AD SENSE

domingo, 29 de outubro de 2017

Prova da existência de Deus e o porquê do sofrimento - Por que a Bíblia não prova nem explica isso?








Proliferam-se os títulos de literatura que, de forma antagônica, procuram, de um lado, provarem que Deus não existe, e por outro, provarem que Deus existe, assim como cresce também, à medida em que cresce no mundo o destempero da fome, das guerras, da violência e do sofrimento em geral, enquanto o Ser Humano, cada dia mais mergulhado em dúvidas, caminha numa corda bamba ao sabor de ventos que disputam sua crença em uma e outra ideologias.

Mas afinal, Deus existe ou não existe? E se Ele existe, qual a Sua posição diante do mundo, do Universo e do Ser Humano, diante do crescente sofrimento em sua travessia pela vida, uma vez que estamos à mercê de nossa fé, que é fundamentada em nossas crenças, sejam estas na existência ou na inexistência de Deus, ainda que crer e não crer sejam ambos baseados em fé,por estranho que possa parecer, uma vez que para ser uma pessoa descrente, precisa ser descrente em algo ou em alguém, e a obsessão por não crer no Deus transcendente e invisível é mais passível de fundamentação do que a crença no Deus que oferece esperança, uma vez que esperança torna-se assim o esteio da fé, e a fé é sempre cercada por argumentos que promovem conforto em tempos de crise, ou serenidade diante da descoberta do extraordinário, seja este ser um pôr-do-sol, ou o primeiro sorriso de um bebê no colo da mãe.
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Mas isso ainda não prova a existência de Deus, e aqui usamos o conceito monoteísta judaico-cristão, onde tem nas Sagradas Escrituras as referências dos diálogos e manifestações atribuídas ao Deus Criador, assim como ao Deus que participa das ações humanas, como se Humano também O fosse, com intenção didática para que o Homem seja conduzido de volta à vida eterna e à plenitude da perfeição, pela qual foi criado.

O livro Santo expõe através de seus profetas e autores sagrados, uma permanente interação de Deus com a humanidade, completando Sua participação através da restauração da ordem original das coisas, e de um grande julgamento daquilo e daqueles que subverteram esta ordem, pisoteando na criação, na criatura, e blasfemando assim de Seu Criador. Eis aqui descritos então princípio e causa, ação e efeitos, e finaliza assim com recompensas e consequências dos desvios ou das ações coerentes com as instruções contidas no manual do Fabricante, para que possa o homem caminhar pelas sendas da vida e alcançar o destino final, onde pleiteia sua felicidade plena.

Esta busca pelo lenitivo às dores da vida é uma constante em todas as crenças. Sejam os cristãos, judeus e islâmicos, que esperam o Paraíso depois da ressurreição; ou os budistas, que esperam atingir o Nirvana, a perfeição total, a iluminação, ou as milhares de crenças tribais que esperam de um modo ou de outro,uma recompensa além da vida, seja esta apenas sob a ótica espiritual, isto é, intangível, seja da forma carnal, ou seja, da ressurreição e continuidade da vida, sem o risco da morte e do sofrimento.
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A grande questão é: Mas Deus de fato existe? E se existe, por que permite o sofrimento?

Tenho passado por alto pela literatura que tenta provar que Deus não existe, e chega a ser quase pueril, de tão óbvia a forma e os argumentos que apresentam, começando pelo estilo literário:  Começam chocando o leitor com relatos horrendos das atrocidades que acontecem no mundo, e para corroborar o clímax da maldade de um deus insensível, usam como modelos as crianças, os idosos, os inválidos, os inocentes em geral, e esmiúçam com requintes de sadismo cada um dos detalhes que exaltarão para comprovar seus argumentos de que, diante disso, o mais lógico seria pensar que Deus não pode existir, e este não existir, seria mesmo um ato de generosidade para com Deus, uma vez que caso exista, nesta óptica, seria um monstro de proporções cataclísmicas. Portanto, para benefício de Deus, para eximi-lo de Sua culpa, que seja bom para Ele próprio que não exista. E desta forma, com o leitor devidamente temperado, continuam despejando sequências retóricas de fatos que, pela crueza do que mostram, Deus de fato,ainda que exista, está perdido pelos  outros lados do Universo divertindo-Se em criar galáxias e outras criaturas para abandoná-las também à sorte evolutiva, em aperfeiçoarem-se sozinhas, para quem sabe, depois de selecionadas espécies geneticamente aprimoradas, juntá-las em outro planeta perfeito, livre dos erros que tenha cometido na criação da Terra e seus habitantes.

Mas e a Bíblia, o que diz destas duas perguntas? Onde está, na Bíblia, a prova da existência de Deus? Em que exato Livro, Capítulo e Versículo se encontra uma palavra ou uma frase que prove a existência de Deus, e que após provado, que explique por que Deus permite o sofrimento de suas criaturinhas inocentes pelas outras criaturas culpadas? 

