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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Você é Lindo! Você é Linda! - Quando a Moda Dita a Nossa Estima



Gosto da beleza. Dizia também  o inteligentíssimo e controverso  Clodovil, que "D-s Está na Beleza!". Concordo com a intenção e discordo com a afirmação. D-s não está na beleza, mas a beleza está em  D-s. Muda tudo. Mas o que é a beleza? A quem se curva a beleza e quem diante dela se extasia? Ou se estasia? Como se mede sua intensidade, ou onde encontrar seu padrão primordial? Qual foi a primeira beleza identificada, ou quais atributos são necessários para encontrarmos o equilíbrio da nossa própria beleza? O que é belo, e o que não é?

Há inumeráveis ensaios já escritos e padrões descritos como determinantes do grau de beleza das pessoas, e são as mulheres, principalmente, quem mais sofrem por causa dela. E é a poderosa indústria de cosméticos quem mais causa este sofrimento, pois quando oferecem a uma mulher um kit de maquiagem, estão dizendo: "Você é feia, mas podemos dar um jeito nisso!" Ou é a indústria da moda, que a cerca pelas ruas, atrás de vitrines que mostram, de um modo, o espelho, que traduz a dura realidade da próxima vítima, onde, primeiro, o espelho, a sombra do toldo, e ao lado, uma convidativa porta de vidro que anuncia: "Entre. Ar Condicionado!". Lá dentro, uma música suave, um perfume inebriante, uma iluminação que não ofusca os olhos, mas direciona para as roupas e calçados, e uma vendedora que parece ter saído de um comercial de perfume francês, adulando, valorizando a combinação "perfeita" do modelo à frente com a cliente, mas ao lado desta, um horrendo espelho dizendo: "Esta é você agora! E sua única oportunidade de sair daqui "poderosa", é se enfiando dentro deste pedaço de pano em forma de blusa que esta generosa e milagreira vendedora vai lhe presentear, e não se preocupe em pagar, pois seu cartão de crédito, da própria loja, já pensou nisso. Leve! A blusa é sua!
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A beleza tem padrões criados pelos seres vivos. Digamos que D-s criou a beleza, mas foram os seres vivos quem determinaram o grau de convicção que ela pode oferecer para satisfação própria ou dos parceiros. Até os animais escolhem seus pares com base na beleza, nos seus padrões de beleza. Os pássaros machos são os belos da espécie, e além de sua bem desenhada e excitante  plumagem, sues trejeitos e danças, e hipnótico gorjeio demonstram todas as receitas de beleza que podem oferecer à prole que pintainhos que desenham proliferar pelas matas com sua parceira, nem tão bela assim.

Beleza não põe mesa, diz o ditado. Ah põe sim. Ninguém escolhe. em seus sonhos, a feia da classe, embora nem sempre sonho e caráter entendam alguma coisa de estética. Mas, o que é a beleza, e como se determinam seus padrões? A beleza sempre foi igual? Quem diz o que é belo e o que não é, no mundo da moda?

Para entender isso, fixo minha leitura no que é chamado de "Beleza Helenística", a beleza grega, que é o padrão ocidental de beleza, e isso nada tem a ver com massa corpórea, uma vez que o padrão medieval e renascentista de Michelangelo e Leonardo da Vinci, é o mesmo de hoje nas maiores agências fotográficas e de moda do mundo, embora a compleição física das curvas tenha mudado de tempos em tempos. Ora eram as curvinhas e corpos branquelos, ora eram os seios volumosos e voluptuosos, até chegarem nas esquálidas e anoréxicas figuras que mal suportam o peso do corpo e das roupas que desfilam, sob intenso regime de fome e privações, para agradarem os editores de moda de catálogos ou revistas, nos dias atuais.
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Este padrão tem um nome: Golden ratio (Proporção Áurea), ou Divina Proporção. É baseado numa constante chamada PHI (1,168), e numa Razão, que é 0,618. Destes dois algoritmos, todo o Universo é calculado (muito longo pra eu ficar detalhando isso também), e vale dizer que a pessoa que, nos cálculos com base nestes dois valores, aproximar-se da exatidão matemática, recebe o título de "Beleza acadêmica", ou "Beleza Grega". Então, para o mundo da moda, você é matemática, até mesmo na escolha das proporções de seu nariz com o queixo, orelhas, olhos, e distância da testa até o dedão do pé. Mas, antes de responder esta pergunta, com outra pergunta, permita-me falar da beleza em sim, de acordo com outros padrões muito mais interessantes que o padrão das estátuas brancas e peladas de Atenas.

