AD SENSE

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Limites



Limites


Temos um muro muro que separa o condomínio onde moramos, com o terreno do vizinho.
E mais adiante há mais uma cerca, e outra cerca, e assim consecutivamente, de cercado em cercado, está construída esta imensa colcha de retalhos, que é o mundo onde nós vivemos.

Desde muito pequenos ainda, nós aprendemos a conhecer nossos limites.

O colo da mãe, a porta da casa, a cerca do jardim.

São os limites quem estabelecem nossa dimensão de espaço, mas há também limites de tempo.

Um minuto. Uma hora, um dia.

O limite de um dia é exatamente onde começa o dia seguinte.

O limite de um lugar é onde começa o lugar seguinte.

Os limites são contestados por uma corrente de pensamento, que nos leva a pensar que o Ser Humano, tal como os animais, não deveria ser enclausurado por cercas, por limites.

Mas não é bem assim que acontece.

Até mesmo entre os animais, há limites sim.
Limites de território, limites no tanto que comem, o quanto caçam, em tudo há limites no reino animal.

Quando d’s fez o mundo, diz o texto Sagrado, que no segundo dia, separou as águas e a terra. As águas e o ar, mas ainda no dia anterior, havia também estabelecendo limites da luz e das trevas.

Então, percebemos que os limites não são algo estranho à nossa existência, e tampouco às nossas necessidades.

Os limites são também a nossa proteção, e o nosso conforto.

São os limites que nos impedem que cometamos excessos, mesmo que por vezes, com boas intenções.

Os limites nos mapeiam o território ao qual pertencemos, quando nos angustiamos com os problemas do mundo.

Não quero, com isso dizer, que devemos ser alienados.

A leitura que faço é que, se pensarmos que seremos capazes de resolver os problemas do mundo, o peso do mundo cairá sobre nossos ombros, desnecessariamente, e continuará sem solução.

Os limites então nos dizem, que temos responsabilidade em tornar o mundo um lugar melhor.

Mas apenas o mundo que esteja ao alcance dos nossos passos. Do nosso abraço.

Se você quer resolver os problemas do mundo, comece por promover a paz.

Comece por atenuar a discórdia.

Comece por estender a mão.

Duas mãos estendidas para um abraço tem o poder de levar a paz ao mundo.

Ao mundo de dentro do limite que você possa alcançar.

Shalom





terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A política nas tendências de moda



Quando penso que sei alguma coisa, descubro que tudo o que sei é que nada sei. Esta frase não é minha, é uma adaptação de Sócrates (399 a.e.c). Falávamos de coisas diferentes, mas no fim de tudo, falamos da mesma coisa: o comportamento humano..

Não gosto de teorias de conspiração, como gosto menos ainda de esoterismo e misticismo. Não bate com minha fé Monoteísta, embora não seja sobre fé que quero falar, e sim do comportamento do Ser Humano através da sua fé, e a influência disso no mundo em que vive.

Durante muitos anos de minha carreira profissional, tenho sido convidado a falar sobre Tendências. Especialmente tendências no Design, que afetam o mercado moveleiro. Porém, falar de tendências sendo tão específico, é como participar de um rodízio de churrasco (desculpem vegetarianos, mas foi o primeiro modelo que veio à minha lembrança) e comer só umas folhinhas de alface e um talo de brócolis. Quando falamos de tendências, o ouvinte (ou leitor) precisa ter tempo disponível, porque o assunto é amplo.

Falar de tendências no design e deixar de fora os movimentos políticos e sociais que movimentam as massas humanas nos seus territórios, seria incompleto, pois o que acontece lá no continente Europeu, afeta diretamente o que acontece aqui na América do Sul. O tatalar das asas de uma borboleta no Japão pode causar um furacão na Austrália, diz a Teoria do Caos, através do chamado "Efeito Borboleta", criado por Edward Lorenz, em 1963. Lógico que há controvérsias e coincidências, fatores alternativos e variáveis, mas uma coisa é certa: o comportamento humano é atrelado à incontáveis fatores que determinam em sequência outros fatores. A ebulição destes movimentos, e a probabilidade que sejam repetitivos e sequenciais, pré-determinam prováveis efeitos neste ou naquele setor. A este conjunto de possibilidades chamamos de "Tendências". Se tivesse que resumir tendência em uma palavra, chamaria de "Costumes". Mudam os costumes, mudam as tendências. E é sobre  uma destas tendências que quero falar aqui. Vou tomar a liberdade de associar política com cores, cores com formas, e formas com comportamento social. Pelo menos vou tentar.