Respondo agora: Em nenhum lugar! A Bíblia não prova e não tem nenhuma preocupação em provar que Deus existe. Ela apenas diz que Ele existe, diz o que Ele fez, faz e fará, e como Se relaciona com a Sua Criação. Não vai além disso, por uma razão muito simples: Se um Livro, ainda que seja O Livro da Vida, tivesse a capacidade de conter em suas páginas uma única prova da existência de Deus, este Deus deixaria de Ser Infinito, Supra-Universal, isto é, muito Além do Universo ao qual contém (Deus contém o Universo, mas o Universo não pode conter a Deus), e seria um Deus manipulado pela compreensão do leitor, uma vez que a leitura é um agente do Extraordinário, que materializa espiritualmente o intangível, e  cristaliza o imaginário, fazendo brotar a fé. E não é tarefa da Bíblia provar a existência de seu  Autor. Seria como se eu, Paulo, além de escrever e publicar minhas ideias, ainda tentasse provar que eu existo, para que possa ser lido e minhas palavras sejam melhor interpretadas e tornem-se críveis.  Não faz nenhum sentido.

Evidente que O Livro tenha sido escrito por mãos humanas, contendo palavras humanas, e proporcionando soluções também humanas. Seria anti natural que para falar com o Ser Humano, Deus usasse linguagens alienígenas (há quem gostaria e até cavoca isso para convencer-se que o Deus da Bíblia não passe de um alienígena deslumbrado tentando se comunicar com o Ser Humano em uma língua que só alguns iluminados por Andrômeda possam interpretar), e que para comunicar Sua vontade, não descrevesse situações perceptíveis para o entendimento humano.  Desta forma, entender que a finalidade das Escrituras sejam apenas de instrução para uma jornada que teve início, meio e fim, estes sim, descritos com minúcias em todas as suas letras e palavras.

Acerca do sofrimento,a questão é de fácil compreensão, embora de difícil aceitação, uma vez que parece mostrar um Deus impassível, sádico e violento, mas também contraditório e indeciso, de personalidade fraca e que para demonstrar Sua misericórdia, propõe um fim trágico àqueles que não obedeceram às Suas Leis. Aqui entram o entendimento de grande parte do mundo cristão, de uma forma  um tanto distorcida, que o Deus do Antigo Testamento, que criou todas as coisas, andou meio atrapalhado com a educação de suas criaturas, e que tinha lapsos de bipolaridade, perdendo a paciência e ateando fogo do céu pelo menor deslize que tivessem, e que entra então o Filho, que por ser de uma geração mais dócil desce à Terra para consertar as coisas, e trazer belas mensagens de paz, amor e fraternidade ao mundo. Assim, se o judaísmo de Moisés era permeado do "aqui se faz aqui se paga", o cristianismo de Jesus viria propor que tudo  deveria ser perdoado, deixado pra lá, porque somos todos irmãos, e que a Graça seria o antídoto para toda a maldade do mundo. Desta forma, o Antigo testamento deveria ser jogado no esquecimento, porque a Cruz havia determinado um divisor de eras, onde tudo o que era imperfeito, agora seria aperfeiçoado e na segunda vinda de Jesus, todos  teriam uma nova chance para consertar seus erros. Mesmo aqueles que cometeram as atrocidades descritas no prefácio dos livros destes autores incrédulos na justiça ou na misericórdia divinas, segundo algumas doutrinas o pregam.

Fui buscar dentro do próprio judaísmo primitivo a resposta para a questão do sofrimento e da salvação, e para falar de judaísmo primitivo, é necessário entender que tudo começou com a Torá, traduzida como Lei de Moisés, embora a tradução literal de Torá seja "Instrução" e não Lei.  Por que no judaísmo, se minha formação e entendimento teológico estejam afetos aos ensinamentos de Jesus, que nasceu, viveu e morreu judeu, e que todos os seus ensinamentos sejam estritamente ligados à Bíblia hebraica (Antigo Testamento) e ao Talmude (Tradição Oral), e que ainda tenham sido os judeus (outrora chamados de Hebreus  e Israelitas) quem tenham escrito a Bíblia, seja ela apenas no Antigo Testamento, ou ainda nos denominados Escritos Apostólicos, ou Novo Testamento. Todos judeus. Discordantes nos detalhes, mas unânimes na essência.

Sendo então os ensinamento de Jesus concordantes com os Escritos originais, e para o estudioso isento de paixões, torna-se claro que o Novo Testamento não cria nenhuma nova prática que não esteja firmada nas práticas originas, ainda que apenas  com as traduções a partir do Grego (posteriores aos escritos, pois também estes o foram na língua hebraica), e suas versões contemporâneas, vamos encontrar nomenclaturas que parecem distanciar os textos apostólicos da essência judaica. Não é assim. Os nomes próprios, assim como costumes foram contextualizados nas línguas de tradução.Nada mais que isso.

Quando Jesus fala de amar ao Próximo como a si mesmo, está citando Hilel, que está citando Moisés. Quando Paulo de Tarso diz: "Sede meus seguidores como sou de Jesus", está apenas parafraseando a intenção dos hebreus que seguiam Josué, cujo nome original é Yehoshua, e que significa: "Eu sou O caminho", então: Um escolhido por Deus, que recebe um nome que corresponde à sua posição de General de Israel, que tem como missão de conduzir um povo até a Terra prometida, e antes dele, outro líder, com um nome egípcio, Moshê, que significa: "Tirado das águas", para que retirasse este povo da escravidão, o fizesse atravessar um mar e um deserto, e recebe instruções, a Torá, para que sua jornada fosse o mais suave possível. Desta forma então temos na Torá um manual de ética para que o povo caminhasse com segurança, e também promovesse o bem estar social, afim de que houvesse ainda um povo que pudesse herdar a Terra Prometida.