A questão é: Quem determina o padrão do nosso coração? Que códigos estabelecem o padrão de beleza de nossa alma? A quem nos comparamos quando se trata de encontrar algum tipo d beleza que nos defina? E a melhor pergunta de todas: Qual é o padrão de D-s, o Criador de todas as belezas?

Quando determinamos que um tipo de beleza seja o ideal, estamos excluindo a infinita variedade de belo que há no Universo. Quando determinamos que esta pessoa não é linda, estamos pisoteando em nós mesmos, e por isso, o melhor e o pior lugar que existe, é o espelho de nossa alma. A quem vemos em nosso espelho? São as nossas rugas, o nosso traçado, os dentes perfeitos que não temos, e os que compramos, brancos demais, parelhos demais, perfeitos demais, que não combinam com o restante que há em nós, como encontramos um ponto de equilíbrio para codificarmos o belo e o não belo que nos é mostrado? Podemos definir "certo" ou "errado" no que diz respeito à aparência das pessoas, dos animais, das coisas, e de nós mesmos?

Entendi que D-s não vê beleza alguma nas pessoas, mas vê Pessoas apenas. A beleza é um enfeite qualquer. Um penduricalho que às vezes pode até atrapalhar.



























Fotos: Mario Gerth
desenvolturasedesacatos
Pinterest







Apocalipse Baby - Como está o Jardim do Éden em nossos dias?



"Uma total inversão de valores", dizem-me quando publicações diárias aguçam os sentimentos das pessoas, por meio de animais feridos, maltratados, ou fazendo suas gracinhas, enquanto, nesse mesmo tempo, seres humanos sofrem pelas atrocidades da ganância, no meio de guerras declaradas ou não, afinal que diferença faz à quem sofre, se houve um acordo de confronto, ou foi fortuito? Que diferença faz se os genocidas serão ou não julgados por suas atrocidades inteiramente humanas, uma vez que os bichos perseguem e matam suas vítimas, que no seu dicionário, são traduzidos por "desjejum, jantar, ou refeição semanal". Não há ódio. Apenas há forças que se medem, e as que estão sobrando, em números, e pertençam à cadeia alimentar do oponente, põem-se no cardápio dos mesmos. Fim?
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Fim, coisa nenhuma, pois há outras forças que se medem, e nem é por comida ou água: é por controle de território, por poder, por vendas de armas, de narcóticos, ou de influência política. Arsenais se confrontam, e quem perde são os que nem sabem o que é um arsenal. Os que nascem, crescem, e morrem aos poucos anos de vida, sem que saibam a diferença entre o canto de um pássaro, e o estampido de uma bomba. São as vítimas dos anti-heróis, que somente as conhecemos, pela audácia de fotógrafos de guerra.

Algumas destas inocentes chegam à nossa atenção, pela profundidade dos olhares e pelas brutalidade que contrasta o belo da cor dos olhos, pela poeira entre as cicatrizes da face. São tragédias inteiras, de tal magnitude, que fazem calar poetas como Shakespeare ou Fernando Pessoa. São as marcas do nosso poder e querer em saborear o "ter" de vidas fúteis perdidas entre o despertar e o adormecer, separadas pela tela do smartphone, em busca de novos "likes", em busca de tempo que invade outro tempo, o do sono, o do alimento, o da vida.

O atual Iraque (ou o que sobrou dele), é a antiga Babilônia, mencionada na Bíblia, na história antiga, e confirmada pela arqueologia moderna. Foi a opulenta capital do mundo, o maior de todos os impérios mundiais, nos tempos de Nabucodonosor. Sua magnífica beleza teve fim, e sua ruína acontece até os dias atuais.  Para saber mais, leia Daniel capítulo 2.
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O jardim do Éden é uma fato, para os que creem, e um mito para os céticos, mas uma grande realidade de uma utopia que as imagens dos anjos humanos que ainda tem um Éden dentro de seus sonhos, mas que o lado de fora de seus olhos marejados veem apenas um lago de fogo preconizado para os maus, no relato do Apocalipse.

O Apocalipse é a revelação das duas imagens, que é mais que presente para estes pequeninos anjos, cujos sonhos são apenas chegarem ao dia seguinte.

