AD SENSE

sábado, 14 de março de 2020

O Vírus, a cebola, e eu



Em 2016, passei alguns meses em Gramado, trabalhando no atelier do centro Municipal de Cultura. Morava a 6 km, e tomava dois ônibus diariamente, geralmente, lotados, muito lotados. Teve um período em que quase todos estavam resfriados ou gripados, naqueles ônibus. Convivi com gente muito gripada, e eu, estava próximo dos 60 anos, portanto, velho, portanto, no grupo de risco.
Eu tomava meus cuidados, o que sempre fiz, muito antes disso. Higienizava as mãos, banho diário (às vezes, à meia noite, com temperatura negativa lá fora), e comia muito, muito alho, pimenta e cebola. Comia muitos ovos, e tomava muito chimarrão, chá, e algum café. Por esta combinação alimentar, Channel e eu, não tínhamos nada em comum. Fedia a alho, tinha bafo de cebola.
Todos se griparam, à minha volta.
Eu atravessei o inverno sem dar um único espirro.
Lasque-se o bafo, o cheiro de alho. Dane-se o Corona, o H1N1, e todo o resto das imundícies que derruba tanta gente todos os dias.
Eu não estou livre de ser contaminado e contrair uma pereba dessas. Ninguém está.
Outro dia, na casa onde morei, em Águas Mornas, um pequenino paraíso, tive que defenestrar uma serpente que resolveu dividir a casa comigo, sem ajudar nas despesas. Estava a 15 centímetros da minha mão, que tem muitas veias salientes. Ambiente ótimo para inocular duas gotinhas letais de veneno. Já em outro dia, ao voltar pra casa, fiquei preso em um engarrafamento, com chuva, e o limpador de para-brisas é hipnótico, me acreditem. Peguei no sono, por uma fração de segundos. Poderia ter sido grave, mas não foi. Nada aconteceu, senão que eu me mantivesse mais alerta.
Então, nós somos cercados de perigos, muitos deles, mortais. E daí? Não precisamos provocar o perigo, nos expormos á ele, mas ele existe, é real. Mas nem por isso, precisamos desenhar nosso destino tendo o medo como combustível.
O medo mata e a morte pelo medo é a mais dolorida, porque nos mata enquanto ainda estamos vivos, mata aos poucos, mata de dentro pra fora.
A única coisa da qual estou livre, é a paranoia que vem varrendo o mundo. E se um dia ela chegar, quero ter a lucidez de olhar para as vezes que fui salvo misteriosamente de tais perigos. Então, fiz a opção de confiar que tenho anjos cuidando de mim e dos meus queridos.


sexta-feira, 13 de março de 2020

Adeus, abraço! Eu vou partir....

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Imagem - Internet
O título é um trocadilho. Eu amo trocadilhos. A vírgula poderia ser retirada, e ficaria assim: "Adeus abraço! Eu vou partir!" E essa é mesmo a segunda e primeira intenção da reflexão: Adeus ao abraço. Então, a frase "Adeus, abraço!", torna-se falsa, porque o abraço de adeus, ou de encontro, foi suprimido. A civilidade está se desintegrando como pão farelento no aperto da mão. Olha aqui outro trocadilhos. Hoje estou insuportável. O aperto de mão também dá adeus, e sem abraço, sem aperto.

O velho e mau diabo continua sendo diabo, se inovando a cada dia mais. Quando o mundo parecia já saturado de problemas, ele aparece com mais um, dois, uns duzentos, talvez. Ah, você acha que estou falando do tal Corona Vírus: Que nada! isso é café pequeno. Tem coisa bem, mas bem pior que isso para derrubar de vez o moral das pessoas, para entristecer de fato: Está declarado extinto o abraço, o aperto de mão, e até mesmo o afago. "Don't touch me!" (Tradução: Tira os dedo seboso das minhas teta), dizem os americanos. "Não-me-toque", o pequenino município escondido no interior do Rio Grande do Sul, a terra do abraço, tão forte, que recebe o nome de "Quebra-Costela", do aperto de mão cheio de trejeitos e salamaleques (a palavra vem se Salam Aleiko, ou Shalom Aleichem - A Paz esteva contigo), que traduz em toque de partes corpóreas não pudendas, a expresão de afeto, de boas vindas, de saudade, de consolo, de amizade. Pois é. Acabou. O diabo venceu também, e assim como o Sul do país é a região mais fria, e portanto mais suscetível às enfermidades próprias desta clima, começarão as vacinações pelo Rio Grande, e também o expurgo do abraço, três beijinhos, aperto de mão, e pra arrematar a diabice do tal, a proibição do chimarrão. Acabou tudo!

O objetivo deste ensaio não é enaltecer a obra em franca expansão do maldoso, mas demonstrar que
finalmente ele conseguiu um jeito de criar novos costumes em menos de uma lua de tempo. Em nome do cuidado com a saúde do outro, e da própria, as conversas passarão oficialmente pelos Smartfones, tablets, ou qualquer outro instrumento satânico a ser criado que consiga afastar as pessoas.

Fico pensando em quem estará lucrando com esse pandemônio desta pandemia, senão, em primeiríssimo lugar, a indústria de aplicativos, equipamentos, e websites, que proliferarão uma imensurável quantidade de dispositivos para oferecerem segurança, proteção, e entretenimento às pessoas, fazendo com que esqueçam elas, na maior brevidade possível, o que significava um aperto de mão entre duas pessoas civilizadas.

A coisa mais linda entre um grupo de pessoas era exatamente ser um grupo de pessoas. Em breve, será considerado um ato subversivo, uma conspiração para matar a cidade de alguma doença que nem se sabe  bem o que é, pois ainda não existe. Mas basta que duas ou três pessoas se reúnam, como Jesus ensinou, que isso não será visto como uma comunhão, uma fraternidade, mas uma conspiração embrionária, sujeita à penas altíssimas.

O abraço e o aperto de mãos são tão antigos quanto a própria civilização. Os russos, dão beijos na boca (para darem, quem sabe, uma lambidinha no resto de vodca que congelou no beiço do afeto). Os esquimós, esfregam os narizes congelados um no outro. Os franceses, dão três, quatro, ou umas duas dúzias de beijinhos no rosto. Os cachorros lambem o tico e depois lambem as pessoas (engraçado, que ninguém recomendou que não se deixasse lamber por cachorrinhos, os quais lambem o...ah, vocês já sabem o que). Os gatinhos se lambem inteirinhos, e depois esnobam o dono. Pelo menos gato não vai transmitir Corona Vírus pras pessoas. Então, o mundo amanhecerá um pouco mais triste depois que tudo passar. Enquanto isso, o diabo já pensou em outra malandragem para deixar o mundo mais bagunçado. Eleger o Lula, talvez. Não, isso nem o tinhoso quer pro reinado reinento dele, que tá indo tão bem.


quinta-feira, 12 de março de 2020

Corona Vírus, o Apocalipse, e O Messias


E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.
Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.
E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.
Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.
E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;
Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.
Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

Lucas 21:24-31

Temos aqui dois cenários possíveis: O primeiro é um conjunto de verdades se conectando, mas também este conjunto forma uma mentira muito grande, baseada na indústria do pânico, ruidosa, poluidora, e caótica. Esta mentira é colocada numa caixa de ressonância, e se propaga ao vento de tal maneira, que em poucos instantes, até uma montanha faz tremer.

Assim, aquilo que é uma verdade, soma-se à outra, e outra, mas com diferentes direções, e o caos está montado, instalado, e agindo sem freios. Assim funciona a indústria da perplexidade, onde todos nós somos agentes de prospecção, onde cada um é responsável pelas vibrações que se reverberam em cada compartilhamento de áudios, vídeos, textos dramáticos, e assim, quem está protegido em suas bolhas, enriquece com o medo, com a informação acelerada, que torna-se desinformação letal.

Desinformação mata, e excesso de informação é a primeira ferramenta para desacreditar nas informações genuínas. Uma má notícia, entristece, duas más notícias, alarmam, mas um conjunto de notícias ruins desencadeiam um descontrole de tal dimensão, que já não se pensa mais na fonte, e sim nas consequências.

