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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Quando uma voz se multiplica por uma causa - A liberdade como Bandeira




Triste povo, o que precisa de heróis. Bem-aventurado o povo que faz de si próprio o herói que buscava. Heroísmo é aquela ação que excede nossas forças, ou as forças externas em nosso cuidado, em situação de extremo perigo. Ninguém nasce herói. A situação o torna herói. E nem sempre o herói é o que está certo, mas é o que ultrapassa seus e nossos limites para agir em tempos de crise. Herói nem sempre é inteligente, bonito, ou fala com timidez (a ser analisado pela psicanálise: por que todo heróis, no seu disfarce de vida real, é alguém muito tímido, o que nunca termina bem com a namorada, ou que tem uma situação em conflito não resolvida?). Às vezes o herói pode ser alguém que surge do inesperado e que toma atitudes desesperadas por causas impossíveis.
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Havia uma causa: "O veado desgarrado e apátrida, disputado e acolhido, sem entender nada do que estava se passando - O "Chico"! A causa era conseguir convencer a opinião pública a comover-se com o caso, e agir em favor da proposta de tomar o "Chico" de um lugar, porque fora tomado de outro, pela arbitrariedade da Lei, e fazê-lo ser devolvido, a quem quer que fosse, por força do coração, independente da razão. E a razão dava guarida ao hospedeiro escolhido, enquanto que o coração dos que o entregaram mansamente, ao perceberem o vazio deixado, e pela injusta desigualdade de forças que competiam pela guarda de "Chico", começava a gritar alto, tão alto, ao ponto de convencer-me, por aliados do primeiro hospedeiro, a tornar-me o agente desta convicção pública quanto ao ocorrido. Foi o que fiz: escrevi, do meu jeito de escrever, opinando sem opinar, mas dando minha opinião, escolhendo as palavras certas, para elaborar o texto adequado, e lancei ao vento, envolto em argumentos que colocasse meus leitores e seus amigos, em suas redes sociais, a adotarem para si a causa de  ampliar esta mobilização, até que chegasse aos personagens capazes de decidirem favoravelmente à ação proposta. Meu trabalho terminou ali. Fiz o que sempre faço: levanto perguntas que suscitam outras perguntas, e em poucas horas, milhares de pessoas, desconhecidas entre si diretamente, adotaram incondicionalmente a causa de "libertar o Chico" (acho que já vi isso em algum lugar, mas não lembro exatamente onde , deu um "vermelho" na minha memória). Bem, o "Chico" continua ainda recebendo brioches de aveia com leite de Rena da Lapônia, com sequilhos flambados e alpiste torrado caramelizado, em um cenário de conto de fadas, talvez até gostando da situação, contando como benefício acrescido o fato de que tem uma rena velha ali que talvez até durma ao seu lado nas noites quentes de verão, para espantar-lhe as moscas e lamber-lhe o cangote. Afinal, ele é um meninote ainda e precisa de conselhos sobre a vida ainda.

Mas, e o herói, onde fica? O herói é um corpo coletivo, capaz de dizer "sim" a uma causa, e mobilizar-se em conjunto com dezenas, centenas, e milhares de pessoas, não importando as consequências que acarretará para os envolvidos, começando consigo próprio. As pessoas não se mobilizam por pessoas ou animais. As pessoas se mobilizam e criam revoluções por causas. Se você quiser criar um ajuntamento, crie uma causa, e atire as galinhas às raposas. Depois, vá contar as penas, pois as raposas não estarão interessadas se as galinhas eram inocentes ou não. Raposas devoram galinhas, e pessoas militam em causas porque veem outras pessoas gritando as mesmas palavras de ordem, e como o Ser Humano tem pavor da ideia de sentir-se só, agrupa-se, e grita junto: "Mata, Esfola" Come as tripas!". E aí, as galinhas, cujas tripas fedem demais, já estarão sendo lambidas pelos bandos combinados de todas as raposas da floresta. Quando não houver mais galinhas para esfolarem, as raposas se dispersam, e cada uma sai trotando seus passinhos curtos, para suas tocas, á espera de um novo alerta de galinha para depenar, ou causa para participar.