O Apocalipse de cada um de nós, começa onde a libertação de outros acontece. E em muitos casos, como destes anjos, a esperança é ter água para beber, cama para dormir, silencio para escutar, e chegar ao próximo amanhecer. Nosso Apocalipse acontece quando nossos contrastes trocam de valores. Quando nos esquecemos quem somos e passamos a confundir os valores e as prioridades. Pois é, mas as guerras, as crianças das fotos, isso tudo, está longe de nós. Está sim. Por enquanto. Mas e se fosse o contrário? Se fossem nossas crianças expostas nas imagens mostradas do outro lado do mundo? Quem seriamos nós então?

As imagens deste ensaio foram recolhidas na internet. E por estas ironias da vida e da geografia, vieram do Iraque, local onde supostamente estava plantado o "Jardim do Éden".  E D-s, tem culpa disso, afinal é no Seu Livro que estão preditas estas coisas, ou a culpa é do Ser Humano, que mesmo sabendo que tais predições fossem advertências, e não sentenças, segui adiante na sua arrogância, sem pesar consequências, que seriam seus próprios filhos, as vítimas desta falta de visão, de razão, de coração?
















Imagens do Fotógrafo Ali alfahdawi.


Fontes
https://checamos.afp.com/historia-por-tras-da-fotografia-que-viralizou-nas-redes-sociais-como-se-mostrasse-uma-menina-siria

https://www.facebook.com/pg/Alfahdawi75/photos/?tab=album&album_id=182013018648210&ref=page_internal




domingo, 15 de dezembro de 2019

Trutas, legumes, e alimentos Defumados - O empreendedorismo Criativo de Dalva e Menandro e Cintra


Menandro Cintra (E) e Chef Manoel Oliveira (D)

O fato de que meu blog seja direcionado à Gramado, não significa que apenas quem more em Gramado possa figurar nele. Se fosse assim, eu próprio teria que fechar a porta e por ser o último a sair, apagaria a luz. Felizmente, a luz vai continuar brilhando e meus homenageados de hoje são Dalva e Menandro Cintra, que produzem um conjunto das melhores iguarias que o paladar pode provar: Os Defumados.

Sou cliente deles há mais de um ano, e conheço, e testemunho da qualidade de seus produtos, mas principalmente porque tenho acompanhado a trajetória do casal na elaboração e divulgação de produtos de primeira linha, dignos de, e encontrados, nos melhores bistrôs do Sul, inclusive, Gramado.

Menandro, Conte um pouco sobre a Trutteria
A Trutteria asceu com o propósito de fornecer um produto diferenciado e quase único no mercado de charcutaria. O processamento de defumados de alta qualidade e totalmente focado em peixes e frutos do mar, temperos e legumes, auferindo alto valor agregado pela forma como é produzido. A produção de peixes e legumes defumados, totalmente livres de conservantes e estabilizantes ou qualquer outro produto químico, totalmente pronto para consumo, sem necessidade nenhuma de cozimento.

A defumação e o cozimento com calor controlado por elevado tempo e o processo estancado por choque térmico, associados a nenhum tipo de conservantes ou produtos químicos nos peixes garantem resultado com alto valor agregado e qualidade superior.

Por inovar no uso mais racional de sódio a Trutteria trabalha com variações de 1 a 2% no máximo de sal temperado exclusivo, sem uso de nitritos, nitratos, sal de cura, conservantes ou qualquer outro produto conservante.A produção é embalada à vácuo no final do processo, individualmente, tendo um tempo de validade na geladeira muito grande.A missão da Trutteria é resgatar sabores há muito esquecidos, a defumação como formas de conservação dos alimentos, com alta qualidade, em cores e tons cobreados e dourados e com um sabor distinto de tudo quanto é tipo de defumação normal.

A busca pela redução de material particulado no ar, contaminantes e conservantes nos alimentos e baixos níveis de sódio tornam a Trutteria um diferencial no mercado de especiarias. As opções são muito grandes, defumamos todos os tipos de peixes e frutos do mar desde lagostas a camarões, mexilhões, trutas, tainhas, polvos e lulas, ovas, bem como legumes e temperos tais como: berinjela, abobrinha, alho, louro, manjericão, cogumelos, pimentas e pimentões (páprica), açafrão e gengibre, enfim tudo aquilo que a mente permitir e fazer com qualidade e sustentabilidade.

Os conceitos de higiene também são levados com muita consideração, sendo utilizados todos os aspectos adequados na produção industrial e, a cada dia, aperfeiçoar na busca da qualidade contínua.

