Leviatã é o livro mais famoso do filósofo inglês Thomas Hobbes, publicado em 1651. O seu título se deve ao monstro bíblico Leviatã. O livro, cujo título por extenso é Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil, trata da estrutura da sociedade organizada.
Hobbes alega serem os humanos egoístas por natureza. Com essa natureza tenderiam a guerrear entre si, todos contra todos (Bellum omnia omnes). Assim, para não exterminarmo-nos uns aos outros será necessário um contrato social que estabeleça a paz, a qual levará os homens a abdicarem da guerra contra outros homens. Mas, egoístas que são, necessitam de um soberano (Leviatã) que puna aqueles que não obedecem ao contrato social.
Nota-se que um soberano pode ser tanto uma pessoa quanto um grupo, eleito ou não. Porém, na perspectiva de Hobbes, a melhor forma de governo era a monarquia — sem a presença concomitante de um Parlamento, pois este dividiria o poder e, portanto, seria um estorvo ao Leviatã e levaria a sociedade ao caos (como na guerra civil inglesa).(Fonte: Wiki)
O Estado tornou-se agigantado com tal dimensão, que a autoridade fragmentada torna-se por si só, uma ditadura, um totalitarismo, e à medida em que se emaranha na própria teia, um autoritarismo despótico irreversível, causando, com isso, insegurança jurídica, instabilidade social, e desânimo patriótico. O que vemos nos acontecimentos recentes vai muito além das paixões por um e outro lado das diferenças tão gritantes que levam às ruas a resultante destas paixões acéfalas.
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O agigantamento do Estado faz gerar impostos excessivos e injustos. Suga da produção, da qualidade de vida, do posicionamento e competitividade de mercado, tanto interno quanto externo, de tal modo, que os governos, em lugar de se preocuparem em prover investimentos e melhoramentos ou manutenção da infraestrutura do Estado, consome-se em justificativas jurídicas, em embates ideológicos, que passam longe do âmago da questão, e ainda mais da defesa da honestidade em xeque de um e de outro lado, fazendo com isso, esvair-se o rendimento, e avolumar a discórdia. É como um paciente em estado avançado da doença, que necessita, de um lado, tomar antibióticos poderosos para não sucumbir à próxima febre, mas que no outro braço tem conectado um litro de nutrientes, para que o corpo sobrevida ao ataque, tanto da doença, quanto do remédio forte, e cheio de efeitos colaterais.
O Estado brasileiro e latino-americano foram apanhados num tsunami esperado e previsto, mas sem força nem aparato de reação. É como avisar que uma represa vai desabar sobre uma casa, e a fenda se abre a olhos vistos. Não se pode fazer nada para impedir, e não é uma questão de "se", nas de "quando" o desastre vai ocorrer. Assim funcionam as profecias, que são sobrenaturais, mas também as previsões, que usam métodos científicos, para anteciparem certos acontecimentos, ainda que inexoráveis, e tudo o que resta ao povo é aumentar a fé, e acreditar que desgraça só acontece com quem está longe, mas que quando cai sobre a própria pessoa, é perguntar-se: "Por que comigo?".
Na minha leitura otimista dos fatos, Direita e Esquerda perceberiam que o que fazem é danoso ao Estado, ao Povo. Que a Direita seria menos paixão e mais empenho em restaurar sua ideologia com moldes de inteligência, para elaborar um projeto cinquentenário de estabilidade, justiça, e tranquilidade. Já a Esquerda, neste modo de examinar as coisas, seja ela de oposição ou situação, perceberia que a veneração de ícones e pseudo-mártires, defendendo impunidade para uns e punição exemplar para outros, contanto que "uns" sejam de suas fileiras de luta, e "outros", os adversários. Só que, infelizmente não está acontecendo assim, não porque veja que este ou aquele grupo seja melhor pu pior, mas porque vejo que que este e aquele grupo estão insuflados pelo ódio, um pelo outro, e que ódio mútuo nunca foi cenário para diálogo, e o caos, como uma chama imorredoura, prolifera-se nos barris de pólvora espalhados pela nação.
Aqui, Hobbes, bem descreve o Leviatã como o Estado, que se agiganta, mas não supre suas necessidades, e que seus filhos servem como alimento para que o mesmo Estado continue vivo. E o Estado não se sustenta mais nesta dualidade destrutiva, que de democracia nada mais tem. E então Hobbes propõe que o absolutismo seja a solução para o caos estabelecido. E a solução de Hobbes está sendo aplicada já na América latina, por exemplo, no Peru, onde o Presidente em um canetaço, fechou o Congresso, e a Suprema Corte, porque estavam, a olhos vistos, mancomunados e acorrentados pela corrupção, engavetando inclusive processos da Lava-Jato brasileira, que denunciava propinas às suas autoridades e políticos.
O eventual fechamento das casas legislativas e do judiciário, seria até mesmo um alívio a eventuais políticos e magistrados enredados em chantagens de seus próprios atos vergonhosos, pois com o fechamento temporário, para investigação por uma corte militar, o que é constitucional, libertaria estes também corruptos e subornados eventuais, do jugo de seus corruptores.
É uma situação hipotética, mas factível e no pensamento de Hobbes, necessária, para que o Lobo pare de devorar outro Lobo, e também o povo, como sobremesa. Talvez sejam as Forças Armadas, requisitadas pela população, o "audaz cavaleiro em seu cavalo brando de Justiça", que deceparia a cabeça deste Leviatã, para alívio dos encarcerados em leitos de hospitais, em corredores sobre trapos ao chão, para os aposentados com seus minguados proventos á mercês de lobos escroques que lambem gota a gota de seus proventos antes mesmos de serem retirados pelas financeiras famintas, em lugar de libertarem os enjaulados por mal-feito aos inocentes, por corrupção, por crimes hediondos, que se beneficiam de arrastão porque cinco juízes se blindam na auto-divindade, e destroçam o direito de justiça por parte dos inocentes, dos que pagam impostos, dos que não fazem arruaças, e que edificam, com sangue e suor, os pilares de uma nação, cuja criança deva amar com fé e orgulho a terra onde gostariam de viver livre e soberana. Mesmo porque, em caso de abuso de autoridade, e má gestão pública, é mais fácil destituir um governante indigno, do que tentar transformar centenas de parlamentares com esta má índole, em um Parlamento confiável. Note-se que até mesmo os ditadores se consubstanciam pelo Parlamento e Judiciário manipulável. Deve sim, haver um supremo mandatário, com mandato de quatro anos e impedido de reeleição. A qualquer tempo.
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