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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A moral de todos e amoral de alguns






É a sociedade quem dita os padrões morais, os padrões que norteiam a conduta das pessoas de seu meio. Isso pode ser bom, mas é uma faca de dois gumes, porque se houver uma maioria que distorce aquilo que é benéfico à todos, seu padrão de conduta passa a ser a nova moral, e isso gera certa confusão da preservação de valores que antes eram de tal forma aceitáveis e estandartizados, e a seguir, submetidos à esta nova regra, inverteram seu rumo.

Faz parte da civilização o continuo andar, e aquele que anda também descobre em seu caminho outros modos de pensar e agir. Suas forças e suas pernas são adaptadas ao terreno onde pisam. Se montanhoso o caminho, terá pernas fortes. Se plano, será mais veloz. Se houver obstáculos, irá desenvolver sua capacidade de tomada de decisão. Se houver perigo, seu tirocínio será aguçado. Se caminhar à noite, sua visão e audição serão mais sensíveis.  Se caminhar durante o dia, saberá mapear o caminho pela direção do sol. Enfim, todas as circunstâncias contribuem para que haja certa comodidade e preservação da vida por onde quer que andar.
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Não existe um único fator que determine estas mudanças. São vários, e cada tempo tem seus modismos e seus conceitos, ditados pelas intrincadas engrenagens do mundo dos negócios, e amparado pelos meios disponíveis de comunicação.

Até o advento do rádio e televisão, e depois da internet, das redes sociais, era tudo mais lento, portanto também a assimilação de conceitos  era mais maturada, e os costumes mudavam em um ritmo, que para os dias atuais, seriam verdadeiras eternidades. Porém, com estes recursos ao alcance de todos, as coisas tornaram-se aceleradas. Surgem os "influencers" da noite pro dia, que mobilizam o modo de pensar das pessoas, e estas, por  preguiça de buscarem refletir sobre a natureza das coisas que acreditam e daquelas que formam o seu caráter, acabam se acomodando ao pressuposto da maioria. Só que segundo dizia Millôr Fernandes, a maioria pode ser estúpida. Ou melhor dizendo, a maioria É estúpida. A massa é irracional, e se eu estiver caminhando na mesma direção da massa (do pensamento humano), estarei emprestando minha vontade à esta irracionalidade impessoal, e tal como os ratos de Hamelin, permitirei que seja encaminhado ao penhasco e lançado ao mar, porque não fui forte o suficiente para caminhar na direção que desejasse, mesmo sendo ela contrária aos ditames da maioria.

Uma tática bastante usada pelos urubus que se interessam por amealhar adeptos em ventania alheia, é a de coibir a manifestação de opinião daqueles que se dispõem a trazer ao debate tais assuntos, tentando constrange-los a se retratarem quando divergem dos modismos, e acreditam tais pessoas que o ar de serias ao opinarem e defenderem esta ou aquela causa, que nem é sua, antes fosse, daí compreensível, lhes empresta credibilidade. Ledo engano. Existem pessoas que pensam e pensam por si mesmas, mas simplesmente não gostam de holofotes ou exposição desnecessária. Existem pessoas que evitam o desgaste de debates, e principalmente, não têm nenhum interesse em dar prestígio à malucos que mesmo vazios, se preenchem de clichês baratos e os repetem em bandeirolas  sempre que surgir alguma oportunidade de desnudarem sua própria mediocridade.

O motivo dos debates é incontrolável. Não há limites para a estupidez. Um dia debatem sobre a prisão de um corrupto. No outro xingam o juiz porque prendeu mais corruptos. Ainda mais adiante debatem sobre sexualidade (a dos outros), e por modismo, assumem bandeiras e cores pelas quais não estão absolutamente interessados em lutar. É apenas a busca dos minutos e caracteres de fama. Fama idiota, pois o que você escreveu e foi curtido nas redes agora, dentro de meia hora nem lembra mais quem as escreveu. E muito menos será lembrado por tê-las escrito. 

Diz o Pensador, que "Tudo é vaidade e correr atrás do vento". E olha que faz tempo que isso foi escrito. Nem Facebook havia. Então, as pessoas tinham que refletir muito antes de escrever aquilo que pensavam. Hoje, nossos dedos  pensam por nós, e o corretor do Google nos diz que palavra ficaria mais adequada ao que queremos dizer. Ou seja, o Google sabe mais que a gente, aquilo que queremos dizer. E o Facebook dá  um jeito de espalhar nossa imbecilidade a mais pessoas. É assim que se constrói uma civilização. De jumentos.



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