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A Trutteria está localizada no município de Eldorado do Sul, fronteira com o município de Arroio dos Ratos, na zona rural do Parque Eldorado, conhecido como Guaíba Country Club.

Vocês atendem outros Municípios, como Gramado, que tem um grande potencial de clientes que buscam este padrão?

Sim, inclusive temos clientes em Gramado , e estamos aberto a atender prontamente com uma grande linha de defumados.

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Fico até sem palavras para te agradecer pela divulgação, porque o mercado da defumação é super difícil, assim como o teu mercado, de bebidas (Menandro refere-se às minhas bebidas probióticas), porque está apinhado de concorrentes, inclusive artesanais, e separar o joio do trigo é extremamente difícil, mas tenho clientes, com restaurante vegetariano, que abriram uma exceção, e eles nos compram alho, louro, beringela, e beterraba, e abobrinha,  defumados, em razoável quantidade, e inclusive eles comercializam com seus clientes. A gente vende bem para um restaurante em Canela, e praticamente metade da vitrine deles, são os nossos produtos apenas (Truta, Salmão, Lula).

Agora, Dezembro, a gente completa, documentalmente, 3 anos de empresa, mas fisicamente, dois anos e meio. A gente já foi avaliado por Chef de 7 países, nossos temperos já chegaram a pelo menos, três países, só esse ano, fizemos oito programas de TV, inclusive com "Feijoada Vegana".

O que a gente faz é "Low Smoked", defumação lenta, a quentem devagar.  Hoje a gente fornece Truta e Salmão com seis meses de validade, em geladeira, sem nenhum produto químico ou conservante, ou absolutamente nada. A gente não usa lenha, madeira, ou carvão, porque eles geral compostor orgânicos voláteis (COV). Somente serragem fina e ignição elétrica, com controle computadorizado,e com isso, a gente fornece uma Truta, hoje, considerada uma das melhores do país, porque tenra desse jeito, não tem. Me perdoe, mas ninguém da Serra conseguiu fazer desse jeito. Então, eu tive contato com os pescadores, eu sou pescador de Fly, então a Truta faz parte da minha vida, e sei que peixe defumado é um percado difícil, mas hoje, aí em Gramado, teve um restaurante, que foi inaugurado, na Rua Coberta, que usou nossos produtos, o cara é do Masterchef Brasil. A gente já saiu na Zero Hora, então, de mídia, estamos bem, mas falta a resposta financeira, comercial. Como é difícil para o pequeno empresário sem dinheiro (logo pra quem o Menandro vem falar isso). E te agradeço pela gentileza, pelo carinho. É difícil e difícil pra todo mundo, mas só considera difícil que está lá lutando em prol de algo melhor.

Abaixo, uma sequencia de produtos de da Trutteria






+51 991 994 873 Whatsapp


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Contato com a trutteria. Clique aqui.



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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Os Shows que não emplacaram em Gramado, e os que foram bem sucedidos


Foto: Página do Gaucho - Internet

Gramado não foi apenas palco de Festivais, Feiras, e Eventos técnicos, mas também grandes nomes da música brasileira já passaram pela cidade, isso falo, referindo-me ao período anterior aos anos 80. Alguns eventos foram exitosos, dentro da dimensão na qual foram projetados. Por exemplo, na década de 1970, havia um programa de apoio à cultura do Rio Grande do Sul, pelo Governo do Estado, durante o governo de Sinval Guazelli, que oferecia gratuitamente aos municípios, espetáculos culturais de música e teatro.

Havia um grupo de artistas cadastrados no DAC-SEC (Departamento de Assuntos Culturais da Secretaria de Educação e Cultura), que recebia cachê e despesas pagas, para apresentarem-se nas cidades onde eram convocadas. Já, na cidade, a Prefeitura era encarregada de organizar o evento, imprimir convites, reservar a sala ou auditório, divulgar pela cidade, preparar o palco em apoio aos artistas, cobrar os ingressos, e por fim, retirar as despesas, e o restante era dado ao artista, como complemento de receita.
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Durante o período em que trabalhei no Turismo, fui o responsável por organizar e promover estes shows, e a tarefa era trabalhosa. Mensalmente, quase, eu obtinha do saudoso amigo Odilon Renato Cardoso, o então Diretor do Cine Embaixador (eu tenho implicância em chamar de "Palácio dos Festivais"), a licença para utilizar o espaço mais nobre da cidade, para promover os espetáculos. Tudo arrumado, um dia antes do evento, eu alugava as cornetas de alto falantes do Décio Broilo, prendia na "Brasília" branca da Prefeitura, e saía por todos os bairros, apregoando os espetáculos. E sempre lotava a casa.