Porém, se analisarmos a Torá, do primeiro ao último capítulo, não encontraremos, nem prova de que Deus é Deus, pelo contrário, a única oportunidade em que Moisés teve de perguntar-Lhe O Nome, O Altíssimo apenas declara de Si mesmo que: "Serei O Que Serei".  Traduzindo: Ele É. Ponto. Mas ainda assim, não existe uma única palavra que diga que não haveria sofrimento na travessia até Canaã, como também não fala do Olam Habá, o Mundo Vindouro, ou como queiram, a Vida Eterna. Não tem. Não diz nada. Silêncio como um deserto.

Onde então encontraremos alento de crermos em um Livro que não prova a existência de seu Autor, não fala da vida eterna, e que mostra todo tipo de atrocidades pelo caminho, como apontam seus críticos?

A resposta está em uma única expressão que Deus usa,no penúltimo dia de vida de Moisés, à frente das margens do Rio Jordão, antes da travessia, quando diz: " Ponho diante de vós a bênção e a maldição; a vida e a morte. Proponho que escolham a vida. E para que vivam, é necessário que cumpram as minhas instruções (Leis) e as orientações (Estatutos) que deixei neste Livro (Torá).

Neste raciocínio, e na crença que Deus É O Criador, e que Sua palavra sejam fiéis, vamos perceber que nada do que Ele diz, é pela metade. Portanto, vida em Sua promessa, é vida eterna. Assim, dividindo entre promessas materiais e espirituais, teremos, de um lado, Canaã, como bênção material, como a vida eterna, como bênção espiritual. Temos elementos intrínsecos e subjetivos, como o livre arbítrio (escolha entre vida e morte), e temos um deserto a atravessar. Isso de certa forma é  profético e didático,porque está dizendo que, entre a queda de Adão e Eva até o reino eterno do Messias e a felicidade plena, existe um deserto cheio de perigos, e conhecendo a natureza falha do Homem, Deus alerta para tais perigos, e apresenta instrumentos para que o Homem atravesse este deserto com relativa segurança, empunhando as Leis e os estatutos como salvaguarda para esta travessia, e que ainda que tropecem e caiam pelo caminho, tem um Condutor, que os guiará ao destino em segurança. Aqui há um desvio de entendimento, onde tendemos a achar que a segurança seja material, e nem sempre o é, mas que a segurança espiritual seja estabelecida ao fim da jornada que é o objetivo maior.

Mais objetivamente, temos uma origem (o Egito), uma travessia com perigos (o deserto) e um destino (Canaã). Isso chamamos de predestinação. Temos um General (Moisés e Josué), temos placas no caminho que orientam para os perigos (Leis), e finalmente, temos o livre arbítrio de voltarmos ao Egito e aceitarmos a escravidão, que simboliza o vazio, a morte, o sofrimento. No aspecto espiritual, temos uma origem (o Éden), uma travessia (o mundo) um destino (a eternidade), uma escolha (vida ou morte) e Um Guia que conhece e É o Caminho (O Messias).

Desta forma, o sofrimento não tem justificativa, mas tem explicação. Não é uma punição de Deus, mas uma consequência pelas escolhas que quem pode decidir seus caminhos, não sem carregar o peso das consequências de que suas más escolhas levem seus descendentes ao fracasso. 

Dou exemplo prático disso, para que fique em casa o testemunho do que quero demonstrar: Meu bisavô traía o concunhado, e por esta razão foi assassinado, deixando viúva e filhos pequenos lutando contra os perigos deste mundo. Depois disso, meu pai matou meu avô, deixando quatro órfãos e duas viúvas. Em consequência disso, cresci no meio da pobreza. Então, meu sofrimento foi punição de Deus pelas inconsequências de meus ancestrais? De modo algum! O que houve foi uma reação em cadeia,um efeito dominó de  atos irresponsáveis de alguém que viu apenas o próprio ego. Da mesma forma, quando temos criancinhas sofrendo, velhos maltratados, drogados perambulando pelas ruas, famílias destroçadas pelas guerras,precisamos olhar lá atrás, de quem foram os atos irresponsáveis que desencadearam esta rede de atrocidades como bolas de neve montanha abaixo, e separarmos o castigo da consequência.

O que encontramos na Bíblia são relatos que de forma profética ilustram os juízos de um Deus apresentado como Justo, que responderá o mal com a justiça, o que nos tempos bíblicos era mais imediato, não apenas como punição, mas também como exemplo para as gerações futuras. Infelizmente não deu certo por enquanto. É por esta razão que também como no simbolismo do deserto, que era a Graça, isto é, a oportunidade de durante a travessia, emendar os defeitos para alcançar a recompensa, também vivemos um tempo onde as oportunidades ainda existem, e quanto aos que sofrem (e todos sofrem), há dois caminhos a seguir: Um diz que Deus não existe caso exista, é injusto ou desligado, e estamos condenados de qualquer madeira, então vivamos, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos, e de outro, que diz que há sim Um Deus Justo, que ouve o pranto dos que choram, e está Ansioso por celebrar o fim deste sofrimento, enviando o Messias o quanto antes para secar todas as lágrimas daqueles que Nêle creem e esperam.