Já recebi áudios de gente falando em estocar alimentos, remédios, água, como se uma hecatombe nuclear estivesse próxima. Ora, nem vou me estender falando sobra os gráficos que mostram que  a tuberculose mata 56 vezes mais ao dia do que o Corona, e nem teria pauta para argumentar aquilo que os especialistas não concordam entre si, com todos os recursos científicos disponíveis ao redor do mundo. Quem sou eu pra isso? jamais!

Minha leitura não está no grau de letalidade do vírus, e sim no rebuliço que uma informação verdadeira, mas mal dimensionada pode causar no mundo. São 7 bilhões de pessoas no mundo, e se todas conhecessem o assunto, seriam 7 bilhões de verdades disseminadas como únicas. Então fica complicado tentar manter o equilíbrio nesse momento. Aqui entra a minha teoria própria de conspiração, e talvez nem eu mesmo me assuste com ela, posto que é teoria. Pense comigo:

Se tudo for mesmo assim, estamos em um cumprimento de profecia. Se nada for o que parece, também estamos num cumprimento de profecia, pois a mentira e a estupefação em busca da verdade, e nunca se desejou tanto a verdade quanto agora, são acontecimentos profetizados para o fim dos tempos ruis, e surgimento da Era Messiânica, ou como creem os cristãos, a Volta de Jesus. Em ambas as situações, espera-se a intervenção divina através do Messias. Os cristãos esperam isso; os judeus desejam isso, e os muçulmanos não veem a hora que isso aconteça. E eu acredito nas três situações: O Messias está vindo.

A grande epidemia que acontece não é de virus, mas de medo. O grande sintoma não é a tosse nem a febre, mas o medo. O medo mata mais que tudo, mata lentamente, mata sofrendo. Assim, até que a verdade se estabeleça, muitos poderão deixar de viver na plenitude da esperança, para desabarem na perplexidade do desespero. Eu não quero estar nessa contagem. Quero estar entre os poucos que ainda acreditam que é preciso preservar a fé, manter a dignidade, e não ajudar a proliferar o medo. Ainda prefiro escrever meus longos e difíceis textos, para que, quem os leia, perceba que é muito mais seguro manter-se agarrado na verdade, num cantinho qualquer,  do que deixar-se deslizar pelo medo mundo afora, levado pelo tsunami de pavor que o excesso de informação pode causar. A diferença entre o veneno e o remédio, é a dose, já dizia Hipócrates, na antiguidade.

O Apocalipse (Revelação) é decididamente o momento em que o que não presta está revelado, o que é ruim, se escancara, o que faz mal, vem à tona. E o mal se propaga como ondas de choque, como os círculos concêntricos de uma pedra atirada no espelho d'água, onde o epicentro forma círculos concêntricos que se espalham em amplitude multiplicada, cada vez maiores, até que esbarram na margem do lago, e se dissipam. Quem joga a pedra nunca sabe em quanto tempo a última onda, o último círculo leva para encontrar a margem, mas sabe que é certo que a encontrará.

Estamos com uma enxurradas de pedras jogadas no lago do mundo. Ninguém mais consegue fazer com que as ondas retrocedam. Assim, respondendo a questão inicial, das duas uma: Ou estamos atravessando uma sequência de ondas mentirosas, e o desfecho disso é a intervenção do Messias, ou as ondas são verdadeiras, e apenas O Messias as podem frear.

Estamos atravessando, assim eu creio, a última onda da pedra que foi jogada no lago. Vivemos o último entardecer, e ainda que essa crise passe, e acho que vai passar, ela apenas nos prepara para outra que virá depois, e outra, até que o mundo esteja saturado de crises, e descubra que não tem capacidade de administrá-las, que os governos e seus trilhões de dólares são insuficientes para dirimir o pavor, que são aptos apenas para disseminar a incredulidade, e estasiarem as nações com sua incompetência. Assim, O Messias é a margem do lago. E está chegando, mais cedo do que muitos esperam. Eu espero que venha logo.

Mais que nunca, o mundo busca a paz, e não apenas o intervalo entre uma guerra e outra. O Mundo precisa de uma paz que permita aos Homens, ao menos os de boa vontade, que sintam a brisa do amanhecer, o frescor da noite, e o perfume do amanhecer.

48 999 61 1546  CONTATO 


terça-feira, 10 de março de 2020

Moral e civilidade - D-s (Deus) como limite da conduta

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Imagem: getty

O recente e incômodo episódio do midiático médico, Dráuzio Varella, e do horrendo estuprador e assassino, com a decidida atitude de conduzir e confundir a opinião pública acerca de valores e costumes humanitários, acabou gerando um total desconforto na população, onde apenas a própria emissora que armou a presepada, e o repórter de ocasião, trataram de justificar o fato, em lugar de reconhecerem que erraram em todos os caminhos: no jornalismo, que em lugar de dar a notícia, montaram o circo para gerar a notícia, o que por si torna-se anti-jornalismo, manipulação, e na medicina, representada pelo blogueiro, que em lugar de cuidar de seu bem visitado blog, resolveu ingressar em um território, no qual é um perfeito forasteiro: a religião.

Dráuzio Varella é ateu, mas nem por isso deixa de ter, professar uma religião: prega um ateísmo capaz de gerar a crença que é o Ser Humano capaz de estabelecer seus próprios limites, seu próprio padrão de bem e mal, e que D-s seja uma invenção dos fracos para justificarem sua falta de raciocínio lógico, ao não explicarem aquilo que a ciência ainda não decifrou. Assim, não crer em D-s é crer em si próprio, no Ser Humano, e no acaso.. Isso é uma religião. Então, o médico que tentou bancar a Madre Teresa, ou Francisco de Assis, na empatia com os encarcerados, tentou pregar o seu ponto de vista no tocante à empatia com o sofrimento humano.

Alguém descobriu e levou ao editor da emissora, uma estatística bizarra, onde descreve o percentual de apenados com preferências sexuais não convencionais, e demonstra que em mais de 90 por cento dos casos, são condenados por crimes de menor gravidade, como roubo, tráfico, arruaças. É um fato. Também é um fato que com tantos trans para escolherem, foram no pior de todos (pior na gravidade do crime, não na escolha sexual), foram direto no que cometeu a pior das brutalidades contra uma criança, em todos os sentidos, e douram de tal forma a pílula, transformando excremento e glacê de bolo. Nojento. Sinistro.

A questão aqui é: Onde D-s entra nesse e em outros casos? Pode a pessoa ser melhor ou pior, se crê, o se não crê em D-s? Como se justifica que pessoas que se dizem religiosas, possam cometer atitudes más, enquanto ateus ou céticos, tenham conduta elogiável, e em muitos casos, uma maior empatia com a generosidade? Da mesma forma, o contrário também é verdadeiro: ateus cometem atrocidades, e religiosos são pacíficos diante do sofrimento proporcionado por outros. Então, qual a relação de D-s com o bem e o mal, com a bondade, a generosidade, e a maldade humanas?

Vamos ao caso citado: o médico é ateu, e cita um juramento pagão como justificativa de sua conduta, ao responder críticas. Alega não ser juiz para julgar a quem comete atos generosos. Vou chamar esta atitude de "Ética tardia", ou "Justiça irresponsável", e explico. A palavra "Ética", provém do grego: "Ethos" - cobertura, proteção. A palavra "Justiça", é de origem latina e se origina em "Justítia", do latim, e significa tornar justo, ajustar, acomodar ao espaço que lhe é devido, também traduzida por "Equidade", o que torna igual, Assim, pratica, em nome da ética, a justiça, mas evita usar o termo próprio da religião, "Amor ao próximo", o que melhor traduziria a situação, desconsiderando o desfecho midiático. Assim, não é a brutalidade do crime que impediria ao blogueiro dar fluência ao instinto fraterno, e a disposição de fazer o bem sem olhar a quem, que causa comoção, mas a publicidade dada ao caso, e a justificativa injustificada dada como reparo da situação.