Destes lembro de Paixão Côrtes, com um belíssimo show de cultura e folclore gaúchos, danças, efeitos luminosos, e muita dança e poesia. Outro grupo que levei à Gramado foi "Os Muuripás", um dos maiores e melhores grupos de cultura artística do Rio Grande do Sul. Levamos ainda o grupo de folclore internacional "Os Gaúchos", com um repertório de danças que iam do Rio Grande do Sul à Rússia, um belíssimo espetáculo. Dimas Costa foi outro grande espetáculo que levamos à Gramado, no mesmo período. Todos estes com o cinema lotado.
O último espetáculo promovido, de minha lavra, foi o primeiro show de Gelson Oliveira, já mencionado no ensaio anterior.
Os Muuripás

No início da década de 1980, trilhei solitário, com ajuda de alguns amigos, como Gines Perini, Joel Masotti, João Carlos Caberlon (Gambinha), e outros, onde criei o "Projeto Orpheus de Música erudita", onde levei recitais á Gramado. Um destes, memorável, com o "Trio Porto Alegre", formado pelo Violinista Amílcar carfi, o Violoncelista Jean Jacques Pagnot, Spalla da Sinfônica de Paris, e Neil Fialkow, o virtuose médico-pianista. Não ganhei dinheiro, mas o salão do Hotel Serra Azul ficou lotado. O pitoresco do caso ficou comigo, pois pobre de tal monta, que não tinha um terno, e eu seria o apresentador do concerto. Isso foi resolvido com a generosidade do amigo Joel Masotti, que emprestou-me um elegante smooking, e o valor que faltou para o cachê dos músicos, foi doado pelo Caberlon. Vale dizer que jamais recebi um único centavo de dinheiro público para promover cultura em Gramado. Mas tive sim, apoio de empresários e amigos, e fiz pouco, mas pouco do que fiz, a mim valeu muito.
Neil Fialkow (Trio Porto Alegre)

Antes disso, o fenômeno da música brasileira, Agnaldo Rayol, fez um recital em Gramado, parece-me, no lago do Parque Hotel (hoje Lago Joaquina Rita Bier), e este sim, foi arrasador. As moçoilas afoitas rasgaram as roupas do cantor, e levou muitas delas ao delírio, durante sua estada em Gramado. Isso foi lé pelo fim dos anos 60.
Os Gaúchos

Mas, nem tudo são louros, vamos então ao que saiu errado. lamentavelmente, nenhum destes estava, sob minha responsabilidade. Sorte minha. Ainda em 1977, o produtor teatral Sandro Poloni,  e sua esposa, a atriz Maria Della Costa, gaúcha, de Flores da Cunha, levaram à Gramado, uma peça chamada  "Tome conta da Amelia", com participação dos atores Nestor de Montemar e Leonardo Villar. Lembro que quando foi oferecer a peça ao Esdras, o Secretário, eu estava próximo, e como era Presidente do Grêmio Estudantil a entidade que garantia o sucesso dos meus eventos, ofereci-me para divulgar aos estudantes, mas eles deveriam oferecer um desconto, além da meia entrada, porque o preço estava um pouco elevado.
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Esdras achou bom, mas o Polloni, com um ar extremamente "humilde" disse que "Maria Della Costa não precisava de estudantes para lotar uma casa!". Tá bem, pensei.  Eles não virão então.

Chegado o dia da apresentação, hora marcada para início, haviam precisamente. na plateia: Sandro Polloni, Esdras Rubim, este escriba, e Odilon Cardoso. Os atores estavam no palco aguardando um milagre, mas como eram ateus, acho que não rolou. Desesperado, Polloni virou-se para mim: "Está bem, traga os "seus estudantes!". Bem, os estudantes não eram exatamente "meus", e ainda que fossem, havia um protocolo para liberação das aulas, geralmente programado com semanas de antecedência. E não, eu não faria nenhum esforço para livrar meus colegas, cerca de mil mais ou menos, de suas obrigações estudantis.
Sandro Polloni e Maria Della Costa

Outro fiasco, imerecido, foi a apresentação do cantor Jessé. Não sei de quem foi a produção, pois neste período eu não fazia mais produção cultural. Minha esposa era fã do cantor, e foi assistir. Voltou decepcionada, não pelo cantor, que foi profissional e fez o espetáculo como se houvessem milhares de pessoas, mas eram ao todo, nove pessoas na platéia. Disse-me que um destes era o Prefeito atual, Fedoca. Este moço é um arquivo vivo e testemunhal de Gramado.
Jessé