Eu quero estar no segundo grupo.





terça-feira, 24 de outubro de 2017

sábado, 21 de outubro de 2017

A violência que nos cerca é realmente gratuita?




 Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.  (Mateus 12:24)

Seria como chover no molhado, dizer que estamos cercados de violência e apelos à violência todas as horas do dia, e de forma mais perceptível, do acordar ao deitar. Os noticiosos nos despejam sangue aos borbotões em cada canal que acessamos às notícias, em cada postagem nas redes sociais, ao ponto de nos deixar cada vez mais insensíveis àquilo que é virtual, e como consequência disso, também aquilo que é real, uma vez que o cérebro recebe todas as informações sempre como virtuais, como impulsos elétricos, e processa as informações de acordo com padrões preestabelecidos de acordo com a repetição das informações, e a partir das sensações provocadas por estas sensações, formatando tais padrões como naturais, sejam estes prazerosos ou repugnantes; que provoquem sensações de prazer ou medo;e de acordo com a intensidade deste abastecimento mental, tornam-se perceptivelmente propensos a exigir uma carga maior destas informações, destas percepções, de tal modo que um e outro, venham a dominar o conjunto de informações que se determinam como prazerosas, de um aspecto ou de outro.

Neste contínuo, temos de um lado, o prazer em si, que gera novos padrões e amplia a intensidade de sua atividade, e chega a um estágio de não apenas receber e perceber, mas também de retribuir mediante estes mesmos padrões, aquilo que armazenou ao longo dos anos. Assim se a percepção foi de prazer, devolve prazer, e se foi de violência, certamente devolverá de igual forma.

Há no entanto um fator que determina um divisor de águas entre o  prazer pelo prazer, de forma hedonista, mas o prazer enquanto atos de generosidade, de acordo com o balanço das informações e das respostas estimuladas e administradas, capacitando o indivíduo a administrar de forma positiva tais sentimentos, sabendo dosar e perceber que aquilo que entrou em sua mente como forma de violência, não foi bom e o resultado foi negativo, frustrante, e aquilo que entrou como forma de prazer moderado, isto é, aquele prazer que foi necessário conquistá-lo, que não veio com facilidade vulgar, torna-se um vetor de orientação moral e ética, gerando padrões de ética em uma conduta que  gera empatia e torna-se participante do sofrimento alheio como alguém que não apenas vê, mas que ousa interagir de forma positiva a minimizar este sofrimento, o que chamamos de atos de bondade, compaixão ou generosidade.

Já aquele indivíduo que tem como alimentador da mente um contínuo de violência, e esta violência com tal intensidade e continuidade que invade o inconsciente através da repetição e banalidade, torna-se o fertilizante que fermenta e anestesia a consciência paulatinamente, embora não anestesie a vontade e o livre arbítrio,pois este independe da consciência para ser exercido, embora aquilo que a alimenta seja um fator determinante na tomada de decisões, onde tal como numa balança, o peso maior sobrepujará o peso menor,e portanto as decisões serão tomadas de acordo com os padrões estabelecidos na mente, de acordo com a chamada "Casa de Freud", que classifica estes padrões de formação da mente análogos a uma casa, onde a área social recebe as informações e as armazena no porão, sendo registradas pelo sótão, que age como mero agente de protocolos de acesso, durante o dia, mas que, durante a noite, por ocasião dos sonhos, age como verificador e revisor destes padrões, armazenando-os de acordo com o volume de entrada, e, á medida que boas ou más informações sejam registradas com frequência, são estas colocadas mais próximas ao acesso principal da casa, permitindo que sejam utilizadas em momentos em que decisões autônomas, tomadas sem ou com pouca reflexão, necessitem ser tomadas, e desta forma, agem com espontaneidade, correspondendo àquilo que Jesus quis dizer, que o coração fala ( e as mãos agem) com aquele padrão que foi orientada a mente. Se com amor, com amor responderá. Se com violência, da mesma forma irá retribuir ao feito e tal será sua reação espontânea.

Vou aos fatos então. Cada dia mais uma espiral amplia os padrões de violência, e as barbáries  crescem à medida que dão prestígio aos seres humanos dominados pela falta de domínio próprio que as praticam. Uso de propósito a expressão "Seres Humanos", em lugar de "Monstros", expressão à qual melhor identifica seus atos, em lugar de aparentemente minimizar seus autores. Reitero que são atos monstruosos cometidos por Seres Humanos falhos de caráter e escravos das paixões, isto é, que não possuem mais a leveza da generosidade em suas vidas, e que como tal, necessitam ser retirados do convívio social e mantidos isolados para que se neutralize suas ações sobre os demais,isto é, sobre os demais que por questão de oportunidade não devolveram a tais culpados o mesmo peso da violência que os distanciou deste convívio, porque como se diz que a ocasião faz o ladrão, a oportunidade promove a violência, porque a sociedade está doente por inteiro. Você e eu estamos sendo contaminados pelos vírus da violência e estamos de peito aberto numa guerra onde fomos colocados sem espada e sem couraça de defesa. É uma questão de tempo e oportunidade para que sejamos nós mesmos (D-s nos livre disso) os agentes de algum tipo de violência.

Existem muitos tipos de violência, e tais Seres Humanos em estado de Moral Terminal chegaram ao extremo de seu destempero, mas a cada dia somos bombardeados de motivos para que cresça em nós o mesmo câncer da maldade que os acometeu aos fatos.

