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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Os eventos de Gramado




Foto: www.hoteisgramado.tur.br

Sou velho, me acreditem. Lembro do tempo em que Gramado tinha alguns eventos sociais, e todos eles voltados quase exclusivamente para o público local. Festa das Hortênsias, ela o mais belo de todos, mais glamouroso, mais perfumado, e que arrancava suspiros das moçoilas pelos artistas convidados. As tias desta época arrancavam os botões e rasgavam a roupa de artistas e cantores, como Agnaldo Rayol, Francisco Petrônio e outros desta época, a quem uma avalanche de outras estrêlas e astros desta plêiade já sufocaram, mas que traduziam o apogeu social dos gramadenses.
Outros eventos de minhas recordações são os bailes do suéter, baile de debutantes, e os tradicionais bailes de revellion, a outros das sociedades locais.

Os tempos mudaram, a Festa das Hortênsias evolui, agregou o Festival de Cinema, depois a Fearte, e dali pra frente, Gramado tornou-se um centro internacional gerador e receptor de eventos. E uma das fontes de recursos que abastece Gramado são seus eventos. Todos são importantes e alguns chegam a ser magníficos. Alguns por iniciativa do Poder Público, mas a maioria proveniente da iniciativa privada. Existe um, porém, que agigantou-se, porque, além de original, partiu da iniciativa privada, mas teve apoio do Poder Público, e que foi nesta ruptura que ele foi extinto. Falo do Chocofest.

A Chocofest estabeleceu Gramado definitivamente como manancial de gostosuras a partir do segundo ano do evento. Era um delírio ver aquela criançada de todas as idades disputando espaços nos desfiles, nas filas dos pavilhões, e apinhadas pelas vitrines da cidade garimpando sabores.
Mas tudo que é bom um dia acaba. A Chocofest rompeu com o conceito que só para quando cessa o mercado. Ali não aconteceu isso. O mercado continuou firme, mas ao que circulou pela cidade, cessou a vontade política de realizá-lo. E quando falo em vontade política, não estou fazendo referência apenas ao Poder Público, mas junto aqui as duas forças atuantes no evento. Houve até manifestos de hoteleiros (pasmem) promovendo o expurgo do evento, e este marasmo chegou até os protagonistas da ópera, os chocolateiros, que deram de ombros e a empresa passou o rodo e fechou a conta.

Na campanha, ouvi do Pedro Bala que um dos eventos que receberiam motivação para sua repaginação, seria a Chocofest. Pedro não chegou lá para cumprir o feito. Ouvi, no entanto também por parte do Fedoca, que Gramado  faria uma releitura de sua identidade, e nesta identidade certamente estão seus eventos. Por outro lado, sempre ouvi acusações de que a Marta Rossi seria favorecida pela UPG e por isso mantinha os eventos em Gramado. Mas parece que não é o que tem acontecido nos últimos anos, pois foi na administração do Nestor Tissot, que é da UPG, que a Chocofest foi extinta, e se não estou enganado, passou uma temporada em Canela. Mas pelo que percebi nesta campanha, não ouvi nenhum manifesto público da Marta em prol deste ou daquele candidato, mas o que também tenho visto é que, apesar do Poder Público exercer seu direito de mornidão em relação ao evento, a empresa liderada por Marta agigantou ainda mais seu principal evento, o FESTURIS, que sela definitivamente Gramado como um dos principais e mais seguros e organizados destinos turísticos do mundo. E por justiça se diga que o Poder Público  fez sua parte, assegurando este ambiente para que o evento de Marta continue a prosperar. E outros também.

Resta a dúvida, se Fedoca vai procurar Marta Rossi e sua equipe para demonstrar que não usa pá de cal para jogar no esquecimento a historia econômica de Gramado, o que aliás, sempre foi seu mote de palanque, o resgate á memória dos que construíram Gramado. Penso que que a Chocofest plantou alguns esteios deste progresso, e que certamente esta geração mereceria receber esta benesse, daqueles que chegaram ao Poder.


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