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quinta-feira, 7 de novembro de 2019

De Profetas, Palhaços, e Vedetes - A grande orgia ideológica da nossa Política



A política é a mais contraditória e a mais necessária de todas as habilidades que o Ser Humano já conquistou. Se de um lado é agressiva, espalhafatosa, medíocre, e ineficaz, de outro lado é apenas um termômetro que mostra a "nata" do pensamento da sociedade plural. Se de um lado vemos pessoas que tem verdadeiro pavor de se defrontarem com políticos, por outro, há aqueles que sabem que um político, ainda que vulgar, é o espelho de uma sociedade livre. Somente os livres fazem política, ainda que que os medíocres fazem da política um esteio para sua liberdade econômica, ou seu estribo social. Ainda que existam profissionais da política, há profissionais que existem, apesar dos políticos. Mas para que possam exercer suas profissões com a liberdade de escolha, a chave é a boa política, e esta boa política encontra-se sob a tutela dos ainda resistentes, bons políticos.

Não podemos generalizar os políticos como corruptos ou ladrões, pois felizmente há os que não o são. Há políticos, dentre os bons, em duas categorias: Os que em determinada ocasião, aquiesceram à uma oportunidade de se dedicarem ao bem público, e cumprindo sua missão, abandonam a carreira política, para cederem lugar à carreira profissional. Estes são raros, mas existem. Há os políticos completamente apaixonados pela euforia dos embates cheios de retórica, e pelos braços e abraços do povo, que se deixam inebriar pelo permanente êxtase, ao ponto de envelhecerem na carreira política, anestesiando sua própria identidade pessoal, e assumindo cada vez mais a genética de seus eleitores. Para estes, fazer política. é respirar, saciar-se nos conluios e confabulações, para fazerem votar projetos, que muitas vezes nem são seus. No entanto, o cumprimento do dever cívico, os leva a abdicarem de suas vidas pessoais para se enfiarem permanentemente nos paletós escuros, e gravatas importadas, respirando debates e bebendo café.


Há os políticos que se julgam profetas, poetas, missionários, senão o próprio Messias entre os homens de boa vontade e muitos votos. Conjecturam e confabulam, vaticinam augúrios enquanto se entregam à imolação pelas causas que inventam. E há os que se pintam de bufões para levarem alegria aos seus currais. Levam a vida e a política na palhaçada, e o pior disso é que despertam o palhaço que há em nós, que votamos neles. E como votamos. Bufões profetas, poetas, palhaços e missionários de causas sem causa, quantos e quantos destes há por aí.

E por fim, há os políticos que se mostram como vedetes, os que granjeiam atenção com escândalos, com cabelos e roupas das melhores grifes, e estendem a mão molenga quando cumprimentam. Há os políticos que precisam de brilho, então apenas um breve "Bom dia!", torna-se um parlatório interminável. Tem olhar de lince para crianças de colo. Mal veem a mãe atravessando a calçada, que voam de braços abertos para beijarem os bebês. E depois as mães (ou antes). Deixam rastro de perfume francês até de vidro fechado nos carros luxuosos. Ou andam de calhambeques para se mesclarem ao povo, sem ostentação. Ostentam quando não ostentam. Orgulho da humildade.

E há os cidadãos que aceitam missões, cujo atalho para o bem comum é pela política. Pela boa política. Que se embrenham e se empenham a dedicados projetos, muitas vezes nem seus o são, mas acreditam no resultado das boas propostas. E para isso, negociam. E para isso gritam bravatas. E para isso transigem. E algumas vezes transgridem, afinal, eles somos nós, porque políticos nada mais são do que criaturas sem alma, criados á nossa imagem e semelhança, para que eles nos manipulem, até que a morte nos separe. Ou troquem de partido.

Qual político é o seu? Qual político lhe representa melhor? O profeta? O palhaço, o vedete? Ou a sua própria imagem diante do Parlamento, da cadeira do Poder? Qual político olhará para você e ver-se-á espelhado em seu caráter?

"Se você tem vergonha de falar de política, saiba que há políticos que não se envergonham por tentarem te calar."


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