Mas e D-s, como fica nesta situação, ou outra qualquer, onde o bem e o mal se digladiam pelo direcionamento de outras circunstâncias, onde não há alguém olhando, filmando, e publicando o feito? Aqui entra o profundo e quase desconhecido significado de um costume judaico, o uso da "Quipá", aquele pequenino gorro, ou de um chapéu, cobrindo parte, ou toda a cabeça do devoto, especialmente na presença de ambiente ou situação de cunho religioso. Mas o que significa a quipá, e qual o seu efeito para quem o utiliza?

Quipá vem da mesma raiz da palavra "Cappelo", Chapéu, e Cabelo, e especialmente da palavra "Cobrir". Aqui encontramos uma forte relação com as palavras "Cobrir" e "Cobertura", proteção da cabeça, e por fim, Ethos, ética. Então o significado é cobertura, proteção. Mas cobertura do que e proteção do que?

Há duas respostas: O primeiro significado diz que aquele gorrinho é o limite do Ser Humano,  que é o elo de ligação entre o céu e a terra. Os pés estão sobre a terra, tem um limite inferior, mas a cabeça, ainda que presa ao pescoço, sustenta o cérebro, a mente, a imaginação, a liberdade, o livre arbítrio. Então, o pequeno gorro, a quipá, estabelece o limite da mente humana, do orgulho, do livre arbítrio. É o limite físico e mental do domínio humano sobre si mesmo e sobre o mundo.
O segundo significado nos diz que, uma vez que todos estamos sobre a terra, e temos nossa mente voltada para as altura, somos todos iguais, em direitos, obrigações, liberdade, e responsabilidade. Ninguém está acima de nós, exceto D-s. Ninguém está abaixo de nós, exceto a terra onde pisamos. Assim, a consciência de que há Um D-s que regulamenta nossas ações, propõe-nos também limites, que nos igualam aos demais humanos, e são estes limites, demonstrados por Leis, por Mandamentos, que nos direcionam para uma caminhada longa, até o destino final, e este destino é sugerido pelas religiões, cada uma a seu modo, como eternidade, vida eterna, felicidade suprema.

Então, por uma questão de ambição, necessária como força motriz desta caminhada, há um conjunto de leis e regulamentos, e estas leis e regulações nada mais são do que as niveladoras dos outeiros e escarpadas para que todos possam caminhar com dignidade e bem estar até o fim da jornada. A ética faz isso. Apenas isso: prepara caminhos e costumes, para que um respeite o outro, e se faça respeitar, enquanto a eternidade não tome conta de todos por meio de um plano divino, chamado de "Salvação". É assim que trabalha o conceito de que há Um D-s Criador, Mantenedor, e Salvador, e que, nossas atitudes nos levam, e também a outros, com dignidade até o fim da jornada. Assim age a cabeça de quem crê m D-s, e espera uma recompensa, para si e para os outros.

De outro lado, temos um vazio divino, isto é, não temos nenhum deus à nossa espera, e estamos largados no mundo, perdidos no Universo, à própria sorte do acaso das casualidades randômicas, à espera de nada, oferecendo coisa alguma. É nesta direção que o ateísmo procura sobreviver por si mesmo, oferecendo ao ateu o bem e o mal como um pisca pisca que ora oferece solução, ora desesperança e acelera o fim. É pela falta de uma referência invisível, infinita, e atuante, que o ateu justifica-se pela lei da sobrevivência, onde o mais forte subjuga, domina, devora o mais fraco, e fortalece-se com seu sangue, encoraja-se com sua dor, e continua sua jornada ao vazio buscando novas vítimas para saciar seu apetite por uma vida que sabe (ou imagina) que termina em poeira e vento. Não tem esperança, portanto não tem regras, e as regras de cada sociedade podem valer para sobreviver o máximo que puder dentro daquela sociedade, e que ao ultrapassar cada fronteira, sua expectativa de sobrevivência pode ser maior ou menor, mas não poderá entender como errada aquela sociedade, uma vez que ela faz o que faz para manter-se viva o máximo que pude, porque o que passar disso torna-se especulação de ignorantes. Desta forma, justificariam o canibalismo, o estupro, o vampirismo, as atrocidades, a barbárie, afinal, são apenas pessoas sem cultura suficiente para se tornarem mais elegantes e falarem com mansidão, ainda que na justificativa de darem suporte moral a quem foi imoral.



domingo, 8 de março de 2020

Das passarelas ao Estábulo- Marlene Kaiut, uma das 10 maiores influenciadoras do Brasil - Entrevista Exclusiva


Ela profere mais de quarenta palestras anuais. Só nestes dias em que conversamos para a entrevista, ela estava com dez palestras agendadas. Ela fala para mulheres empreendedoras do agro negócio em cada um dos 19 estados brasileiros, mais a Capital Federal. Fala com a mesma desenvoltura à empresários, fabricantes, universitários, economistas, e novos empreendedores. Entre mais de novecentas mulheres empreendedores, foi escolhida a número um, no seu Estado, o Paraná. É uma das celebridades do TED-X.  Um livro será lançado em breve, com textos das "Dez maiores influenciadoras do Brasil", sendo que Ela será uma destas co-autoras. Seu nome é Marlene Kaiut, em entrevista exclusiva ao Blog do Pacard!

Das passarelas ao Estábulo
Sua história é bastante conhecida, mas não custa contá-la mais uma vez. Aos vinte e quatro anos de idade, seu esposo tomava conta de uma pequenina fazenda, com um plantel de sessenta vacas leiteiras. Os prejuízos se acumulavam mês, até que um dia foi preciso mudar a filha, de uma escola particular, para uma escola pública. Até aqui, nenhum demérito, pois pública ou privada, qualquer escola é sempre uma escola. Porém, a menina começou a ser discriminada pelos colegas, sofrer maus tratos, porque não pertencia àquele ambiente. Bullying direto. "Você não pertence à esse lugar", diziam, e batiam nela. Marlene viu que precisava reagir, pela filha, por sua dignidade. Conversou com o esposo, que, desanimado pelo baixo rendimento do agronegócio, decidiu trabalhar como empregado e vender as vacas. Davam muito prejuízo, e não interessavam mais à ele. Foi aí que Marlene reagiu.
- Vou tocar a fazenda! - Disse ela ao marido.
- Boa sorte! Respondeu. E assim começou a jornada da jovem, com 24 anos de idade. Foi até a estrebaria, onde estavam sessenta vacas, e deu ordem ao empregado, que a acompanhasse na vistoria do lugar. Precisava tomar pé da situação, entender o negócio, saber como se cuida e ordenha uma vaca. Não sabia. Até aquele momento, o pouco que ela ganhava, provinha dos desfiles que fazia, e quase nada sobrava, pois o que uma modelo do interior ganha, trabalhando no interior, não paga nem as despesas pessoais. Então, a partir daquele momento, os desfiles seriam trocados pela estrebaria. Sua platéia eram as vacas leiteiras, que após uma vistoria com pente fino,foram resumidas à quarenta vacas. As demais, não davam leite algum. E o empregado, o que entendia de vacas? Torceu o nariz. Não aceitava ordens de mulher! Deve ter nascido do traseiro de um homem, imagino, mas enfim, o homem achava que mulher não sabia, não deveria, e não poderia dar ordens a um homem. E ela concordou com a exigência dele. Pediu, gentilmente que ele juntasse o bilhetinho azul que havia caído de seu bolso, e quando ele se abaixou para juntar o bilhete, ela viu uma grande oportunidade de empreender um considerável chute no traseiro do varão. De uma simplicidade quase ingênua, Marlene se mostra uma pessoa parecida com milhões de outras pessoas, comuns, que conta com entusiasmo de suas conquistas pessoais, de seus carros velhos, e dos carros novos. Conta da discriminação e conta da superação, sem pausas, sem folhas dobradas na história.