Observo com certa atenção que a cor laranja tem tomado espaço nas mídias de uma forma agressiva,, crescente, e invasiva. O próprio Blogger, onde edito estes textos, tem na cor laranja a sua identidade visual. A imagem que busquei para ilustrar esta reflexão não é editada, mas propositalmente exalta o calor do laranja sobre a Cidade-Luz, Paris.

Mas e a política, o que tem a ver com isso, fora uma sarcástica alegoria aos "Laranjas" que se infiltram nos governos para sugarem para seus donos, os verdadeiros mandantes da ordem econômica e social do mundo? Tudo! Vou explicar.

Quem determina as cores da moda, ao contrário do que imagina, não são os Designers, nem os coloristas, e talvez muito pouca influência tem os fabricantes de pigmentos e tintas. Quem determina as cores das estações são um conjunto de Institutos, entre eles o instituto da Cor, de Paris, e o Color Marketing Group, Pantone, e outros, que analisam os movimentos sociológicos do mundo, e com base nestes movimentos, traduzem suas conclusões em cores, que em si representam traços de personalidade social ou pessoal, e cada cor tem sua identidade ligada ao comportamento humano.

Nesta compreensão, que não quero me estender, analiso a possibilidade que evidencie as novas tendências do Design , a partir das convulsões sociais que vejo todos os dias pelas notícias que abarrotam meu perfil nas redes sociais. As próprias redes sociais fazem parte deste compêndio de transformações que cataclismam o cotidiano, e nestes vendavais de informações, vê-se o Ser Humano completamente enredado numa furiosa e desenfreada corrida por permanecer na frente.

As disputas, que outrora eram legadas apenas aos heróis do panteão grego, hoje enfileiram meninos desde a infância em jogos alucinantes, onde matar e morrer é uma brincadeira inocente. Ainda hoje, ouvi meu neto, á minha frente, jogando um game para crianças de seis anos de idade, onde as expressões que eu mais ouvia eram: "Vou acabar com você; vou te matar; arrebento você...",

Não vou entrar na seara das profecias, nem alardear o fim dos tempos, até porque isso não é preciso. Minha análise aqui apenas se prende nas respostas que procuro sobre as sensações que emanam destas convulsões sociais, e o quanto estes movimentos representam nas formas e cores daquilo que vamos colocar dentro de casa, ou estarão nas vitrines das lojas.

Qualquer movimento evoca para si um estilo. A Contrarreforma católica se opôs à Reforma protestante, lançando o Barroco, a pompa, o luxo, em contraponto à simplicidade e severidade do puritanismo luterano. Mais adiante, vemos a Revolução Industrial, que zerou o charme, e sobrecarregou a mecanização. Mecanizou tanto, que fez surgir outro movimento, chamado Arts & Crafts, que trazia de volta a beleza e a leveza do traço e das cores.

Este estilo evoluiu para o Art Déco, que era pura beleza estética, e adiante dele, o futurismo do pós guerra, evocava a revolução espacial como a nova fronteira do Design. E então o mundo perdeu as contas das revoluções que aconteceram e continuam a acontecer depois disso. E a nova fronteira destas revoluções é o princípio do caos, do efeito borboleta, onde o pós moderno não é mais suficiente nas artes, e assume um lugar na realidade. 

O pós modernismo do Rock Progressivo do Pink Floyd agora se projeta nas prisões brasileiras, nas casas trancadas, no medo do medo, no anoitecer indesejável, dos gritos no vazio. E este novo desenho de uma revolução onde a tecnologia disputa com a violência quem vai mais longe, disputam-se também nos tribunais quem rouba mais, quem prende mais, quem condena mais e quem consegue livrar mais corruptos nas barbas da própria Lei.

