AD SENSE

domingo, 5 de dezembro de 2021

Sobre o amor e a consolação - Pétalas



Na dor devemos consolar, e confortar. No ódio, devemos perdoar.
Não, nunca é fácil, nunca foi, mas tanto a dor quanto o ódio, são barreiras que travam a vida em sua plenitude, que rompem o fio de prata entre a vida e a eternidade, que enterra a esperança, e que conduz ao esquecimento.

Confortar não é a cura, mas a companhia, o abraço, as mãos estendidas e o caminhar junto, enquanto a cura não vem, enquanto a jornada não se encerra.

Perdoar, não é aprovar o mal feito, mas jogar água fria no calor da ira, para que se fechem as comportar do destempero. Perdoar é seguir em frente sem o cadáver da ira nas costas. É libertar-se do que nos ata ao que nos ofende. Perdoar não é concordar, mas não dar lugar ao lenitivo, a fim de que este  aplaque  a dor do embate, e abrir as janelas do tempo, para que entre e nos acompanhe em suas asas.

Não perdoamos o mal feito, mas o que deixou-se enredar pelo desejo de fazer o mal, e por fim, o executou. Perdoamos a condição humana, de humanos atos, para que façamos perceber o contraste entre o divino que cria e a criatura que destrói. Não fomos lançados ao mundo, vindos do nada, mas fomos moldados pelas mãos, e soprados pela boca do que É, acima de tudo. Somos a imagem e semelhança, do Tudo, e assim, Tudo em nós que somos nada, torna-nos em tudo habilitados para sermos plenos, ainda que aparentemente insignificantes.

 "Ama ao teu próximo" não é uma opção. É uma condição. É uma orientação positiva, sem ser impositiva. É uma necessidade do outro que deve ser considerada como alternativa de viver saudável, não no sentido físico, mas mental e espiritual.

Em hebraico, "Ahavá", se traduz por: doar-se, independente de afeto envolvido. Amar não é bem querer, mas quer o bem. Amor não é a sobremesa. Às vezes, pode ser a casca dura da noz a ser rompida. Porém,  romper a casca é porque outro necessita  do conteúdo. Já quando a casca de rompe de dentro para fora, acontece a germinação, e a vida se renova.

Amar é deixar-se brotar para que seja quebrada a casca, e a árvore cresça.

Amar não é escolha. É oportunidade.

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