Ela resolveu um problema, mas continuou com outro: Não entendia nada! Então, contratou outro moço, que aceitou ordens dela, e gentilmente proferiu as palavras mágicas que comovem qualquer empregador: "Quero somar, me esforçar, e aprender com você!" Somar, ok, estava bem, esforço, era a palavrinha doce a ouvir, mas a parte de "aprender com ela", complicou um pouco, pois foi ele quem ensinou tudo o que sabia sobre vacas à sua jovem empregadora. A parceria deu certo. A empresa cresceu, ela descartou as vinte vacas secas, e hoje tem um plantel de trezentas vacas de qualidade, seja produzindo leite, prenhes, ou à espera de ocasião propícia para entrarem em ação. Sua equipe atual triplicou: Ela, com mais dois assistentes, para cuidades das trezentas vacas, porém, como tudo é moderno, automatizado, "não há muito esforço físico", diz Marlene, e quando eu viajo para as palestras, os dois assistentes dão conta do trabalho.

A coisa apenas começa aqui, pois depois de receber um prêmio de Mulher Empreendedora em seu estado, foi concorrer em Brasília ao prêmio nacional, e aí começaram as palestras, os seminários, e os estágios. Marlene tem hoje uma lista de espera de mais de dois mil candidatos ao estágio gratuito, sendo que oferece apenas quatro vagas, com alojamento, alimentação, e instrução, totalmente gratuitos. Escola técnicas, Universidades, Associações, Sindicatos, Cooperativas, são os seus anfitriões no Brasil. Já recebeu convite para palestras na Alemanha, mas por estar com um bebê recém nascido, na ocasião, precisou recusar. Suas palestras são concorridas. Os auditórios estão sempre lotados. Com elegância e domínio de palco, ela fala, de um modo típico do interior do paraná, com o "erre" puxado, e começa sendo aplaudida da entrada ao "Gran-Finale". Não se considera uma celebridade, embora o seja, e no dia seguinte, sua platéia são suas vaquinhas, onde Marlene se encontra consigo mesma, necessária, cuidadora, e vencedora.

Religiosa e um tanto eclética, Marlene, Católica, devota de Maria Aparecida, frequenta, quando pode, uma igreja Luterana, por sua afinidade com a Pastora da Congregação.

Esta entrevista está solicitada há muitos meses, pois Marlene responde a mais de dois mil emails diários. Seu dia termina além da meia noite, respondendo mensagens, emails, organizando os temas das palestras, administrando sua empresa, e guardando a família.  Na fila, estavam mais de trinta entrevistas a serem respondidas, o que faz-me sentir certa dose de vaidade, envelopada por gratidão à Marlene.

Pacard - O que te motivou, deu coragem, para assumir um negócio que não tinha experiência, e que até aquele momento, só se mostrara deficitário?
Marlene - Eu estava em desespero, porque tinha tirado minha filha do colégio particular, colocado em escola pública, e ela esta sofrendo bastante no colégio, então foi nesse momento em que eu disse: Eu vou fazer alguma coisa por ela. Na verdade, ela estava lendo um livro, quando cheguei na escola, e passou um menino, que deu um tapa no livro dela, dizendo: "Aqui não é teu lugar. Você é lá da escola de rico, lá da escola evangélica e aqui não é teu lugar". E ela chorou muito, sabe, aquele dia. Então eu pensei: Eu tenho que fazer alguma coisa para mudar isso daí! E nesse mesmo dia, eu fui numa reunião da comissão de crédito, com meu esposo, resolvi acompanhá-lo nesse dia, e foi ali que tomei a decisão que iria tocar a leiteria. E meu marido tem um modo diferente de agir, não tem paciência para esse tipo de trabalho, e decidiu parar, desanimou mesmo. Foi desanimando com o estresse, e por fim, não quis mais.

Pacard - Como foi sua relação com a equipe de trabalho de seu esposo (um único funcionário)?
Marlene - Ele não aceitava receber ordem de mulher, e quando falou isso, eu dei a conta pra ele, na mesma hora, contratei outro em seguida, que nunca teve problema em receber ordem de mulher, e falou ainda assim pra mim: "Eu tenho certeza que vou aprender muito com você!" - Quando na verdade, eu não sabia fazer nada e fui eu quem aprendi muito com ele. Então ele me ensinou a dirigir trator, tirar leite, fazer trato, dar medicamento, então ele me ajudou muito e sou muito grata a este colaborador.

Pacard - Como seus clientes e fornecedores receberam sua presença, na condição de empresária, em uma atividade preponderantemente masculina, o mundo do agro-negócio?
Marlene - Ah, foi difícil, no começo, sim. Sofri bastante preconceito. Até quando eu fui comprar um trator, calçando um chinelo simples, e fiquei esperando por meia hora, na loja, até que um vendedor foi me atender. Com olhar de desdém, me perguntou o que eu queria, e ao responder que queria comprar um trator, ele perguntou (com ar de deboche) se eu tinha como pagar pelo trator. Mas ainda existe esse machismo, porém hoje as pessoas me tratam super bem, porque elas sabem que eu sou bem sucedida e porque eu entendo do negócio. Hoje tem ainda, mas muito menos. antes era bem mais.

Pacard - Quanto tempo demorou para que você percebesse resultado de sua iniciativa? Para que você percebesse a reação à sua presença e método de trabalho, e obtivesse lucro no negócio?
Marlene - Assim: O leite, ele é lento, ele não te mostra resultado de um dia pro outro. Mas com três meses, eu já tinha um resultado totalmente diferente, de célula somática, contagem bacteriana, aumento de produção, mas eu levei cinco anos para conseguir pagar todas as dívidas acumuladas, porém, a partir de um ano eu já vi retorno de produção, e desde o terceiro mês, eu já fui pagando as parcelas, porque eu tinha refinanciado todas aquelas dividas, e hoje, lógico, eu tenho dívidas enormes, porque minha leiteria cresceu muito, e eu tive que investir bastante. Eu investi nestes últimos três, ou quatro anos, mais de dois milhões, mas hoje eu consigo levar tudo certinho, tudo em dia, sempre com uma parcela adiantada.

Pacard - Sua cidade, Carambeí, PR, uma pequena cidade com perfil adequado para o Turismo. Você tem algum projeto voltado ao Turismo Rural, uma vez que tornou-se nacionalmente conhecida, e recebe tantas pessoas em sua propriedade?
Marlene - Não tenho (ri, com timidez) Não me envolvo com aquilo que não entendo, e sei muito pouco sobre isso. Não que eu tenha medo, pois sempre amei desafios, mas hoje eu tenho uma vida muito corrida, tenho uma vida bastante agitada, tenho um pai para cuidar (seu pai sofreu um derrame em agosto de 2019), ele não anda mais, perdeu os movimentos, então, nós somos em seis irmãos, e cada dia nos revezamos para que cada dia fique um cuidando dele, dar banho no pai, porque minha mãe está com sessenta e seis anos, e meu pai com setenta e um. Então a gente se desdobra, e eu sou a que menos consigo ficar com eles durante o dia, depois das três e fico até dez da noite para ajudar.

Pacard - Você profere muitas palestras? Já levou suas palestras ao exterior?
Marlene - Eu faço mais de quarenta palestras por ano, e já fui convidada à levar minhas palestras à Frankfurt (Alemanha), e também na Colômbia, mas nesse tempo eu ainda amamentava meu bebê, e o meu marido achou que seria meio complicado que eu viajasse só com o bebê pra lá, e acabei não indo. Mas terão outras oportunidades. Mas eu já viajei por dezenove estados, mais Brasília, e já ministrei palestras em muita, muita, muita cidades. Passei muito conhecimento, e claro, que aprendi muito também.

Pacard - Você acentua seu trabalho, na condição de "Mulher empreendedora" ou como um "Ser Humano" empreendedor?
Marlene - Agora, para esse "Mês da Mulher" (março), há previsão de que eu fale para mais de cinco mil pessoas, nas minhas palestras. Então estou com a casa cheia (risos). Onde há inscrições abertas, estão "bombando", e onde são fechadas, sempre casa cheia. Então, acho que são as duas coisas: Mulher e Ser Humano. Agora, no mês de março, eu foco mais a mulher. Eu faço palestras para Universidades, para alunos, bancos, cooperativas, a convite de SEBRAE, SENAR, Sindicatos, então, meu público é bastante misto.