E este novo desenho nos traz traços confusos, que evoca cores difusas, onde o calor do vermelho começa a ser trocado pelo laranja da esperança, da ânsia pelo bem estar, pela volta da prosperidade, pela riqueza e pela sublimidade. Neste novo desenho onde as linhas retas se suavizam como que deslizando pelas formas, no desejo de demonstrarem que o frio dos concretos pode ser moldado aos orgânicos das montanhas e pela suavidade das ondas do mar.

Neste novo desenho que nos cerca, a suavidade as planícies se contrasta com o lilás do entardecer que promete chuva copiosa. E a brisa soprada pelos tons terrosos faz subir o perfume da terra com gosto de matas, cercando as paredes dos muros que escondem casas onde vivem pessoas com medo das sombras dentro das casamatas em que se transformaram as aldeias. Neste novo desenho, não há mais tendências, mas evidências, de que ainda podemos esperar primaveras, se flores plantarmos em nossos jardins.
O que o mundo desenha nos palácios é o que comerá, vestirá e onde dormirá o Homem daquele mundo. O que fazem pode ser escondido, mas o que escondem na terra, brotará como erva, e o mundo verá se é daninha ou comestível. Se são espinhos ou rosas. Tanto nos palácios quando na arte e no Design, são Homens e flores quem se cruzam todos os dias. Tanto lá quanto cá.

Quem sou eu (Pacard)?


Muitas pessoas tem me perguntado a razão de meus textos políticos e polêmicos. Perguntam se eu sou político, se pretendo ser candidato, e esta seria uma estratégia minha de buscar notoriedade pública, enfim, perguntam de tudo. Outras não perguntam, mas deixam a impressão nas entrelinhas que eu seja talvez, um narcisista em busca de fama.  E há aqueles que não perguntam nada, pois gostam do que escrevo e não estão se importando com minhas pretensas ambições pessoais.
Então, creio que seja necessário que eu me apresente, se forma objetiva, e diga a que vim, quem sou e onde pretendo chegar.

Nasci em Cazuza Ferreira, pequeno e distante distrito rural do município de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Isso apenas seria suficiente para impor respeito, ou causar espanto, o que achar mais conveniente para a ocasião. Mas fui além.  Levado embora com um ano de idade, por uma tragédia familiar, fui criado na terra de meus antepassados, mãe, avó, bisavós e tetravós. Creio que isso me torna mais ou menos gramadense, por ora.  Em sequência, passei minha juventude trabalhando, desde os dez anos de idade, o que não parei até hoje.

Aos dezoito anos de idade tive minha primeira experiência com a política estudantil, onde fui líder da juventude de Gramado nos anos de chumbo. Mas escapei de liso, apesar de tentar manter-me longe da mediocridade. Sempre fui livre, no pensar e no agir, e os erros que cometi, fi-los na ânsia de acertar, e aos erros devo minha experiência de vida.

Casei aos vinte e um anos de idade, por interesse, e confesso, continuo interessado. Sou orgulhoso pai de três valorosos rebentos, e avô de uma prole quádrupla de netos que são capazes de tirar o peso do mundo de meus ombros, quando estou com eles por perto.

Dediquei minha vida inteira às ações criativas, tanto no trabalho, quanto na vida, e criei para mim uma profissão, que mais tarde descobri que poderia ser denominada como "Designer". Isso tudo bem depois de ter sido  orgulhosamente chamado de Desenhista e Decorador.

Ainda jovem, descobri que além de desenhar coisas bonitas, eu era também capaz de  ensinar outras pessoas a fazerem o mesmo que eu, e até com mais qualidade, pois técnicas a gente pode ensinar, mas talento é algo pessoal, que brota de boa vontade, dedicação e empenho.

