AD SENSE

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Poder e Pensamento


O pensamento é a fonte de todos os bens e o manancial de todos os males, exceto aqueles que sejam inerentes às coisas impensáveis de mudar.
Ser livre é dizer o que pensa sem pensar no que se diz para pensar na liberdade de pensar sem dizer o que se pensa apenas por pensar. O que nos mantém livres? O direito à liberdade, ou a liberdade de pensar.
Dá-me um homem íntegro e um povo esperançoso, e em pouco tempo uni-los-ei por um ideal em ébrio êxtase e os destruirei completamente. Farei de suas vidas uma euforia, mas pô-los-ei em estase quanto ao progresso humano e ético. Sou a política Sexo, poder e fortuna. A má política não precisa de nenhum destes objetivos, pois os encontra numa só substância ataviada ao seu caráter e adornada com vestes nupciais, envolta em perfumadas sedas sob a tênue luz da vaidade, da cobiça e da ambição.
Não pense que sou contra a política nem contra os políticos. Apenas não consigo colocá-los à mesma mesa de festa sem que se embriaguem um ao outro e um ao outro se desmanchem em paixões, onde é sempre o povo o alvo inerte desta glutonaria dialética.
O Álcool torporiza a mente e desnuda o caráter. A política torporiza o caráter e desnuda o ego. Mas a má política potencializa tudo isso sob o argumento do bem comum. Lobo em pele de cordeiro.
Como reclamar da justiça brasileira, se quem decide o ingresso dos ministros não é o concurso público e sim os políticos, e neles nós somos quem votamos?
Se reclamarmos da morosidade e parcialidade da Justiça, reclamamos de nossa própria incapacidade de escolher nossos legisladores e governantes.
Reclamamos tanto da corrupção no governo e da morosidade do Estado, quando de fato nós é que nos entregamos ao ócio das tapinhas nas costas e da política do “deixa estar pra ver como é que vai ficar”.
Somos como passarinhos diante da serpente, gritando, pulando, mas sempre em direção ao fim. A serpente não se move. Apena observa. Fixa o olhar e torporizam os sentidos da pobre vítima. Não tem nem garras como os felinos. Não tem pernas ou patas para correr atrás. Tem apenas o olhar e o tempo. São as vítimas quem correm para a morte espontaneamente. Somos nós que corremos para os braços dos políticos e somos nós quem nos deixamos acariciar pela sua cantilena envolvente. Podemos voar e ser livres, mas não temos a vontade e a iniciativa necessária para fazê-lo no tempo devido. Não precisamos deles. Não dependemos deles. São eles que dependem de nós. São eles que precisam nos buscar para que os mantenhamos na arena, e, no entanto entregamos nossos votos de forma tão barata, tão fácil, porque acreditamos que um voto não fará nenhuma diferença entre tantos mais. Acreditamos que é apenas um voto e daqui a dois anos teremos outro, e outro. É de graça. Não temos que pagar por ele. Será? Quanto então, pagamos de impostos, porque entregamos de graça nosso voto? Ou pior que isso: porque vendemos esse voto por tão pouco, trocamos pela nossa cobiça, enquanto deveríamos tê-lo colocado na caixa de todos, para servir a todos, e nós entre todos?
Informação ao leitor: Nenhum político sofreu maus tratos na composição destes pensamentos. Todo o elenco recebeu sua comissão depois do expediente como determinam os maus costumes em prática nos corredores e banheiros de algumas repartições.

E o povo reclamava. E o povo votava. E o povo pagava. E o povo sofria. E o povo continuava a votar. No mesmo. E continuava reclamando...

Nenhum comentário:

Laodicéia é aqui - A hipocrisia que rasteja pelas igrejas

  "A igreja de Laodicéia é mencionada no livro bíblico do Apocalipse como uma das sete igrejas da Ásia Menor. Ela recebe críticas sever...