim me parece, e sua esposa era professora. Da família é o que sei. Já o Café Brasil, é unânime, aos que recordam desse tempo, dois perfumes que se mesclavam: Sorvete, e Café, Havia uma cafeteira grande, dessas comuns à cafeterias, onde sempre havia café, água e leite quentes, prontos para servir.
Acrescentam os leitores Mari e Maneca (Mariângela e Manoel Inácio Cardoso) a seguinte informação: "Frequentadores do Café Brasil: Rubem "Pesteado", Antônio Gonçalves, o "Antônio Macaco", Brigadiano Valentim Yparraguirre, Sargento Antoninho, vulgo (Antoninho Puta Véia), Cabo Ivan, João Cláudio Candiago, Fedoca e Fabiano Bertolucci, todos estes, grandes boêmios."
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O Café Brasil era daqueles ambientes vintage que durou enquanto durou, mas também rendeu-se à ânsia pela inovação, e como não houve continuidade familiar, um dia, fechou as portas, afinal, todas as portas, um dia serão fechadas, e em seu lugar, novas portas se abrirão. Ainda, segundo Maneca, o local era bastante frequentado pelas famílias do interior do Município, que iam á Gramado resolver assuntos pertinentes ao centro.
O Prédio era de propriedade de Guilherme Dal-Ri. Como disse, é tudo o que sei. Só sei que é um prédio lindo.
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