Pacard - Seu trabalho tornou-se um modelo, uma instituição de sucesso empreendedor, e desta forma, atende também estagiários. Você tem convênio com governo, instituições, escolas?
Marlene - Aqui vem alunos do Brasil inteiro. Já recebi até um moço da Alemanha. Eu tenho uma fila de mais de dois mil alunos para fazer estágio aqui comigo, mas só consigo receber quatro alunos por mês, porque tenho alojamento aqui na leiteria mesmo, tem banheiro, tem quartinho, as refeições são feitas aqui em casa, os alunos não tem custo para virem aqui, e eu os recebo, porque eu amo ensinar. Esta foi uma das minhas metas: construir do "zero", quero fazer com quarto, onde eu consiga receber alunos.

Pacard - Sua empresa produz apenas leite, ou também beneficia e produz derivados?
Marlene - Não! Eu só entrego leite puro, "leite cru", como dizem aqui. Dia sim, dia não, a Cooperativa vem recolher o leite.

Pacard - Quantas pessoas são necessárias para manutenção da empresa?
Marlene - Três pessoas, que somos, eu, que dou "mamá" dos bezerros, faço toda a parte da limpeza, e tiro as folgas dos funcionários. Nós, no caso, em três, cuidamos de trezentos e vinte animais.

Pacard - Quais foram os principais desafios que você encontrou quando começou, e quais ainda tiram o seu sono, quando aparecem?
Marlene - O maior desafio é encontrar mão de obra qualificada, bons funcionários, comprometidos, que queiram trabalhar de verdade e mostrarem resultado., porque a maioria deles só quer que chegue o fim do mês para ganharem seus salários. É indiferente, se o empregador tem lucro, se não tem, isso não importa. O que a maioria quer é seu salário garantido e nada mais. Esse foi pra mim o maior desafio, pois quando eu comecei, aos vinte e quatro anos, eu tinha um corpo escultural, muito bonito, que chamava à atenção de todo mundo, então as mulheres dos funcionários tinham muito ciúme de mim. Então era difícil trabalhar junto com os homens, por questão de ciúme das esposas. Nossa! isso era muito chato mesmo. Isso acabava comigo. Mas ainda hoje eu adoro desafios, então, o grande desafio não é você chegar ao topo da empresa, mas chegar lá e conseguir manter-se nesta posição, porque pra descer, cair, é muito fácil. Então é complicado você manter o seu patrimônio.

Pacard -Antes de ser pecuarista, você foi modelo fotográfica. Fale sobre isso.
Marlene -  Eu fazia diversos desfiles, desde meus dezesseis até os vinte e três, vinte e quatro anos, mas falar, assim, que eu ganhei dinheiro, não. Eu nunca consegui ganhar, sabe? Tipo, tudo o que eu ganhava, girava em custos. Custos de ônibus, para me deslocar até os locais de desfile, porque eu não tinha carro também, E mesmo logo depois, que tu tive carro (risos) era uma "Saveirinho" muito velha, e às vezes eu estava "toda produzida" para sair para aqueles desfiles maravilhosos, assim, e precisava empurrar o carro, ficava toda suja, e tinha que trocar de roupa, me produzir de novo. Logo depois, consegui comprar meu primeiro carro, usado, mas bom, uma "Strada", mas boa, que não me deixava na mão, daí, quando consegui pagar aquela, comprei outra, semi-nova, que paguei à vista, mas sofri um acidente, que deu perda total do carro, aí acabei comprando meu primiro carro "zero", um New Fiesta, que era lançamento. Depois disso, comprei a caminhonete dos meus sonhos, uma Ranger, usada, mas semi-nova, e há pouco tempo atrás, comprei uma Ranger nova. Fiquei realizada.

Pacard - Como é sua relação com D-s (Deus) no seu dia de trabalho?
Marlene - Sou grata à D-s diariamente por todas as coisas que faço. Nada faço sem Ele.

Pacard - Já caiu a ficha do que se transformou a sua vida depois que você se tornou uma celebridade? Não por sua beleza apenas, mas pela forma inteligente de encarar uma causa perdida.
Marlene -  Eu não me considero uma celebridade. Eu me considero uma pessoa qualquer como qualquer outra pessoa (risos de modéstia). mas eu nunca imaginei que eu chegaria tão longe, sabe? Eu fui muito longe. Eu ganhei um prêmio. Entre 951 mulheres, eu fiquei em primeiro lugar, no Paraná, e representei o paraná, em Brasília, lá eram mais de onze mil mulheres, e eu fiquei em segundo lugar, no nível nacional. Claro que sou muito grata á D-s pelo que aconteceu, mas nada veio de mãos beijadas. Tive que trabalhar muito para que isso acontecesse. Hoje eu tenho uma vida muito confortável, financeiramente, mas também tenho uma vida muito agitada. Meus minutos são valiosos. É uma correria danada para conseguir manter tudo isso, porque eu tenho três filhos, também, marido, trezentas e vinte vacas pra cuidar (40 palestras anuais, 3 a 4 mil emails e mensagens por dia), mas eu amo tudo isso daí. Fui eu que escolhi isso, e está indo super bem.

Pacard - Se você tivesse que recomeçar do zero, o que mudaria?
Marlene - É difícil eu dizer o que mudaria, porque tudo o que eu fiz, sempre deu super certo, fiz com muita cautela, eu trabalhei muito pra isso, sabe? Eu começava às quatro e meia da manhã, e até hoje, isso, tem dias que chega a meia noite e eu ainda estou respondendo emails, mensagens, perque eu recebo todos os dias cerca de três a quatro mil mensagens. Então eu fico das dez à meia noite todos os dias respondendo emails.

Pacard - Você tem notoriedade e popularidade suficientes para engajar-se na vida política. Pensa nisso?
Marlene -  Ai, ai, ai! Olha que pergunta difícil você me fez! Nossa! O povo da minha cidade (a minha cidade é uma cidade pequena) me cobra muito isso, querem muito que eu entre na política, mas eu não tenho nenhum tipo de interesse. Esse ano fui convidada pelo atual Prefeito e mais cinco pessoas, para candidatar-me à Vereadora, e também fui convidada para concorrer à Vice-Prefeita, mas eu não aceitei, eu não quero me envolver na política. Eu teria que deixar de lado em parte meu trabalho, e não é meu perfil, eu sei que a gente não consegue mudar o mundo da política, porque infelizmente a nossa política é muito suja: ou você entra lá dentro e fica suja igual á política, ou você sai fora, porque os bons, não estão na política.

Pacard - Para que não sejamos injustos, uma vez que homenageamos as mulheres, através desta entrevista, cite os homens que justificam o seu tempo em refletir sobre o que fizeram e como podem ampliar seus exemplos, quando fala aos jovens.
Marlene - Esta pergunta cai como uma luva pra mim!  Um deles é meu pai, muito trabalhador,
sempre teve uma vida muito sofrida, sempre lutou muito, sempre foi muito pobre e teve apenas o básico para nossa família. Tive tempos muito difíceis na infância, mas meu pai e minha mãe sempre fizeram de tudo para que nunca faltasse comida em nossa casa. Outra pessoa que eu admiro demais, foi o "Oppa" (avô, em alemão), o avô do meu marido. Ele faleceu há um ano atrás, então é uma pessoa que deixou um grande exemplo para todos nós aqui, uma pessoa a quem só tenho coisas boas por dizer dele. Ele tinha três desejos a realizar antes de falecer: Passar as terras para o nome do meu esposo, e conseguiu realizar cinco anos antes de falecer. Outro grande desejo, era nos ver casando, pois éramos casados havia 15 anos, mas não tínhamos realizado uma cerimônia religiosa. E ele viu. Em janeiro de 2010 nos casamos, e eu trabalhei e economizei o ano inteiro para fazer uma festa inesquecível, uma mega festa. Era um sonho. dele e meu. E o terceiro desejo dele era ver nosso nenê, que completou dois aninhos em novembro próximo passado, andar. E o primeiro par de botinhas ele fez questão de comprar, para que o nenê tomasse gosto de cuidar das vacas, trabalhar com leite. Era um sonho dele, pois ele foi pecuarista, e queria ver a continuidade. Passou para meu esposo, e por estes caminhos, meu esposo passou pra mim. Então, o último desejo dele, era ver o nenê andar, e quando foi nove e quarenta da noite, o nenê andou da cozinha até o quarto do Oppa, andando sozinho e quando chegou na frente do Oppa, caiu, mas o Oppa o segurou e disse a ele:
- Agora que você descobriu pra que tem suas perninhas, ninguém mais te segura!
E quando foi dez e vinte da noite, o Oppa faleceu.