Assistimos à um crescente de tragédias de matadores em massa, atacando vítimas estupefactas, onde busca-se às cegas encontrar os motivos desta violência, ou quais fatos desencadearam aquela tragédia em especial.Pois vou responder, embora não seja este o propósito destes escritos, e sim motivar questionamentos, então o faço sob forma de perguntas,para que o leitor reflita e responda a si mesmo.
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1 - Você estimula sua leitura e alimentação intelectual  naquilo que te faz crescer enquanto pessoa, ou prefere aquilo que produz emoções, sensações, paixões, adrenalina, romance, aventura ou emoções literárias que promovem a fantasia em lugar da realidade?

2 - Você (esta é para pais e educadores) estimula seus filhos a buscarem emoção e prazer em brincadeiras que promovam a paz social, ou estimula a disputa, a buscar o primeiro lugar, a promover a "mais valia", em lugar de promover o companheirismo, a camaradagem, o afeto desinteressado e a boa convivência entre todos?


3 - Você escolhe s canais de filmes que ofereçam "adrenalina", "emoção",  violência gratuita, pancadaria, tiros à vontade, explosões, sangue voando pela tela, gritos, socos, pancadaria, ou procura por filmes que favoreçam a descontração, biografias, bons documentários, que enalteça os bons hábitos, a família, a devoção à fé e que deixem a alma mais leve, em lugar de ira e ansiedade?

4 - Quando assiste a um noticiário e toma conhecimento de brutalidade contra inocentes, estupros, assaltos e assassinatos a sangue frio, tece comentários acerca de suas ideias sobre justiça, tais como: Pena de morte, espancamentos, linchamentos, justiça pela ira, ou ainda desliga o noticiário porque "só mostra violência" e liga o vídeo game em jogos onde a violência é apenas uma "brincadeira", e acredita que extravasando sua "energia negativa" de forma virtual, tornar-se-á uma pessoa mais dócil e preparada para enfrentar a violência do mundo?

5 - Realmente acredita que seus filhos serão pessoas melhores preparadas para o mundo, se permitir que experimentem brincadeiras onde a morte e a dor sejam apenas personagens eletrônicos, e que isso não terá nenhuma consequência negativa no caráter destas crianças?

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Minha leitura é que não sabemos dosar a pimenta na comida e com o excesso de violência virtual e eletrônica, sobrecarregando o prato dos nossos estímulos com aquilo que não edifica, que não promove o equilíbrio e as boas maneiras, que suscita respostas prontas aos problemas, e alimentam o mal que é escrito com tinta formulada com um fixador perpétuo sobre um pano outrora branco, e estimula os maus  modos no trânsito, no trabalho, na escola, nas relações sociais, motivando o isolamento e o distanciamento das pessoas, onde o virtual torna-se o lugar solitário onde o que é solidário não passa de uma "curtida" rápida, e em determinados grupos, um "sincero" e temeroso "amém".


Filhos do Holocausto e o Museu de Israel -Belíssimos programas transmitidos pelo Dr Rodrigo Silva, Arqueólogo e Historiador






terça-feira, 17 de outubro de 2017

O Dedão do Apolônio - Causos absurdos do Apolônio Lacerda



Apolônio Lacerda não era um taura de duas palavras. Não era mesmo! De pavio curto, embora cauteloso com os revesgueios,  o ensimesmado Apolônio não levava desaforo pro rancho, e andava sempre com a  xerenga meio afiada na bota à espreita de algum ximango pra passar a degola, por quarqué dá-cá-uma-páia. Nunca passou. Também nem havia mais ximangos no seu tempo. E mesmo que houvesse, Apolônio era ôme de bom sizo. Nada de veolênça. "Um ximango - dizia - não se esfaqueia nem com o trêis lista!"

Não se acrocava pra mijá, nem servia o mate com a mãe canhota, porque a dereita era a mão da peleia, e quem serve a cuia não tem tutano pra terciá o ferro ao mesmo tempo. Sendo ansim, se andasse nos conforme, ele também se alinhava nos portanto, e desse jeito a prosa corria a-lo-largo pelo fim da tarde.

Peão traquejado na lida, Apolônio era par-e-passo com o matungo véio,  o saudoso "Bergamota", parceiro fiel e manso, capaz de conduzir o borracho noite adentro de volta ao rancho, ainda que dormindo fosse.


Numa feita, despois de um carteado, no rancho do Gualhába,  arrotando e  matando a camada de ozônho com suas ruidosas flatulências, zóio murcho e a baba escorrendo pelo beiço afora, lá vinha a pareia dereito ao morro:  Um amuntado no outro e o outro carregando o um, que balouçava de lá pra cáe de cpa pra lá, feito dois jacás no lombo de uma mula manca costeando o rio. O que vinha em cima de veis em quando, num trupicão que o pingo dava num toco, dava um pulo, que parecia um soluço, arregalava os zôio vermêio de trago, e sortava um berro, seguido de uma gargaiáda sôrta noite adentro:

_ Ah lá guascaaaa! Se caguêmo, mãns não se entreguêmo pras percanta! Ôrre bosta!