Cine Embaixador

E para coroar os fracassos, também nesta mesma década, o "Justin Bieber das titias", Roberto Carlos, fez um show no pavilhão da igreja católica. Foram 40 pessoas. Aí a produção liberou a porta e quase dobrou. Ao todo, setenta pessoas recebiam rosas do "rei". Reza a lenda que ele nunca mais pôs os pés em Gramado, até que já no século XXI, um espetáculo, digno de sua realeza foi montado em outro lugar, e desta vez correspondeu ás expectativas do macróbio do Iê Iê Iê.
Emerson, Lake & Palmer

Este próximo show que falo, não era de meu conhecimento, e fui informado pelo amigo Cláudio Caberlon, o "Emerson, Lake, & Palmer", em um Festival de Cinema. Abaixo o Video completo, encontrado no Youtube.

Roberto Carlos, 1972

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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

As "Bandas" de Gramado, e os Animadores de Bailes dos anos 50/60/70

Foto: Arquivo

Eu sei que não adianta pedir para que identifiquem os garbosos varões da foto, porque eu mesmo precisei recorrer à meus amigos, levemente mais idosos do que eu, a fim de identificar cada uma. Então vamos lá: Começando da esquerda, o galalau do contrabaixo, vasta franja, óculos fundo de garrafa, e bem "dergadinho", é o que hoje atende pelo título de Prefeito de Gramado, mais conhecido pela alcunha familiar dada em priscas eras, Fedoca.
Já, á sua direita, soltando a voz quase visceral, aquela que nasce na pleura, o garboso escritor e historiador, poeta, e filósofo, Gilberto Drechsler, empolando a guitarra até seu mais agudo e esganiçado vibrato.
O Elegante também, guitarrista, ao centro, é o Alvari de Borba, que logo após o fiasco desta apresentação (nem houve fiasco algum, mas cumpro rigorosa tradição de esculachar amigos que vestem cuecas), foi embora para morar nos Estados Unidos e realizar o "Americam Dream! de ficar rico.
A terceira guitarra, torturada pelo magricelo à direita do trio, é destruída pelo, hoje arquiteto, Derson Casagrande, vulgo "Ratinho". E no cantinho a fundo, o saudoso amigo Ênio Grade. A banda era chamada de "Os Primitivos".
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Antes disso, relatou-me o contemporâneo e contador de causos, Altivo Becker (Pekinha), que havia outro conjunto, chamado: "Os Lenheiros", cujos integrantes eram: Fabiano Bertolucci (Irmão de Fedoca), Alexandre Bezzi, Fedoca, Beto Perini, na Bateria, e a Liege Zatti, era a cantora da Banda.

Depois dos Primitivos, surgiu um conjunto denominado "Die Fledermaus" (Os Morcegos), composta por Henrique Adolfo Ehms (Castelo), Gelson Oliveira (Pelé), Benno Raaber, Clarindo Sartori, e  Levino Raaber. Ensaiavam na casa do Clarindo, situada no Morro dos Cabritos, distante cerca de 300 metros, em linha reta, da Avenida Borges de Medeiros. Certo dia, enquanto ensaiavam, adentra um sujeito baixinho, já de certa idade, dirige-se ao guitarrista, toma-lhe a guitarra, afina ela, vira as costas, e vai embora. Era o Maestro Pablo Komlós, que ficou incomodado, ao ouvir o desafino da guitarra, de onde caminhava.

Gelson Oliveira, nesse tempo, desligou-se do Fledermaus, e criou, junto com Márcio Volk, Marco Antero (Bugiu), Kiko Caberlon, e Luis Ewerning (Vassoura), a "Batuka Blue Band", uma banda já mais sofisticada, e que a partir desta, deu a largada para a carreira solo, ou mais tarde, em vários grupos, de Gelson Oliveira.

É bom lembrar ainda das "Bandinhas" mais populares e folclóricas, animadoras de bailes, como "Irmãos Broilo", além de outras bandinhas do gênero no interior de Gramado, que espero, um dia, falar sobre estas também.
Também vale lembrar (e já solicitei material, para fazer uma matéria) da "Banda Tamoyo", liderada pelo querido maestro Egídio Michaelsen.

