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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Bruno Coletto, Presidente do PP de Gramado diz: "É dever do poder Público Municipal prover, entregar ou fornecer saúde à população gramadense!"






Bruno Irion Coletto, Advogado e Professor de Direito, e atual Presidente do PP, principal partido de oposição em Gramado, fala em linguagem acessível, mas com teor jurídico sobre a questão do Hospital de Gramado e da busca de uma solução que tranquilize a população. Com esta entrevista, concluo o ciclo de entrevistas sobre o tema, no tocante aos partidos de situação e oposição de maior representatividade, e fica faltando aqui apenas a palavra do Prefeito Fedoca, que escolheu manter silêncio no que se refere ao Blog. 

Gramado by Pacard (GbP):
Qual sua análise a respeito dos debates correntes acerca da decisão (ou falta dela) do Prefeito, em relação ao assunto do Hospital de Gramado?

Bruno Coletto (BC):
Dando meu posicionamento acerca do que eu penso no assunto do hospital, na sua compra, desapropriação ou terceirização da sua atividade, enfim, eu acho que temos que começar relembrando duas premissas, que pra mim são básicas, são essenciais, e são, na verdade, condicionais a respeito deste tema.  O primeiro ponto: É dever do poder Público Municipal prover, entregar ou fornecer saúde à população gramadense! Está previsto constitucionalmente que é dever do município atender esta demanda. Então a gente não pode simplesmente terceirizar este assunto, ou esperar que a iniciativa privada tome atitudes a respeito deste tema.
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Quando, há um ano e pouco, atrás, a saúde do município estava muito complicada, então a gestão liderada pelo PP, pelo Prefeito Nestor, tomou a iniciativa de fazer a intervenção, porque naquele momento se via um cenário que beirava uma situação caótica. O município injetando dinheiro no hospital, porque é sua obrigação, e tendo dificuldade, tendo reclamações no atendimento, tendo dificuldade na prestação de contas. Então, naquele momento, a administração do município agiu de uma forma de uma forma imediata, de uma forma rápida, para evitar que a situação ficasse muito pior, certo? Então, este é o primeiro ponto: É obrigação do município agir neste aspecto, e não apenas da iniciativa privada.

GbP:
Você falou em dois aspectos. Qual seria o segundo aspecto?


BC:
O segundo aspecto do hospital, que a gente tem que recordar, o hospital de Gramado, por mais que seja "privado", seja vinculado a uma Ordem religiosa, ele sempre foi da comunidade. Sempre foi desenvolvido, criado, incentivado, em todos os seus aspectos, ele sempre foi visto como algo da comunidade. Então, para além do Poder Público, o dever da comunidade de participar da gestão do hospital, e até agora a gente não viu nada muito concreto vindo da Prefeitura, vindo do Poder Público. Pelo contrário: todas as vezes em que a Prefeitura agiu neste assunto, foi por provocação: ou foi porque a intervenção estava esperando, ou porque foi necessário sanar as contas, e aí mandou agora um empréstimo, mas de atitude concreta, a gente ainda não viu muita coisa.

GbP:
Fala-se numa possível desapropriação, e esta opinião se divide. Qual sua posição sobre isso?


BC:
Eu acredito que sendo dever do Poder Público prestar  saúde, ela pode vir, sim, por meio da compra ou da desapropriação deste hospital que existe hoje, do Hospital Arcanjo São Miguel.  Se for o caso, eu acredito que, já passando para a administração dele, se poderia pensar num braço vinculado tão fortemente à gestão da Prefeitura, ou seja,uma espécie de Fundação, tipo empresarial, tipo societário, um tipo de gestão pública que a gente chama de "administração  indireta", que tenha independência em relação ao lado político,para fazer uma gestão técnica do hospital. Como muitos tem colocado, a área da saúde acaba consumindo muito mais recursos do que trazendo, porque as demandas são muito maiores do que a possibilidade do Poder Público atender. Então, uma gestão técnica,um pouco desvinculada do cotidiano político da Prefeitura, me parece que seria, aí, o modelo ideal.





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