Ao longo de minha carreira, ensinei milhares de pessoas pelo Brasil afora. a buscarem complemento de sua renda, e satisfação pessoal, através do desenho. Mas ensinei também outras coisas, pois como criador de móveis, aprendi que não trabalhamos nem criamos sozinhos, mas dependemos uns dos outros para que nosso trabalho seja bem sucedido. E desta forma tornei-me também um capacitador de pessoas.

Quando a gente fala para muitas pessoas e desta conversa se podem tirar boas conclusões, damos o nome a esta forma de comunicação de "Palestra". Então, também tornei-me um palestrante, especialmente quando descobri que me pagavam melhor pelo que eu dizia do que pelo que eu fazia. Concluí que, ou eu falava bem, ou eu fazia mal.

Mas eu gosto de fazer coisas, ora bolas! Por isso, também sou escultor. Meus trabalhos estão espalhados pelo Brasil, e também tenho algumas peças vendidas para pessoas da Europa. Poucas, mas tenho. Um dia, ganhei até um prêmio internacional por uma peça que produzi. Imagine! Um prêmio! Eu que sempre me neguei a entrar em concursos, e na primeira vez que aceitei expor uma peça, alguém gostou dela. Mas prometo que foi a última. pelo menos premiada. Não gosto de competição. Não gosto mesmo. Competição me cheira a usar pescoços como degraus.

Escrevo sobre política, porque acredito que quem pensa, tem a obrigação de motivar a outros também pensarem, raciocinarem, polemizarem, questionarem É por isso que não dou respostas, mas faço perguntas. Sei que isso não agrada à todos. recebo críticas, poucas, mas recebo. Também recebo elogios, mas corro deles. Elogio cheira a estagnação. Se você é muito elogiado,. começa a pensar que é bom, e sua criatividade vai pro buraco. Fuja dos elogios.

Alguém um dia me perguntou porque, com tanto conhecimento (nem acho que seja tanto assim, pois estou permanentemente em busca de saber mais e mais), eu não fui "bem sucedido" (SIC)? Ao que respondi: Defina sucesso! Permita que diga, que tendo abandonado os estudos por falta de condições financeiras, filho único de mãe e avós viúvas, nascido no encrespado da serrado Pinhão, pra lá de Cazuza ferreira, doente até os oito anos de idade, engraxando sapatos e pelando moranguinho aos dez, casando aos vinte e eu, educando três valorosos rebentos, sendo um deles empresário bem sucedido na industria da tecnologia nacional, digno cidadão e pai exemplar, religioso; a outra, doutoranda, mãe de dois suculentos rebentinhos, digna profissional, e um terceiro, o tal rapa de tacho, bacharelando em tecnologia numa das melhores universidades do país, e filhos amorosos, além destes atributos todos, como poderia saber, logo eu, o que significa "não ser bem sucedido na vida"?

Tenho ouvido ao longo dos anos que sou volúvel, que mudo muito. Sim, mudo sim. Mudei de profissão algumas vezes, e não fico muito tempo na mesma profissão. No design, por exemplo, comecei ontem, há quarenta anos atrás.  Atendi a mais de oitenta indústrias no país, o que me torna um picareta de pouca confiança. Fui consultor de uma renomada Universidade, por convite, mesmo jamais tendo empunhado um certificado universitário, com exceção daqueles que eu assino, nas minhas palestras em Universidades.

Conheço vários países do mundo, onde fui sempre a trabalho. Convidado. Então, também me perguntam os amigos queridos, por que eu não ganhei dinheiro? É verdade, não ganhei dinheiro. Minhas contas foram pagas com cuspe. Os estudos de meus filhos, nas melhores escolas, foi feito escondido, espiando por uma fresta. O apartamento onde moro vei voando de uma estrela, chamada "sacrifício", o carro que me leva aos lugares onde preciso ir, com conforto, foi construído por passarinhos e camundongos enquanto eu dormia, e meus impostos são generosamente perdoados pelos governos. Mulherengo, sim senhor. Sou homem de cinco mulheres: Minha esposa, minha filha, minha neta, minha mãe, e a véia Maria Ilizia.

