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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O Inimigo que nos une - Do relativo ao absoluto na política de todos nós




Um observador que tenha chegado atrasado ao trem da história e do comportamento humano no convívio social, poderia ficar estupefacto ao ver que os petistas abraçam com tanto amor a causa e a defesa de seu arqui-inimigo Aécio Neves, enquanto este é execrado pelo Judiciário, naquela esfera intocável que todos temem e tremem ao se aproximarem, a Suprema Corte da justiça brasileira.
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Este súbito amor, porém, não é sem causa nem casual, mas próprio do desespero de quem vê suas entranhas saindo pelos poros, num momento em que um inimigo comum aparece no front. Desta forma, inimigo comum é aglutinador de medos e portanto promotor de alianças. Este modelo acontece também na Natureza, quando encontraremos certas espécies de predadores protegendo suas presas de outros predadores, e acreditem, não tem nenhum significado místico de amor ao próximo, mas de preservação do estoque de suprimentos de sua cadeia alimentar.

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O Homem é o único que promove alianças com as duas intenções: amor ao próximo (cada dia mais escasso), e sobrevivência ao poder (cada vez mais frequente). Daí, juntar antigos rivais e torná-los novos aliados, é uma questão de sobrevivência dos mais hábeis e dos mais ágeis, do tipo: quem pegar primeiro, leva! E pegar primeiro, aqui, significa aliar-se a quem possa fortalecê-lo mais adiante.

Gramado está nesta curva, e tem fatos relevantes para começar a pensar no dia seguinte, no ano seguinte, e no mandato seguinte. Uma aliança que reúna entre si dois partidos fortes, atrairá uma penca de pequenos partidos, nem por isso menos importantes e competentes, mas que tornam-se satélites que gravitam em torno daqueles que promoveram as alianças e possam oferecer segurança e probabilidades de sucesso na empreitada lá na frente.

A política torna-se a força tratora que impulsiona o comportamento social para promover as mudanças que necessita, e os políticos são os agentes, ou melhor dizendo, os peões num grande tabuleiro, onde nem mesmo o rei e a rainha tem poder de decisão, pois há uma mão maior manipulando todas as peças durante o jogo, e o sucesso ou fracasso, independe destas peças, e sim do tirocínio de cada jogador para a movimentação destes agentes.

Resta saber, em Gramado, quem são os jogadores, uma vez que os peões, reis, torres, cavalos, bispos e rainhas, já perambulam pelo tabuleiro. Resta saber quem são os articuladores, e se existem estes articuladores, ou as coisas estão acontecendo à revelia de estratégias nem ideologias, porque quando existem ideologias claras, sabe-se onde desejam chegar, mas neste cenário, não há nenhum tipo de ideologia exposta, e ao povo resta acreditar em si, para que saiba se defender de quem oferece aquilo que desconhece, promete aquilo que não vai cumprir, e pleiteia por causas sem causa alguma, a não ser por si próprios. Com o seu voto, seu dinheiro e minando a sua crença na Democracia.

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