Pacard - Imagino que seu público seja basicamente feminino, mas em uma palestra para empreendedores, homens, o que você diria aos homens?
Marlene - Pôxa! É uma pergunta difícil, Paulo (risos). Eu nunca dei palestra a um público exclusivo masculino, mas se acontecesse, eu diria a eles que mulher é um Ser Humano muito ímpar, muito inexplicável mesmo. O que ela quer, ela consegue, então no dia em que eles deixarem que as mulheres entrem junto, abram estas porteiras e deixem as mulheres trabalharem junto, de igual para igual, com eles, o que elas querem, elas conseguem. As mulheres estão tomando cada vez mais seus espaços, e hoje temos mulheres em todas as profissões, até mesmo no agronegócio.

Pacard - Um dos males do século, talvez o maior seja a depressão, um certo desânimo por parte dos jovens do interior, que abandonam a vida no campo, migrando para as cidades, onde acabam sentindo o vazio deixado por uma saudade que não pode mais ser resgatada. Passam o resto da vida no concreto, com olhar perdido no entardecer. Como define isso?
Marlene - Que pergunta interessante essa! Eu vejo que eles tiveram (e tem) uma vida muito sofrida, e se espelham muito nos seus pais, e dizem: "Meu pai trabalhou a vida inteira e não teve resultado, não conseguiu ir pra frente, e é mais fácil vender as terras e tocar nossa vida na cidade!" Mas eu discordo plenamente, porque na agricultura, na pecuária, sabendo trabalhar na terra, você pode ter excelentes resultados. São diversas as coisas que você pode fazer no meio rural. Não é só leite e lavoura. Tem montes de coisas que podem ser feitas no meio rural. Então, que eles repensem dez vezes antes de irem para a cidade, que deem continuidade às atividades os pais, e que façam melhor, porque é
possível dar continuidade e vencer com isso.

Pacard - Fale sobre suas palestras. Como pode ser contratada?
Marlene - As pessoas que quisrem me chamar para uma palestra, podem contatar direto comigo, pelo Instagram, Messenger, ou pelo email: marlenekaiut@hotmail.com. Podem me chamar, que farei de tudo para corresponder à expectativa e oferecer o melhor de meu trabalho. Inclusive, vou te dar uma informação em primeira mão: Fiquei muito orgulhosa por ter sido convidada por uma editora bastante famosa do Mato Grosso,se chama "Elas no Agro", que irá publicar um livro com e eu estarei escrevendo nove páginas deste livro, que dará espaço às vinte mulheres que mais influenciam o agro no Brasil. Serei a única paranaense.

Pacard - Como sua empresa atua no conceito de Sustentabilidade?
Marlene - Recém implantamos, em um investimento de quase trezentos mil reais, um sistema de Energia Solar, que abastece a fazenda inteira. Somos uma propriedade autossustentável, então.



sexta-feira, 6 de março de 2020

Preguiça mental, o tempo, e a verdade - Porque eu escrevo e porque muitos leem o que eu escrevo




Às vezes faz-se conveniente, o inconveniente de justificar o que se faz, para que, uma vez feito, torne-se compreensível e justificável. De tudo o que eu tenho escrito e publicado (e olha que lá se vão mais de mil ensaios em três anos, apenas no Blog), até a presente edição, não recebi nenhuma contestação ou corrigenda ética de nada que eu escrevi, com exceção de deslizes de digitação, ou alguma eventual concordância que passou batido, nenhuma expressão, ainda que mais contundente, foi rebatida na condição de infame. nenhuma. Isso deve-se principalmente à postura que mantenho, intrínseca, que torna desnecessário o patrulhamento vernacular ou ético, uma vez que esteja contido em essência e não como cosmético no meu modo de ser, falar ou escrever. Uso meu livre arbítrio com responsabilidade para que não me sobrepuje nenhuma arbitrariedade por algum mal feito. Simples assim.

Muito do que eu escrevo é de difícil interpretação para quem usa leitura dinâmica, para quem fotografa mentalmente um quadro de texto, e insere no subconsciente algumas palavras-chave, e destas, formula sua linha de raciocínio dentro daquilo que eu escrevi. Porém, quando chegam na metade do texto, e descobrem nele alguma relevância lógica, percebem que precisam retomar a leitura desde o início, palavra por palavra, vírgula por vírgula, e assim seguem até a última sílaba, voltando, relendo, estruturando sua linha de pensamento, que, por estas sortes que a gente tem na vida, acaba sendo bastante parecida com minha própria forma de pensar e colocar as coisas.

Há porém os que reclamam do tamanho dos meus textos, e ameaçam mesmo que não irão mais ler o que eu escrevo, se eu não mudar minha forma de escrever. ora! Se eu não fosse eu, não escreveria desta forma, pois para mim, escrever não é fazer relatório.

Meus temas vão muito além de relatar, contar os fatos, pois eu não faço jornalismo e sim análise dos fatos que o jornalismo publica. Enquanto o jornalismo convencional informa que choveu, eu quero saber como as pessoas se comportam, como percebem a chuva, como convivem com a água que cai do céu, como sobem ou descem o morro e o que pensam enquanto sobem e descem o morro, apesar da chuva. Eu sou o sujeito que, insatisfeito em beber a água do coco, quero saber como ela foi parar lá dentro. Então, eu escrevo para todos, mas sei que o meu universo dos "todos" é fracionado entre os que muito leem, os que pouco leem, os que leem títulos e correm para as imagens, e aquelas que nem sabem o que significa uma interpretação de texto.

O que eu escrevo é para as pessoas que caminham além do horizonte, e não acham que montanha seja obstáculo, mas oportunidade de ver o mundo lá do alto. Escrevo para os que desejam mudar a sociedade, e construírem uma civilização, mas sabem que apenas olhando a chuva nada poderão fazer quando vierem as tempestades.

Então, eu não escrevo muito. São eles quem conseguem ler pouco, e entenderem menos ainda.  Não se compreende o conteúdo de um livro pelo título da capa impresso em letras douradas. Eu escrevo para que se montem bibliotecas e não tirinhas de almanaques. Escrevo pela ânsia de cumprir o mandamento bíblico de buscar a Sabedoria onde quer que ela esteja. E se ainda não a tenho, muito a desejo. Por isso eu escrevo do jeito que escrevo. para aprender com meus erros de sintaxe, e corrigi-los, se for possível.


Cinco ideias para conquistar seus eleitores, sem precisar mentir


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Imagem: Picryl
Começa, o leitor mais inquisitivo, a imaginar que eu parto do princípio que todos os candidatos em campanha mintam, certo? Errado! São incontáveis os candidatos bem intencionados que percorrem o país em busca de votos, percorrem seus estados, seus municípios, seu bairro, e até mesmo sua rua, tentando convencer os eleitores que eles, candidatos, representam o último bastião da liberdade e da democracia ao alcance do voto, e que o mundo será dividido no "antes" e no "depois" que eles, eleitos, começarem o processo de transformação da sociedade. Todo político honesto deseja transformar a sociedade, e que seja a partir do seu mandato, sob sua influência pessoal. É assim que funciona o pensamento político dos candidatos.