Não se pode deixar de falar Das duplas "Luar do Sertão" (Elias Moura e Isaías Abraão), ou Elias e Zacarias Moura.
Sou corrigido pelas redes sociais, e venho fazer reparos aqui. O amigo Cláudio sartor, lembra-me com propriedade, da dupla "Sertãozinho e Zé do Sul". Sertãozinho era violeiro, e Zé do Sul, era gaiteiro. Recordo ainda da dupla formada pelo Seu Liberato, com meu primo Elias de Moura.  Não lembro se a dupla tinha nome.

 A Dupla "Luar da Querência" era conceituada animadora de bailes pelo interior de Gramado e região. Lembro que Elias utilizava seu velho rádio com válvulas, como amplificador do violão, para ensaiar. Uma de suas composições, eu lembro apenas do refrão:
"Quando partir
Do sul para o norte
Eu vou levar minha boiada pro sertão
Eu vou tropeando, de oeste para leste
Vou levar gado pra vender, pro meu patrão!"

 Do centro, em sentido horário: Decio Broilo (bateria), Zacarias Moura (Violão), Elias Moura (Violão e voz) Isaías Abraão, à esquerda (Acordeon), e não identifiquei o percussionista.

Zacarias Elias de Moura

Mas haviam mais músicos de ocasião, como o saudoso amigo, Arlindo de Oliveira, que tocava acordeão.
Foto: Áureo de Oliveira (Facebook)

Alguns videos de Gelson Oliveira, o mais conhecido artista gramadense, na MPB


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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Crônicas de Gramado - O Mistério do Subterrâneo do Dr Nelz, e as perseguições aos alemães em Gramado

Foto: Dr Carlos Nelz - Arquivo Público de Gramado

Tínha eu doze ou treze anos, quando ouvi minha avó Maria Elisa, contar sobre a existência de um "Subterrâneo" existente nas terras da Família Nelz, em Gramado. Rezava a lenda que dois caçadores de tatus, caminhando sorrateiramente à luz do luar, ouviram um barulho, e de pronto se esconderam atrás de uma árvore. Aguardaram em silêncio, até que ouviram vozes de conversas, guiadas por uma lanterna, a iluminar o caminho entre as pedras e a capoeira. Em dado momento, as vozes silenciaram, e eles espiaram, mas não viram mais ninguém. Haviam desaparecido subitamente, misteriosamente.

Assustados, voltaram, e no dia seguinte, procuraram o delegado local, e relataram o que tinham visto. O delegado, então visitou o casal Nelz, e eles "confessaram" que tinham, de fato, um esconderijo para proteger-se de perseguições, que eram comuns naqueles dias, após a guerra, onde os alemães em solo brasileiro, sofreram retaliações por parte de "patriotas" mais exaltados.

Sobre estas perseguições, foram de fato cruéis, e embora o caso seja da lenda do bunker dos Nelz, vale saber que muitos descendentes de alemães, gente simples, na maioria colonos, da roça, foram os que mais sofreram tais retaliações. Lembro de minhas tias-avós, que moravam no interior de Gramado, contando de um caso de um "alemão" apanhado falando na sua língua de origem, fora preso e acorrentado em um chiqueiro, até que a polícia chegasse para levá-lo para prestar depoimento. Contava ela, a Tia Lina Pereira Dias, moradora na Serra Grande, que ouviu os gritos e foi à janela ver do que se tratava, e viu que seus vizinhos arrastavam o pobre colono, debaixo de pauladas e coices, pelo caminho, e depois soube que o haviam acorrentado junto ao chiqueiro, pelo crime de ter sido flagrado falando em alemão. Nunca soube quem era ele, e nunca mais ouvi contarem esta história.

Minha sogra, dona Lilli Boone, jamais aprendeu a falar em português. Minha comunicação com ela era por palavras avulsas, que ela fazia esforço em lembrar, para comunicar-se comigo. Isso aconteceu, porque quando viam gente estranha chegando, sendo ela ainda pequena, a mãe juntava os filhos pequenos e fugia para os matos, onde permanecia por horas, ou por vezes, dias, com o coração acelerado, imaginando ser alguém à procura de "traidores" da pátria, porque não sabiam falar a língua portuguesa.
Bem verdade é que sim, haviam núcleos nazistas no Brasil, durante a guerra, mas Gramado, Nova Petrópolis, apesar de terem grande percentual de colonos, entre seus habitantes, não houve manifestações nesse sentido. Eram gente pacata, ordeira, trabalhadora, amavam o Brasil honravam a bandeira nacional. Porém, em todos os tempos, em todos os lugares, onde havia uma faísca de perseguição, havia junto algum mal intencionado com um galão de gasolina disposto a ver tudo incendiando. Mas não era o caso dos Nelz.

