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terça-feira, 10 de março de 2020

Moral e civilidade - D-s (Deus) como limite da conduta

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Imagem: getty

O recente e incômodo episódio do midiático médico, Dráuzio Varella, e do horrendo estuprador e assassino, com a decidida atitude de conduzir e confundir a opinião pública acerca de valores e costumes humanitários, acabou gerando um total desconforto na população, onde apenas a própria emissora que armou a presepada, e o repórter de ocasião, trataram de justificar o fato, em lugar de reconhecerem que erraram em todos os caminhos: no jornalismo, que em lugar de dar a notícia, montaram o circo para gerar a notícia, o que por si torna-se anti-jornalismo, manipulação, e na medicina, representada pelo blogueiro, que em lugar de cuidar de seu bem visitado blog, resolveu ingressar em um território, no qual é um perfeito forasteiro: a religião.

Dráuzio Varella é ateu, mas nem por isso deixa de ter, professar uma religião: prega um ateísmo capaz de gerar a crença que é o Ser Humano capaz de estabelecer seus próprios limites, seu próprio padrão de bem e mal, e que D-s seja uma invenção dos fracos para justificarem sua falta de raciocínio lógico, ao não explicarem aquilo que a ciência ainda não decifrou. Assim, não crer em D-s é crer em si próprio, no Ser Humano, e no acaso.. Isso é uma religião. Então, o médico que tentou bancar a Madre Teresa, ou Francisco de Assis, na empatia com os encarcerados, tentou pregar o seu ponto de vista no tocante à empatia com o sofrimento humano.

Alguém descobriu e levou ao editor da emissora, uma estatística bizarra, onde descreve o percentual de apenados com preferências sexuais não convencionais, e demonstra que em mais de 90 por cento dos casos, são condenados por crimes de menor gravidade, como roubo, tráfico, arruaças. É um fato. Também é um fato que com tantos trans para escolherem, foram no pior de todos (pior na gravidade do crime, não na escolha sexual), foram direto no que cometeu a pior das brutalidades contra uma criança, em todos os sentidos, e douram de tal forma a pílula, transformando excremento e glacê de bolo. Nojento. Sinistro.

A questão aqui é: Onde D-s entra nesse e em outros casos? Pode a pessoa ser melhor ou pior, se crê, o se não crê em D-s? Como se justifica que pessoas que se dizem religiosas, possam cometer atitudes más, enquanto ateus ou céticos, tenham conduta elogiável, e em muitos casos, uma maior empatia com a generosidade? Da mesma forma, o contrário também é verdadeiro: ateus cometem atrocidades, e religiosos são pacíficos diante do sofrimento proporcionado por outros. Então, qual a relação de D-s com o bem e o mal, com a bondade, a generosidade, e a maldade humanas?

Vamos ao caso citado: o médico é ateu, e cita um juramento pagão como justificativa de sua conduta, ao responder críticas. Alega não ser juiz para julgar a quem comete atos generosos. Vou chamar esta atitude de "Ética tardia", ou "Justiça irresponsável", e explico. A palavra "Ética", provém do grego: "Ethos" - cobertura, proteção. A palavra "Justiça", é de origem latina e se origina em "Justítia", do latim, e significa tornar justo, ajustar, acomodar ao espaço que lhe é devido, também traduzida por "Equidade", o que torna igual, Assim, pratica, em nome da ética, a justiça, mas evita usar o termo próprio da religião, "Amor ao próximo", o que melhor traduziria a situação, desconsiderando o desfecho midiático. Assim, não é a brutalidade do crime que impediria ao blogueiro dar fluência ao instinto fraterno, e a disposição de fazer o bem sem olhar a quem, que causa comoção, mas a publicidade dada ao caso, e a justificativa injustificada dada como reparo da situação.

Mas e D-s, como fica nesta situação, ou outra qualquer, onde o bem e o mal se digladiam pelo direcionamento de outras circunstâncias, onde não há alguém olhando, filmando, e publicando o feito? Aqui entra o profundo e quase desconhecido significado de um costume judaico, o uso da "Quipá", aquele pequenino gorro, ou de um chapéu, cobrindo parte, ou toda a cabeça do devoto, especialmente na presença de ambiente ou situação de cunho religioso. Mas o que significa a quipá, e qual o seu efeito para quem o utiliza?