Assim como um recém formado Bacharel de Direito, imaginar que esteja esperando por ele um grande júri popular, e que ele, do alto de seus recém adquiridos conceitos acadêmicos do Direito, possa defender o indefensável, diante de uma plateia entorpecida pela sua homilética, inebriados pela sua oratória eloquente, mas que ao cabo de dias, horas, talvez, descobrem que antes de enfrentar um grande júri, terão que despachar petições intermináveis nos balcões dos cartórios forenses, e sei lá quantos atendimentos gratuitos terá de fazer, antes que um primeiro caso de briga por qualquer "dá cá uma palha" precise de defesa ou de um "Habeas Corpus". Na política é  igualzinho.  Assim como numa corrida de maratona, onde arrancar voando na largada é contraproducente, também na carreira política, menos é mais, e desejar é mais que alcançar, mas ensejar para continuar, é a premissa que vale para fortalecer o passo, para que caminhe seguro, para que chegue aos objetivos, e saiba antes quais são estes objetivos, que estude as possibilidades, que trace estratégias para ter e saber o que fazer condo chegar à tribuna. Então, vou simplificar as sugestões:

1 - Avalie sua saúde física, mental ética, moral e espiritual, antes de pensar em uma aventura eletiva.
Digo aventura, porque sem preparo, na incerteza, e sem estribo físico, moral espiritual, não passa disso mesmo: uma roleta russa, em uma arma com uma bala a menos, apontada sobre sua cabeça.
De nada adianta o candidato pensar em ingressar em uma campanha política, sem estar fisicamente preparado, pois ele não irá buscar votos apenas para si próprio, mas fará parte de um conjunto de pessoas que estarão trabalhando umas pelas outras, no contexto de unidade partidária, e todos dependem de todos nesta jornada. Um único deslize morar da parte deste candidato, poderá desmoronar o resto do grupo, da coligação, ou do Partido.

2 -Avalie seu território, mapeie seu bairro, sua rua, conheça bem as pessoas, e mais que isso, com bastante antecedência, faça-se conhecer, torne-se conhecido, para que não seja atacado, desprezado, pisoteado, por conta da ideologia que você prega. Faça uma análise do perfil das pessoas a quem pedirá votos, e cuide em não pisotear nas crenças pessoais destas pessoas, não apenas religiosas e políticas, mas de costumes e tradições.

3 - Prepare-se intelectualmente para responder à todas as questões levantadas pelos eleitores. Se você representar a situação no governo, procure conhecer, por suas lideranças no Executivo, os desafios encontrados, as soluções oferecidas, e aquilo que ainda resta por fazer. Procure falar a linguagem destas pessoas, sem perder o seu modo de falar, isto é, fale de uma forma que seja compreendido, quando for questionado, e jamais, eu disse jamais defenda com veemência as suas ideias enquanto estiver no território do eleitor, ou seja, evite discussões, evite debates inócuos, e prossiga oferecendo de maneira criativa, mas também metódica,  o desafio e junto, a solução que esteja ao seu alcance resolver. Estude minuciosamente a cartilha de seu partido, pois dez em cada dez candidatos desconhecem com profundidade a cartilha que rege os princípios partidários, e não é incomum que em suas campanhas defendam ideias de modismo, mas frontalmente contrárias às letras miúdas das cartilhas ideológicas dos Partidos Políticos.

4 - Prometa tudo, mas tudo o que pode ser feito dentro de seu limite de capacidade, e não aquilo que dependa dos outros para ser cumprido. De nada adianta a um candidato a vereador prometer melhores escolas, se ele desconhece a real situação da educação, e se desconhece o limite imposto pelo cargo, sabendo que sendo eleito, terá que seguir os protocolos próprios de uma administração. Assim também, o candidato à Prefeito, não poderá garantir a construção de ruas e pontes, se não souber como encontrará recursos para esta execução, e deve saber que sem apoio do Legislativo, não vai fazer muita coisa. Exemplo pra isso não falta.

5 - Jamais, repito, jamais fale mal de seu adversário, na ânsia de adular seu eleitor, pois ainda que simpatize com sua plataforma e pessoa, você não conhece a ligação daquela pessoa com seu oponente, e ainda que seja a seu inteiro favor, você corre o risco de que este eleitor seja ético, e não aceite o tipo de ilação e maledicência que muitos candidatos expõem em seus discursos, uma vez que estejam vazios de propostas.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Festival do Japão em Gramado - Resgatando as culturas das etnias


Quando eu falo que Gramado não cansa de reinventar-se, que tornou-se muito mais que o quinto destino do mundo na preferência turística, surge um novo projeto que tem o tempero pronto para transformar-se em um mega evento, e atrair outros eventos desta natureza, redimensionando Gramado também neste quesito.

Parece um pouco de hedonismo meu dizer que eu acredito nesse tipo de evento desde 1991, quando criamos a Semana Alemã de Gravatal, e em sequência foi também realizada a Semana Italiana, no pequenino município de Gravatal, em SC, e a partir deste, seguindo a linha etno-cultural da imigração em Santa Catarina, seguiu-se um crescimento nesta direção neste Estado.

Não é, no entanto, novidade, que cada município, de uma forma ou de outra, resgata sua cultura ancestral, como forma de perpetuar as raízes de sua gente. Assim são os Kerbs, na região alemã do Rio Grande do Sul, as festas típicas italianas na região dos vinhedos, e em cada região, segundo suas raízes, segue o festejo destas culturas.

Gramado, há muito tempo, abriu mão de sua identidade ítalo-germânica, para pulverizar-se em um conjunto universal de culturas, criando com isso, uma nova cultura autóctone, que mescla não apenas um modo de agir, de falar, de comer, festejar e trabalhar. Soma-se a esse conjunto cultural adventício, um novo evento, que se de um lado, não traduz um tipo de comportamento e grupo específico no município, de outro, oferece-se como sede de um evento que poderá tornar-se um novo divisor de fronteiras entre Gramado e o mundo: O Festival do Japão!

Pouco posso falar sobre a ligação de Gramado com esta cultura, pois não nenhum grupo nipônico estabelecido que justifique um evento regional em Gramado, mas reconhecidamente Gramado recebe a tradicional Festa do japão, que já realizou nove edições em Porto Alegre, reunindo, na condição de Capital do estado, os representantes japoneses do Rio Grande do Sul. Hoje, porém, tal como nasceu o Natal Luz, pelas ruas de Porto Alegre, e sendo levado pelo maestro Eleazar de Carvalho à Gramado, segue os mesmos possíveis passos, o Festival do Japão.
Vou transcrever aqui a proposta do programa do evento.

Segundo Andre Kabutomori, responsável pela organização do evento, o Festival do Japão RS já recebeu 500 mil visitantes desde a sua primeira edição, sendo 95% do público não descendentes de japoneses. O evento promove uma exposição e experiência da cultura japonesa ao público gaúcho, cujo objetivo é aproximar a cultura japonesa dos gaúchos, além de manter as tradições dos nossos antepassados para as futuras gerações.

Imigrantes Japoneses no Rio Grande do Sul

Em dados recentes, o Brasil é o país que abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, somando mais de 1,9 milhão de japoneses e descendentes até da quinta geração. Apesar dos grandes desafios enfrentados, os imigrantes japoneses superaram e prosperaram contribuindo para o desenvolvimento econômico-social em diversos estados brasileiros; destaque o sudeste brasileiro São Paulo e Paraná onde há maior concentração de japoneses. No estado do Rio Grande do Sul a comunidade japonesa é modesta com estimativa de 5 mil habitantes nas principais regiões como Porto Alegre, Gravataí, Ivoti, Itati, Santa Maria e Pelotas.

Atrações previstas

O palco principal exibe performances artísticas exclusivas no RS! - Cantores internacionais e locais apresentando composições próprias, músicas folclóricas, pop, além de performaces únicas; - Taikô e instrumentos típicos japoneses; - Danças tradicionais japonesas; - Cerimônia de abertura; - Esportes como artes marciais (aikidô, judô, karatê-do, kenjutsu), sumô e beisebol.



Esportes e Lazer

Por toda a história do povo e da cultura japonesa, história, os esportes sempre se apresentaram como fortes ferramentas de integração dos povos, além de serem importantes elementos culturais. No Japão, se desenvolveram muitas artes marciais, além dos tradicionais sumô e gateball, que transmitem, em sua prática e filosofia, as diversas características do povo japonês. Hoje, as artes marciais já estão difundidas em vários países, marcando forte presença no Brasil. Da mesma forma, no Japão se popularizaram esportes ocidentais como baseball, softball, futebol, tênis e tênis de mesa. Não há mais fronteiras quando tratamos de esportes, que já se tornaram atividades de lazer comuns a diversos povos.