Dr Carlos Nelz, Médico, casado com dona Tereza, conhecida como  Dona Medy Nelz, eram pessoas queridas pela comunidade. Nesse tempo, Gramado contava com dois médicos apenas, e a preferência por um ou outro, dividia também a cidade, assim como dois partidos políticos ou times de futebol o fazem. Metade da cidade, era paciente do Dr Carlos Nelz, e a outra metade, frequentava o consultório e hspital do Dr Erico Albrecht. Isso durou anos, até que começaram a aparecer outros médicos, mas ainda assim, quem atendia no Hospital Santa Terezinha (Dr Erico), não atendia no Hospital Arcanjo São Miguel (Nelz).

Durante muitos e muitos anos, o famoso "Túnel" ou "Subterrâneo" do Dr Nelz, preencheu o imaginário da cidade, e desconheço quem tenha sido contemporâneo meu, que não tenha vasculhado, de ponta a ponta, esquadrinhado o terreno, à procura da entrada secreta do tal bunker. Eu mesmo, seria capaz de desenhar, de memória, o mapa inteiro das terras dos Nelz, onde sabia localizar cada ceio d'água, cada gruta, caminho, pé de araçá, daquelas terras. Eram o meu imaginário, além de excelente lugar para pescaria escondida, onde deliciosas (só sei de ouvi falar, é dE VerdAdE Este Bilete) trutas podiam ser pescadas nos dois lagos do alto do morro. Mas nunca foi encontrado, e a lenda permaneceu.

Há alguns pares de anos atrás, fui consultar-me com Dr Hermann Ulrich Nelz, ou "Dr Ulli", filho do Dr Carlos Nelz, e perguntei a ele sobre a tal lenda.
- "Não é lenda!" - Respondeu-me com firmeza. Existiu mesmo. E então contou-me a história que eu sabia, em parte, mas enriqueceu com estes detalhes:
- "Eu estudava em Porto Alegre, e voltava para casa nas férias. Um dia, meus pais levaram-me a um lugar, e disseram para que eu fechasse os olhos, e contasse até dez. Aí poderia abrir os olhos. Fiz, e quando abri os olhos, olhei por todos os lados, e eles haviam desaparecido, como mágica. Procurei por horas e não os encontrei, até que eles apareceram atrás de mim, e me revelaram o segredo. Uma pedra falsa, cheia de musgo, era revolvida, e por ali entravam, e fechando a entrada, desapareciam completamente. Lá dentro, havia mantimentos, provisões, para que minha família pudesse permanecer escondida por até seis meses, em caso de perseguição. Então, apareceram os caçadores , que viram, denunciaram ao delegado que foi visitar meus pais, e eles mostraram a ele o que era e qual o motivo de sua existência. O Delegado então os aconselhou que soterrassem o lugar, e o assunto permaneceu como lenda. Seria este o fim da historia, porém, descobri que o lugar não foi fechado, pelo menos não naquele tempo, e as crianças brincavam por lá, e iam esconder-se numa espécie de bunker, com muitos mantimentos, um almoxarifado da casa."

Se era o mesmo, não sei dizer, mas teria sido bem mais interessante se nunca tivesse sido revelado. para que o imaginário continuasse, assim como continuam outras lendas sobre porões misteriosos, ou salas que guardavam tesouros. Por mim, continuarão como lendas, até que se prove o contrário. No caso do bunker dos Nelz, a palavra do Dr Ulli, pra mim vale mais que um achado arqueológico.

Era bastante comum que as casas de imigrantes europeus, tivessem um lugar separado para guardar mantimentos. Na casa de Elisabeth Rosenfeld, havia uma torre da caixa d'água, e dentro dela, havia um depósito de ferramentas de jardinagem. No chao, escondido, havia um alçapão, onde os netos dela e eu descíamos para abrir potes de compotas, geleias, que ela guardava lá. Molecagem, mas era divertido. Assim como era divertido vasculhar as terras dos Nelz, para tentar achar o túnel. No caminho, haviam muitas recompensas: Araçás, amoras, cerejas, goiabas serranas, peixes do lago (só ouvi falar, já disse, e a exuberante visão dos lagos floreados com ninfas nas manhãs de primavera.

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