Num dado passo o pingo véio falseia o lombo, e a carga desanda. Apolônio despenca e dá com as fuças num monte de estrume, enlameando as venta e tontiando ainda mais o vivente. Meio que num "upa", se levanta, agarrado nos arreios e solta um xingamento, que por ser esta barbaridade que escrevo lida por dimenór também, vou poupar o verbo e dizer que o arcaide sortô um nome bem feio mesmo. Mas deixemo o nome feio de lado, e seguimo o causo.

Pous Apolônio, ergueu-se apoiado nos arreios, e num "upa", como disse, deu um pulo, o que fez com que o alimar se assustasse e fastrasse um tanto, dando com a anca nas paleta do borracho, e erguendo a pata traseira, dá um pistotão bicharedo no vivente. Pous, lês digo que não foi pôca côza, não senhor.  O causo é que Apolônio usava uma bota garrão-de-potro, onde os garrão e os dedo ficam de fora. Pous foi junto no dedão de maior monta, que o pingo meteu o casco.

Vou encurtar o causo, porque o ôme sofria munto. Noutro "Uba" e um "Bamo!", galopeou daquele jeito rumo ao rancho de Carsulina, que a essa hora já tinha mijado e tava lavando os zóio pras reza. Não deu tempo. Ouviu um: "Tá dimpé, madrinha?"

- Se achegue, que o dóga é manso e foi capado!
- Mãns chê! Não tenho medo que o dóga...(e nisso dá uma topada na cabeça do arreio, soltando um sonoro nome feio, daqueles que dá tapa na zoreia se um piá chamar o outro disso) - O pingo me pisotiô o dedão, chê, e penso que posso inté morrê, se não tratá, madrinha!

- Se achegue, fio! Vou lê faze um implásto de catinga-de-mulata com banha de capivara, e antes de casá, vai vê que sara, filho! O pobrema é mais pisco do que fisco!

Apolônio apeia, não sem cair de novo, porque a cachaça ainda dominava a mente do demente, o que até era de certo modo um benifício, porque ancim doía menas. Carsulina então fez um emplasto e amarrou uns trapos no que encontrou antes de dois parmo de zunha xuja naquele dedão viscoso.

- Lê agardeço, madrinha! Pôus então me vou pro catre véio apinchá o lombo antes que o dia venha!

- Mas de jeito nenhum, filho. Agora mêmo vou aperpará um feijão mixido e um caneco de café passdo pra mór do filho passá a lombêra. O filho se apinche ali naquele pelego, e tire um sono. Quando ficá  pronto, lê chamo.

O cheiro do café passado despertava a manhã, e logo um revirado de ovo com farinha de mandioca e um feijão mexido perfumavam o rancho, onde o café passadinho exalava aquela fragrância de campo e primavera. Apolônio acordou com uma bandeja de goloseimas, a cabeça inchada de ressaca, e um dedão latejando. Mas como diz Carsulina, quando uma subestânça dói, é perciso sabê que o pobrema é sempre mais pisco do que fisco, e carçá a mágoa no chumbo, que o mundo ainda é redondo. Mas isso é assunto pra outra prosa.

Este causo é em homenagem às boas prosas e causos que tive com meus primos Ananias, Zacarias, Izaías, Jeeremias, Elias, Malaquias, Saulo e Tia zezé, de quem sempre vou lembrar com carinho e boas risadas, o gosto do mate, do  pinhão e das lorotas que contávamos ao do crepitar das lenhas e das lembranças de tempos que não voltam nunca mais.  É também dedicado àqueles a quem ainda quero contar muitos causos e muitas lorotas, meus netos Davi, Daniel, Lucas e sarah!

O ódio que nos une - Uma análise sobre a disseminação do ódio nas redes sociais

Foto: Internet



Na condição de estudioso das Escrituras, mas também de alguém que mantém sempre viva uma certa curiosidade e necessidade de permanecer alinhado com temas seculares, e ainda como um autêntico "dedo nervoso" de belas imagens ou artigos no Facebook ou whatsapp, o tema da violência desperta em mim, assim como em todos, uma mescla de horror, com espanto e medo continuado, ao ponto de já filtrar aquilo que não gostaria de ver no  meu perfil logo pela manhã, ou em qualquer outra hora do dia, e com esta premissa, acabo por mantendo a pessoa em minha rede de contatos, mas não acompanhando mais as suas publicações.
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Deletar aquilo que nos desagrada é uma das vantagens dos relacionamentos na tecnologia, mas bem mais complicados nos relacionamentos reais e palpáveis. É algo doloroso o processo de extermínio de uma amizade. Gera sofrimento, mágoa, pesar e dor. Eis então o porquê das amizades virtuais se avantajarem neste processo de relacionamento humano: é muito simples retirar uma pessoa de seu campo de visão, e mais ainda, ela dificilmente perceberá este vácuo de relacionamento, uma vez que as redes sociais favorecem a "mentira branca e suave", a "morte sem agonia ou eutanásia" de um ou mais relacionamentos.
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As redes sociais favorecem a adição de pessoas todos os dias. Gente que você nunca viu, torna-se em poucos dias amiga de infância, paixão ou motivo de ódio avassaladores. Porém, com a mesma facilidade que entraram em nossas vidas, elas também se esvaziam de nós e quando percebemos, nem mesmo lembramos que elas existem. Aqui praticou-se o amor sem amor e o ódio sem ódio. Amor e ódio técnicos. O amor em bits e o esquecimento em bytes.