Chico não é uma galinha, e as pessoas envolvidas não são raposas. Usei uma metáfora, para demonstrar que, antes de entrar numa causa, há necessidade de avaliar a dimensão daquela causa, o alcance dos resultados, e o poder de resposta dos adversários. Serei objetivo, prático, pragmático: O parque que recebeu o animal, não errou ao receber. A equipe da SEMA, não errou ao confiscar, nem tampouco errou ao encaminhar para quem, de acordo com seus registros, estaria legalmente apto a fazê-lo. Não errou a família que tomou atitude de denunciar o que considerava anti-ético, o fato do parque recebedor transformar o animal em espetáculo, e auferir lucro mediante sua apresentação durante os espetáculos que promove (acho que promove, nunca botei os pés no lugar), e tampouco errou quem começou a mobilização por devolução do animal à sua habitação de origem. Errou quem então?

Errou e errou feio, errou vergonhosamente, o departamento de marketing do parque, ao tomar as atitudes agressivas que tomou:
1 - Com a enxurrada de críticas, lacrou a página nas redes sociais>
2 - Ao abrir novamente, deu respostas agressivas, antipáticas, ameaçadoras, falando em "medidas judiciais cabíveis", não considerando que não existem medidas judicias que caibam em críticas à comportamento de ambiente aberto ao público, senão por excessos eventualmente cometidos, tais como: ofensa à moral de pessoas, injúria ou difamação caluniosa por eventuais agressões ao patrimônio, ou por grave ameaça á pessoa. Não houve nada disso. Houve o desabafo triste, sofrido, melancólico, de pessoas que, ainda que não conheçam nem o "Chico", nem seus cuidadores anteriores, foram movidos pela sensibilidade tão frequente diante de injustiças à indefesos, visto tantas vezes nas redes sociais. Aqui, a sensibilidade dos envolvidos, dezenas de milhares deles já, compreendeu que faltou sensibilidade ao parque em, já no primeiro momento, promover ações que minimizassem o problema, tais como: Destinar parte dos ingressos em determinado dia à instituições filantrópicas de Gramado e de São Francisco de Paula; ou, promover o dia da "Visita ao "Chico", agora com outro nome, e promover aulas de educação ambiental, explicando para as crianças e jovens as razões porque não se deve ter animais exóticos sem o amparo da Lei; ou convidar a população para que visitem o "Chico", com ingressos facilitados e campanhas de doação de alimentos, ou tantas outras campanhas, que transformariam o limão em limonada. E todos sairiam fortalecidos. Mas não foi isso que aconteceu, e pela forma agressiva, antipática, prepotente, que a direção tratou o assunto, fez-se necessária a formação de um corpo de heróis, de audazes, de valentes, de letrados, de Organizações pelo Direito dos Animais se manifestassem, em lugar de um simples comunicado, uma declaração que amenize o assunto, escrita com palavras certas, pouco técnicas, mas tomadas de afetividade, e sobretudo com humanidade, mostrando que atrás dos murros e das cercas do lugar, batem corações e corações sinceros, pois parece à mim, e aos leitores, muito, muito estranho, que um lugar que cobre ingressos elevados para vender a ideia de um lugar feliz, repleto de amor, trate a realidade como um fórum, onde quem argumenta mais, desmerece quem argumenta menos.

Não seria o caso do corpo de heróis reconhecer que não haverá vitória judicial, mas que a quem não sabe o que é um sorriso, deve-se emprestar um?  A voz se multiplicou e a liberdade do Chico, é a bandeira. Só que Chico é um apátrida. Está condenado a ser confinado em um palco de luzes e purpurina. Não pode ser solto no campo, pois pode mesclar-se à espécies endêmicas, e procriar uma nova raça na região. Afinal, ele não é touro, cavalo, Galinha, Peru, ganso, todas espécias "nativas" e que "nunca se misturaram. E a outra solução, seria radical demais, um absurdo: Castrá-lo!  Isso o deixaria imenso de gordo, voz afinada, e sujeito a "bullying". Não! Melhor a prisão purpurinada. Pelo menso tem as tias e quem sabe uma delas não lhe tá uma chance e nasce mais um "chico", para que ganhem mais dinheiro? A ser pensado.

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