Enfim, Não sou candidato, não serei candidato, e nunca fui candidato a cargo eletivo no âmbito municipal, estadual, federal, ou intergaláctico. Sou candidato apenas a considerar que você leia este cometário até o fim. Mas gosto de escrever. Gosto de raciocinar.,Gosto de pensar. Gosto de trabalhar. Estou sempre, permanentemente em busca de clientes, e se tiver um trabalho para mim,, sou parceiro. É assim que sou. E se quiser me contratar para decorar sua casa ou empresa, eu não esqueci como se faz. É só me ligar. (48) 999 61 1546








segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A hipocrisia da simplicidade - Primo rico e primo pobre



Se eu tivesse ainda paciência, leria todas as postagens que vejo, mas especialmente aquelas vindas de certos "gurus" que prospectam seus absurdos sob a forma de belas palavras, doces e mansas, que dizem para esquecermos os bens materiais, e nos apegarmos apenas aos bens espirituais.

Pior que isso, citam a Bíblia, logo a Bíblia, para materializarem suas estapafúrdias elucubrações sobre as vantagens de ser miserável. "Valorize o Ser em lugar do Ter". Valorize a simplicidade em lugar da fartura. Haja paciência para tanto conselho. Ah, mas não pensem que sou contra o que dizem. Não, sou a favor mesmo. Acho que  dar mais valor para coisas do que para pessoas, é a chave da infelicidade sim.  O que me perturba o espírito é a hipocrisia de quem diz isso.

Você liga a televisão, e logo aparece um pastor com fala mansa e trejeitos caipiras dizendo que Deus não precisa do seu dinheiro, e de um modo sutil, vão dizendo que eles não estão ali para pedirem dinheiro, mas em dado momento, mexem com sua consciência, que já não define mais muita coisa, e seu dinheiro vai pagando os impostos dos iates deles. Se mudar de canal fica pior, pois vai cair na segunda ladainha e mais dinheiro se vai. Você empobrece achando que deve alguma coisa à Deus, e eles enriquecem, provando à você que você não deve nada, enquanto deve tudo, e que a miséria que você dá é apenas um chamariz para fisgar as bênçãos do Criador.

Até aqui não falei novidade. O sutil disso está naqueles que já ganharam dinheiro, porque tem talento pra isso, e depois de se entupirem de coisas brilhantes e carros importados, resolvem se tornar intelectuais. Ais, meus sais! Por misericórdia! Aparece cada um, que mete medo. E qual sua estratégia para obter quorum para suas sandices: oferecem trabalho. Então, a vítima se enche de esperança, e vai negociar com as criaturas. Lá chegando, mil pompas e circunstâncias, luxo por todo lado, mas as indecências começam dizendo: 

- Resolvi esquecer os bens materiais e dedicar-me à causas humanitárias! Aprimorar o espírito (só se for de porco), e encontrei a iluminação com um guru do Timbuquistão que viveu por quarenta anos se alimentando das próprias fezes e urina, até que se tornasse ele próprio um monte de estrume mental. 

Já conheceu alguém que enriqueceu muito rápido, e não teve tempo de adquirir cultura, e que depois se posta como culto, o culto à ostentação? Já conheceu alguém que fala alto no grupo, para que seja percebida a sua voz, seu carro, seus óculos importados? já conheceu alguém que depois de ganhar fortunas, resolveu se tornar guia espiritual de alguém, e o elegeu pra isso? Eu não conheci ninguém assim. Tudo o que escrevi aqui foi apenas um ensaio. Esse tipo de gente não existe.

Não me interpretem errado. Enriquecer é bom. Cultivar coisas espirituais, melhor ainda. Juntar as duas coisas, é o máximo. Mas assumir que está feliz porque enriqueceu, e desejar que também outros consigam a mesma coisa, isso já é algo divino. O que tem de diabólico, é esnobar brilho de ouro para quem conta moedas para o leite. Primo Rico e Primo Pobre, lembram disso? Não mudou nadinha

Pelo sim, pelo não, quando for chamado para um trabalho com alguém assim, caso essa pessoa exista, leve uns amendoins no bolso para se distrair enquanto empresta os ouvidos.