Cultura e Bazar

Oficinas e exposições para que o público entenda melhor sobre a cultura e experiencie das artes: - Exposição temática; - Oficina de origami e jogos japoneses; - Experiência de vestir kimono e cerimônia do chá; - Exposição de bonsai, ikebana e outras artes japonesas. Lojas e bazar para que o  público leve para casa um pedaço do Japão: - Produtos da colônia japonesa; - Produtos importados japoneses; - Artesanato japonês.



Gastronomia

Diversos restaurantes compõem na praça de alimentação, com cardápio variado e restrito da culinária japonesa: - Sushi e temakis; - Bentô tradicional (marmita japonesa); - Yakisoba, ramen, udon; - Harumaki e tempurás; - Takoyaki; - Doces japoneses; - Salgados japoneses.



Anime Buzz

O Festival do Japão RS divide o espaço e a organização do evento com o Anime Buzz. Dessa forma, há um encontro entre a cultura tradicional e a cultura pop japonesa em um único local! As principais atrações do Anime Buzz são: convidados especiais, concurso cosplay (fantasia), concurso animekê (karaokê com músicas de desenhos e séries), arena de games, card-games, RPG, oficinas/palestras, exposições, feira, gincanas, show de bandas, grupos de k-pop e fã clubes em espaços temáticos.


A estimativa é de cerca de 10 mil pessoas circulando no dia do evento. O Festival é realizado em espaço aberto e durante o dia, com diversas atividades e apresentações, o que atrai muitas famílias. O público jovem é atraído, principalmente, pelo Anime Buzz.
Local do evento: Rua Coberta e Sociedade Recreio Gramadense

O festival será realizado em dois espaços, as atrações serão alocadas na Rua Coberta pois é um espaço aberto que permite a circulação de um intenso fluxo de pessoas, já o Anime Buzz acontecerá no Recreio Gramadense, pois o mesmo conta com amplo espaço para sediar o evento. Fazemos parcerias com órgãos públicos. A segurança com a Polícia Militar, a limpeza e o controle do trânsito com órgãos responsáveis e o recolhimento de alimentos com o Banco de Alimentos.

Retorno filantrópico aos gaúchos

O evento é aberto a toda população, tendo entrada franca. São realizadas campanhas de arrecadação 1kg de alimentos não perecíveis em parceria com o Banco de Alimentos, sendo solicitada apenas a doação de 1kg de alimento por pessoa. Já foram doadas 49 toneladas de alimentos a diversas entidades beneficentes.




Os organizadores então em busca de patrocínios, com retorno em diversos níveis. Quem desejar estampar sua marca no evento, deverá contatar com:

ASSOCIAÇÃO DO FESTIVAL DO JAPÃO RS
 www.festivaldojapaors.com.br
contato@festivaldojapaors.com
festivaldojapaogramado
ANDRÉ KABUTOMORI
andrekabutomori@gmail.com
+55 11 95610-7971


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Manual de Sobrevivência do Eleitor - Como Escolher o Candidato Certo


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Imagem: Getty

Este ensaio é dedicado mais ao candidato que ao eleitor, ainda que o candidato também seja um eleitor, e como tal, não posso discriminá-lo. Assim, levarei ao meu leitor algumas observações que eu consideraria no momento em que eu tenho dois votos - Prefeito e Vereador, e desejo não desperdiçá-los por quatro longos anos, sem a possibilidade de tirar disso a melhor oportunidade para afinar a orquestra do próximo pleito.

1 - Não existe o "candidato certo", mas o candidato adequado à ocasião, ao cargo, ao momento, e disponível para ser votado. Assim, comece desde já a escanear (fazer uma varredura), passar um pente fino, nas opções disponíveis. Ah, ainda não começou a campanha, e nem todos estão homologados pelos partidos, certo? Errado! candidato que é candidato, já está em plena campanha. Você os identifica pela incomum amabilidade, por puxá-lo para um abraço, por perguntar sobre a família, a saúde da sua mãe, a próstata do seu pai, por abanar a cabeça do seu cãozinho, e em seguida esticar a mão para cumprimentá-lo. Assim, do nada, no vazio.

2 - Um provável candidato é aquele mocorongo que assoava o nariz na manga, peidava em público, mas hoje se veste com roupa de grife, usa tênis importado, se atrapalha no Galaxy Samsung de última geração, para anotar seu número, e fica enviando conselhos de almanaques com fundo da Madre teresa de Calcutá na sua timeline do Facebook, não sem antes curtir tudo e todos que passam pelo caminho. Fala de tudo, e de todos, fala mal do Bolsonaro, Fala mal do Lula, fala mal do Doria, fala mal do Trump, tudo ao mesmo tempo, apenas para mostrar que está em dia com o mundo e que conhece tudo sobre geopolítica internacional. Só não sabe o que isso significa. Mas depois que for eleito, vai contratar uma assessoria que o instrua nisso também.

3 - Outro tipo de candidato a candidato de fácil identificação é aquele que passa, de um instante a outro, a frequentar todas as missas, os cultos evangélicos, e compartilhar mantras. É o candidato a candidato eclético, embora também não saiba o que isso queira dizer. tanto faz. E olha que pode ser eleito.

4 - O candidato atleta não perde uma pelada, nenhum jogo de várzea, campeonato de bolão, vôlei, dominó, nada, nada. E patrocina as camisetas e bonés de um, e também o uniforme completo do grupo da terceira idade, apenas em troca de selfies com os macróbios. Fuja desse também. A não ser que seja você mesmo este candidato. Ainda assim, se puder, fuja, enquanto ainda dá tempo.

5 - Há o candidato frustrado com o jeito que vive, com o que ganha, com sua insignificância existencial. Assim, decide passar a frequentar reuniões políticas do bairro, e se assenta na primeira fila de reuniões do Partido. De todos os Partidos, até que seja percebido por um membro do Diretório e seja convidado a concorrer pelo partido. Aceita na hora, nem pensa duas vezes sobre o caso. E em seguida passa a ler tudo o que aparece de política, para situar-se na hora da campanha. Só não lê a cartilha do seu Partido, que precisa fazer esforço para lembrar qual seja. Aliás, esta é uma boa pergunta para ser feita à todos os candidatos: "Você conhece as diretrizes de seu Partido?" Ah, faça essa pergunta e você verá como fogem do seu território como se tivessem visto um fantasma. Aproveite a ideia e fuja deste também.

6 - O candidato chegou batendo palmas no portão da sua casa? Meta-lhe os cachorros imediatamente, pois só estranhos batem palmas à porta das pessoas. Quem conhece a sua casa e sua família, chama pelo nome de alguém da família, no mínimo.

7 - O candidato veio sozinho, ou no máximo com alguém do seu bairro, ou trouxe junto um pichurú de gente para bater retrato, catar pelos cantos uma criancinha para jogá-la ao colo e dê-lhe retrato, e outro em seguida com um galão de álcool para desinfetar as mãos, em nome da prevenção contra o Corona Virus? Corra o quanto puder. Não pare até que não veja senão a poeira da estrada atrás de si.
8 - O candidato já chegou na sua casa pedindo café? Biscoitos? Aquele torresminho amigo? Quem sabe a belezura queira ainda um pudim, melancia, salada de frutas? Ele vem pedir voto, apresentar suas propostas, ou encher o bandulho ás suas custas?

9 - Se você, candidato, se enquadra em algum destes itens, melhor rever seus métodos, pois estarei aqui para desnudar seus passos e produzir memes com seus deslizes. Sem falar mal de ninguém. Apenas mostrando que eu estava certo.

10 - E se mesmo assim, você votar nele, não vá descontar no Facebook, no Twitter, nas paredes de casas abandonadas,  nos muros a sua mágoa. Candidato com estes perfis que forem eleitos, merecem eles picharem o seu muro, beberem o teu café, comerem o teu pudim, e não levantarem a tampa do seu vaso quando forem mijar na sua privada; E se fizerem cocô, tomara que não desça, nem empurrando com garrafa de coca cola na ponta dum cabo de vassoura.



804 - O Número do Senhor X (Decifre isso)

  804 – Reflexões sobre um Plano Silencioso Introdução: Nem toda mudança começa com uma revolução. Às vezes, ela começa com um número. 80...