Quipá vem da mesma raiz da palavra "Cappelo", Chapéu, e Cabelo, e especialmente da palavra "Cobrir". Aqui encontramos uma forte relação com as palavras "Cobrir" e "Cobertura", proteção da cabeça, e por fim, Ethos, ética. Então o significado é cobertura, proteção. Mas cobertura do que e proteção do que?

Há duas respostas: O primeiro significado diz que aquele gorrinho é o limite do Ser Humano,  que é o elo de ligação entre o céu e a terra. Os pés estão sobre a terra, tem um limite inferior, mas a cabeça, ainda que presa ao pescoço, sustenta o cérebro, a mente, a imaginação, a liberdade, o livre arbítrio. Então, o pequeno gorro, a quipá, estabelece o limite da mente humana, do orgulho, do livre arbítrio. É o limite físico e mental do domínio humano sobre si mesmo e sobre o mundo.
O segundo significado nos diz que, uma vez que todos estamos sobre a terra, e temos nossa mente voltada para as altura, somos todos iguais, em direitos, obrigações, liberdade, e responsabilidade. Ninguém está acima de nós, exceto D-s. Ninguém está abaixo de nós, exceto a terra onde pisamos. Assim, a consciência de que há Um D-s que regulamenta nossas ações, propõe-nos também limites, que nos igualam aos demais humanos, e são estes limites, demonstrados por Leis, por Mandamentos, que nos direcionam para uma caminhada longa, até o destino final, e este destino é sugerido pelas religiões, cada uma a seu modo, como eternidade, vida eterna, felicidade suprema.

Então, por uma questão de ambição, necessária como força motriz desta caminhada, há um conjunto de leis e regulamentos, e estas leis e regulações nada mais são do que as niveladoras dos outeiros e escarpadas para que todos possam caminhar com dignidade e bem estar até o fim da jornada. A ética faz isso. Apenas isso: prepara caminhos e costumes, para que um respeite o outro, e se faça respeitar, enquanto a eternidade não tome conta de todos por meio de um plano divino, chamado de "Salvação". É assim que trabalha o conceito de que há Um D-s Criador, Mantenedor, e Salvador, e que, nossas atitudes nos levam, e também a outros, com dignidade até o fim da jornada. Assim age a cabeça de quem crê m D-s, e espera uma recompensa, para si e para os outros.

De outro lado, temos um vazio divino, isto é, não temos nenhum deus à nossa espera, e estamos largados no mundo, perdidos no Universo, à própria sorte do acaso das casualidades randômicas, à espera de nada, oferecendo coisa alguma. É nesta direção que o ateísmo procura sobreviver por si mesmo, oferecendo ao ateu o bem e o mal como um pisca pisca que ora oferece solução, ora desesperança e acelera o fim. É pela falta de uma referência invisível, infinita, e atuante, que o ateu justifica-se pela lei da sobrevivência, onde o mais forte subjuga, domina, devora o mais fraco, e fortalece-se com seu sangue, encoraja-se com sua dor, e continua sua jornada ao vazio buscando novas vítimas para saciar seu apetite por uma vida que sabe (ou imagina) que termina em poeira e vento. Não tem esperança, portanto não tem regras, e as regras de cada sociedade podem valer para sobreviver o máximo que puder dentro daquela sociedade, e que ao ultrapassar cada fronteira, sua expectativa de sobrevivência pode ser maior ou menor, mas não poderá entender como errada aquela sociedade, uma vez que ela faz o que faz para manter-se viva o máximo que pude, porque o que passar disso torna-se especulação de ignorantes. Desta forma, justificariam o canibalismo, o estupro, o vampirismo, as atrocidades, a barbárie, afinal, são apenas pessoas sem cultura suficiente para se tornarem mais elegantes e falarem com mansidão, ainda que na justificativa de darem suporte moral a quem foi imoral.



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