Fedoca Governador. Será?



Minha velha avó, Maria Elisa, olhava para um belo céu tingido de azulão profundo, sem uma única nuvem, matutava, matutava, e definia:
- Vai chover. O céu está muito baixo!


A bem da verdade, eu nunca entendi bem isso, do céu estar baixo.  De minha parte, prefiro confiar no conjunto de outras informações, recados, que a Natureza envia, tipo, nuvens "Rabo de Galo", saracuras gritando ao amanhecer ou à noitinha, ou ainda a assinatura final de temporal: as formigas de asas enchendo a grama, para deleite dos sapos, que surgem aos montes.

Na Bíblia, há muitos indícios de coisas que devem acontecer, e para que estejamos preparados para as consequências,m quando estas coisas estejam por acontecer, os profetas deixaram orientações, manifestações na Natureza, no comportamento humano, em vários fatores, e desta forma,nos preparamos para o pior, até que tudo passe e venha a recompensa.

Mas não é preciso ser profeta para saber que há algo novo acontecendo. E a política, por se tratar de atitudes orquestradas do comportamento social diante da busca do poder, é perfeitamente previsível que certas atitudes possam indicar este ou aquele comportamento, e desta forma se pode prever o passo seguinte deste ou daquele político ou partido.

Venho focado meus comentários, óbvio, do chefe de governo de Gramado, fiel militante do PDT, que na minha leitura, é um dos últimos partidos que mantém uma linha coerente com sua cartilha, gostando eu ou não desta linha, tenho que admitir que sim, há coerência, e esta coerência então é o que me permite alinhavar minhas reflexões sobre os passos seguintes desta costura política.

Embora sob outra sigla, o PDT, antes parte do MDB, e antes ainda ostentando a bandeira do PTB, que só não se manteve assim porque Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio Vargas, deu uma rasteira em Leonel Brizola, e ganhou a sigla, fazendo com que Brizola e seus correligionários pensassem em outra sigla, nasceu assim o PDT, que perdura até hoje.

Por ter sido militante jovem do extinto MDB, embora nunca tenha sido filiado à este partido, tive a honra de ter sido convidado pelo então jovem Presidente da comissão organizadora, e atual Prefeito, Fedoca, a integrar o Diretório que estava sendo formado. Por razões que expliquei ao Fedoca, declinei do convite, e segui minha vida. 

Muitos partidos surgiram, muitas eleições, muitas trocas de partidos pelos protagonistas, o que é natural numa democracia, onde as pessoas tem o direito, e talvez até a obrigação de mudarem de ideia, se esta não estiver de acordo com suas convicções pessoais ou princípios políticos. A dança  das cadeiras é ampla, e quase todos participam dela.

Sendo assim, em Gramado, três frentes se mantiveram firmes em suas convicções partidárias, a saber: PP, PMDB e PDT. Quase todas as demais surgiram por razões técnicas em período eleitoral, e algumas cresceram, e outras sublimaram. PP, que já foi PPB, PDS e ARENA, foi, de todos, quem mais se manteve no poder, seguido pelo PMDB, antes MDB. Mas o PDT, sob esta sigla, nunca sentiu o gosto do cafezinho da Prefeitura, que é sempre muito bom. Andou sempre na berlinda, tímido, articulando aqui e ali, mas poder mesmo, não. Durante algum tempo, fez par ao Governo do Estado, mas depois caiu no esquecimento do eleitor, mesmo porque, que eu lembre, nunca concorreu sozinho.

O tempo passou, e o velho PDT entra pela porta da frente na prefeitura. O dragão adormecido despertou, e despertou com fome. Chegou de mansinho, na carona do PMDB, que estava (e continua) perdido na poeira, e instalou-se com força, e uma força que só o tempo irá confirmar seus intentos, que na minha leitura, são grandes, são ambiciosos.