Há porém um ingrediente ainda mais avassalador que este amor e paixão baratos, crescendo de maneira assustadora, mas não sem motivo ou propósito: o ódio! Através de simples visualização de uma chamada bem elaborada, tornamo-nos imediatamente cúmplices morais (ou imorais) de determinada proposta de "justiça", vestida como vingança,  contra este ou quele indivíduo ou grupo destes, que cometeram esta ou aquela atrocidade, devidamente filmada pelo celular e com a velocidade e ferocidade das comunicações cibernéticas, é capaz de entrar imediatamente no nosso inconsciente, e devolvemos a resposta de pronto com um polegar abaixado, assim como faziam nas arenas de Roma, cujos espetáculos de sangue inebriavam a multidão.

Vale ressaltar que estes espetáculos vão muito além do que mostra Hollywood nas dramatizações, em que o foco da violência e orientação de sentimentos está sempre voltado para este ou aquele personagem, e de fato, eram os gladiadores ou os cativos, fossem estes cristãos, judeus ou inimigos capturados, que serviam de banquete às feras e ao fogo, mas que também serviam de festim diabólico aos espectadores ricos e nobres, que bebiam o sangue dos lutadores mortos, na certeza que estariam adquirindo desta forma sua força e bravura.

Felizmente não dá pra beber sangue pela tela do computador ou da televisão, que a cada cem filmes ou seriados que mostra, noventa são de violência gratuita, louvor às trevas e adrenalina macabra, e que, sim, você está bebendo o sangue de alguém quando se detém em examinar tais imagens e mensagens, e mesmo que seus lábios e seu paladar não toquem na carne das vítimas, sua mente já está saciada pelo que seus olhos e ouvidos colocaram em sua refeição espiritual e psicológica. Parabéns! - diz o diabo. Você é um de "nós!".  Lógico que você não  ouve aquela gargalhada sonora como aparece nos filmes, porque quem está gargalhando é você mesmo, ao dizer: "Bem feito!", quando vê um bandido levando tiro, ou um estuprador sendo massacrado e seu corpo queimado, ainda vivo, porque "eles mereceram isso!".

Longe de mim poupar a justiça sobre alguém que comete crimes, seja da natureza que for. Mas justiça é uma coisa e vingança é outra. Justiça vem de D-s, e vingança é a justiça que vem do diabo. E quando os homens se distanciam de D-s ao sentenciarem o mal, esta gangorra os direciona ao príncipe das trevas, que dá o tom da conversa e da sentença. Quando os Homens que promovem a justiça se tornam fracos, estão fortalecendo a justiça impregnada de maldade que habita dentro de cada um de nós. Quando o mal triunfa e o bem se encolhe no Estado, o mal de nossas teclas acolhe o bem distorcido que há em nossa justiça, e assim, disseminamos o ódio, em lugar de promovermos a paz. E isso terá um amargo preço em nossa sociedade, em nossa família, e nossa mente e em nosso coração.

Quando acordamos com imagens e chamados para compartilhamento de ações vingativas, disseminação de ódio, ilações, promoção de vingança, estamos fazendo exatamente o contrário, e alimentando tudo isso, porque a maioria de nós acreditamos que isso tudo tem um maestro do mal orquestrando isso tudo, e o alvo somos nós, nossa família, mas principalmente nossas crianças.

Quando acordamos todas as manhãs e nos deparamos com incitações à violência no whatsapp, Telegram, Facebook, Twitter ou qualquer outro espaço virtual, estamos chamando a nós mesmos de bebedores de almas e comedores de carne humana.  Aos poucos vamos amortecendo nossa consciência, e é exatamente com isso que o diabo conta: Consciências mortas são robôs espirituais. Zumbis, para entrar no clima do texto, e está na moda. Talvez sem percebermos, mordendo aos poucos, pedaços de nós mesmos, até  que nos exterminemos por completo. Que exterminemos os traços de semelhança com D-s Porque Quem fomos criados, e passemos a nos assemelhar com sombras daquilo que apregoamos, até que nem sombras hajam mais, porque para que haja sombra, é necessário que haja pelo menos um resquício de luz atrás de nós. Mas até esta luz um dia pode se apagar.

Shalom



domingo, 15 de outubro de 2017

A Doença de Narciso - Por que políticos só dão notícias enaltecendo a si mesmos?

Narciso

Foto: Pinterest

"Segundo Ovídio, Narciso era um rapaz plenamente dotado de beleza. Seus pais eram o deus do rio Cefiso e da ninfa Liríope. Dias antes de seu nascimento, seus pais resolveram consultar o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. E a revelação do oráculo foi que ele teria uma longa vida, desde que nunca visse seu próprio rosto.

Narciso cresceu, e se transformou um jovem bonito de Beócia, que despertava amor tanto em homens e mulheres, mas era muito orgulhoso e tinha uma arrogância que ninguém conseguia quebrar. Até as ninfas se apaixonaram por ele, incluindo uma chamada Eco que o amava incondicionalmente, mas o rapaz a menosprezava. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis, (aqui como um aspecto de Afrodite) o condenou a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. Depois da sua morte, Afrodite o transformou numa flor, narciso.

Até em sua morte, ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara."