Gramado é um pontinho perdido no mapa, em questão numérica, mas se agiganta pela importância de mídia que proporciona. Governar Gramado é equivalente a deixar de transmitir um programinha de música na madrugada numa rádio comunitária, e passar a ter a exclusividade de todas as matérias do Fantástico da Rede Globo. Tem projeção. Permite notoriedade e dá vitrine a quem esteja neste comando. Fedoca, e não apenas ele, mas o alto comando do PDT, perceberam isso, e ele não está só. Está sendo bem orientado por quem certamente vê nesta degrau o primeiro para a retomada do Piratini. E pode dar certo sua estratégia, pois tanto no Governo do Estado, quando em Gramado, o PMDB estão pela bola sete, tossindo enquanto respiram. No Estado, é tudo o que os adversários precisam, de um governo sem fôlego, para preparar-se para retomar a cadeira. De outro lado, o fôlego político virá de Gramado, que recebe uma Prefeitura rica (mesmo que esbravejem e esculachem porque faz parte do jogo político, eles sabem que é uma das cidades mais ricas do Brasil), e com vitrine internacional, cenário perfeito para projetarem seu novo projeto político para o Rio Grande do Sul, e quem sabe até mais.

Como farão isso? Já estão fazendo. A formação do governo de Fedoca por partidários do PDT de municípios que não têm a menor identidade com Gramado, é parte desta estratégia. E não adianta esbravejar, berrar, chorar, que nada vai mudar. O PDT vai formar todo o alto escalão de Fedoca, e terá pessoas chave, todos ligados ao PDT, em cada Secretaria, em cada Autarquia, em cada Escola, em cada Bairro. Esta é uma estratégia de quem pensa grande, e está amparado por quem pensa ainda maior.

Fedoca Governador? Ué, por que não? Ele tem um ano e meio para dar demonstração de capacidade de articular e revolucionar uma administração, e isso pressupõe, que, ao menos por ambição, senão por paixão mesmo, ele tenha cartas na manga e as ponha na mesa antes do licenciamento para campanha ao governo do Estado, ou então, por que traria pessoas desconhecidas a montarem seu Gabinete, se poderia obter a admiração de seus concidadãos e abraçar até mesmo os adversários, que em algum momento se permitiriam abraçar pelas ideias do Caudilho? Penso que seria mais fácil, mas isso não traria apoio de diretórios importantes para este projeto, como de Caxias do Sul, Vale dos Sinos, e outros mais.

Penso que isso tudo pode ser apenas um livre pensar. Pode. E pensar é necessário. Minha pergunta é: quem ganha e quem perde com um projeto desta magnitude? Gramado perde em ter um Governador com alma gramadense levando a expertise para voltar a tornar o Rio Grande orgulhoso de sua história e de seus filhos, ou ganha Gramado, em receber tanta gente de fora, não apenas para fruir das delícias que oferece, mas para fruir principalmente das benesses que o poder propicia?

Fedoca está certo em trocar gramadenses por partidários? Ou Gramado perde sua identidade, tornando-se um degrau para a ambição de forasteiros empoderados pela caneta de esquerda, que ganha máscara de oxigênio, para voltar à superfície destas águas outrora silenciosas?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O que é a verdade?




O que é a verdade?
Esta pergunta foi feita por Pilatos, ao Judeu acusado de blasfêmia, ao que deu como única resposta, um olhar penetrante e incisivo. 
Jeder hat seine eigene Wahrheit (Cada um tem a sua verdade), é um ditado em alemão, que diz que a verdade pode ser encontrada com muitas vestimentas, e mesmo assim continuar sendo uma verdade inteira. Se você diz que chove, e está vendo a chuva, então esta é a sua verdade. Mas se outra pessoa, ao mesmo tempo, porém em outro lugar, diz a mesma coisa, "está chovendo", mas onde ela está não chove naquele instante, então esta não é uma verdade.

Conta-se que um homem encontrou dois homens em uma encruzilhada. Uma das ruas levava para uma cidade, e outra, levava a outra. E se ele escolhesse a rua errada, teria que passar a noite ao relento, e era perigoso. A outra rua levaria à uma aldeia bastante próxima, onde receberia abrigo e passaria a noite em segurança. O problema é que não havia nenhuma placa que indicasse o caminho daquela cidade. Então ele teria que perguntar aos homens qual seria a direção correta.

Mas havia um fato estranho. Junto deles havia uma placa que dizia sobre eles:
Um destes homens mente o tempo todo, e o outro não mente nunca. Eram porém, idênticos. Ele teria que fazer uma única pergunta e ter certeza da resposta. O que perguntar então?

Depois de muito pensar, e examinar os dois, decidiu fazer uma única pergunta a ambos e contentar-se com a resposta, depois de perguntar qual o caminho correto. Perguntou a cada um se ele era um sapo. O mentiroso diria que sim. O que falava a verdade, negaria isso. E assim ele dormiu sossegado naquela noite, de bandulho cheio e em segurança, na aldeia vizinha.

Que perguntas eu faria ao governo caudilhista de um aprazível lugar, antes de perguntar se ele seria um sapo, para ter certeza que sua verdade seria uma verdade inteira, isto é, antes e depois da eleição, pois caso fosse seu eleitor, e tendo a convicção que a verdade que eu ouvira durante a campanha seria a mesma que poderia defender depois de eleito?

Vamos às perguntas então. 

Primeiro perguntaria se a "Vez e a voz dos gramadenses" seria um plano de expansão territorial, elevando Caxias do Sul, Porto Alegre e Estância Velha, à categoria de Bairros da Grande Gramado?

Por segundo, perguntaria o que significava "Redução de CCs", de cujo fator tenha sido decisiva a virada da última semana de campanha, onde propagava-se por todos os bairros e por meios dos disparatados malucos oficiais, que havia CCs demais, e que não seriam utilizados. A matemática de um seria diferente à aritmética de outro?

Terceiro, perguntaria ao povo gramadense se está realmente feliz e esperançoso com sua escolha de governantes que desconhecem a origem de palavras como Baixada, Cantão, Avenida, Tapera, ou se são capazes de responder sem gaguejar em que ano foi criado o Festival de Cinema de Gramado, e se sabem o que é a Festa das Hortênsias, ou ainda se alguma vez já comeu vatapá na FEARTE?

Eu perguntaria ao povo gramadense se está feliz pelo grande número de familiares que estão ocupando cargos nas salas esvaziadas pela caneta esquerdizadora do marxismo que começa a ser formatado, mesmo fora de época e lugar, numa cidade que é assumidamente capitalista e é assim que os aluguéis dos imóveis do novo Caudilho são pagos?

Enfim, digo que não é crime ser rico. Não é crime prometer algo, e infelizmente também não é crime não cumprir o que prometer, ou prometer de maneira subjetiva, para não ter que se comprometer com o aquilo que supostamente não tenha prometido?

Então, pergunto: Como fica esta encruzilhada entre a verdade e o despotismo autoritário, cuja fala mansa enredou seus aliados, os mesmos dez grupos partidários que querem se reunir em assembleias para cobrarem postura daquilo que tenha sido acordado para obter?

Como fica o partido que construiu verdades históricas, mas que na ânsia de chegar ao poder, assinou embaixo de um acordo que não tem nem mesmo a possibilidade de reclamar, mesmo que jogado para escanteio, como um trapo velho e se aproxima com cautela e pantufas macias?

Guardadas as proporções, as promessas em Cuba foram as mesmas. Na Rússia também. E na China. Marxismo é marxismo, em qualquer lugar, tempo ou dimensão. Em nome do povo para pisar no povo, e o seu povo é mais povo que o povo dos outros.

Vou dizer como se constrói nesse tipo de poder: com traidores! Nenhum poder se torna poder sem estar cercado de traidores. E quem tem o poder, tem também o poder de propor a traição e comprar o passe do traidor.

Guerra por conquista do Aquífero Guarani e outros recursos hídricos potáveis - Quais as chances?

  A possibilidade de uma guerra pela conquista do Aquífero Guarani ou outras reservas de água potável na América do Sul é extremamente remot...