Fonte: Wiki

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Recebo e leio centenas de notícias advindas de equipes de comunicação de prefeituras, câmaras de Vereadores, Deputados, Senadores, Governadores e até da Presidência da República, sejam lá quem forem os seus titulares, a essência da notícia é sempre a mesma: "Como somos bons, justos e eficientes!"  Ainda que traduzidos pela refinação de profissionais das palavras, as mensagens, todas elas, transmitem duas coisas apenas: Ou autoelogios, ou desculpas e em defesa de acusações que os vitimaram. Desta forma, fica muito difícil acreditar naquilo que se lê, quando proveniente destas fontes, da forma que são mostradas.

Estou querendo dizer que a comunicação destes órgãos e políticos seja mentirosa ou desnecessária?De modo algum! Antes digo que a comunicação entre o governante e seu eleitor, o cidadão, é absolutamente necessária, conquanto proporciona tranquilidade por meio da informação. Não apenas deve ser mantida, como deve aprimorar-se através da confiabilidade que chega ao leitor, seja qual for o veículo utilizado para tal.

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O jornalismo, principalmente o bom jornalismo é feito de fontes, sejam estas provenientes de políticos ou de empresas que necessitam comunicar-se com o consumidor de forma abrangente, e especialmente transparente.

Então, onde quero chegar com isso? Acho que apenas pelas palavras diretas não chegarei a lugar algum, uma vez que meu raio de influência não chega a tanto. Não comoverei senão a mim mesmo, fazendo transparecer ao leitor que não importa o quanto ame seu político; não importa quão convincentes sejam os textos bem elaborados pelas cartilhas e códigos de conduta que sigam, haverá sempre por trás deles a intenção de mostrar que a perfeição é possível, e esta perfeição está encriptada nos filtros vernaculares dos bons redatores que se encontram a serviço da política, seja ela boa ou má; decente ou indecente. A ânsia por mostrar o que há de bom e esconder o indesejável, faz da comunicação um mordomo fiel e impudico da relação entre o Homem público e o público de Homens que apenas leem e creem naquilo que leram, sem pensarem se aquilo que leram foi mesmo aquilo que era necessário ler, ou apenas aquilo que desejariam ler e os comunicadores sabiam disso com antecedência.

Sendo assim, o comunicador é um prostituto literário, que escreve aquilo que convém para ser lido por aqueles que são convenientes. Necessários, mas perigosos. Por esta razão, a cultura sempre será a Espada de Dâmocles sobre a verdade, e são os comunicadores a mão que sustenta com força e movimento calculados tal força, porque as mesmas verdades ajustadas aos olhos e ouvidos dos leitores poderão ser o cair da espada sobre as cabeças dos que fizeram gerar os fatos relatados e levados ao público pelos comunicadores.

Dâmocles e Narciso brotam das lendas e adormecem nas letras e nas palavras, nas imagens e nas vozes, cada vez que você, leitor querido e leitora perfumada debruçam-se sobre notícias plantadas distribuídas pelas redes, jornais e veículos de comunicação de massa. Cabe a você questionar uma por uma e decidir se ela traduz a verdade verdadeira ou um fragmento de verdade contido naquilo que  que os comunicadores desejam levar até você para induzir e conduzir seu modo de pensar.

É por isso que eu provoco e motivo a pensar, pois quem pensa não tem tempo nem espaço mental ou espírito para ser aprisionado por manipulação de qualquer espécie. Seja por campanhas de Esquerda, Direita, Ideologias de Gênero, Número ou Grau. O Direito à informação não é publicar ou ler qualquer imundície que cai à mão para fazê-lo, mas a capacidade de discernir entre o que é bom e o que é pernicioso. Em todos os sentidos. Mesmo isso que acaba de ler. Leia novamente e reflita pelo meu direito de também estar tentando manipular os leitores, mas principalmente pelo direito dos leitores em não acreditarem em uma única palavra do que estou dizendo. Ou será que não?

Aqui eu lanço um desafio, que só os fortes entenderão:Que sejam enviadas apenas notícias daquilo que é feito em benefício do povo, omitindo as dezenas de citações e grifos em cada mensagem de seus pretensos autores. Não vejo que estariam com isso mascarando a fonte, uma vez que no setor público, a fonte deve ser sempre o empregador, isto é, o próprio povo, e quem age com o dinheiro do povo, mesmo que pareça ser seu, pela empáfia com que apresentam realizações, deve ler diariamente o Livro de Eclesiastes e lembrar que todos são, assim como eu também, "Palha ao Vento",e que não será sobrecarregando de repetições tais nomes nas mensagens e notas de comunicação, que deixarão de ser quem são, fazer o que fazem, e prestar contas a quem devem prestar, e que não sirva o erário público como fonte de recursos para auto promoção contínua, como se o eleitor estivesse realmente interessado em saber quem precisa gritar tão alto seu próprio nome para que suas obras sejam mostradas.

A doença de Narciso entra pelos ouvidos e olhos, mas é fermentada na mente. Ninguém está livre dela. Nem mesmo eu, pois tenho que vender minha própria imagem ao oferecer meu trabalho. Então, não tenho nenhuma moral para reclamar. Nem quero. Não reclamo. Apenas reflito se aquilo que eu mostro condiz com aquilo que eu entrego. O resto é propaganda enganosa.


O que faz a tua mão direita....

Evitem fazer alarde quando ajudarem alguém, não fiquem contando vantagem diante das pessoas, para  que sejam admirados e elogiados; aliás, s...